quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

DIÁRIO FICCIONAL: O QUE LELÊ VAI SER QUANDO CRESCER? JOSÉ ROBERTO TORERO - COM GABARITO

 Diário ficcional: O QUE LELÊ VAI SER QUANDO CRESCER?

                         José Roberto Torero

        Ontem foi o maior chato.

        É que eu tive que ir numa festa de adulto porque a minha mãe não tinha com quem me deixar. E festa de adulto é o maior chato.


        É chato porque não tem outras crianças para brincar, porque a tevê fica desligada, porque não tem vídeo game e porque não tem cachorro-quente nem sorvete, só uns pãezinhos pequeninhos com umas gosmas em cima.

        Mas o

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDgGbUr-ptTMlG3rjZg3lFo5bEOlp4-Lm3aGlFS31Wl0boZwxtf8aFAmTF5IKkp1yH1eFXk-QW3eOmGq9u00SCZubd3YtXcDy4gnQqFqp2CB8Wiwkgc2zkiiwbG9NKCkdx0pzjYu6NDZqp81qVvdyF7AwosJx8TZIozbmAAU8xPJqEPFHs7WZTYlaDCog/s320/FESTA.jpg

pior é que em festa de adulto eles falam com a gente como se a gente fosse meio abobado.

        Tipo assim, quando eu perguntei onde era o banheiro, a dona da casa respondeu:

        -- “O banheiro é ali. Você já vai sozinho?”.

        Depois, um cara com cara de velho, mas cabelo bem preto me perguntou:

        -- “Quantos anos você tem? Seis ou sete?”

        E uma mulher com unha comprida falou:

        -- “Sabe que você está a cara da sua mãe?”

        Deu vontade de responder: “A cara da minha mãe?! Então eu vou fazer plástica porque eu sou menino e ela é mulher!”.

        Para o homem de cabelo preto eu ia dizer: “Eu tenho quase nove, mas um dia vou ter cento e vinte que nem você!”.

        E para a dona da casa eu ia falar: “Não, não sei ir ao banheiro sozinho. Eu uso fralda!”

        Pô, adulto não sabe conversar direito!

        Mas o pior mesmo é que todo mundo quer saber o que você vai ser quando crescer.

        Parece que é só o que eles sabem falar: “O que você vai ser quando crescer?”, “O que você vai ser quando crescer?”, “O que você vai blá-blá-blá…”

        Teve um casal que chegou perto de mim e aí ela falou assim:

        -- “O que você vai ser quando crescer, Leocádio? Acho que você vai ser médico. Aposto que você vai ficar superbem de branco.”

        E aí o marido dela disse:

        -- “Que nada! Ele vai ser é jogador de futebol.”

        -- Médico!

        -- Jogador de futebol!

        -- Médico!

        -- Jogador de futebol!

        -- Médico!

        -- Jogador de futebol!

        E aí eles começaram a brigar e eu saí dali porque eu sei que não vou ser nenhuma dessas coisas porque eu sou grosso no futebol e, quando eu uso roupa branca, eu sempre fico o maior sujo.

        Bom, eu ainda não sei o que eu quero ser quando crescer, mas eu já pensei em um monte de coisas:

·        eu podia ser palhaço porque é legal fazer os outros darem risada;

·        podia ser astronauta porque fazer viagens espaciais é bacana;

·        podia ser escritor que nem o meu tio porque ele trabalha em casa e sempre dá uma paradinha para jogar Playstation;

·        e podia ser motorista de táxi porque eles passeiam o dia todo e ainda ganham dinheiro para isso (sem falar que eles devem ser o maior inteligente porque sempre sabem a solução para tudo).

        Depois eu fiquei pensando que, quando os adultos perguntam o que você vai ser quando crescer, eles querem saber é “em que você vai trabalhar quando crescer.” Mas isso é esquisito porque a gente não é um trabalho.

        Os adultos não querem saber se eu vou querer morar numa praia ou num morro, se eu vou querer ter um monte de filho ou nenhum, se eu vou ser engraçado ou sério, se eu vou querer ler muitos livros ou ver muita tevê, se eu vou ser alegre ou triste, se eu vou ser alto ou baixinho. Eles só querem saber no que eu vou trabalhar.

        Então eles tinham que perguntar: “No que você vai trabalhar?”, e não “O que você vai ser?”.

        Da próxima vez que um adulto me perguntar o que que eu quero ser quando crescer, eu não vou responder uma profissão porque eu não quero ser um trabalho, eu quero ser outras coisas também.

        Quando eu crescer eu quero ser sabido (que nem motorista de táxi), quero saber fazer piada (que nem palhaço), viajar muito que nem astronauta (pode ser aqui na Terra mesmo), e jogar Playstation que nem o meu tio (que nem ele, não, melhor, porque ele é meio ruim).

        E também quero ser altão, alegre, morar na praia, ler livro e ver tevê ao mesmo tempo.

        Ah, e eu quero ser legal. Mesmo que eu não seja palhaço, astronauta, escritor ou motorista de táxi.

JOSÉ ROBERTO TORERO. As primeiras histórias de Lelê. São Paulo: Panda Books, 2007. P.12-14. (Adaptado).

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP108-MP113.

Entendendo o diário ficcional:

01 – Leia, em voz alta, o texto de José Roberto Torero. Depois, releia em voz alta o trecho a seguir desse mesmo texto.

        “É chato porque não tem outras crianças para brincar, porque a tevê fica desligada, porque não tem vídeo game e porque não tem cachorro-quente nem sorvete, só uns pãezinhos pequeninhos com umas gosmas em cima.”

a)   A palavra porque, nesse trecho, reforça os motivos pelos quais a personagem acha a festa chata. Reescreva esse trecho usando a palavra porque uma única vez.

É chato porque não tem outras crianças para brincar, a tevê fica desligada, não tem vídeo game e não tem cachorro-quente nem sorvete, só uns pãezinhos pequeninhos com umas gosmas em cima.

b)   Leia, em voz alta, as palavras retiradas do trecho:

Porque – brincar – fica – cachorro-quente – pequeninos.

·        O que você observa ao pronunciar as letras c ou qu nessas palavras?

          Resposta pessoal do aluno.

c)   Agora complete outras palavras com c ou qu.

·        Quadro.

·        Mosquito.

·        Quatro.

·        Casaco.

·        Queijo.

·        Xerocar.

·        Turístico.

·        Aquático.

02 – Leia três vezes as palavras do quadro abaixo o mais rapidamente que puder.

Crescer – amadurecer – florescer – fortalecer – nascer – engrandecer – decrescer – enfraquecer – falecer – perecer – esmorecer – esmaecer.

a)   Algumas dessas palavras do quadro podem ser o antônimo uma da outra. Identifique-as e escreva-as. Em seguida, leia cada palavra e seu(s) antônimo(s) duas vezes.

Crescer: decrescer; fortalecer: enfraquecer/esmorecer; nascer: falecer/perecer.

b)   Copie no caderno as palavras do quadro, separando-as em duas colunas: palavras escritas com c e palavras escritas com sc (todas com som de s). Depois, complete as colunas com outras palavras escritas da mesma forma.

Palavras com c: amadurecer, enfraquecer, falecer, perecer, esmorecer, engrandecer, esmaecer.

Palavras com sc: crescer, decrescer, florescer, nascer.

Outras palavras: resposta pessoal do aluno.

03 – A história contada por Lelê parece ser um desabafo.

a)   Por que Lelê está desabafando?

Ele está indignado pois teve de ir a uma festa de adultos.

b)   Qual o adjetivo ele utiliza para caracterizar o tipo de festa em que estava?

Chato.

c)   No terceiro e no quarto parágrafo, Lelê enumera cinco razões que justificam seu desabafo. Qual dessas razões tem maior grau de importância para ele? Justifique com uma expressão do texto.

Os adultos falam com as crianças como se elas fossem meio abobadas. O narrador usou a expressão “o pior é” ao apresentar essa razão.

04 – Você concorda com todos os argumentos usados pelo narrador para justificar sua indignação? Acrescentaria outros? Comente.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Leia estas frases e compare-as.

        “Mas o pior mesmo é que todo mundo quer saber o que você vai ser quando crescer”.

        “Mas o pior é que todo mundo quer saber o que você vai ser quando crescer.

·        A palavra mesmo provoca diferença de sentido entre os trechos? Por quê?

Sim. Ela modifica o sentido da expressão “o pior é que”, acrescentando ao fato um grau de importância mais elevado.

06 – Releia:

        “O que você vai ser quando crescer, Leocádio? Acho que você vai ser médico. Aposto que você vai ficar superbem de branco.”

a)   Por que a mulher achava que Lelê seria médico?

Porque, segundo ela, ele ficaria bem vestindo roupa branca.

b)   Na sua opinião, essa justificativa foi satisfatória? Explique.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, uma vez que a boa aparência do garoto usando roupa branca não significa que ele será um bom profissional.

07 – Para Lelê, a pergunta “O que você vai ser quando crescer?” deveria ser outra.

a)   Qual seria a pergunta mais adequada na opinião do menino?

“Em que você vai trabalhar quando crescer?”.

b)   Por que ele propôs essa substituição?

Porque, na opinião dele, quando os adultos fazem essa pergunta, estão interessados apenas em saber em que a criança vai trabalhar quando crescer

RELATO PESSOAL: INVENTANDO MODA - ANA PAULA XONGANI - COM GABARITO

 Relato pessoal: Inventando moda

                         Ana Paula Xongani

        Meu nome é Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro, mas o nome que eu uso é Ana Paula Xongani. Toda a minha família é negra. Das vezes que eu fui pra Moçambique, as pessoas perguntavam se eu era angolana. Eu me reconheço nas características das angolanas, mas não tenho certeza. Meu pai e minha mãe moravam na zona Leste de São Paulo, e eles se conheceram no ônibus. Minha mãe sempre pegava o mesmo ônibus pra ir pra escola e um primo do meu pai pegava o mesmo ônibus. Ele se encantou com a minha mãe e comentou com o meu pai. Meu pai quis ver de perto e eles se apaixonaram.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj01waVODbRcHcBg3N28PIthimwYCrUDZqLWT1BkjJCUlWXQ-65Z6wYEOMAbiDBYtDMn5MFDR8-NHJqNdWEdUf15rkGJc64zm3K19W-XMIjpesiZWIX0L-F-4SAyPh8j1gQ6gMZDTWVaMhCBLq_FcTZy06JKWvlaaniHBF9k32aykThfPFo0RlciA7Xfr0/s320/casal.png


        [...]

        Eu fui muito cuidada por toda a minha família, minha mãe, meu pai e meu irmão. Lembro muito das brincadeiras que o meu irmão fazia comigo, ele interpretava vários personagens. Lembro também de brincar muito com os meus amigos do prédio. Tinha algumas famílias negras no nosso condomínio e os pais criaram um elo, onde todo mundo era padrinho e madrinha de alguém. Então as crianças cresceram juntas, como primos. Nessa época, minha mãe começou o processo de militância negra, e lembro que meus amigos eram filhos de militantes. E eu ia com ela nos encontros e ficava bagunçando com os meus amigos. E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais.

        [...]

        Minha escola foi bem difícil, passei por muitas experiências de racismo, e eu também era disléxica, tinha muita dificuldade de aprendizado. Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria. Mas fora da escola eu me sentia bem, participava de um coral infantojuvenil de música afro-brasileiras, fazia artes plásticas, dança, teatro, jazz, natação, participava dos projetos sociais junto com a minha mãe. Era legal porque a minha família era muito unida, aonde um ia, todo mundo ia.

        Eu fiz faculdade [...], e lá eu sofri o pior racismo da minha vida. Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava. [...]

        Nenhum professor quis me orientar, mas meu companheiro e nossos amigos fizemos tudo juntos, eles me orientaram, me ajudaram com a organização, com a apresentação. No dia da apresentação, eu fui preparada. Não teve como eu ser invisível ali, todo mundo tinha que assistir. No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]

        Depois disso eu casei e fui pra Moçambique, e lá pude me conectar com muitas coisas, resgatar minha ancestralidade. Lá eu descobri que eu podia ter dread, uma referência que eu não tinha em lugar nenhum. Lá também eu descobri os tecidos africanos, e a partir daí tudo mudou. Levei vários tecidos de lá pra São Paulo, e eu e minha mãe começamos a fazer roupas com eles. Assim nasceu [...] a nossa marca de produtos para as mulheres pretas, pensando no corpo delas, coisa que marca nenhuma fazia. Eu mesma tive que parar de fazer natação na minha infância porque não existia uma touca em que coubesse o meu cabelo. Eu e minha mãe paramos de andar de moto porque não tem um capacete em que caibam os nossos cabelos. Então quando a gente começou a perceber que a gente podia cuidar desse corpo, dessa mulher negra, e que a moda podia comunicar e consolidar essa luta do negro no Brasil, a gente teve certeza de que era isso que tínhamos que fazer, e fazemos até hoje.

Ana Paula Xangani. Em: Museu da Pessoa. Disponível em: https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/historia/inventando-moda-120966/colecao/115736. Publicado em: 27 dez. 2016. Acesso em: 17 maio 2021. Fragmento.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP148-152.

Entendendo o relato pessoal:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Moçambique: país localizado no Sudeste da África.

·        Angolana: pessoa nascida em Angola, país no Sul da África.

·        Militância negra: atividade de quem é militante, pessoa que atua em defesa de uma causa; no caso, a luta contra o racismo em suas diversas formas.

·        Disléxica: pessoa que sofre de um distúrbio de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura.

·        Ancestralidade: características e história que vêm dos antepassados.

·        Dread: penteado na forma de mechas emaranhadas.

02 – Quem é o autor do relato?

      Ana Paula Mendonça Costa Pedro Ferro.

a)   Qual é o nome que ela usa?

Ana Paula Xongani.

b)   Na língua changana, falada em Moçambique, o nome Xongani tem um significado similar a “se enfeitem”, “fiquem bonitas(os)”. Na sua opinião, por que a autora do texto usa Xongani como sobrenome?

Ao usar esse nome junto ao seu, a autora do texto demonstra o afeto que tem por sua própria identidade e por Moçambique.

03 – Logo no primeiro parágrafo, a autora menciona características da família e dela também. Que características são essas?

      Ela menciona que toda a sua família é negra e que ela tem traços de pessoas angolanas.

04 – Escolha a alternativa que explica por que ela apresentou essas características logo no início do relato.

(  ) Ela não tinha qualquer intenção especial ao apresentar essas características.

(X) Para ela, ser negra e reconhecer que sua história está ligada à história de seus ascendentes africanos é importante por ter uma influência marcante em sua vida.

(  ) Ela apresentou essas características logo no início por considerar que eram menos importantes do que o resto de sua história.

05 – No segundo parágrafo, ela afirma:

        “E era um lugar onde eu me fortalecia enquanto menina negra, era um lugar onde eu era bonita, todos eram iguais”.

·        Por que ela se sentia dessa forma nos encontros de militância de que participava com a mãe? Escolha a alternativa correta.

(X) Como esses encontros tratavam do combate ao preconceito, era natural que ela se sentisse valorizada e em um ambiente de harmonia.

(  ) Porque ela podia brincar com os amigos.

(  ) Porque ela também tinha o desejo de ser militante.

06 – No terceiro parágrafo, Ana Paula conta como se sentia na escola. Releia a frase a seguir.

        “Foi um momento difícil de isolamento, eu era a única menina negra da classe, não podia falar o que eu queria, ser o que eu queria”.

a)   Por que ela se sentia dessa forma?

Porque sofria muitas experiências de racismo e por ter dificuldades de aprendizagem.

b)   E fora da escola, como ela se sentia? Por quê?

Ela se sentia bem, acolhida pela família e pela comunidade em que vivia, e realizava muitas atividades.

c)   E você, como se sente dentro e fora da escola? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

07 – Ana Paula afirma que sofreu racismo na faculdade. Releia:

        “Eu era invisível, os professores nem liam meus trabalhos, me davam respostas rasas pra tudo que eu perguntava”.

a)   Como você entende a afirmação “Eu era invisível”?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ela era ignorada pelos professores.

b)   Você já se sentiu invisível em alguma situação? Se sim, o que aconteceu?

Resposta pessoal do aluno.

08 – Ao viajar para Moçambique, Ana Paula fez descobertas. Assinale a alternativa correta.

(X) Em Moçambique, Ana Paula aprendeu a valorizar a cultura de seus ancestrais africanos e hábitos atuais, como usar dread, que no Brasil podiam ser considerados incomuns.

(  ) Em Moçambique, Ana Paula resgatou ancestrais e aprendeu a usar dread e tecidos africanos.

09 – Ana Paula trouxe tecidos africanos para São Paulo. O que ela e a mãe fizeram com esses tecidos?

        Criaram uma marca de roupas adequadas ao corpo das mulheres negras.

·        Ana Paula afirma que nenhuma marca fazia o que ela e sua mãe se dispuseram a fazer. Qual seria a causa disso?

Provavelmente, era por causa do preconceito e do racismo.

10 – Releia o trecho a seguir:

        “[...] No fim da minha apresentação, eu fiz um discurso enorme contando tudo o que eu passei, chorei tanto que lavei minha alma, dei nome para todos os bois. [...]”.

a)   Os trechos destacados devem ser entendidos em sentido literal ou figurado? Explique sua resposta com base no boxe abaixo.

·        Sentido literal: sentido próprio das palavras, registrado em dicionário.

·        Sentido figurado: novo sentido que as palavras ganham em um contexto.

Os trechos em destaque devem ser entendidos em sentido figurado, pois Ana Paula não lavou a própria alma ou nomeou bois.

b)   Reescreva o trecho citado, substituindo as partes em destaque por outras equivalentes.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: No fim [...] chorei tanto que desabafei, indiquei/nomeei cada pessoa responsável pelo racismo que sofri.

 

 

 

 

 

RELATO PESSOAL: FÉRIAS NA ANTÁRTICA - LAURA, TAMARA E MARININHA KLINK - COM GABARITO

 Relato pessoal: Férias na Antártica 

                         Laura, Tamara e Marininha Klink 

 

        Nascemos numa família que gosta de viajar de barco, e muito. Crescemos enquanto nosso pai construía um novo veleiro, o Paratii 2. Pessoas que nunca tinham visto um barco antes também participaram da sua construção, que aconteceu devagar, longe do mar e com muito esforço. Quando ficou pronto, tornou-se famoso pelas viagens que fez e por ser um dos barcos mais modernos do mundo. Nossa mãe sabia que o barco era seguro e que poderia levar toda a nossa família. Então pediu para irmos todos juntos numa próxima vez e nosso pai concordou! Ficamos felizes porque, finalmente, não ficaríamos na areia da praia dando tchau. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGjWt1XB5crZaG2ATlaU50VNjihWNSy1wIWjrY4yzuc5gA1MrfJbT-tz3iG-JhrXgHFPpFm1Mzk3VfL9MM7d05oAN3xpALI3hWXr8xf7eqLOIqBdgY6duKSkPEuDU0aYCdA5Qj03zivczNxYjo5dL8SZkaNR3xSennOEodIx3iVmUFZJvl730b2xQOH4k/s320/barco_paratii_2_6.jpg


        Partimos para uma longa viagem e deixamos nossos avós com saudades. Viajamos para um lugar que muitas pessoas nem imaginam como é.

        Para chegarmos lá, balançamos para cima e para baixo, para um lado e para o outro, com movimentos nem um pouco agradáveis, nada parecidos com os que experimentamos em terra firme. 

        Fomos para um continente que não tem dono, bandeira ou hino, onde sentimos temperaturas abaixo de zero. Dizem que ali é tudo branco e só tem gelo, mas enquanto viajávamos fomos descobrindo muitas cores e diferentes tons de branco. 

        Sempre nos perguntam: "O que vocês fazem lá?" "Tudo!" é a nossa resposta. É um lugar muito especial chamado Antártica. E por que é tão especial assim? 

        [...] 

       Kit de sobrevivência

        Todo o lugar é especial e interessante para se começar uma história. Esta começa no nosso quarto. É lá que fica o armário onde fazemos nossas primeiras “escavações” para achar tudo o que precisamos levar [...]: luvas, gorros, capas, toucas grossas, roupas de tecido que grudam no corpo (segunda pele), botas, óculos escuros, protetor solar... Nada pode ser esquecido, porque na Antártica não tem nenhuma lojinha [...].

        Aprendemos com a nossa mãe que não existe tempo ruim; existe roupa inadequada. Ela nos contou que em uma de suas viagens para lugares frios, encontrou uma moça com seu bebê na rua. Acostumada a ver crianças passearem em dias ensolarados tipicamente tropicais, ela ficou impressionada ao ver um pequeno bebê passeando tranquilamente em seu carrinho pela rua coberta de neve, que mais parecia uma imensa “geladeira” [...]. Mas não havia com o que se preocupar, pois o bebê estava com a roupa certa para aquele inverno rigoroso.

        A preparação dessa viagem exige atenção com a segurança o tempo todo. Estar seguro na Antártica é diferente de estar seguro na cidade. [...] Na Antártica, ganhamos liberdade. Mas sempre temos que ter o cuidado de nos proteger do frio e da fome. Para enfrentar o que vem pela frente temos que estar sempre bem preparados.

Laura, Tamara, Marininha Klink. Férias na Antártica.2 ed. São Paulo: Peirópolis, 2014. (Fragmento adaptado).

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP325-327.

Entendendo o relato pessoal:

01 – Do que a família das irmãs Klink gosta?

a)   Ela gosta de bandeiras.

b)   Ela gosta de construções.

c)   Ela gosta de viajar de barco.

02 – Enquanto as irmãs Klink cresciam, o que o pai delas construía?

a)   Um navio.

b)   Um veleiro.

c)   Uma jangada.

03 – Quem acompanhou Amyr Klink em uma de suas viagens?

a)   Toda a família.

b)   Ninguém.

c)   Apenas a mãe.

04 – Para onde eles viajaram?

a)   Para a América Central.

b)   Para a Antártica.

c)   Para a Europa.

05 – Como esse lugar foi descrito pelas autoras do texto?

a)   Um lugar com lojas e grande circulação de pessoas.

b)   Um lugar sem pessoas, onde só havia gelo.

c)   Um continente que não tem dono, bandeira ou hino, com temperaturas abaixo de zero.

06 – Releia o trecho a seguir.

        “Todo o lugar é especial e interessante para se começar uma história. Esta começa no nosso quarto. É lá que fica o armário onde fazemos nossas primeiras “escavações” para achar tudo o que precisamos levar.”

a)   Onde começa a história das irmãs? Por quê?

Começa no quarto, porque é onde está tudo o que precisavam levar na viagem.

b)   O que elas pegaram no quarto para irem a esse lugar especial?

Luvas, gorros, capas, toucas grossas, roupas de tecido que grudam no corpo (segunda pele), botas, óculos escuros, protetor solar.

c)   Por que pegaram todas essas coisas?

Porque nada poderia faltar, já que não teriam onde comprar qualquer coisa.

d)   Que parte do texto comprova a sua resposta ao item c?

“Nada pode ser esquecido, porque na Antártica não tem nenhuma lojinha [...].”

07 – Releia o trecho a seguir.

        “Nascemos numa família que gosta de viajar de barco, e muito. Crescemos enquanto nosso pai construía um novo veleiro, o Paratii 2.”

·        Nesse trecho, duas palavras podem ser usadas como sinônimas uma da outra. Que palavras são essas?

Barco e veleiro.

08 – Leia o trecho abaixo com atenção às palavras destacadas.

        “Fomos para um continente que não tem dono, bandeira ou hino, onde sentimos temperaturas abaixo de zero.”

·        No trecho, o que significa a expressão “não tem dono”?

Significa que o continente não pertence a nenhum país.

09 – Reescreva o trecho a seguir no caderno substituindo “inverno rigoroso” por uma expressão do quadro abaixo com o mesmo sentido.

Inverno cheio de regras – inverno medroso – inverno rígido.

        “Mas não havia com o que se preocupar, pois o bebê estava com a roupa certa para aquele inverno rigoroso.”

      Inverno rígido.

10 – Copie as palavras abaixo no caderno, completando-as com s, ss, ç, sc, z, x.

Felizes – rigoroso – esforço – nascemos – grossas – existe – crescemos – balançamos – famoso – fazemos – interessante – exige.