segunda-feira, 18 de março de 2019

POESIA: O ELEFANTINHO - VINÍCIUS DE MORAIS - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poesia: O ELEFANTINHO
             Vinícius de Morais



Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado?
Andas perdido, bichinho
Espetaste o pé no espinho
Que sentes, pobre coitado?

- Estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!

Vinícius de Morais. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Entendendo a poesia:
01 – Na poesia, cada linha é um verso. Cada conjunto de versos é uma estrofe.   
a) Quantos versos tem o poema?
      Possui oito (8) versos.

b) Quantas estrofes?
      Possui duas estrofes.

02 – O poema representa um diálogo entre o poeta e o elefantinho. O poeta muda de estrofe para indicar que mudou quem estava falando.     
a) Quem está falando na 1ª estrofe?
      O poeta.

b) E na 2ª estrofe?
      É o elefantinho.

03 – O que o poeta pensa que poderia ter acontecido com o elefantinho?  
      Que ele tivesse pisado num espinho. 

04 – Qual era a verdadeira razão para o elefantinho estar desconsolado?  
      É que ele tinha muito medo do passarinho.  

05 – A resposta do elefante é engraçada? É inesperada? Por quê? 
      É inesperada. Um elefante ter medo de um passarinho.  



CONTO: BICHOS DE ESTIMAÇÃO - STELLA CARR - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: Bichos de Estimação

    -- Droga, não para de chover nunca mais, pra gente ir brincar no quintal, não é, Eurico?
        -- …
     -- Eu sei, eu entendi. Daí você não pode enterrar seu osso debaixo da trepadeira, senão seu focinho fica cheio de lama, e mamãe vai logo implicar. Ela anda sempre reclamando que você anda muito sujo. Mas também, com esse tempo, não tem nunca sol para lavar e secar você, não é Eurico?
        -- …
        -- Ah, entendi. Espera que eu vou desamarrar essa corda e soltar essa coleira. Está apertando seu pescoço, não está? Deve incomodar mesmo! Mas aqui no meu quarto não precisa. Mamãe não vai bronquear se você ficar solto. Pronto. Assim está melhor.
        -- …
        -- O quê? A gente pode brincar de esconder seu osso aqui mesmo? Boa ideia. Bate cara, Eurico!
        -- …
        -- Você não sabe onde escondeu o osso? Mas agora mesmo ele estava aí do seu lado! Afinal, pra que serve esse seu nariz, hein?
        -- …
        -- É, eu sei. Os cachorros nunca lembram onde escondem os ossos. Eu vejo sempre isso nos filmes da tevê…
        -- …
        -- Eu sei, cachorros não gostam de assistir tevê. Preferem correr lá fora no quintal. Mas com esse tempo… Droga, está chovendo mais forte! E justo agora que tocou a campainha. É o carteiro (coitado, está todo molhado). Vai ver que está trazendo a carta do meu tio do Canadá e dos meus primos que eu nem conheço.
        -- …
        -- Sabe, Eurico, eu escrevi para meu tio, contando do meu cachorro de estimação. Que é você, é claro. E perguntei se eles têm cachorro em casa. Então falei também do meu passarinho na gaiola, e que eu não gosto de gaiola, mas tem que ter, senão ele foge e o gato do vizinho acaba comendo. E eu contei que meu passarinho se chama Yellow, porque canário de verdade tem que ser mesmo amarelo, é claro.
        -- …
        -- Mas eu não botei na história o gato cinzento que eu salvei de cair no bueiro, e que mamãe não deixou ficar. Eu bem que vi quando ela deu o gatinho pro lixeiro, e ele foi miando na caixa de papelão, no caminhão do lixo. Tomara que os filhos do lixeiro gostem de gato!
        -- …
        -- É, eu sei. Você não gosta. Mas eu também não contei, na minha redação, do Birau, aquele cachorro meio pelado, que era tão bonzinho e me seguia lá do ponto do ônibus, todos os dias. Sabe, Eurico, um dia eu escondi o Birau, no quartinho atrás do tanque, aquele de guardar garrafas vazias. Mas, a Finoca descobriu e correu com ele de lá. Ele fugiu com o rabo no meio das pernas. Naquele dia eu chorei escondido.
        -- …
        -- Foi aí que eu arrumei o Yellow botei na gaiola. E depois arrumei você. Na minha redação, eu conto que você é corajoso, já salvou até gente, como os cachorros ensinados da tevê. E que eu dou banho em você, que anda sempre limpo!
        -- …
        -- Olha, Eurico, eu só não levo você em uma escola de cães porque os donos dos outros cachorros vão caçoar de mim. É que você é diferente. Sabe como é gente… Droga! Essa chuva não para, e eu já estou cheio de não ter nada pra fazer!
        -- …
        -- Agora mamãe vem vindo. Você também escutou? Ela está subindo a escada. Será que o carteiro trouxe a resposta do meu tio do Canadá?
        -- Fábio! O que você está fazendo que não desce para o lanche?
        -- …
        -- É, você tem razão. É melhor destrancar a porta, senão ela vai ficar zangada.
        -- O que é isso debaixo do tapete? Eu já disse, filho! Para com essa mania de esconder ossos debaixo das coisas. Hummmm… Que cheiro ruim é esse? O quarto está horrível! Já sei. É essa espiga de milho dentro da gaiola vazia. Já está podre; você tem que jogar fora. Filho porque você não brinca com brinquedos normais, como as outras crianças? Fica aí arrastando pela casa essa corda amarrada num travesseiro imundo…

                                                Stella Carr, Assombrassustos, 1995
Entendendo o conto:
01 – Quem são as personagens do conto?
      Fábio, Eurico (cachorro), Yellow (passarinho), Birau (gato), mamãe, Finoca.

02 – Quais são as características psicológicas do garoto?
      Sensível, carinhoso, bondoso, amigo, feliz, sincero.

03 – E as características psicológicas da mãe?
      Insensível, desumana, cruel.

04 – Por que o garoto não lavava seu “cachorro”?
      Porque seu cachorro era um travesseiro.

05 – Por quê no texto aparece várias vezes o seguinte recurso “ __ …” ?
      Para representar a fala do cachorro que não existe.

06 – Qual era o maior sonho do menino?
      Era sair para brincar e passear com seu cão.

07 – Quem disse a última fala do diálogo?
      A sua mamãe.

08 – Cite exemplos de “brinquedos normais” que a mãe de Fábio gostaria que ele brincasse.
      Carrinho e bola.

09 – O que significa a expressão: “Hummmmm”?
      No texto, significa, serviu como início de uma pergunta.

10 – Por que o menino inventou animais de estimação?
      Porque ele era só e não tinha nenhum animal de estimação.

11 – Quantos anos você imaginou para o menino?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: entre 7 e 9 anos.

12 – Por que o menino ficava arrastando pela casa uma corda amarrada num travesseiro imundo?
      Porque para ele aquele era o seu cachorro de estimação.

13 – Quem eram os animais de estimação do garoto?
      Eurico, Yellow e Birau.     

14 – Que outra palavra podemos utilizar para substituir a palavra imundo?
      Pode ser: sujo, desasseado, encardido, porco, emporcalhado.

15 – A mãe do menino gostava de animais? Justifique sua resposta.
      Não. Porque ela implicava até mesmo com um travesseiro.

16 – Quem escondeu o osso embaixo do tapete
(A) A mãe.       (B) O cachorro.       (c) o carteiro.       (D) Fábio.

17 – Na sua opinião o que a mãe do garoto deveria fazer para o menino parar com a mania de inventar animais estimação?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Permitir que ele tivesse animais de verdade.

18 – Quantas vezes a mãe falou durante o conto?
      Duas vezes.






HISTÓRIA: JECA TATUZINHO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

História: Jeca Tatuzinho
                   Monteiro Lobato

    Jeca morava no sítio. Era solteirão, por isso vivia só. Não totalmente, porque tinha um cão preto, sempre por perto. O apelido de Jeca-Tatu advém da maneira como vivia. Caipira assumido e sempre muito sujo. Daí o TATU, que é um animal que vive em buracos na terra.
        Morava em uma tapera cheia de buracos, onde a lua faz clarão. Também não consertava nada. No quintal só se viam um franguinho magricela, um patinho sem mãe e uma leitoazinha que corria por todos os lados em busca de alguma comida.
        Jeca, de cócoras, no quintal, tomava sol. Não calçava, pois não tinha sapatos. Um chapéu de palha, camisa xadrez e uma calça surrada.
        Plantar? Qual o que. Tinha muita preguiça. Meia dúzia de covas para o plantio de milho, e já entregava a rapadura. Buscar lenha no mato, era outra dificuldade. Vinha sempre com uns poucos gravetos nas costas.
        O melhor era descansar. Deitava-se embaixo de uma árvore e ferrava no sono. O cãozinho aderira à vida e ao caráter do dono. Estirado nas pernas do Jeca, dormia a sono solto.
        Ah! Mas marvada pinga, estava sempre por perto. Era o que atrapalhava e muito.
        Um dia passou por ali, um médico que, ao ver o Jeca naquele estado de penúria e amarelo de tanta debilidade física, compadeceu-se dele e pediu para que mostrasse a língua. Logo em seguida, disse: Você está com a língua muito suja. Com certeza está com estômago e intestinos em mau estado. Venha à cidade, em meu consultório, que vou providenciar uns exames e ver como está sua saúde.
        Jeca foi ao consultório do Doutor e depois de ter feito alguns exames, o médico concluiu que ele precisava fazer um bom tratamento, alimentar-se melhor e deixar a cachaça.
        — Além do mais, você precisava andar calçado, pois, pela sola dos pés, é que passam os micróbios que danificam a sua saúde. Mostrou, através de uma lente de aumento, a ação dos micróbios. Jeca ficou abismado com o que ficou sabendo. Até o cãozinho preto do caipira estava de testemunha do que o doutor falava.
        Na volta para casa, Jeca passou na farmácia e já mandou aviar a receita. Eram algumas vitaminas e Biotônico Fontoura, um fortificante porreta. Comprou também algumas frutas e legumes, ovos e leite, passando a se tratar melhor.
        E não deu outra. O nosso Jeca começou a ficar forte e, passando a mão em um machado, cortava lenha em abundância. Depois, quando ia ao mato buscar lenha, trazia um belo feixe na cabeça. Começou a tomar gosto pela coisa e a sua plantação de milho, feijão e mandioca começou a produzir.
        Saía para caçar e não tinha medo de nada. Ouvia a onça rugir e enfrentava a danada com socos e queda de braços. As feras corriam logo, embrenhavam-se pelo mato e Jeca ficava vitorioso no confronto. Sua fama alastrou-se na redondeza.
        Ficou gordo e bonitão. Arrumou até casamento.
        Fez uma casa maior e bem feita, com varanda e tudo mais. Andava de chapelão e botas. Teve filhos que ele também não deixava que andassem descalços, pois sabia agora quanto vale a saúde.
        Tão compenetrado era, com respeito a isso, que até seus porcos e galinhas tinham botina.
        Criava porcos em pocilgas bem construídas e, duas vezes por ano, levava-os em seu caminhão, para vendê-los no mercado da cidade. Comprou mais terras e formou uma pequena fazenda a quem deu o nome de Fazenda Feliz.
        A sua vida ficou totalmente modificada e para muito melhor. Tinha telefone, uma TV que via à noite, sentado em uma cadeira de balanço.
        A sua casa era bem arrumada, com um relógio que batia as horas. Enfim, o nosso antigo caipira era, hoje, homem de negócios e, aos domingos, ia à cidade, cavalgando um belo cavalo alazão, soltando boas baforadas de seu charuto.
        Conclusão: o Jeca de outros tempos, agora transformado em seu estado de saúde e progresso financeiro, era mesmo um vencedor na vida. Graças à modificação de sua conduta em relação à higiene, à saúde e ao trabalho.
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Entendendo o texto:

01 – Por que o caipira ganhou o apelido de Jeca Tatu?
      Porque vivia sempre muito sujo, igual ao tatu que vive no buraco.

02 – No 2°parágrafo, o que o autor quis dizer com a expressão “onde a luz faz clarão”?
      Porque sua tapera era toda furada, e a claridade da lua passava pelos buracos.

03 – Jeca Tatu levava uma vida acomodada. Cheio de preguiça e desanimado. O que motivou a mudança dos hábitos e atitudes do caipira?
      Foi um médico que passou pela casa dele e chamou pra ir ao consultório fazer uns exames.

04 – O que, em verdade, provocava o estado de abatimento de Jeca Tatu?
      Porque ele estava com anemia em estado bem avançado.

05 – A partir da visita do médico e após tratamento com fortificantes e alimentação saudável, como ficou a vida de Jeca Tatu?
      Ficou totalmente diferente. Ficou mais forte, animado, aumentou a produção da roça de milho, feijão e mandioca. Arrumou até um casamento.

06 – No 10°parágrafo, o que significa e expressão “fortificante porreta”?
      É um fortificante forte, que ajuda abrir o apetite.

07 – Jeca aprendeu a lição. Levou os conselhos do médico tão a sério que até exagerou. Retire do texto o trecho que comprova essa afirmativa.
      “Ficou tão compenetrado, com respeito a isso, que até seus porcos e galinhas tinham botinas.”

08 – Mudanças de conduta podem transformar a vida de uma pessoa. Você conhece algum caso parecido? Conte.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Quantas vezes por ano, ele levava os porcos para vender? Onde?
      Ele vendia duas vezes por ano. No mercado da cidade.

10 – O Jeca comprou mais terras e formou uma pequena fazenda. Qual o nome que ele colocou na propriedade?
      Ele deu o nome de Fazenda Feliz.

11 – A que o Jeca Tatu deve pela sua transformação?
      Deve a modificação de sua conduta em relação à higiene, à saúde e ao trabalho.




domingo, 17 de março de 2019

POEMA: AMADA NEVE - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: AMADA NEVE
             CECÍLIA MEIRELES

        -- Um dia, a neve surpreendeu-me na montanha. O céu estava azul, a paisagem estendia-se imensa e tranquila. De repente, as centelhas de neve começaram a luzir daqui, dali como vaga-lumes de prata. As Galinhas corriam para os seus abrigos. O cãozinho, sacudia as orelhas e a cauda, os lavradores enfiavam, apressados, suas capas de palha. E a neve caia sem piedade, cada vez mais densa, e logo os telhados e as árvores foram ficando brancos e o céu perdeu sua cor, não houve mais horizonte, e a paisagem era uma enorme folha de papel com breves linhas e pontinhos negros, tal uma gravura com sucintas indicações de vales, povoações e estradas. . . O mundo naquele ano, parecia desabitado e morto.

                                                       Cecília Meireles.
Entendendo o poema:
01 – Qual a função sintática das palavras que preencheram as lacunas do texto?
      Todas são sujeito.

02 – Há, no texto, algum sujeito com mais de um núcleo?
      Os telhados e as árvores.

03 – Qual a classe gramatical dos núcleos dos sujeitos?
      São substantivos.


POESIA: BALADA DO ESPLANADA - OSWALD DE ANDRADE - COM GABARITO

Poesia: Balada do Esplanada

          
                 Oswald de Andrade

Ontem à noite
Eu procurei
Ver se aprendia
Como é que se fazia
Uma balada
Antes de ir
Pro meu hotel.

É que este
Coração
Já se cansou
De viver só
E quer então
Morar contigo
No Esplanada.

Eu qu'ria
Poder
Encher
Este papel
De versos lindos
É tão distinto
Ser menestrel

No futuro
As gerações
Que passariam
Diriam
É o hotel
Do menestrel

Pra m'inspirar
Abro a janela
Como um jornal
Vou fazer
A balada
Do Esplanada
E ficar sendo
O menestrel
De meu hotel

Mas não há poesia
Num hotel
Mesmo sendo
'Esplanada
Ou Grand-Hotel

Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador

Oswald de Andrade.  ANDRADE, O. Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
Entendendo a poesia:
01 – No poema “Balada do Esplanada”, de que se trata?
      O eu lírico fala que não está venerando o amor e nenhuma mulher, mas sim está esperando um amor qualquer, que está em qualquer lugar.

02 – E no poema “Balada do Esplanada”, como o eu lírico se comporta? Explique e cite passagens justificando sua resposta.
      O eu lírico fracassa no desejo de ser menestrel, na escrita, embora tente fazê-lo na enunciação do poema.

03 – Nos versos: “Pra m'inspirar / Abro a janela / Como um jornal”. Que figura de linguagem há nestes versos?
      Elipse (supressão de um termo que pode ser facilmente subentendido pelo contexto linguístico ou pela situação).

04 – Quais são os dois substantivos no feminino e dois no masculino, que tem uma guinada irônica final no verso?
      Beija – flor; elevador - nós.

05 – Que é esplanada?
      É uma espécie de terreno plano, baldio.

06 – Nos versos: “Há poesia
                             Na dor
                             Na flor
                             No beija-flor
                             No elevador”.
        Por que nestes versos acontecem aliteração?
      Porque todos terminam com ou são repetidos o mesmo som.

07 – Por que o poema é uma imitação de estilo em regime lúdico?
      Porque o poeta imita a arte dos menestréis, produzindo uma balada ao estilo das tradicionais, onde insere palavras que apresentam elipse sonoras, a exemplo da pronúncia portuguesa: “Antes d’ir”; “Eu qu’ria”; “m’inspirar”; “splanada”.


CONTO: ALEXANDRE, O GRANDE - COM QUESTÕES GABARITADAS


Conto: Alexandre, O Grande


        Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, além de competente general, era também uma pessoa de grande preparo intelectual. Foi educado pelos melhores professores da época e teve como mentor nada menos que o famoso filósofo Aristóteles.
       Mantinha em sua corte as mentes mais brilhantes de seu tempo. Certa vez ele contratou um famoso filósofo para instruí-lo em um determinado assunto que muito o interessava. Depois de alguns meses estudando com o sábio, Alexandre finalmente despediu-o. Ferido em sua autoestima, o filósofo foi procurá-lo e perguntou a razão da sua dispensa. Alexandre respondeu: “Como homem, cometo erros, como filósofo tu não me corriges; ou tu entendes os meus erros, ou não os entende. Se não entendes os meus erros, não és filósofo; se entende e não os corrige, não és meu amigo; por isso, nada podes me ensinar.”
Entendendo o conto:
01 – O título ao texto “Alexandre, o Grande”, nos dá a ideia de:
a) uma pessoa muito rica e com pouco prestígio.
b) alguém com grande reputação, fama e inteligência.
c) uma pessoa com grandes riquezas, mas pouco preparo.
d) alguém que comete muitos erros e não entende as pessoas.
e) alguém com muita coragem, mas sem reconhecimento do povo.

02 – A intenção principal do texto é:
a) narrar um acontecimento importante da vida de Alexandre.
b) relatar as qualidades e imperfeições de Alexandre.
c) contar como era mal humorado o rei da Macedônia.
d) registrar a boa relação entre Alexandre e o filósofo.
e) Relatar o motivo da contratação do filósofo.

03 – De acordo com o texto o significado da expressão “Ferido em sua autoestima, o filósofo foi procurá-lo.” quer dizer que
a) o filósofo sentiu-se, apenas, triste.
b) Alexandre apoiou a atitude do filósofo.
c) o filósofo sentiu-se traído por Alexandre.
d) o filósofo sentiu-se desconsiderado por Alexandre.
e) o filósofo ficou comovido com o gesto de Alexandre.

04 – Quando Alexandre declara ao filósofo: “Se não entendes os meus erros, não és filósofo; se entende e não os corrige, não és meu amigo. Por isso, nada podes me ensinar.” O que o autor quer dizer?
      Que se o filósofo não tinha condição de ensinar e corrigir seus erros, então não servia.

05 – O texto narra um acontecimento. Pode-se dizer que ele é um (a):
a) biografia.
b) quadrinho.
c) fábula.
d) notícia.
e) conto.



PEÇA TEATRAL: HUMOR E CRÍTICA - LUA NUA (FRAGMENTO) - COM QUESTÕES GABARITADAS

PEÇA TEATRAL: HUMOR E CRÍTICA - LUA NUA (Fragmento)

SÍLVIA – É ... O que é que a gente vai fazer?
LÚCIO – É um problema mesmo... Só que estou atrasadíssimo, depois você me liga para dizer como é que resolveu pôr hoje.
SÍLVIA – Espera aí, Lúcio. Acho que você não entendeu ainda. A saída da Dulce é um problema nosso e não apenas meu.
LÚCIO – Mas foi você que despediu a moça, você causou o problema, agora resolva você, ora.
SÍLVIA – Ela extrapolou todos os limites, poderia ter sido com você, é como se ela tivesse... pedido demissão. É um problema da nossa casa, a ser resolvido, portanto, conjuntamente.
LÚCIO – Só que eu tenho a entrevista com os americanos às dez e meia e estou atrasado.
SÍLVIA – Mas eu também tenho uma entrevista às dez e meia...
LÚCIO – Ah, você não vai querer me comparar agora essa sua entrevista com o meu trabalho, vai?
SÍLVIA – Ah! A minha entrevista é uma frescura, apenas. O seu trabalho é muito mais importante que o meu.
LÚCIO – Não é bem isso...
SÍLVIA – É? Diga. Responde, Lúcio. É mais importante?
LÚCIO – É! Pronto. Quis escutar, escutou, Sílvia. É claro que o meu trabalho é muito mais importante do que o seu.
SÍLVIA – Pooooooooooooooooor quê?
LÚCIO – Porque ... Ora, não vamos agora começar uma discussão mesquinha. Eu me nego a ser ridículo.
SÍLVIA – Pois eu proponho que o sejamos.
LÚCIO – Sílvia, eu estou atrasado, não tenho tempo para debates.
(Pega a pasta e vai em direção à porta da rua.)
SÍLVIA – Tem razão... Também estou atrasadíssima e não tenho tempo para debates.
(Pega a sua pasta e também vai em direção à porta.)
LÚCIO – Quer parar de brincadeira? [...]
SÍLVIA – [...] Por que o seu trabalho é mais importante que o meu, Lúcio?
                                                                                                    Leilah Assunção 
Entendendo o texto:

01 – Como é comum nos textos teatrais, o desenvolvimento dos fatos e o conhecimento sobre as personagens se dão por meio dos diálogos.
Compare as falas a seguir e associe-as aos locutores:
"Lúcio [...] depois você me liga para dizer como é que resolveu por hoje."
“Lúcio [...] você causou o problema, agora resolva você, ora."
"Sílvia [...] A saída da Dulce é um problema nosso e não apenas meu."
"Sílvia [...] É um problema da nossa casa. A ser resolvido, portanto, conjuntamente."
a)    Como Lúcio se posiciona diante do problema que surgiu naquele dia?
Ele fala pra Sílvia resolver o assunto, pois ele está muito atrasado.

b)    Pela reação de Lúcia, o que ela não quer mais?
Ela não queria resolver o problema e queria que Lúcio resolvesse.

02 – No confronto de interesses entre os dois, o casal acaba discutindo sobre a vida profissional de cada um.
a)   Que argumento básico Lúcio utiliza para convencer Sílvia de que o trabalho dele é mais impor­tante do que o dela?
Que o trabalho dele pesa mais, e porque ele é pra valer, e que ela já ficou em casa amamentando algum tempo, pode ficar mais.

b)   Para rebater o argumento do marido, Sílvia cita o exemplo da mãe dele. O que você acha que pode ter ocorrido com os pais de Lúcio?
Provavelmente, o pai de Lúcio trabalhava muito e depois deve ter sido mandado embora e sua mãe que teve que trabalhar e cuidar das despesas da família.

03 – Releia estes trechos:
"[...] você ficou três meses aqui, só amamentando..."
"O meu trabalho pesa mais que o seu porque ele que é para valer..."
a)   Que opinião Lúcio revela ter sobre a amamentação e sobre o trabalho de Sílvia?
Que ela só amamenta e ele pega pesado.

b)   Quais das afirmações a seguir confirmam sua resposta anterior?
• "O que você faz no escritório e o que você faz nesta casa são coisas valiosíssimas...”
• "você não passa de uma secretária de luxo..."
• "Eu digo para as pessoas: 'Minha mulher é advogada', e sinto orgulho."
• "É hoje que será resolvido se vamos ou não para os Estados Unidos."

04 – Releia esta fala de Sílvia:
"É que me divido tanto, são tantos os meus papéis, que chego a ficar confusa. É um absurdo... como é que eu pude me confundir tanto assim? (Vai até a janela e diz em voz baixa, para si mesma.) Aquilo lá é fuga, o importante está aqui, sou eu mesma, o meu trabalho..."
      a) Levante hipóteses: De que papéis Sílvia está falando?
      Do papel de ser advogada, mãe e dona de casa.

       b)No teatro, o pensamento precisa ser falado para que o público tome conhecimento dele. Assim, Sílvia "pensa alto" ao dizer para si mesma: "Aquilo lá é fuga, o importante está aqui, sou eu mesma, o meu trabalho...". Interprete: O que ela quer dizer com essa afirmação?
Que em seu trabalho ela se sente si mesma, e em casa é como se não fosse ela.

05 – Considerando a carreira profissional das duas personagens, Sílvia e Lúcio estão em situações diferentes.
a)   Qual e a situação de Lúcio em sua vida profissional?
É um engenheiro.

b)   E a de Sílvia?
Uma advogada.

c)   O que significa o caso Teixeira Leite para ela?
É o seu primeiro caso sozinha e que este caso tem muita influência é a sua chance de ser uma grande advogada.

06 – Compare estes trechos:
"Sílvia Sempre de braços dados com alguma referência, 'a mulher de", 'a mãe de' [...]. E eu, Sílvia, onde é que estou, o que é que eu sou?"
"Lúcio (perplexo) Não... não pode ser... Essa daí não é você..."
a)   Ao dizer "onde é que estou, o que é que eu sou?", em que Sílvia pensa, na verdade?
Que ela não sabe qual é seu papel na vida e não sabe quem é na verdade.

b)   Como Lúcio reage diante da nova Sílvia que vê à sua frente?
Lúcio diz que Silvia está muito feminista e assistindo muita novela das sete.

07 – Lúcio atribui as mudanças da esposa ao feminismo e à novela das sete. Releia este trecho:
"Acho que é por isso que eu quis ser advogada, para tentar colocar de novo essa palavra [justiça] no dicionário..."
Considerando quem é Sílvia, a profissão que ela exerce e a vida que tem levado ao lado de Lúcio, você acha que suas mudanças são fruto apenas da influência da TV? Por quê?
      Não. Porque com tanta coisa para ela fazer, acho que não sobra tempo para ver TV.

08 – O movimento feminista internacional alcançou ex­pressão no século XX, principalmente a partir da década de 1960. Encenada entre 1986 e 1989, a peça Lua nua põe em discussão a situação da mu­lher moderna, no lar e no trabalho.
a)     Pelo que se vê no texto, a libertação feminina, nesse momento, era um problema do passado?
Sim, pois as mulheres não podiam expor suas opiniões: não votavam, nem trabalhar fora de casa, e outras...

b)     E hoje? Você acha que a mulher atual ainda vive problemas semelhantes aos de Sílvia? Por quê?
Sim, infelizmente algumas mulheres não alcançaram sua independência, claro que podem votar e trabalhar, mas ainda sofrem problemas em relação ao preconceito.

09 – Lua nua foi traduzida para o inglês e, nessa língua, recebeu o nome de The sun of the naked moon (O sol da lua nua). Leilah Assunção, a autora, explica assim a alteração do título: "Porque toda mulher transparente, exposta, verdadeiramente nua, tem um sol dentro de si".
      Porque tem um brilho próprio.