Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Não serei
o poeta de um mundo caduco
Estou
preso à vida e olho meus companheiros
Estão
taciturnos, mas nutrem grandes esperanças
Entre
eles, considero a enorme realidade
O
presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos
afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei
cantor de uma mulher, de uma história
Não darei
os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não
distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida
Não
fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins
O tempo é
a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes a vida presente.
Entendendo
o poema:
01 –
Indique os versos em que o poeta expressa:
a)
Sua recusa em cantar um mundo que não existe;
1º e 2º versos.
b) A justificativa para essa recusa;
3º verso.
c) Seu desejo de solidariedade.
6º verso.
02 –
Quanto ao aspecto formal, que características modernistas o texto apresenta?
O uso do verso livre.
03 – Em
que sentido o poema anterior confirma uma das temáticas fundamentais da segunda
geração modernista?
A partir da tematização do tempo, o momento presente, bem como a preocupação
com a vida.
04 – Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico:
a) Considera que em sua época o mais importante é a independência dos indivíduos.
b) Desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
c) Reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
d) Escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria poética.
e) Critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.
05 – Marque a melhor resposta, justificando sua escolha: O título do poema:
a) Se justifica pela solidariedade que o poeta presta aos demais homens.
b) Representa a união entre os poetas em prol de um melhor mundo futuro.
c) Está ligado à mensagem política, à união do povo contra a exploração do homem pelo homem.
d) Contém a mesma ideia do verso um, que se repete ao longo do poema.
e) Significa o desejo do poeta ver unidos todos os homens em torno de uma vida mais justa e humana.
Justificativa: O poeta defende o tempo presente e a união entre os homens.
06 – Marque a melhor resposta, justificando sua escolha: “Não serei o poeta de um mundo caduco...”. O significado mais apropriado para o termo sublinhado é:
a) Antigo.
b) Ultrapassado.
c) Louco.
d) Idealizado.
e) Injusto.
Justificativa: Um mundo caduco no sentido de um mundo que não acompanha a evolução.
07 – O único termo ou expressão que não repete a ideia de caduco é:
a) Entorpecentes.
b) Serafins.
c) Mulher.
d) Suspiros ao anoitecer.
e) Mundo futuro.
Justificativa: “Mundo futuro” sugere evolução, desenvolvimento.
08 – Dentro da poética defendida pelo autor, o poeta condena vários pontos. Assinale a exceção:
a) A volta ao passado.
b) A fantasia alienada.
c) Os temas individuais.
d) A falta de participação.
e) O uso de entorpecentes.
Justificativa: O poeta defende a união das pessoas, o caminhar “de mãos dadas”.
09 – A ideia contida no verso: “Estou preso a vida e olho meus companheiros.” Se repete em:
a) “O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.”
b) “Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.”
c) “Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela.”
d) “Não nos afastaremos muito, vamos de mãos dadas.”
e) “Também não contarei o mundo futuro.”
Justificativa: O poeta considera a vida no presente, os amigos que têm.
10 – Complete as orações, formando um período composto, obedecendo à classificação pedida:
a) “Não serei um poeta de um mundo caduco mas também não contarei o mundo futuro.” (2ª oração: coordenada sindética adversativa).
b) “O presente é tão grande portanto não nos afastemos.” (2ª oração: coordenada sindética conclusiva).
11 – Classifique as orações abaixo:
a) “Estou preso à vida e olho meus companheiros.”
- 1ª Oração: Estou preso à vida.
- Classificação: Oração coordenada assindética.
- 2ª Oração: E olho meus companheiros.
- Classificação: Oração coordenada sindética aditiva.
b) “Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por Serafins.”
- 1ª Oração: Não fugirei para as ilhas.
- Classificação: Oração coordenada assindética.
- 2ª Oração: Nem serei raptado por Serafins.
- Classificação: Oração coordenada sindética aditiva.
12 – Qual é o objetivo do eu
lírico, ou seja, a que ele se propõe e por quê?
O eu lírico quer
ater-se à realidade presente e sente-se comprometido com o seu tempo; por isso
ele deseja unir-se a seus companheiros, que se nutrem de esperanças. Não lhe
interessa o passado com seu romantismo, ou o futuro, tão distante.
13 – Identifique os
adjetivos do texto e as palavras que eles caracterizam.
Caduco (mundo),
futuro (mundo), preso (eu), taciturnos (eles), grandes (esperanças); enorme
(realidade), grande (presente), dadas (mãos); vista (paisagem), presente
(tempo), presentes (homens), presente (vida).
14 – Explique o sentido do
adjetivo no primeiro verso: “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
O eu lírico
refere-se ao passado.
15 – Comente o emprego da
palavra em destaque, nos versos a seguir:
“O presente
é tão grande, não nos afastemos.”
“O tempo é minha matéria, o tempo presente...”
No primeiro
verso, a palavra presente é um substantivo, já que está regida de artigo. No
segundo verso, ela caracteriza ou determina o substantivo tempo,
funcionando como adjetivo.
16 – Classifique os
adjetivos da primeira estrofe.
Caduco, futuro e preso –
adjetivos simples, primitivos, masculinos, singular.
Taciturnos
– adjetivo simples, derivado, masculino, plural.
Grandes
– adjetivo simples, primitivo, uniforme, plural.
17 – Cite dois adjetivos
uniformes desse texto e flexione-os em frases criadas por você.
Adjetivos: enorme e presente. Sugestões: As botas enormes saíam-lhe dos pés. Os
convidados presentes dançaram até tarde.
18 – Em que verso ocorre uma
locução adjetiva? Copie-o.
“Não distribuirei entorpecentes ou cartas
de suicida” (suicidas).