quinta-feira, 3 de outubro de 2024

ENTREVISTA: A CANTINA ESCOLAR TAMBÉM É UM ESPAÇO QUE EDUCA? (FRAGMENTO) - COM GABARITO

 Entrevista: A cantina escolar também é um espaço que educa? – Fragmento

        Todos os dias mães, pais e responsáveis se perguntam: o que eu vou enviar para o lanche da escola? De segunda a sexta a cena se repete e a busca por opções saudáveis nem sempre é feliz. Para muitas famílias, a venda de alimentos na escola é uma facilidade que garante a merenda das crianças. Mas e quando as opções à venda não são tão saudáveis quanto gostaríamos? Juliana Abrahão é nutricionista com experiência em cardápios saudáveis para escolas. “Enquanto não temos uma legislação federal que defina critérios para todas as escolas, públicas e privadas, vejo que uma transformação vem acontecendo no ambiente escolar e as cantinas estão melhorando os alimentos ofertados”, enfatiza. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcfr-TsE7i64j5KU4fCkTNIi_UZCVwPHVJUloAO8CEluUP0TKe-lMPCfiFkEO9UAk5NENK8esiLYEXKDtNO9HyzkmHlzeBcvLWmVWXrZ4jourEW7T29KmIVaEfqy3KDpmuqXGKT_5RVbCXGc95XZA-HnTgNfznNjHT4HIVFM3UCLPaZv_WsZQ-IYLTRcc/s320/CANTINA.jpg


Ela lembra que, apesar das mudanças visíveis em muitas cantinas escolares pelo país, ainda há alguns obstáculos à promoção da alimentação saudável nas escolas. “Nas escolas públicas é preciso reivindicar que a alimentação oferecida seja sempre de boa qualidade e na escola privada, no caso da venda, as famílias precisam ficar atentas quanto aos alimentos disponíveis”, explica. Na entrevista a seguir, Juliana Abrahão conta mais sobre a importância das cantinas saudáveis para a tranquilidade das famílias e para a saúde dos alunos.

        [...]

        Qual é o papel da cantina escolar para a promoção da alimentação saudável?

        Temos uma variedade de situações quando pensamos em alimentação escolar. Nas escolas públicas temos o oferecimento gratuito da merenda ou a venda em cantinas; nas escolas privadas temos os alunos que levam o lanche de casa, temos os alunos que compram na escola o que vão comer e temos ainda a situação em que todo o lanche é de responsabilidade da escola. Em todas as situações de comércio, a cantina escolar deve ter o compromisso social com a saúde da comunidade escolar na qual ela se insere. Os lanches e produtos que ela comercializa têm enorme importância para um bom desenvolvimento físico, psíquico e social das crianças. Além disso, uma cantina que se preocupa com a saúde da comunidade escolar, a partir da oferta de alimentos adequados e saudáveis, desenvolve a confiança nos pais e alunos.

[...].

A CANTINA escolar também é um espaço que educa? Rebrinc. Disponível em: https://rebrinc.com.br/noticias/alimentacao/a-cantina-escolar-tambem-e-um-espaco-que-educa. Acesso em: 7 maio 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 94-95.

Entendendo a entrevista:

01 – Qual a principal função da cantina escolar, segundo a nutricionista Juliana Abrahão?

      A principal função da cantina escolar é garantir a alimentação saudável dos alunos, contribuindo para o seu desenvolvimento físico, psíquico e social. Além disso, a cantina deve ter um compromisso social com a comunidade escolar, oferecendo alimentos de qualidade e desenvolvendo a confiança dos pais e alunos.

02 – Quais são os principais desafios para a promoção de alimentos saudáveis nas cantinas escolares?

      Os principais desafios são a falta de uma legislação federal específica para todas as escolas (públicas e privadas), a necessidade de reivindicar alimentos de qualidade nas escolas públicas e a atenção das famílias quanto aos alimentos disponíveis nas escolas privadas.

03 – Qual a importância da parceria entre escola, família e nutricionista para garantir uma alimentação saudável na escola?

      A parceria entre escola, família e nutricionista é fundamental para garantir uma alimentação saudável na escola. A escola deve oferecer um ambiente propício e alimentos de qualidade, a família deve estar atenta às opções oferecidas e o nutricionista deve orientar e acompanhar o processo, garantindo que as necessidades nutricionais dos alunos sejam atendidas.

04 – Como a cantina escolar pode contribuir para a educação alimentar das crianças?

      A cantina escolar pode contribuir para a educação alimentar das crianças ao oferecer uma variedade de alimentos saudáveis, incentivando o consumo de frutas, legumes e verduras, e evitando alimentos ultra-processados. Além disso, a cantina pode promover atividades educativas sobre alimentação saudável, como oficinas de culinária e palestras com nutricionistas.

05 – Qual o impacto da alimentação saudável na escola para o desenvolvimento das crianças?

      A alimentação saudável na escola tem um impacto positivo no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças. Uma alimentação adequada fornece os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento, melhora o desempenho escolar, aumenta a imunidade e previne doenças crônicas.

 

POEMA: MEU PENSAMENTO É UM RIO SUBTERRÂNEO - FERNANDO PESSOA - COM GABARITO

 Poema: Meu pensamento é um rio subterrâneo

             Fernando Pessoa

Meu pensamento é um rio subterrâneo.

Para que terras vai e donde vem?

Não sei... Na noite em que o meu ser o tem

Emerge dele um ruído subitâneo

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO7lkwIur6bSQvaBTUsubuRF6OId4nWUriVCaelq6H44vsXeu7Ik7rd-dOhBb1mFsdxReHk3f0UDKgaVc4omrtwugAfyB_bTps_WYhZShL5dTxzdRu_RQZxtvzDZc-c391bMoRTU8-oqTuoPiYWJqGadcAaM7Mqk2lmSqN_QuGIWDN8-oLOsSOitNFrTQ/s320/RIO.jpg

De origens no Mistério extraviadas

De eu compreendê-las..., misteriosas fontes

Habitando a distância de ermos montes

Onde os momentos são a Deus chegados...

 

De vez em quando luze em minha mágoa

Como um farol num mar desconhecido

Um movimento de correr, perdido

Em mim, um pálido soluço de água...

 

E eu relembro de tempos mais antigos

Que a minha consciência da ilusão

Águas divinas percorrendo o chão

De verdores uníssonos e amigos,

 

E a ideia de uma Pátria anterior

À forma consciente do meu ser

Dói‑me no que desejo, e vem bater

Como uma onda de encontro à minha dor.

 

Escuto‑o... Ao longe, no meu vago tacto

Da minha alma, perdido som incerto,

Como um eterno rio indescoberto,

Mais que a ideia de rio certo e abstrato...

 

E p'ra onde é que ele vai, que se extravia

Do meu ouvi‑lo? A que cavernas desce?

Em que frios de Assombro é que arrefece?

De que névoas soturnas se anuvia?

 

Não sei... Eu perco‑o... E outra vez regressa

A luz e a cor do mundo claro e atual,

E na interior distância do meu Real

Como se a alma acabasse, o rio cessa...

Obra Poética e em Prosa. Vol. I. Fernando Pessoa. (Introdução, organização, biobibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa.) Porto: Lello, 1986. - 1093.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 329.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal metáfora utilizada no poema e o que ela representa?

      A principal metáfora é a comparação do pensamento a um rio subterrâneo. O rio simboliza o fluxo inconsciente dos pensamentos, suas origens misteriosas e seu destino desconhecido. Ele representa a profundidade e a complexidade da mente humana, bem como a busca por respostas a questões existenciais.

02 – Qual a relação entre o pensamento e o tempo no poema?

      O pensamento é apresentado como um fluxo contínuo, que transcende o tempo presente. Ele se conecta a um passado remoto, a um "tempo mais antigo", e se projeta para um futuro incerto. Essa relação com o tempo confere ao pensamento um caráter atemporal e eterno.

03 – Qual o papel do mistério e da incerteza no poema?

      O mistério e a incerteza são elementos fundamentais do poema. O eu lírico busca compreender a origem e o destino de seus pensamentos, mas encontra apenas perguntas sem respostas. Essa busca por respostas insondáveis intensifica a experiência poética e nos convida a refletir sobre a natureza da consciência.

04 – Qual a importância da natureza para a expressão dos sentimentos do eu lírico?

      A natureza, representada pelo rio, pelos montes e pelas águas, serve como um espelho para os sentimentos do eu lírico. As imagens da natureza ajudam a expressar a profundidade e a complexidade das emoções, como a melancolia, a nostalgia e a busca por sentido.

05 – Qual a relação entre o pensamento e a identidade do eu lírico?

      O pensamento é parte intrínseca da identidade do eu lírico. Ele é o que o define, o que o move e o que o conecta com o mundo. Ao explorar as profundezas de seu pensamento, o eu lírico busca uma compreensão mais profunda de si mesmo.

06 – Qual o significado da "Pátria anterior" mencionada no poema?

      A "Pátria anterior" pode ser interpretada como um estado de consciência pré-racional, um lugar de origem onde os pensamentos fluem livremente, sem as limitações da razão. Essa pátria representa a busca por uma identidade mais autêntica e profunda.

07 – Qual a atmosfera geral criada pelo poema?

      O poema cria uma atmosfera de mistério, melancolia e introspecção. A imagem do rio subterrâneo evoca um sentimento de profundidade e de busca interior. A linguagem poética, rica em imagens e metáforas, contribui para a criação de um mundo interior rico e complexo.

POEMA: QUASE - (FRAGMENTO) - MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO - COM GABARITO

Poema: Quase – Fragmento

             Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d’asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIcNWDKG0xs03klJu9wi36OwYTNLJslMe0e9_5M_MsO6YCyqiHqc45w_NMt2ihUUrEIZAh44RN5CkNMKoVYSqvVhK76krG1wndvow1f1ftAEeYU9q02-q4Q91RR0-LvMZUWCJitiva8rgxFNFwYBo0XVz4OdnIoApCx8lp4I6ZHsbaZGuCKryeAkIbDj0/s320/monstro.jpg


Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido…

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão…
Mas na minh’alma tudo se derrama…
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo… e tudo errou…
– Ai a dor de ser-quase, dor sem fim… –
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou…

Mário de Sá-Carneiro.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 332.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal emoção transmitida pelo poema?

      A principal emoção transmitida pelo poema é a frustração. O eu lírico demonstra uma profunda tristeza e angústia diante da sensação de estar sempre próximo de algo, mas nunca o alcançando completamente. A repetição da palavra "quase" enfatiza essa ideia de incompletude e de desejos não realizados.

02 – Que significado a imagem da "asa que se elançou mas não voou" possui no contexto do poema?

      A imagem da "asa que se elançou mas não voou" simboliza a incapacidade do eu lírico de alcançar seus objetivos. A asa representa a ambição, o desejo de voar alto e realizar grandes feitos. No entanto, a falta de um "golpe d'asa" final impede que esse voo se concretize, deixando o poeta preso à terra e à frustração.

03 – Qual a relação entre o título "Quase" e o tema central do poema?

      O título "Quase" resume a temática central do poema. A palavra "quase" permeia todo o texto, enfatizando a ideia de que tudo o que o eu lírico desejou ficou à beira de ser realizado, mas nunca se concretizou. Essa constante proximidade do objetivo sem nunca o alcançar gera uma profunda angústia e frustração.

04 – Como o poema "Quase" se relaciona com a estética do Modernismo?

      O poema "Quase" é representativo da estética modernista por sua linguagem subjetiva, pela valorização do individual e pela expressão dos sentimentos mais íntimos do poeta. A busca por uma identidade própria e a angústia existencial são temas recorrentes no Modernismo, e "Quase" captura essa essência de forma intensa.

05 – Qual a importância do poema "Quase" na obra de Mário de Sá-Carneiro?

      O poema "Quase" é considerado um dos mais importantes da obra de Mário de Sá-Carneiro, pois revela de forma profunda a angústia existencial e a busca por sentido que marcaram a vida do poeta. A obra reflete a sensibilidade e a intensidade com que Sá-Carneiro vivenciou a vida, e sua temática universal de frustração e incompletude continua a ressoar com os leitores até os dias de hoje.

 

 

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

CURTA-METRAGEM (ANÁLISE): ILHA DAS FLORES - UM LUGAR ONDE HA POUCAS FLORES - JORGE FURTADO - COM GABARITO

 Análise detalhada do curta-metragem "Ilha das Flores"

 


01. O nome do filme "Ilha das Flores".

O título "Ilha das Flores" evoca uma imagem de um lugar paradisíaco, repleto de beleza e vida. No entanto, o filme subverte essa expectativa, revelando uma realidade completamente oposta: um local de descarte de lixo, onde a vida humana é marginalizada e a natureza é degradada. O contraste entre o nome idealizado e a realidade cruel serve para denunciar as desigualdades sociais e a exploração da natureza.

02. Ideias principais do filme.

Desigualdade social: O filme evidencia a profunda disparidade entre os ricos e os pobres, mostrando como o sistema econômico gera a miséria e a exclusão social.

Exploração da natureza: A produção em massa e o consumo desenfreado levam à degradação ambiental e à produção de grandes quantidades de lixo.

Ciclo da vida e da morte: O filme acompanha a trajetória de um tomate, desde a plantação até o descarte, simbolizando o ciclo da vida e da morte e a forma como a sociedade desperdiça recursos.

Crítica ao capitalismo: O sistema capitalista é denunciado por sua lógica de produção e consumo, que prioriza o lucro em detrimento da vida humana e do meio ambiente.

03. Recursos utilizados pelo diretor.

Montagem: A montagem rápida e dinâmica, com alternância entre diferentes cenas, cria um ritmo frenético que reflete a intensa atividade produtiva e o descarte acelerado.

Música: A trilha sonora, com sons industriais e ruídos ambientais, reforça a atmosfera caótica e opressiva.

Imagens: As imagens são fortes e impactantes, mostrando a miséria, a sujeira e a exploração.

Narração: A narração em off, com um tom irônico e crítico, guia o espectador pela história e apresenta reflexões sobre a sociedade.

04. As afirmações iniciais e finais

As afirmações iniciais e finais têm como objetivo:

Realismo: Afirmar que a história é baseada em fatos reais, tornando a denúncia ainda mais impactante.

Crítica à ficção: Questionar a ideia de que a ficção é mais distante da realidade, mostrando que a realidade pode ser mais absurda do que qualquer ficção.

Localização: Situar a história em um lugar específico, tornando a denúncia mais concreta e próxima do espectador.

05. Análise dos trechos

Trecho A: Este trecho ironiza a capacidade do ser humano de criar tecnologias avançadas, como a bomba atômica, ao mesmo tempo em que produz alimentos como o tomate, que serão desperdiçados.

Trecho B: A afirmação de que perfumes dão aos seres humanos um cheiro mais agradável do que o natural é uma crítica à artificialização da beleza e à busca por padrões estéticos impostos pela sociedade.

06. Comparação entre a horta do senhor Suzuki e a Ilha das Flores

A horta do senhor Suzuki representa um espaço de cuidado e produção sustentável, enquanto a Ilha das Flores é um local de descarte e degradação. A diferença entre os dois ambientes reflete a contradição entre a produção de alimentos e a geração de lixo.

07. Relação entre ambiente e pessoas na Ilha das Flores

O ambiente da Ilha das Flores é um reflexo da sociedade que o produz: sujo, degradado e desigual. A miséria das pessoas que vivem nas proximidades da ilha é diretamente ligada à exploração da natureza e à produção de lixo.

08. Prioridade dos porcos sobre os seres humanos

Os porcos são priorizados em relação aos seres humanos porque representam um valor econômico, enquanto os seres humanos marginalizados não possuem valor de mercado. Essa situação revela a lógica perversa do sistema capitalista, que coloca o lucro acima da vida humana.

09. Liberdade na sociedade

A liberdade na sociedade retratada no filme é limitada pela desigualdade social e pela exploração. Para ser livre, seria necessário transformar as estruturas sociais e econômicas que geram a miséria e a exclusão.

10. Produção e meio ambiente

A produção em massa gera diversos problemas, como a produção de lixo e a exploração dos recursos naturais. É possível conciliar produção e meio ambiente, mas isso exige uma mudança radical no modelo de produção e consumo, com a adoção de práticas mais sustentáveis.

Em resumo, "Ilha das Flores" é um filme que nos convida a refletir sobre as desigualdades sociais, a exploração da natureza e o consumismo desenfreado. Através de uma linguagem cinematográfica poderosa, o filme denuncia um sistema que prioriza o lucro em detrimento da vida humana e do meio ambiente.

 

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

POEMA: LEVEZA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Leveza

             Cecília Meireles

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD4uduF9fqZ5WwsIuCj_XF-tZr1YUnsZIJ4XzH8ysVEELb2L-SqexMveb5CuA4se4JUFinCmBqsIUp6Mf2PkByWfaIefz95NxUzsHx_kCAUgBA5smL4G9aaYUvk6hN2caL0c9mKBPjBEqJ-kb19CG2ME2U6sXUL1pNlWZkCBtnF4-w6SjHWRYnL6wAnEM/s320/PASSARO.jpg



E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.

E o que se lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.

E o desejo rápido
desse antigo instante,
mais leve.

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.

Cecília Meireles.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 222.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal metáfora utilizada no poema para representar a leveza?

      A principal metáfora é o pássaro. Todas as comparações do poema giram em torno da leveza do pássaro, desde sua sombra até o canto e o desejo que ele evoca.

02 – Quais os elementos da natureza são utilizados para construir a imagem da leveza?

      Além do pássaro, a natureza está presente através da "cascata aérea" de seu canto e do "desejo rápido" que evoca. Esses elementos criam uma atmosfera de leveza e fluidez, contrastando com a densidade do mundo material.

03 – Qual o significado da expressão "a fuga invisível do amargo passante"?

      Essa expressão sugere que a leveza pode ser uma forma de escapar da dor e do sofrimento. O "amargo passante" representa as experiências negativas da vida, enquanto a leveza simboliza a possibilidade de transcendê-las.

04 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é a busca pela leveza como uma forma de libertação e de superação das dificuldades da vida. A leveza é apresentada como um estado ideal, um refúgio para a alma.

05 – Qual o papel da repetição da palavra "leve" no poema?

      A repetição da palavra "leve" enfatiza a ideia central do poema e cria um ritmo suave e cadenciado. A repetição reforça a sensação de leveza e fluidez, convidando o leitor a se conectar com essa experiência.

 

 

POEMA: RIFONEIRO DIVINO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Rifoneiro divino

             Carlos Drummond de Andrade

Responde, por favor: Deus é quem sabe?

Sabe Deus o que faz?

Deus dá o pão, não amassa a farinha?

Deus o dá, Deus o leva?

Pertence-lhe o futuro?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1os35oIQYodNBl_6ogk3C5SJ_Xe3OTkag9pCm5r6YSUl70m0hmJNMtD1RCNhWdINaCToJYLadRuEtZ69RrPRpr9dHCecO_wbdp3XtXnQYWA-xOM9Ld0nFvvOJ9VlzUh95c2swlBM6TVU32OFx9_lj3GO1NSR2styQoRsZALZkw7Ly821R7a0xuTgIU4/s320/deus_acima_de_tudo.jpg


Deu te dá saúde? Deus ajuda

a quem cedo madruga?

Será que Deus não dorme?

E é Deus por todos, cada um por si?

Deus consente, mas nem sempre? Deus

perdoa, Deus castiga?

Deus me livra ou salva?

Deus vê o que o Diabo esconde?

De hora em hora Deus melhora?

Mas é se Deus quiser?

E Deus quer?

Deus está em nós? E nós,

responde, estamos nele?

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 187.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema "Rifoneiro divino"?

      O poema "Rifoneiro divino" de Carlos Drummond de Andrade aborda a complexa relação entre o ser humano e a divindade. Através de uma série de perguntas retóricas, Drummond questiona a existência e o papel de Deus, explorando temas como fé, dúvida, destino, sofrimento e a busca por significado na vida.

02 – Como Drummond representa a figura de Deus no poema?

      A figura de Deus no poema é apresentada de forma ambígua e questionadora. Drummond não oferece respostas definitivas, mas sim uma série de perguntas que convidam o leitor a refletir sobre a natureza divina. Deus é representado tanto como um ser onipotente e onisciente, capaz de tudo, quanto como uma figura distante e misteriosa, cujas intenções são desconhecidas.

03 – Quais as principais dúvidas e incertezas expressas pelo poeta?

      O poeta expressa diversas dúvidas e incertezas sobre a existência e o papel de Deus. Ele questiona se Deus controla o destino humano, se Ele é justo, se Ele se importa com o sofrimento humano, e se a fé em Deus é uma forma de encontrar consolo ou apenas uma ilusão.

04 – Qual a relação entre o título do poema e seu conteúdo?

      O título "Rifoneiro divino" sugere uma busca por respostas definitivas sobre a divindade, como se o poeta estivesse interrogando um oráculo. No entanto, ao invés de respostas claras, o poema apresenta uma série de perguntas que revelam a complexidade da relação entre o homem e Deus.

05 – Quais as principais emoções transmitidas pelo poema?

      O poema transmite uma gama de emoções complexas, como a dúvida, a incerteza, a angústia, a busca por significado e a esperança. A relação com a divindade é apresentada como uma fonte tanto de conforto quanto de angústia, refletindo a complexidade da experiência humana.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): SERENATA DO ADEUS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Serenata do Adeus

             Vinícius de Moraes

Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus
Cai a noite sobre o nosso amor
E agora só restou do amor
Uma palavra: Adeus

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRYfjUIvoUkMNiaY3W9LaTd1vwbWFWw63sVj_aA2mueST-G3s6NnnMDnubETmL8UKmDqAZf19yVCD6qVjze03ZM6SArF7YJ1yLN6Qhyphenhyphen0A1EnyQJWRDAo0ePD7de9QbosSHz1q9yEd2Sv4oxhpzA8O662oiAyOpjMPmSZpfgTFBDi7UJjuHr1ZXTvMye7A/s320/SERENATA.jpg


Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima
Um momento breve
De uma estrela pura, cuja luz morreu.

Ó mulher, estrela a refulgir
Parte, mas antes de partir
Rasga o meu coração
Crava as garras no meu peito em dor
E esvai em sangue todo amor
Toda a desilusão.

Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima

O momento breve de uma estrela pura
Cuja luz morreu
Numa noite escura
Triste como eu
...

Composição: Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 220.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal emoção transmitida pela música?

      A principal emoção transmitida pela música é a melancolia profunda. A letra expressa a dor da separação, a saudade do amor perdido e a inevitabilidade do fim de um relacionamento.

02 – Quais os elementos da natureza são utilizados para simbolizar o fim do amor?

      A lua e a noite são os principais elementos da natureza utilizados para simbolizar o fim do amor. A lua que "não é a mesma que te viu nascer dos braços meus" representa a passagem do tempo e a transformação do sentimento, enquanto a noite simboliza a escuridão e a tristeza que se seguem à perda.

03 – Qual o significado da frase "Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora"?

      Essa frase expressa a ideia de que amar é um processo doloroso e gradual de perda. A cada dia que passa, o amor se desgasta e se aproxima da morte, como uma estrela que se apaga lentamente.

04 – Como a figura da estrela é utilizada na música?

      A estrela é utilizada como uma metáfora para o amor. Ela representa a beleza, a intensidade e a efemeridade do sentimento. A imagem da estrela que se apaga simboliza a morte do amor e a dor da perda.

05 – Qual o papel da repetição na música?

      A repetição de versos e frases enfatiza a intensidade do sofrimento e a dificuldade de superar a perda. A repetição de "Ai, vontade de ficar, mas tendo que ir embora" reforça a contradição entre o desejo de permanecer junto e a necessidade de se despedir.

06 – Qual a relação entre a música e o título "Serenata do Adeus"?

      O título "Serenata do Adeus" já antecipa o tema principal da música: a despedida. A serenata, tradicionalmente associada ao amor e à paixão, é aqui transformada em um lamento pela perda e pela saudade.

07 – Qual a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música é a inevitabilidade da perda e a dor que acompanha o fim de um relacionamento. A "Serenata do Adeus" é um hino à melancolia, um lamento universal que ecoa nos corações de todos aqueles que já amaram e perderam.

 

 

CONTO: TERRAS DO SEM-FIM - (FRAGMENTO)- JORGE AMADO - COM GABARITO

 Conto: Terras do Sem-Fim – Fragmento

           Jorge Amado 

        A cidade ficava entre o rio e o mar, praias belíssimas, os coqueiros nascendo ao largo de todo o areal. Um poeta, que certa vez passara por Ilhéus e dera uma conferência, a chamara de “cidade das Palmeiras ao vento” numa imagem que os jornais repetiam de quando em vez.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizoI5CMH4tsgz9y6_GWO69fzzhmgs6o0HPafMsJ0o4cAr4jOorRI2-MqsJQNEddza4dUoidvd35_DRw8zN2L9a22DfbmCWMuYFvB83uEEjg5F7TSlnthOE_REU853tjs7D0C44IJHS_6IgTEHsiiFqOd-vU5JtvQvPybxki7w36fDMSedsEwn_aLLZuPU/s1600/Terras_do_Sem-Fim.jpg


        A verdade, porém, é que as palmeiras nasciam nas praias e se deixavam balançar pelo vento. A árvore que influía em Ilhéus era a árvore do cacau, se bem não visse nenhuma em toda a cidade. Mas era ela que estava por detrás de toda a vida de São Jorge do Ilhéus. Por detrás de cada negócio que era feito, de cada casa que era construída, de cada armazém, de cada loja que era aberta, de cada caso do amor, de cada tiro trocado na rua. Não havia conservação em que a palavra não entrasse como elemento primordial. E sobre a cidade pairava, vindo dos armazéns de depósito, dos vagões da estrada de ferro, dos porões dos navios, das carroças e da gente, um cheiro de chocolate que é cheiro de cacau seco.

        Existia outra ordenança municipal que proibia o porte de armas. Mas muito poucas pessoas sabiam que ela existia e mesmo aqueles poucos que o sabiam, não pensavam em respeitá-lo. Os homens passavam, calçados de botas ou de botinas de couro grosso, a calça cáqui, o paletó de casimira, e por debaixo deste o revólver. Homens de repetição a tiracolo atravessavam a cidade sob a influência dos moradores, Apesar do que já existia de assentado, de definitivo, em Ilhéus, os grandes sobrados, as ruas calçadas, as casas de pedra e cal, ainda assim restava na cidade um certo ar de acampamento. Por vezes, quando chegavam os navios abarrotados de emigrantes vindos do sertão, de Sergipe e do Ceará, quando as pensões de perto da estação não tinham mais lugar de tão cheias, então barracas eram armadas na frente do porto. Improvisavam-se cozinhas, os coronéis vinham ali escolher trabalhadores. Dr. Rui, certa vez, mostrara um daqueles acampamentos a um visitante da capital.

        -- Aqui é o mercado de escravos...

        Dizia com um certo orgulho e certo desprezo, era assim que ele amava aquela cidade que nascera de repente, filho do porto, alimentada pelo cacau, já se tornando a mais rica do estado, a mais próspera também. Existiam poucos ilheenses de nascimento que já tivessem importância na vida da cidade. Quase todos fazendeiros, médicos, advogados, agrônomos, políticos, jornalistas, mestre-de-obras eram gente vinda de fora, de outros estados. Mas amavam estranhamentos aquela terra venturosa e rica. Todos se diziam "grapiúnas" e, quando estavam na Bahia, em toda parte eram facilmente reconhecíveis pelo orgulho com que falavam.

        -- Aquele é um ilheense... – diziam.

        Nos cabarés e nas casas de negócios da capital eles arrotavam valentia e riqueza, gastando dinheiro, comprando do bom e do melhor, pagando sem discutir preços, topando barulhos sem discutir o porquê. Nas casas de rameiras, na Bahia, eram respeitados, temidos e ansiosamente esperados. E também nas casas exportadores de produtos para o interior os comerciantes de Ilhéus eram tratados com a maior consideração, tinham crédito ilimitado.

        De todo o Norte do Brasil descia gente para essas terras do Sul da Bahia. A fama corria, diziam que o dinheiro rodava na rua, que ninguém fazia caso em Ilhéus, de prata de dois mil-réis. Os navios chegavam entupidos de imigrantes, vinham aventureiros de toda espécie, mulheres de toda idade, para quem Ilhéus era a primeira ou a última esperança.

        Na cidade todos se misturavam, o pobre de hoje podia ser o rico de amanhã, o tropeiro de agora poderia ter amanhã uma grande fazenda de cacau, o trabalhador que não sabia ler poderia ser um dia chefe político respeitado. Citavam-se os exemplos e citava-se sempre a Horácio que começara tropeiro e agora era dos maiores fazendeiros da zona, e o rico de hoje poderia ser o pobre de amanhã se um mais rico, junto com um advogado, fizesse um “caxixe” bem feito e tomasse sua terra. E todos os vivos de hoje poderiam amanhã estar mortos na rua, com uma bala no peito. Por cima da justiça, do juiz e do promotor, do júri de cidadãos, estava a lei do gatilho, última instância da justiça em Ilhéus.

Jorge Amado. Terras do sem-fim. 54. ed. Rio de Janeiro, Record, s.d. p. 188-9.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 163-4.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Grapiúna: na Bahia, apelido que os sertanejos dão aos moradores da capital ou de Ilhéus.

·        Rameira: prostituta.

·        Caxixe: negociata feita em torno de terras produtoras de cacau; logro.

02 – Qual é a principal atividade econômica de Ilhéus e como ela influencia a vida da cidade?

      A principal atividade econômica é a produção de cacau, que permeia todos os aspectos da vida da cidade, desde a economia até a cultura local.

03 – Qual é a atmosfera que predomina em Ilhéus? Justifique sua resposta com exemplos do texto.

      A atmosfera de Ilhéus é marcada pela violência, pela ambição e pela constante transformação. A presença de armas, a luta pelo poder e a rápida ascensão e queda social dos personagens ilustram essa atmosfera.

04 – Qual é o perfil dos habitantes de Ilhéus? São pessoas nativas da região ou vindas de outros lugares?

      A população de Ilhéus é bastante heterogênea, com muitos imigrantes vindos de outras regiões do Brasil em busca de oportunidades. A cidade é um caldeirão cultural, onde se misturam diferentes origens e histórias.

05 – Como os habitantes de Ilhéus se relacionam entre si? Há muita união ou a competição é acentuada?

      As relações entre os habitantes de Ilhéus são marcadas pela competição e pela violência. A busca por poder e riqueza gera conflitos e rivalidades.

06 – Qual é o papel da lei e da justiça em Ilhéus?

      A lei e a justiça formal têm pouco poder em Ilhéus. A violência e a força bruta são frequentemente utilizadas para resolver conflitos, e a lei do mais forte prevalece.

07 – Como a autora descreve a ascensão e queda social em Ilhéus?

      A ascensão e queda social em Ilhéus são rápidas e imprevisíveis. A riqueza pode ser adquirida de forma rápida, mas também pode ser perdida da mesma forma.

08 – Que tipo de linguagem Jorge Amado utiliza para descrever Ilhéus e seus habitantes?

      Jorge Amado utiliza uma linguagem rica em detalhes e vívida, capaz de transmitir a atmosfera da cidade e a complexidade de seus personagens.

09 – Quais são os principais temas abordados no fragmento?

      Os principais temas abordados são a violência, a desigualdade social, a busca por riqueza e poder, e a construção de uma nova sociedade no interior do Brasil.

10 – Com base neste fragmento, qual você acredita que seja o papel do cacau na história de Ilhéus?

      O cacau é o motor da economia de Ilhéus, gerando riqueza e atraindo pessoas de todas as partes do país. No entanto, ele também é responsável por muitos dos conflitos e da violência que marcam a cidade.

11 – Qual a sua impressão inicial sobre a obra "Terras do Sem-Fim" após ler este fragmento?

      Esta pergunta é aberta e permite que o leitor expresse sua própria opinião sobre a obra, com base nas informações presentes no fragmento.

 

 

 

POEMA: FILIAÇÃO - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Filiação

             Murilo Mendes

Eu sou da raça do Eterno.

Fui criado no princípio

E desdobrado em muitas gerações

Através do espaço e do tempo.

Sinto-me acima das bandeiras,

Tropeçando em cabeças de chefes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRJLITAnngG6a3Ps3KhnfM3Yija3Sn0x2OILqHEnaMkSjVsMbxobDlahEsS5zkNYFtTXZeA4KZBKutBK16IVm1wbNRE9K_vjGx9dhP6BIhuYF_a-mLgvzws5_RvMYsA0v28ogqGZUzhrrcNvs2mfp_F0BLZtm83FWWyasiH5ztnEhdEZOoAafO6LNQTfg/s1600/MAR.jpg


Caminho no mar, na terra e no ar.

Eu sou da raça do Eterno,

Do amor que unirá todos os homens:

Vinde a mim, órfãos da poesia,

Choremos sobre o mundo mutilado.

MENDES, Murilo. Filiação. Apud ARAÚJO, Laís Corrêa de. Poetas modernos do Brasil 2. ed. Petrópolis, Vozes, 1972. v. II, p. 126-7.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 198.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema "Filiação"?

      O poema "Filiação" de Murilo Mendes transmite uma mensagem de universalidade e transcendência. O eu lírico se identifica com a eternidade, com a criação e com a união de todos os seres humanos. Ele se coloca acima das divisões e conflitos da humanidade, buscando uma conexão mais profunda com o universo e com seus semelhantes.

02 – Como o eu lírico se posiciona em relação ao mundo e à sociedade?

      O eu lírico se posiciona como um observador superior, que transcende as limitações do tempo e do espaço. Ele se sente acima das divisões políticas e sociais, representadas pelas "bandeiras" e pelas "cabeças de chefes". Ao mesmo tempo, ele se mostra solidário com a humanidade, convidando todos a se unirem em busca de um futuro melhor.

03 – Qual o significado da expressão "raça do Eterno"?

      A expressão "raça do Eterno" representa a ideia de uma conexão profunda com algo maior do que a individualidade. O eu lírico se identifica com uma força universal e atemporal, que o liga a todos os seres humanos e a toda a criação. Essa expressão evoca um sentimento de pertencimento a algo maior do que a própria existência individual.

04 – Como o poema aborda a questão da união entre os seres humanos?

      O poema enfatiza a importância da união entre os seres humanos, independentemente de suas diferenças. O eu lírico convida todos a se unirem em torno da poesia e a chorar juntos pela dor do mundo. Essa união é vista como a única esperança para superar as divisões e construir um futuro mais justo e humano.

05 – Quais as principais características da linguagem poética utilizada por Murilo Mendes nesse poema?

      A linguagem poética de Murilo Mendes em "Filiação" é marcada por um tom elevado e grandioso, com o uso de imagens fortes e expressivas. O poeta utiliza metáforas e personificações para transmitir a ideia de transcendência e universalidade. A linguagem é concisa e direta, com um ritmo marcado e expressivo.