sexta-feira, 22 de junho de 2018

CONTO: MISSA DO GALO - MACHADO DE ASSIS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Conto: MISSA DO GALO
         Machado de Assis


        NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão M da comborça; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
        Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
        Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver "a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.
        — Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.
        — Leio, D. Inácia.
        Tinha comigo um romance, Os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.
        — Ainda não foi? perguntou ela.
        — Não fui, parece que ainda não é meia-noite.
        — Que paciência!
        Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da alcova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro, ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:
        — Não! qual! Acordei por acordar.
        Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que valeria alguma cousa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir ou aborrecer Já disse que ela era boa, muito boa.
        — Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.
        — Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar sozinho!
        Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu.
        — Quando ouvi os passos estranhei: mas a senhora apareceu logo.
        — Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.
        — Justamente: é muito bonito.
        — Gosta de romances?
        — Gosto.
        — Já leu a Moreninha?
        — Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.
        — Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é que você tem lido?
        Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos.
        "Talvez esteja aborrecida", pensei eu.
        E logo alto:
        — D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...
        — Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio, são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
        — Já tenho feito isso.
        — Eu, não, perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
        — Que velha o que, D. Conceição?
        Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranquilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou concertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas ideias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.
        — É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.
        — Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana santa na Corte é mais bonita que na roça. S. João não digo, nem Santo Antônio...
        Pouco a pouco, tinha-se reclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia, contá-las do meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras cousas que me iam vindo à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por que, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:
        — Mais baixo! mamãe pode acordar.
        E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido: cochichávamos os dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou, trocou de atitude e de lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho:
        — Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve, se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono.
        — Eu também sou assim.
        — O quê? perguntou ela inclinando o corpo, para ouvir melhor.
        Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti-lhe a palavra. Riu-se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.
        — Há ocasiões em que sou como mamãe, acordando, custa-me dormir outra vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me e nada.
        — Foi o que lhe aconteceu hoje.
        — Não, não, atalhou ela.
        Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela missa Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta ou outra matéria e eu pegava novamente na palavra. De quando em quando, reprimia-me:
        — Mais baixo, mais baixo. . .
        Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma cousa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que pendiam da parede.
        — Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros. Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.
        — São bonitos, disse eu.
        — Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro.
        — De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.
        — Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso, mas eu penso muita cousa assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.
        A ideia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos. Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes.
        — Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse consigo.
        Concordei, para dizer alguma cousa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um sentimento de respeito; mas a ideia de parecer que era aborrecimento, quando não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, o silêncio era completo.
        Chegamos a ficar por algum tempo, — não posso dizer quanto, — inteiramente calados. O rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que bradava: "Missa do galo! missa do galo!"
        — Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus.
        — Já serão horas? perguntei.
        — Naturalmente.
        — Missa do galo! — repetiram de fora, batendo.
        — Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus até amanhã.
        E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro em março, o escrivão tinha morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido.
                                                                            Machado de Assis.
Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro.

Entendendo o conto:
01 – A narrativa mostra a realidade social. Que realidade é esta?
      A realidade das relações de aparências, apresentar o casamento de fachada sem amor, aquele que é aprovado pela sociedade.

02 – Enfim, nada é revelado, os vazios vão se formando e mais uma vez o leitor participa. Isso é uma narrativa aberta. Explique.
      A narrativa é aberta porque o autor deixa a critério do leitor fazer suas próprias conclusões sobre o destino dos personagens envolvidos.

03 – O conto como podemos observar, se desenrola no nível do suspense. Há em primeiro momento, um adultério consentido. O escrivão Menezes sai de casa para ter um caso? Explique.
      Sim, o escrivão tem um caso extra conjugal, por isso, dorme fora de casa uma vez por semana dizendo que vai ao teatro.

04 – Sabe-se que na época em que Machado de Assis escreveu o conto A Missa do Galo, questões como adultério, ainda mereciam reflexões. Comente.
      O adultério sempre existiu e naquela época, casos de adultério por parte do homem era tolerado, já o da mulher era duramente reprimido pela sociedade.

05 – Considere as afirmações abaixo sobre o conto “A Missa do Galo”, de Machado de Assis.

I - Machado de Assis vale-se de um recurso muito presente na sua ficção, ou seja, a utilização de diversos pontos de vista e avaliações, deixando ao leitor o trabalho de interpretá-los.
II - A ambiguidade do discurso narrativo pode ser relacionada à imbricação de dois pontos de vista: o do adolescente Nogueira e do Nogueira maduro que avalia o passado.
III - Para o adolescente Nogueira, são transparentes os gestos e as palavras de Conceição, mas, por questões éticas, finge não os compreender.
Quais são corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

06 – Nos contos de Missa do galo: variações sobre o mesmo tema, a imagem de Conceição como mulher submissa, fria e ‘santa’ só NÃO é revertida quando a narrativa se faz sob a perspectiva de:
a) Meneses
b) Conceição
c) Nogueira
d) D. Inácia

07 – Alguns dos contos de Missa do galo: variações sobre o mesmo tema possuem epígrafes, que, retiradas em Machado de Assis, estabelecem com o texto epigrafado diferentes relações.
        A opção em que se indica uma relação INADEQUADA entre a abordagem do conto e sua epígrafe é:
a)   Na versão de Autran Dourado, a epígrafe “Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos.” sugere a perplexidade e o desapontamento de Távora quando, numa conversa, lhe é revelado por Conceição o jogo de sedução que se estabelecera entre ela e Nogueira na noite da missa do galo.

b)   Na versão de Osman Lins, a epígrafe “Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta” faz referência às dúvidas e ambiguidades que permeiam a aproximação, relembrada pelo narrador, entre ele e Conceição naquela noite de missa do galo.
c)   Na versão de Nélida Piñon, a epígrafe “Fartou-se de antemão do banquete da vida” remete à forma como Nogueira, ainda jovem, se aproveita sexualmente da aproximação com Conceição.
d)   Na versão de Julieta de Godoy Ladeira, a epígrafe “Boa Conceição! Chamavam-lhe ‘a santa’ e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido” refere-se ironicamente à imagem de Conceição, que aí revela seu lado de mulher sedutora, desejável e desejante.

08 – Sobre os contos reunidos em "Missa do galo: variações sobre o mesmo tema", é INCORRETO afirmar que:
a) na versão que toma Menezes como narrador, o episódio da aproximação entre Nogueira e Conceição, central no original machadiano, é apenas sugerido.
b) em algumas versões, adota-se o narrador de terceira pessoa, embora privilegiando-se o ponto de vista específico de um ou mais personagens.
c) a personagem de D. Inácia aparece, nos contos reescritos, ora como mãe de Menezes, ora como mãe de Conceição.
d) uma das versões concentra-se em fatos posteriores ao episódio da missa do galo, revelando o envolvimento entre o jovem Nogueira e Conceição após a morte de Meneses.



CONTO: O QUE SÃO DINOSSAUROS? COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Conto: O que são dinossauros?

Muito tempo antes de o homem aparecer na terra, quem reinava no planeta eram os dinossauros.
               Esses grandes répteis, que viveram há 220 milhões de anos, tinham pele rígida e escamosa, garras poderosas e colocavam ovos para se reproduzir.
        Alguns cientistas acreditam que eles possuíam sangue quente. Ou seja, não dependiam do meio ambiente e do clima para ficarem aquecidos.
        Os dinossauros caminhavam com as patas embaixo do corpo, como mamíferos, sobre duas ou quatro patas. Alguns eram bem lentos, mas outros corriam bem rápido.
        Também se alimentavam de modo diferente: uns gostavam de plantas (os herbívoros), outros preferiam carne (os carnívoros) e um terceiro grupo, tanto de plantas quanto de carne (os onívoros).


                               Tudo sobre... dinossauros. São Paulo, dcl, 2006.


Entendendo o conto:

01 – Responda:

a) Que tipo de animal eram os dinossauros?
( ) mamíferos        ( ) anfíbios          (X) répteis.

b) Como eram os dinossauros?
     Tinham pele rígida e escamosa, garras poderosas e colocavam ovos para se reproduzir.

c) O que significa possuir “sangue quente”?
      Não dependiam do meio ambiente e do clima para ficarem aquecidos.

02 – Como se chamam os animais que se alimentam de:
·        Plantas: Os herbívoros.
·        Carne: Os carnívoros.
·        Plantas e carne: Os onívoros.

03 – Quantos parágrafos tem esse texto?
      Possui 05 parágrafos.

04 – Copie do texto a parte que informa o modo como os dinossauros caminhavam:
      Os dinossauros caminhavam com as patas embaixo do corpo, como mamíferos, sobre duas ou quatro patas. Alguns eram bem lentos, mas outros corriam bem rápido.




TEXTO: O SEGREDO DA AVENIDA REBOUÇAS - NANDO REIS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: O Segredo da Avenida Rebouças


        Quando eu era pequeno, minha mãe tinha uma linda bolsa de contas brancas, com uma alça curta de argolas, parecida com uma corrente, e um sistema de abrir que era formidável. Lembro que essa bolsa me marcou. Eu achava que minha mãe ficava linda quando a usava. Naquela época, a gente morava em São Paulo, perto de uma avenida chamada Rebouças. Nunca entendi direito o que queria dizer esse nome.
    

           Era um nome estranho, diferente das ruas que têm nome de gente (em geral, de gente que a gente nunca sabe quem foi) ou das ruas que têm nome de datas importantes.
        Mais tarde, quando comecei a viajar pelo Brasil, por causa do meu trabalho, encontrei muitas ruas com o mesmo nome em cidades diferentes. Toda cidade tem uma rua, que em geral é uma avenida, chamada “7 de Setembro”. Nas cidades pequenas, quase sempre é a rua principal, ao lado da matriz. Matriz é a igreja mais importante, a maior, que fica numa praça no centro das cidades.
         Além das ruas “7 de Setembro”, sempre há uma rua “XV de Novembro” (esse XV quer dizer 15, como os romanos escreviam os números antigamente). Tanto 7 de setembro como 15 de novembro são datas importantes da História do Brasil. São o Dia da Independência e o da Proclamação da República. Por isso, viraram nomes de ruas.
        Mas há outras datas tão ou mais importantes que nunca vi em rua nenhuma. Uma delas é 25 de dezembro, dia do Natal. Alguém conhece alguma rua chamada “25 de Dezembro”? Tudo bem que é uma festa de uma religião e há pessoas de outras religiões que não comemoram o Natal. Mas, de qualquer maneira, mexe com todo mundo e é feriado quase em todos os países. Certamente o dia 25 de dezembro é mais importante do que o dia 9 de julho (dia da Revolução Constitucionalista). No entanto, há sempre uma avenida “9 de Julho”.
        E, se o motivo principal para as pessoas virarem nome de rua é a importância do seu feito, por que não temos uma enxurrada de ruas “Pedro Álvares Cabral”? Afinal, foi o Pedro quem descobriu o Brasil.
        Mas, voltando a avenida Rebouças, descobri que existe um túnel no Rio de Janeiro com esse nome. E continuo a saber o que ele significa. Como desde pequeno a avenida Rebouças me faz lembrar da bolsa de contas brancas da minha mãe, decidi que o nome Rebouças, para mim, quer dizer “A Bolsa de Novo”.
        Querem saber por quê? Oras, quando você refaz uma coisa, isso quer dizer que você faz de novo. Quando você lembra, você lembra de novo. Quando você recomeça, você começa de novo. Então, “Re-bouças”, seria o mesmo que dizer. A bolsa de contas brancas de novo. Dessa maneira, quando desço a avenida ou atravesso o túnel, é como se eu estivesse vendo aquela linda bolsa de novo, no banco do carro, ou no colo de minha mãe. E isso me dá uma grande sensação de alegria.
        Acho que para cada um de nós acontecem coisas desse tipo. Algumas palavras que, quando você ouve, te fazem pensar numa outra coisa completamente diferente do que ela significa. E daí, pra você, é como se ela tivesse um sentido secreto. Tente se lembrar de palavras desse tipo. Como requeijão. Será que não é “queijo de novo”? Não sei. Pense nas palavras dessa maneira e tenho certeza de que você vai se divertir.

             Nando Reis. Revista Zá. São Paulo: Pinus, n. 1, julho, 1996.

Entendendo o texto:
01 – Com uma única palavra, indique qual a sua primeira impressão sobre o texto.
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Qual é o assunto do texto?
      O assunto do texto é sobre palavras que, ao serem ouvidas, nos fazem pensar numa outra coisa. Além disso, o autor faz comentários sobre nomes de ruas.

03 – Qual é “o segredo da avenida Rebouças”?
      Para o narrador, lembra a bolsa da mãe, juntamente com uma grande sensação de alegria.

04 – Que expressões o autor utiliza para caracterizar a palavra Rebouças?
      A bolsa de novo, nome estranho.

05 – O que levou o narrador a considerar que “Rebouças” significava “bolsa de novo”?
      Se refazer é fazer de novo, se relembrar é lembrar de novamente, se recomeçar é começar de novo, então “Re-bouças” é o mesmo que dizer “A bolsa de novo”.

06 – Explique com suas palavras o que o narrador do texto quis dizer com as ideias apresentadas no último parágrafo.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia o segundo parágrafo e responda:
a)   A que público leitor o autor do texto se dirige?
Pessoas muito jovens (crianças e pré-adolescentes) devido à simplicidade da linguagem.

b)   Como você chegou a essa conclusão?
Resposta pessoal do aluno.

08 – Como você pode comprovar que o texto é uma história e está escrita em primeira pessoa?
      O texto foi estruturado na forma de um relato. Para isso, foram criadas personagens que se situam num tempo e num espaço. Entre elas, se destaca o narrador-personagem, responsável pelo relato. Daí o emprego da 1ª pessoa: “Quando eu era pequeno” ... “descobri que existe um túnel” ...

09 – Para você qual é a data mais importante, relatada no texto? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Que outras ruas você conhece que indicam datas ou acontecimentos importantes da história de nosso país?
      Resposta pessoal do aluno.

TEXTO PARA SÉRIES INICIAIS - CELESTE, A ESTRELA-DO-MAR - COM GABARITO

Texto - Celeste, a estrela-do-mar

        Celeste era uma estrela-do-mar muito feliz. Então, em uma terrível tempestade, Celeste se desgrudou de sua bela pedra cheia de corais. Celeste foi parar em um lugar muito perigoso: nas costas de um enorme peixe. Então, apareceu um tubarão com uma cara nada boa. E agora? O tubarão estava se aproximando e era muito grande! Os dois começaram a brigar e Celeste quis sair dali rapidinho! E, quando conseguiu fugir, percebeu que o tubarão tinha arrancado um bracinho seu. Ai, que dor! Ela foi caindo, cindo, e parou no fundo do mar. Celeste ficou bem quietinha... E triste. Achava que estava muito feia por ter virado uma estrela com apenas quatro pontas... Mas que coisa! O tempo foi passando e algo estava mudando em Celeste. Que surpresa! Viu que o seu bracinho tinha voltado naturalmente. Agora, Celeste tinha cinco pontas de novo e era a estrela mais feliz do mar!
                                                                  Camila Pereira de Farias.
Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto?
      Celeste, a estrela-do-mar.

02 – O que aconteceu com a terrível tempestade?
      Celeste se desgrudou de sua bela pedra cheia de corais.

03 – Onde Celeste foi parar?
      Em um lugar muito perigoso, nas costas de um enorme peixe.

04 – Ao fugir, o que Celeste percebeu?
      Que o tubarão tinha arrancado um bracinho seu.

05 – Com o passar do tempo, o que mudou em Celeste?
      Seu bracinho tinha voltado naturalmente.

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TEXTO PARA SÉRIES INICIAIS: A CONTADORA DE HISTÓRIAS - COM GABARITO

Texto - A contadora de histórias

        Gabi ganhou uma fantasia de borboleta de sua tia Ver, e junto com a fantasia ganhou também um livro com várias histórias. Gabi estava achando tudo muito divertido. Vestida com a fantasia de borboleta, Gabi perguntou para sua mãe se poderia convidar os amigos Riki e Ben para ouvirem as belas histórias do livro que tinha ganhado da tia Vera. A mãe de Gabi concordou, e disse que iria preparar um gostoso bolo para essa turminha animada. Gabi pulou de alegria, dizendo:
        - Viva! Meus amigos vão adorar ouvir as histórias.
        Riki e Ben chegaram à casa de Gabi e levaram um susto quando viram a amiga como uma borboleta. Gabi explicou que era apenas uma fantasia, e eles acharam muito engraçado. Ouviram as histórias, comeram bolo e brincam para valer.
                                                                   Camila Pereira de Farias.
Entendendo o Texto:
01 – Qual o título do texto?
      A contadora de histórias.

02 – O que Gabi ganhou?
      Uma fantasia de borboleta e junto um livro de histórias.

03 – A mãe de Gabi preparou o que?
      Um bolo para os amigos de Gabi.

04 – Como Riki e Ben reagiram ao ver Gabi com a fantasia de borboleta?
      Levaram um susto, mas acharam muito engraçado.

05 – Como foi a tarde deles?
      Ouviram as histórias, comeram bolo e brincaram bastante.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): O POETA ESTÁ VIVO - BARÃO VERMELHO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): O Poeta Está Vivo

                                      Barão Vermelho
Baby, compra o jornal
E vem ver o sol
Ele continua a brilhar
Apesar de tanta barbaridade

Baby, escuta o galo cantar
A aurora dos nossos tempos
Não é hora de chorar
Amanheceu o pensamento

O poeta está vivo
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento

Se você não pode ser forte
Seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar
Não tenha pena

Todo mundo é parecido
Quando sente dor
Mas nu e só ao meio dia
Só quem está pronto pro amor

O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento

O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento

Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento.
                                                      Composição: Dulce Quental

Entendendo a canção:
01 – Na primeira estrofe a que barbaridade a música se refere?
      As barbaridades queremos no jornal todo DIA.

02 – O que significa dizer “O sol continua a brilhar”?
      Dá a ideia de que ainda se suporta essa situação sem fazer NADA.

03 – De acordo com a canção quem é capaz de modificar-se? Como?
      O poeta. Na letra diz que ele move o moinho. Provavelmente é por FALAR aquilo que está errado e APONTAR soluções.

04 – Mas para que os sonhos do poeta se concretizem é preciso o quê?
      É incerto, mas o poeta tem que INFLUENCIAR pessoas. A gente vê isso no plural de moinho de vento.

05 – Na última estrofe o que significa dizer o que ele também conheceu os jardins do Eden?
      No mínimo duas razões:
      1ª Ele leu a Bíblia e viras promessas de Deus para nós e nos relatou.
      2ª O poeta é o diabo.

06 – Como o poeta nos conta sua experiência?
      Na expressão “Quem tem coragem de ouvir”, indica que ele falou oralmente.

07 – Na canção exista uma ideia de modificar o mundo através do quê?
      Das ideias do poeta, quando forem colocadas em prática.

08 – Conte com suas palavras o que o poeta transmite nessa canção para você.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Esta canção foi composta com o objetivo de fazer uma homenagem a quem?
      Para o CAZUZA, quando estava retornando para o Brasil, vindo dos Estados Unidos, onde estivera à beira da morte, devido complicações causadas pela AIDS.

10 – Nos versos:
        “Mas quem tem coragem de ouvir
         Amanheceu o pensamento
         Que vai mudar o mundo
         Com seus moinhos de vento”.

A que o poeta se refere?
      Refere-se aqueles que tem ousadia para ouvir o novo, porém com capacidade crítica para avaliar aquilo que está ouvindo. Os versos chamam o ouvinte a assumir posturas transformadoras, abdicar dos pré-conceitos estabelecidos pela sociedade.