sexta-feira, 19 de setembro de 2025

NOTÍCIA: COMO O LANCE VIRTUAL PODE SE TORNAR REAL - FRAGMENTO - REVISTA TODATEEN - COM GABARITO

 Notícia: Como o lance virtual pode se tornar real – Fragmento

        Dicas para o bate-papo das redes sociais ter futuro na vida real

        No bate-papo, vocês se dão superbem. Nas redes sociais, então, parece que nasceram um para o outro. Mas cara a cara, o lance não sai do lugar. A gente te dá algumas dicas para não perder mais tempo e garantir que esse lance do mundo virtual pode, sim, virar algo concreto.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG9qgxZt_St123rvp8tBvoVXQrnNFHYJl0RzmsDJJtJVnoicK_PbqU-3uucNxhcgxBqpQG2G9pqf3E16894uC-utFz0upYQAVRm5zVv9aVEHd0bWjhsOz-2GZP05fLICyRx3eUTay1i9USbLCqkBh-fp5IiSUxQdEZTWdL-FyjP4gEVZR4_RmgbLCH_QQ/s320/content_hands-1851218_1920.jpg


        Nunca o vi pessoalmente

        Aquela história: ele é amigo de um amigo, você sabe que ele existe, mas vocês nunca se viram na vida! E agora? Se o seu lance rola exclusivamente pela internet e você ainda não viu o boy, o cuidado deve ser redobrado! Antes de investir nesse lance, vale suuuper a pena saber tudinho sobre esse tal príncipe: ele é mesmo quem diz ser? Se ele for mesmo o lindo que você está imaginando, é hora de ele descobrir que tanta afinidade também pode dar certo no dia a dia.

        Se você for mestra em segurança, vale a pena abrir o coração e mandar logo a real. Agora se pintar insegurança, dá para pedir uma ajudinha para os amigos dele, já que vocês se conhecem. [...]

Revista Todateen. Disponível em: http://todateen.uol.com.br/papo-bff/como-o-lance-virtual-pode-se-tornar-real/. Acesso em: 20 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Ensino Fundamental – Anos finais. São Paulo, 3ª edição, 2015. p. 253-254.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal desafio abordado no texto sobre relacionamentos virtuais?

      O texto aborda o desafio de fazer com que um relacionamento que funciona bem no ambiente virtual, como em redes sociais, se torne algo concreto e funcione também na vida real, no contato cara a cara.

02 – Por que o texto sugere "cuidado redobrado" quando se trata de um "lance" que rola exclusivamente pela internet e a pessoa nunca foi vista pessoalmente?

      O texto sugere esse cuidado porque é importante verificar se a pessoa é realmente quem ela diz ser. A internet pode criar uma falsa impressão, e é essencial ter certeza da identidade e das intenções antes de aprofundar a relação.

03 – Qual é a primeira etapa recomendada pelo texto para quem está em um relacionamento exclusivamente virtual e ainda não conheceu a pessoa?

      A primeira etapa recomendada é saber tudo sobre o "príncipe", ou seja, investigar e ter certeza de que ele é quem afirma ser.

04 – O que o texto sugere para quem sente insegurança em se abrir e "mandar a real" para a pessoa virtual?

      Para quem sente insegurança, o texto sugere pedir ajuda aos amigos em comum para se aproximar da pessoa, já que, no cenário do texto, os dois se conhecem por meio de amigos.

05 – Qual é o objetivo final das dicas apresentadas no texto?

      O objetivo final das dicas é ajudar o leitor a fazer com que um relacionamento que existe apenas no mundo virtual se torne algo concreto e com futuro na vida real.

 

NOTÍCIA: SAIBA QUAIS AS COXINHAS MAIS GOSTOSAS DE SP; VEJA O RANKING DO GUIA - FRAGMENTO -SAULO YASSUDA - COM GABARITO

 Notícia: Saiba quais as coxinhas mais gostosas de SP; veja o ranking do Guia – Fragmento

        Uma dentada rompe a casquinha crocante. Um naco tenro de massa chega ao paladar. O bocado de frango desfiado e bem temperado aparece junto. Deleite na certa.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGQL6KLUgoYzivwgxb4Q2a_of58-U1wfs14KR4Rxak8DMjq_hdAe2qXSVuxSVzPoFyFiE9Bjck1rRnvbaE8qt63NoyOEP4sfGv95DhP31N_-WEwrXMkDzAt-Gb0bB7Dj53SRnsg9UK8UI2wrqey2ghSvTTZUraJNL7NPtc_aS_Fm2HWgKluPVfU9OYDqw/s320/COXINHA-FIT.jpg


        Essa profusão de sabores e texturas revela a coxinha perfeita.

        Completam os requisitos um modelado uniforme e uma fritura que não encharca o guardanapo.

        Apesar de aparentemente simples, acertar no salgado não é fácil. É por isso que, munido de bloquinho e caneta na mão –, o Guia saiu à caça das melhores coxinhas de São Paulo.

        Para a escolha dos locais testados (bares, lanchonetes e confeitarias), coletamos dicas de leigos e especialistas no assunto. A coxinha tinha de estar na boca do povo. [...]

        20º) [...] – Ruim.

        Ao contrário do salgado servido com Catupiry, a versão sem o queijo (R$ 3,90) estava dourada demais, com gosto de queimado na casca, ofuscando o sabor da massa. Vem com uma charmosa pontinha, que imita um osso de galinha. [...]

Saulo Yassuda. Guia Folha, 10 fev. 2012. Disponível em: http://guia.folha.com.br/guloseimas/1046653-saiba-quais-as-coxinhasmais-gostosas-de-sp-veja-o-ranking-do-guia.shtml. Acesso em: 20 abr. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – 9º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Ensino Fundamental – Anos finais. São Paulo, 3ª edição, 2015. p. 252.

Entendendo a notícia:

01 – Quais são as três principais características de uma coxinha perfeita, segundo o texto?

      De acordo com o texto, a coxinha perfeita deve ter uma casquinha crocante, uma massa tenra e um recheio de frango desfiado e bem temperado.

02 – Além das características de sabor e textura, quais outros dois requisitos são mencionados para uma coxinha ideal?

      O texto também cita que uma coxinha ideal deve ter um modelado uniforme e uma fritura que não encharca o guardanapo.

03 – Qual foi a metodologia usada pelo Guia para encontrar os melhores lugares para comer coxinha?

      O Guia coletou dicas de leigos e especialistas para escolher os bares, lanchonetes e confeitarias que teriam as coxinhas mais populares e "na boca do povo".

04 – Descreva a coxinha que ficou em 20º lugar no ranking, segundo a crítica do Guia.

      A coxinha do 20º lugar foi considerada ruim. O texto diz que ela estava dourada demais, com gosto de queimado na casca, o que ofuscou o sabor da massa.

05 – Qual é a diferença entre as duas versões da coxinha do 20º lugar, e qual delas foi avaliada de forma negativa?

      Uma versão da coxinha vinha com Catupiry, enquanto a outra não. A versão sem o queijo foi a que recebeu a crítica negativa e foi classificada como ruim no ranking.

 

PIADA: O DESTINO SURPRESA - COM GABARITO

 Piada: O Destino Surpresa

        -- O sujeito estava chegando na rodoviária e viu o ônibus partindo naquele instante. Não teve dúvidas, ajeitou as malas nas costas e saiu em desabalada carreira atrás do ônibus. Correu mais de cinquenta quilômetros até conseguir alcançar o ônibus. Estava totalmente esfrangalhado, o sujeito. Sentou numa poltrona e comentou com o companheiro do lado:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPlXp5TEjEydL9mIxAO8v0E6c_lMbUWpW4IDws-R59ayBq1AX5AwdnMtYPib3gv7ksyeZ38dU7b-1Y9FQUMP5w1NIhtOHRuq1Z6i55wXnjvRkk8rwV-cPUdQKfO0EyXJ7l6Z6Dxa9qf-X_oSTGNY1EbKi0VsrTLq1Xt_NnTDnib43zQGGXdpjn7CTOPk0/s1600/ONIBUS.jpg


        -- Se eu perdesse este ônibus pra Bahia, só ia ter outro a semana que vem.

        Ao que o outro observou:

        -- Só que este aqui está indo para Porto Alegre! Tchê!​

As melhores piadas e anedotas da praça, nº 1. São Paulo, Green Editora, s/d.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 20.

Entendendo a piada:

01 – Qual foi a ação inicial do sujeito ao ver o ônibus partindo?

      Ao ver o ônibus saindo, o sujeito ajeitou as malas nas costas e saiu correndo desesperadamente atrás dele.

02 – Por quanto tempo ou distância o sujeito correu para alcançar o ônibus?

      Ele correu por mais de cinquenta quilômetros até conseguir alcançar o veículo.

03 – Qual era o destino que o sujeito acreditava que o ônibus estava indo?

      Ele pensou que o ônibus estava indo para a Bahia.

04 – Por que o sujeito estava tão determinado a não perder aquele ônibus?

      O sujeito estava tão determinado porque, segundo ele, se perdesse aquele, só teria outro ônibus para a Bahia na semana seguinte.

05 – Qual foi a revelação do outro passageiro que torna a situação cômica?

      O outro passageiro revelou que o ônibus que ele correu tanto para pegar não estava indo para a Bahia, mas sim para Porto Alegre.

 

CRÔNICA: O BANHO - FRAGMENTO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

 Crônica: O Banho – Fragmento

              Clarice Lispector

        [...]

        Antes estava fechada, opaca. Mas, quando me levan­tei, foi como se tivesse nascido da água. Saí molha­da, a roupa colada à pele, os cabelos brilhantes, sol­tos. Qualquer coisa agitava-se em mim e era certa­mente meu corpo apenas. Mas num doce milagre tudo se torna transparente e isso era certamente mi­nha alma também. Nesse instante eu estava verda­deiramente no meu interior e havia silêncio. Só que meu silêncio, compreendi, era um pedaço do silên­cio do campo. E eu não me sentia desamparada.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjozuBsQPF6oeMIukpkim4qkhBqmbIwk6Zh-tQtTzr5PPw7z5Oyyz03iy9OadlunsSvoeQ4njcSV325Uxztyu_s5hrOqFQ4N8umHXlbauzvFFvgORtRVWaQ05rDgfrsl3l7zfyI7xjx4k5djAqhqQ9FUObOSRaORSEEmI3Pve8ZuYMlHkXJk8eTieIcCl8/s320/nilo-amazonas-1.bx_.jpg 

O cavalo de onde eu caíra esperava-me junto ao rio. Montei-o e voei pelas encostas que a sombra já inva­dia e refrescava. Freei as rédeas, passei a mão pelo pescoço latejante e quente do animal. Continuei a passo lento, escutando dentro de mim a felicidade, alta e pura como um céu de verão. Alisei meus bra­ços, onde ainda escorria a água. Sentia o cavalo vivo perto de mim, uma continuação do meu corpo. Am­bos respirávamos palpitantes e novos. Uma cor maciamente sombria deitara-se sobre as campinas mor­nas do último sol e a brisa leve voava devagar. É preciso que eu não esqueça, pensei, que fui feliz, que estou sendo feliz mais do que se pode ser. Mas es­queci, sempre esqueci.

        Eu estava sentada na Catedral, numa espera distraída e vaga. Respirava opressa o perfume roxo e frio das imagens. E, subitamente, antes que pu­desse compreender o que se passava, como um cataclisma, o órgão invisível desabrochou em sons cheios, trêmulos e puros. Sem melodia, quase sem música, quase apenas vibração. As paredes compridas e as altas abóbadas da igreja recebiam as notas e devol­viam-nas sonoras, nuas e intensas. Elas transpassavam-me, entrecruzavam-se dentro de mim, enchiam meus nervos de estremecimentos, meu cérebro de sons. Eu não pensava pensamentos, porém música. Insensivelmente, sob o peso do cântico, escorreguei do banco, ajoelhei-me sem rezar, aniquilada. O órgão emudeceu com a mesma subitaneidade com que ini­ciara, como uma inspiração. Continuei respirando baixinho, o corpo vibrando ainda aos últimos sons que restavam no ar num zumbido quente e translú­cido. E era tão perfeito o momento que eu nada te­mia nem agradecia e não caí na ideia de Deus. Que­ro morrer agora, gritava alguma coisa dentro de mim liberta, mais do que sofrendo. Qualquer ins­tante que sucedesse àquele seria mais baixo e vazio. Queria subir e só a morte, como um fim, me daria o auge sem a queda. As pessoas se levantavam ao meu redor, movimentavam-se. Ergui-me, caminhei para a saída, frágil e pálida.

Clarice Lispector – Literatura comentada. São Paulo, Nova Cultural, 1988.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 8.

Entendendo a crônica:

01 – Como a narradora se sentia antes de tomar banho e como sua percepção de si mesma muda após o ato?

      Antes de tomar banho, a narradora se sentia "fechada, opaca". Após o banho, ela descreve um sentimento de renascimento, como se tivesse "nascido da água". Ela passa a se sentir mais conectada com o próprio corpo e com a natureza ao seu redor.

02 – Qual é a relação da narradora com a natureza após o banho, e o que o cavalo representa nesse momento?

      A narradora se sente em total sintonia com a natureza, percebendo seu silêncio como parte do silêncio do campo. O cavalo, do qual ela havia caído, a esperava e se torna uma "continuação do meu corpo", simbolizando a renovação e a sensação de liberdade.

03 – No segundo momento da crônica, o que acontece na Catedral que provoca uma reação intensa na narradora?

      Na Catedral, um órgão invisível começa a tocar de forma súbita, com sons cheios e vibrantes, que não se assemelhavam a uma melodia. Essa música a transpassa e a faz se ajoelhar, sentindo-se aniquilada e tomada por uma emoção avassaladora.

04 – Após a música na Catedral, qual é o desejo mais profundo da narradora e por que ela se sente assim?

      A narradora deseja morrer naquele exato momento, porque o instante era tão perfeito que qualquer outro momento que o sucedesse seria "mais baixo e vazio". A morte seria a única forma de preservar o auge daquela experiência sem ter que enfrentar a "queda" de volta à realidade comum.

05 – O texto apresenta duas experiências extremas: o banho na natureza e o som do órgão na Catedral. Qual é a emoção central que a narradora busca e que ambas as experiências, de certa forma, proporcionam?

      A emoção central que a narradora busca é a plenitude, um momento de felicidade e de conexão profunda consigo mesma e com o mundo. Tanto o banho quanto a música do órgão a levam a um estado de êxtase onde ela se sente completa, liberta e em perfeita sintonia, seja com a natureza ou com o sublime do som.

 

 

NOTÍCIA: O MENOR MOTOR DO MUNDO - REVISTA SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 Notícia: O menor motor do mundo

        Com a mesma técnica usada para produzir os microscópicos chips eletrônicos de silício, engenheiros da Universidade da Califórnia criaram motores de diâmetro inferior a um fio de cabelo, movidos a eletricidade estática. Os dentes das engrenagens desses motores são tão pequenos que seria preciso enfileirar 7 mil deles para ocupar 1 milímetro. Assim, acaba de surgir uma nova categoria, a das micromáquinas. As possíveis aplicações estão abertas à imaginação, mas ninguém ainda é capaz de prever quais serão esses usos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht86JXQ0Ml0JSBQAgCYL83ItbRJtoIntmBrkMco9BC9AMAdl-vH1uFRlmBAhyUVJaDYNHHHYWbccPUoF3dHTbKR4FDl4PvvqhwrG8hsliry_mPTnNoAjcKAJSds5OTZ70RL4lXrM8VGsGvR6ptN6mJnddm6bpK12mwaNu9bMzOch4OuFLooh2_SSYw3ZA/s320/GRAO.jpeg


        Supõe-se que as micromáquinas poderiam, por exemplo, viajar por uma artéria para remover depósitos de colesterol. Ou monitorar a taxa de glicose no sangue dos diabéticos e, quando necessário, acionar uma minibomba de insulina. Embora o silício seja um material bem conhecido na eletrônica, os engenheiros ignoram suas propriedades mecânicas em escala tão ínfima. Nos primeiros testes, o material tem se mostrado tão resistente quanto o aço. Com tais atributos, os cientistas admitem que a micromecânica poderá ser no futuro um gigantesco ramo da indústria.

Revista Superinteressante, ano 2, nº 12. São Paulo, Abril. 1988.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 28.

Entendendo a notícia:

01 – Quem e onde foram criados os menores motores do mundo?

      Os motores microscópicos foram criados por engenheiros da Universidade da Califórnia.

02 – Qual técnica foi utilizada para produzir esses motores e como eles são movidos?

      Eles foram produzidos com a mesma técnica usada para fabricar chips eletrônicos de silício e são movidos a eletricidade estática.

03 – Qual o tamanho dos dentes das engrenagens desses motores, em comparação a um milímetro?

      Os dentes das engrenagens são tão pequenos que seria necessário enfileirar 7 mil deles para ocupar apenas 1 milímetro.

04 – O texto menciona algumas aplicações possíveis para as micromáquinas. Quais são elas?

      As possíveis aplicações incluem a capacidade de viajar por uma artéria para remover colesterol e a de monitorar a taxa de glicose e acionar uma minibomba de insulina em diabéticos.

05 – Por que os cientistas acreditam que a micromecânica pode se tornar um ramo gigantesco da indústria no futuro?

      Eles acreditam nisso por causa da resistência do silício em escala ínfima, que se mostrou tão robusta quanto o aço nos primeiros testes, indicando um grande potencial para o futuro.

 

MÚSICA (ATIVIDADES): SE TODOS FOSSEM INGUAIS A VOCÊ - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música (Atividades): Se Todos Fossem Iguais a Você

            Vinícius de Moraes

Vai tua vida,
Teu caminho é de paz e amor
Vai tua vida é uma linda canção de amor
Abre os teus braços
E canta a última esperança
A esperança divina de amar em paz.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYHu3ICUtH143JdKYaMVkncB5r506flwAAPfZqo1oDzCfQlO22o7ODft27oulJcQof266234fgIouN5rzTTstJ9GCU_XzKcua1u2I-Txi_tSMVg9lCaog3I6uhmXOCLhwXxOc_V_BJUEL-TIqikVDgI06dd-_4kkCe6RKvjoVz0DduiydLy6auSHVlAEA/s320/vinicius.jpg

Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar,
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar,
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol,
Como a flor,
Como a luz
Amar sem mentir,
Nem sofrer.

Existiria verdade,
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você!

Composição: Antônio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes. Literatura comentada. São Paulo, Abril Cultural, 1980.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 49.

Entendendo a música:

01 – Qual é o principal desejo expresso na música em relação à vida e ao amor?

      O desejo principal é que a vida e o amor sejam vividos de forma pacífica e harmoniosa. O eu lírico fala em "caminho de paz e amor" e em "amar em paz".

02 – O que a música sugere que aconteceria se todos fossem iguais à pessoa a quem a canção é dedicada?

      Se todos fossem iguais a essa pessoa, a vida se tornaria uma "maravilha", onde haveria uma "canção pelo ar" e uma cidade inteira estaria cantando, sorrindo e pedindo a beleza de amar.

03 – Segundo a letra, quais são as características do amor ideal?

      O amor ideal é comparado ao "sol", à "flor" e à "luz". É um amor puro, sem falsidade ou sofrimento, ou seja, "amar sem mentir, nem sofrer".

04 – O que o eu lírico pede que a pessoa faça no início da canção?

      Ele pede que ela "vá tua vida", que "abra os teus braços" e "cante a última esperança".

05 – A música menciona a existência de uma "verdade que ninguém vê". O que essa frase sugere sobre o mundo atual, na visão do autor?

      A frase sugere que, no mundo em que vivemos, a verdadeira beleza e a essência do amor estão ocultas ou não são percebidas pelas pessoas. Essa verdade só seria revelada e se tornaria visível se todos tivessem a mesma pureza e bondade da pessoa a quem a música é dedicada.

 

 

MINICONTO: DECLARAÇÃO DE AMOR - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

 Miniconto: Declaração de Amor

                 Clarice Lispector

        Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa.

        Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVd3ps0A0O5Y1ifVv4R5kqli08h2Zi1uVwz1s9wnyviVc_M4vCzkjR3WrZnogQTB6f75eQw2Vh3lBvYItqwkyvshHxpms20qmicscA-Nnn78u8k8drXMUoEYmXBK5kvP8jp80pygtUJMdigjUfn0RB_kdZoLLbx7-06gS6AJ8_S22PPeJigASgeiGv0iw/s320/dia-da-lingua-portuguesa3-750x350.jpg


Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la — como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.
Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E esse desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.

        Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

Antologia universitária, vol. I. Universidade de Taubaté, 1980.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 34.

Entendendo o miniconto:

01 – Qual é a "confissão de amor" feita pela autora no início do texto?

      A autora confessa o seu amor pela língua portuguesa.

02 – Quais são as principais dificuldades da língua portuguesa apontadas pela autora?

      A autora descreve a língua portuguesa como não sendo fácil e nem maleável. Ela aponta que a língua não foi profundamente trabalhada pelo pensamento e que às vezes reage com um "pontapé" quando usada para expressar sutilezas ou pensamentos complexos.

03 – No texto, a autora faz uma analogia para descrever como gosta de "manejar" a língua portuguesa. Qual é essa analogia?

      Ela compara o ato de manejar a língua com a experiência de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, ora lentamente, ora a galope.

04 – Segundo Clarice, por que a herança deixada por grandes escritores como Camões não é suficiente para os autores atuais?

      A autora afirma que a herança de Camões e outros não é suficiente porque a língua precisa ser constantemente trabalhada e renovada. Para ela, todos que escrevem estão "fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida".

05 – No final do texto, a autora faz uma escolha entre línguas. Se fosse muda e não pudesse escrever, qual língua ela escolheria? E por que ela, de fato, escolhe o português?

      Se fosse muda, ela escolheria o inglês, que considera preciso e belo. No entanto, como pode escrever, ela se dá conta de que sua única e verdadeira vontade é escrever em português, e chega a desejar não ter aprendido outras línguas para que sua abordagem ao português fosse "virgem e límpida".

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): QUEREMOS SABER - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 Música (Atividades): Queremos Saber

             Gilberto Gil

Queremos saber
O que vão fazer
Com as novas invenções
Queremos notícia mais séria
Sobre a descoberta da antimatéria
E suas implicações
Na emancipação do homem
Das grandes populações
Homens pobres das cidades
Das estepes, dos sertões

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwssdDbZZwpQiTHwhWanU43MOYnj_YuuvAHfJCrm5JczWOpQFKWLNAIUhRBFD03PhSJSq2BLrtxFwLMO8gm8rL_YURh-1_bzY3F0dbNzht6xwc7ZaHksc8RCD5KbBhkKv0CErUJMDP0t4PkcqqI0XSaCeULu8wyZ8NypC4u9q_Z_5BYeUcFKPGaAFx45s/s1600/MUSICA.jpg


Queremos saber
Quando vamos ter
Raio laser mais barato
Queremos de fato um relato
Retrato mais sério
Do mistério da luz
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carente e sofredor
Tão perdido na distância
Da morada do Senhor

Queremos saber
Queremos viver
Confiantes no futuro
Por isso se faz necessário
Prever qual o itinerário da ilusão
A ilusão do poder
Pois se foi permitido ao homem
Tantas coisas conhecer
É melhor que todos saibam
O que pode acontecer

Queremos saber
Queremos saber
Todos queremos saber.

Composição: Gilberto Gil. Literatura comentada. São Paulo, Abril Educação, 1982.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 60.

Entendendo a música:

01 – Qual é o principal questionamento feito na música?

      O questionamento principal da música é sobre o que será feito com as novas invenções e descobertas científicas, como a antimatéria e o raio laser. O eu lírico expressa a necessidade de entender como essas inovações afetarão a humanidade, especialmente as populações mais pobres.

02 – O que o autor deseja saber sobre a "antimatéria" e as "novas invenções"?

      O autor quer saber quais são as implicações da descoberta da antimatéria e de outras invenções para a "emancipação do homem", especialmente para aqueles que vivem em condições de pobreza nas cidades e nos sertões. Ele busca uma notícia "mais séria" sobre o assunto, ou seja, um relato que não seja superficial.

03 – Por que o eu lírico quer um "raio laser mais barato"?

      O desejo de ter um "raio laser mais barato" sugere que o autor quer que as novas tecnologias sejam acessíveis a todos, e não apenas a uma elite. Ele também pede um "relato, retrato mais sério do mistério da luz" do disco voador, buscando a iluminação e o conhecimento para o homem "carente e sofredor".

04 – Segundo a música, o que é "a ilusão do poder"?

      A música sugere que o poder é uma ilusão que pode desviar o homem de um futuro confiante. O eu lírico acredita que, se o ser humano foi capaz de adquirir tanto conhecimento, é fundamental que todos saibam qual é o "itinerário" dessa ilusão e o que pode acontecer se o poder não for usado de forma consciente.

05 – Qual é a mensagem final da música, repetida várias vezes no refrão?

      A mensagem final é a repetição do verso "Queremos saber", que se torna um clamor coletivo. A repetição reforça a ideia de que o desejo por conhecimento e a preocupação com o futuro não são individuais, mas sim uma necessidade de todos. A música termina com a afirmação de que "Todos queremos saber", enfatizando a importância do acesso à informação e do conhecimento para toda a sociedade.

 

 

TEXTO: ACERTE O PASSO NA ESCOLHA DO SAPATO - VIDA E SAÚDE - COM GABARITO

 Texto: Acerte o passo na escolha do sapato

        Devemos cuidar bem de todo o corpo. No entanto, certas partes ficam mais sacrificadas com a correria da vida moderna e merecem maior carinho. É caso dos pés. Você deve cuidar bem deles e também ensinar a seus filhos, desde pequenos, a trata-los com a atenção merecida.

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        Escolha sempre que possível calçados em couro natural. Os sapatos plásticos isolam seus pés e não permitem o contato com o solo, como os de couro. Isto provoca suores que podem ocasionar micose e mal-estar. Dê preferência aos solados em couro fininho, para não tirar a sensibilidade do pé. Quando for usar sapatos fechados, passe longe dos bicos afilados, para que seus dedos estejam sempre bem confortáveis.

        A palavra de ordem é: o sapato deve se adaptar ao seu pé, e não o contrário. Se você tem o pé chato e quer usar sapatos fechados, há palmilhas confeccionadas em poliuretano e polietileno. Além de terapêuticas, elas trazem mais conforto.

        Quem gosta de tênis deve eleger os mais flexíveis. Preste atenção na parte de cima deles também: se forem excessivamente duros, podem provocar problemas nos vasos capilares sob as unhas, provocando unhas encravadas.

Vida e saúde. Tatuí, São Paulo, Casa Publicadora Brasileira, 1991.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 54.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual é a principal desvantagem de usar sapatos de plástico em vez de couro natural?

A. Eles são mais difíceis de limpar e manter.

B. Eles isolam os pés, impedindo o contato com o solo e provocando suor excessivo.

C. Eles não oferecem suporte adequado para o arco do pé.

D. Eles são mais caros e menos duráveis que os de couro.

02 – Qual é a recomendação do texto para o solado de sapatos fechados?

A. Que ele seja grosso para maior durabilidade.

B. Que ele seja de um material sintético leve.

C. Que ele seja feito de borracha para evitar escorregões.

D. Que ele seja de couro fininho, para não tirar a sensibilidade do pé.

03 – Segundo o texto, que tipo de sapato fechado deve ser evitado e por quê?

A. Sapatos com bico afilado, para que os dedos fiquem confortáveis.

B. Sapatos de salto alto, por causarem problemas na coluna.

C. Sapatos com cadarços, pois podem apertar demais os pés.

D. Sapatos de couro, pois podem causar suor.

04 – Qual é a 'palavra de ordem' mencionada no texto a respeito da adaptação do sapato ao pé?

A. O sapato deve ser flexível e adaptável a qualquer superfície.

B. O sapato deve se adaptar ao seu pé, e não o contrário.

C. O pé deve se adaptar ao sapato, para que o calçado não perca a forma.

D. O sapato deve ser ajustado para servir a diferentes tipos de pés.

05 – O que o texto sugere para quem tem o pé chato e quer usar sapatos fechados?

A. Evitar sapatos fechados e preferir sandálias abertas.

B. Utilizar palmilhas de poliuretano e polietileno para maior conforto.

C. Usar sapatos com solados mais grossos para maior suporte.

D. Procurar sapatos que já vêm com um formato adaptado para pés chatos.

 

TEXTO: O CÃO VAI Á MISSA TODO DIA - GLOBO RURAL - COM GABARITO

 Texto: O cão vai à missa todo dia

        Um cachorro, o Trovão, é o primeiro a chegar à missa, todos os dias, na igreja de Nova Veneza, cidade distante 50 quilômetros de Goiânia.

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        Quando o sino chama os fiéis, ele se levanta, atravessa a rua do hotel Amaral, a residência que adotou na cidade, cruza a praça, entra na igreja e se acomoda em frente ao altar e só sai de lá no final do culto. Rimene Amaral, sobrinho do dono do hotel, conta que o cachorro também não perde um enterro. Se o cortejo for a pé, Trovão o acompanha até o cemitério. Se for de carro, segue uma parte e só se recolhe depois que o cortejo deixa a avenida principal. Ninguém da cidade sabe explicar onde ele adquiriu esses hábitos devotos. Quando chegou em Nova Veneza, há cerca de ano e meio, e passou a frequentar o hotel Amaral e outras casas vizinhas, já tinha o costume de não perder uma missa. Agora a cidade está preocupada porque Trovão está doente, com um olho tomado pelo câncer. A saúde do cachorro acabou virando até assunto de sermão. O padre da cidade fez um apelo para que os fiéis se mobilizassem para conseguir tratamento para o frequentador mais assíduo de sua igreja.

Globo Rural, nº 68, ano 6. São Paulo, Globo, junho, 1991.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 55.

Entendendo o texto:

01 – Quem é Trovão e qual é seu hábito mais peculiar?

      Trovão é um cachorro que vive em Nova Veneza, uma cidade a 50 quilômetros de Goiânia. Seu hábito mais peculiar é que ele vai à missa todos os dias, sendo o primeiro a chegar à igreja.

02 – Onde Trovão mora e como ele chega à igreja para a missa?

      Ele mora no hotel Amaral. Para ir à igreja, ele se levanta quando o sino toca, atravessa a rua, cruza a praça, entra na igreja e se acomoda em frente ao altar.

03 – Além de ir à missa, que outro evento Trovão costuma frequentar?

      Além da missa, Trovão também acompanha cortejos de enterro. Ele segue a procissão a pé até o cemitério ou segue os carros até a avenida principal.

04 – Por que a cidade de Nova Veneza está preocupada com Trovão?

      A cidade está preocupada porque Trovão está doente, com um olho acometido por câncer.

05 – Qual foi a atitude do padre da cidade em relação à saúde de Trovão?

      O padre fez um apelo durante um sermão para que os fiéis se mobilizassem e ajudassem a conseguir tratamento para o cachorro, que é o frequentador mais assíduo da igreja.

 

MINICONTO: AS MARAVILHAS DE CADA MUNDO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

 Miniconto: As Maravilhas de cada mundo

                Clarice Lispector

        Tenho uma amiga chamada Azaléia, que simplesmente gosta de viver. Viver sem adjetivos. É muito doente de corpo, mas seus risos são claros e constantes. Sua vida é difícil, mas é sua.

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        Um dia desses me disse que cada pessoa tinha em seu mundo sete maravilhas. Quais? Dependia da pessoa.

        Ela então resolveu classificar as sete maravilhas de seu mundo.

        Primeira: ter nascido. Ter nascido é um dom, existir, digo eu, é um milagre.

        Segunda: seus cinco sentidos que incluem em forte dose o sexto. Com eles ela toca e sente e ouve e se comunica e tem prazer e experimenta a dor.

        Terceira: sua capacidade de amar. Através dessa capacidade, menos comum do que se pensa, ela está sempre repleta de amor por alguns e por muitos, o que lhe alarga o peito.

        Quarta: sua intuição. A intuição alcança-lhe o que o raciocínio não toca e que os sentidos não percebem.

        Quinta: sua inteligência. Considera-se uma privilegiada por entender. Seu raciocínio é agudo e eficaz.

        Sexta: a harmonia. Conseguiu-a através de seus esforços, e realmente ela é toda harmoniosa, em relação ao mundo em geral, e a seu próprio mundo.

        Sétima: a morte. Ela crê, teosoficamente, que depois da morte a alma se encarna em outro corpo, e tudo começa de novo, com a alegria das sete maravilhas renovadas.

Clarice Lispector. A Descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 65.

Entendendo o miniconto:

01 – Quem é Azaléia e qual a sua característica principal, apesar de suas dificuldades?

      Azaléia é uma amiga da narradora que "simplesmente gosta de viver". Apesar de ser muito doente de corpo e ter uma vida difícil, ela é caracterizada por seus "risos claros e constantes".

02 – Qual a ideia central que Azaléia compartilha com a narradora sobre as "maravilhas"?

      Ela diz que cada pessoa tem sete maravilhas em seu próprio mundo, e que essas maravilhas são particulares de cada indivíduo.

03 – De acordo com Azaléia, qual é a primeira maravilha e por que ela a considera assim?

      A primeira maravilha é o fato de ter nascido. Para ela, ter nascido é um dom, e a narradora complementa, dizendo que "existir... é um milagre".

04 – Como Azaléia descreve a "capacidade de amar" e a "intuição" em sua lista?

      Ela considera a capacidade de amar uma maravilha por ser menos comum do que se pensa, e por meio dela, seu peito se "alarga" com amor por muitas pessoas. Já a intuição é uma maravilha porque alcança o que o raciocínio e os sentidos não conseguem perceber.

05 – Qual é a sétima maravilha de Azaléia e por que ela a inclui na lista?

      A sétima maravilha é a morte. Azaléia a inclui porque, por meio de sua crença teosófica, ela acredita que após a morte a alma se reencarna, e a vida e suas sete maravilhas recomeçam com alegria.

 

CRÔNICA: JAGUATIRICAS A BORDO - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

 Crônica: JAGUATIRICAS A BORDO

              Fernando Sabino

        De repente, em pleno voo a caminho de Lisboa, passa por mim um comissário de bordo carregando uma jaguatirica.

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        Os demais passageiros dormem na penumbra do avião, eu também cochilava ainda há pouco. Estarei sonhando? Nada disso, já vem o homem de volta com o bicho no colo.

        -- Que bicho é esse? – pergunto.            

        -- Uma jaguatirica – responde ele simplesmente, erguendo o felino nos braços para que eu o veja de perto: – filhote ainda. Parece um gato, não parece?

        -- Tira isso pra lá! – reajo, encolhendo-me na poltrona. – Parece uma jaguatirica.

        -- Pois é uma jaguatirica.       

        -- Você me disse.

        Penso comigo: nada mais perecido com uma jaguatirica do que uma jaguatirica. A longa viagem dentro da noite, os passageiros dormindo, tudo conspira para me deixar vagamente idiota, os passageiros flutuando no ar.

        -- E posso saber o que está fazendo essa sua jaguatirica aqui no avião? – pergunto, cauteloso.

        -- Não é minha não – explica ele: – É de um passageiro. Trouxe do Pará, vai levar para morar com ele em Lisboa. A minha deixei no Rio, lá no meu apartamento, um amigo da comida pra ela enquanto viajo.
        -- A sua o quê?

        -- A minha jaguatirica.

        -- Ah! Quer dizer que você também tem uma.

        -- Tenho. Por que? O senhor não gosta de jaguatiricas?

        -- Gosto, gosto... Eu não sabia é que estava na moda ter jaguatiricas. Confesso que no momento não tenho nenhuma.

        -- Quem é que não gosta? – torna ele, entusiasmado, procurando conter a fera, que se mexe ameaçadoramente nos seus braços. – Um amigo meu lá em Teresópolis tem um leãozinho, mas leão dá muito trabalho, o senhor não acha?

        -- Sem dúvida – concordo, sacudindo a cabeça: – Cortar as unhas, pentear a juba, essa coisa toda...

        -- Jaguatirica não: mandei fazer umas luvas, embaixo é peludinho, em cima é de náilon. Para não arranhar o sinteco, sabe? Eu mesmo dou banho nela, é divertido, acredite.

        -- Eu acredito – torno a concordar, sem grande entusiasmo.

        -- Não tem perigo nenhum – insiste ele: – De morder, que eu digo. Só morde quando está com raiva. Pode é arranhar sem querer. Mas não aparo as unhas dela, acho uma pena.

        -- Realmente, seria uma pena.

        Ele continua a dissertar animadamente sobre o assunto:

        -- Esse cara, por exemplo, vai se dar mau com a jaguatirica dele. Porque, como o senhor sabe, jaguatirica não pode viver só com o dono. Chega uma hora lá, tem de casar, não é isso mesmo?

        -- Isso mesmo: não vai ser fácil arranjar em Lisboa um jaguatirica.

        -- É o que eu estou dizendo: como é que ele vai casar a bichinha? Já tive uma que era solteira, foi ficando maluca, acabei tendo de matar a tiro, uma pena.

        Como ele não diz mais nada, olhando embevecido a jaguatirica, me arrisco a perguntar:

        -- Isso aí não é uma espécie de onça não?

        -- Não é não: é uma espécie de jaguatirica mesmo.

        E ele acrescenta, procurando me tranquilizar:

        -- Pode ter certeza de uma coisa: bicho nenhum come gente a não ser que esteja com muita fome. Com fome até o homem é capaz de tudo, inclusive de comer gente. Ouça o que estou lhe dizendo. Ouço o que ele está me dizendo, nos confraternizamos à base do nosso amor às jaguatiricas, e volto a cochilar.

O gato sou eu. Rio de Janeiro, Record, 1984.

Fonte: Português – 1º grau – Descobrindo a gramática 8. Gilio Giacomozzi; Gildete Valério; Cláudia Reda Fenga. São Paulo. FTD, 1992. p. 80.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a situação inicial que causa a surpresa do narrador?

      O narrador, em pleno voo noturno para Lisboa, é surpreendido ao ver um comissário de bordo passando com uma jaguatirica no colo.

02 – Como o comissário descreve a jaguatirica para o narrador?

      O comissário diz que é um filhote e o ergue para que o narrador veja de perto, comparando-o a um gato. No entanto, o narrador reage com medo, afirmando que o animal "parece uma jaguatirica".

03 – A jaguatirica que está no avião pertence a quem e para onde está indo?

      O comissário explica que o animal pertence a um passageiro que o trouxe do Pará e o está levando para morar com ele em Lisboa.

04 – O que o narrador descobre sobre a relação do comissário com as jaguatiricas?

      O narrador descobre que o comissário também tem uma jaguatirica em seu apartamento no Rio de Janeiro. Isso o surpreende, e ele confessa que não sabia que "estava na moda ter jaguatiricas".

05 – Quais são os cuidados que o comissário tem com sua jaguatirica, de acordo com o texto?

      O comissário explica que fez luvas especiais para a jaguatirica, com pelinho por baixo e náilon por cima, para não arranhar o sinteco. Ele também diz que ele mesmo dá banho no animal e não apara suas unhas.

06 – Qual o problema que o comissário aponta para o passageiro que leva a jaguatirica para Lisboa?

      O comissário aponta que o passageiro terá dificuldades em Lisboa, pois "jaguatirica não pode viver só com o dono". O animal precisa casar, e o comissário questiona como o passageiro vai arranjar um par para a jaguatirica na nova cidade. Ele ainda relata um caso anterior em que teve que matar uma jaguatirica que ficou "maluca" por ser solteira.

07 – Qual a última afirmação que o comissário faz para o narrador?

      A última afirmação do comissário é que "bicho nenhum come gente a não ser que esteja com muita fome". Ele compara o comportamento do animal ao do ser humano, dizendo que "com fome até o homem é capaz de tudo, inclusive de comer gente".