domingo, 21 de junho de 2020

CRÔNICA: O DESEJO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

CRÔNICA: O DESEJO

                    Cecília Meireles

        “A velhinha tinha uma pequena loja, numa rua de Florença. Exteriormente, sua loja não era nem rica, nem elegante, nem artística. Isso acontece em muitas lojas, na Europa. Mas a velhinha vendia umas blusas tão lindas e originais que mulher nenhuma poderia ficar insensível a seus encantos. E eis que, de repente, me torno possuidora de uma delas. Começava a escurecer. A formosa Florença tornava-se uma cidade de prata. Eu desejava mais uma blusa: quem viaja está sempre pensando em alegrias que, de volta, pode dar aos amigos. Mas a loja ia fechar, a velhinha não negociava com dólares (e pensar que um dia eu tive dólares!): então, separei a segunda blusa, e prometi que na manhã seguinte apareceria com as minhas liras.”

Cecília Meireles. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973.

Entendendo o texto:

01 – É possível perceber que a loja da velhinha, em Florença:

a)   Era uma loja de roupas.

b)   Tinha alguns empregados.

c)   Tinha uma aparência externa rica.

d)   Vendia somente blusas.

02 – A loja está localizada:

a)   Na cidade de Florença.

b)   Numa cidade de prata.

c)   Numa cidade que tem como moeda o dólar.

d)   Numa rua com o nome de Florença.

03 – Na frase: “... e prometi que na manhã seguinte apareceria com as minhas liras”, a palavra destacada tem seu significado no singular de:

a)   Estrofe formada por cinco versos.

b)   Antiga moeda da Itália.

c)   Inspiração poética.

d)   Instrumento musical dedilhável.

04 – Em relação à compra, conclui-se que:

a)   A primeira blusa era para uma amiga.

b)   A primeira e a segunda blusas eram para presente.

c)   A segunda blusa seria um presente.

d)   Nenhuma das blusas eram para presente.

 


TEXTO: ALÉM DA DOSE - EDITORIAL - FOLHA DE S.PAULO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Além da dose

         
 
EDITORIAL FOLHA DE SP. FOLHA DE SP - 24/11/11

        A proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos é uma daquelas leis que jamais foram cumpridas com rigor no Brasil.

  Uma pesquisa recente encomendada pelo governo do Estado de São Paulo mostrou que um em cada cinco adolescentes entre 12 e 17 anos bebe regularmente, e quatro em cada dez conseguem comprar álcool sem restrições.

        Diante desse quadro, é salutar a nova lei estadual que busca endurecer as regras contra o consumo de álcool por adolescentes.

        Em vigor desde o fim de semana passado, a legislação impõe multas de R$ 1.745 a R$ 87.250 a estabelecimentos que vendam bebida alcoólica a menores de idade.

        Assim como ocorreu com a bem-sucedida lei antifumo, a expectativa de punição deve reforçar os controles de bares e supermercados e tornar mais difícil o acesso de adolescentes ao álcool.

        Idealizada segundo as regras da "tolerância zero", a nova Lei Antiálcool erra, porém, ao transferir para os estabelecimentos comerciais a total responsabilidade pelo consumo de bebida por menores, mesmo em situações que não estão sob seu controle.

        O ponto mais contestável é o enquadramento do comerciante ainda que a bebida seja comprada legalmente por um maior e repassada a um menor. Não é razoável imaginar que os bares tenham bedéis para verificar e proibir, por exemplo, um pai de oferecer um copo de cerveja a seu filho. A pena, se coubesse, deveria recair sobre o adulto irresponsável, não sobre o comerciante.

        O Sindicato de Bares e Restaurantes também reclama, com razão, da multa a quem vender bebida para jovem com documento de identidade falsificado. A não ser que se trate de uma montagem grosseira, é exigir demais que os vendedores se transformem em peritos a detectar fraudes em carteiras.

        O terceiro aspecto sob contestação, a obrigatoriedade de geladeiras separadas para bebidas alcoólicas e outras, também é controverso. Além de gerar custo extra para os comerciantes – que pode ser expressivo em alguns casos –, sua utilidade é duvidosa.

        A nova lei acerta ao reforçar restrições e impor multas mais pesadas, mas exagera na dose nos pontos acima mencionados –que deveriam ser revistos.

EDITORIAL FOLHA DE SP. FOLHA DE SP - 24/11/11.

Entendendo o texto:

01 – Na introdução, já se presume o assunto do texto, que trata sobre:

a)   A proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores.

b)   As leis que não cumpridas no Brasil.

c)   A nova lei contra o consumo de bebidas alcoólicas por adolescente.

02 – Para escrever um EDITORIAL o autor precisa:

a)   Criar fatos e personagens conforme sua imaginação.

b)   Utilizar-se de um assunto pouco conhecido pelos leitores.

c)   Falar sobre uma realidade polêmica.

d)   Ser complexo e utilizar um vocabulário acima do padrão.

03 – O texto apresenta características, principalmente:

a)   Narrativas.

b)   Argumentativas.

c)   Descritivas.

d)   Instrucionais.

04 – Localize no texto o que se pede abaixo:

a)   Uma opinião:

“Proibição da venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos é uma daquelas leis que jamais foram cumpridas com rigor no Brasil”.

b)   Um fato:

“Em vigor desde o fim da semana passada, a legislação impõe multas de R$ 1.745 a R$ 87.250 a estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólica a menores de idade.

05 – O texto foi escrito utilizando-se de uma linguagem:

a)   Popular, sem observar a regras gramaticais.

b)   Padrão, com regras linguísticas definidas.

c)   Com gírias, pois está endereçado a um público alvo: adolescentes.

d)   Regional, especificando, principalmente, um dialeto.

06 – No trecho: “... e quatro em cada dez conseguem comprar álcool sem restrições (parágrafo 1), a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido do texto, por:

a)   Limitações.

b)   Medo.

c)   Punições.

d)   Regulamentos.

07 – No trecho: “O ponto mais contestável é o enquadramento do comerciante ainda que a bebida seja comprada legalmente...” (parágrafo 4), a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por:

a)   À medida que.

b)   Mesmo que.

c)   Para que.

d)   Já que.

08 – Em: “A nova lei acerta ao reforçar restrições e impor multas mais pesadas, mas exagera na dose...” a palavra destacada exprime ideia de:

a)   Causa.

b)   Consequência.

c)   Adversidade.

d)   Adição.

09 – No trecho: “Diante desse quadro, é salutar a nova lei estadual que busca endurecer as regras contra o consumo de álcool por adolescentes” (parágrafo 1), a palavra destacada foi utilizada em substituição do termo ou expressão:

a)   Nova lei estadual.

b)   Desse quadro.

c)   Regras.

d)   Consumo de álcool.

 

 

 


TEXTO: CORONA-VÍRUS: O QUE SABEMOS E O QUE ESPERAR DA NOVA INFECÇÃO RESPIRATÓRIA - POR DIOGO SPONCHIATO, ANDRÉ BIERNATH - COM GABARITO


 Texto: Corona-vírus: o que sabemos e o que esperar da nova infecção respiratória

             Por Diogo Sponchiato, André Biernath

             Especialistas explicam o que é o novo corona-vírus, originário de Wuhan (China), quais seus sintomas e o risco de ele ser transmitido no Brasil.

     Um novo vírus que ataca o sistema respiratório e se espalhou a partir da região de Wuhan, na China, preocupa o planeta. Ele pertence à família dos corona-vírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

        “Falamos de uma ampla família de vírus, que acometem praticamente todas as espécies, de répteis a mamíferos”, contextualiza o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde. De acordo com as investigações ainda em andamento, o novo corona-vírus, que afeta mais de 800 pessoas e matou pelo menos 26 até o momento, pode ter origem em serpentes ou morcegos — inclusive se especula que a ingestão de um desses animais teria originado o surto. Apesar de um estudo chinês ter encontrado uma relação do novo corona-vírus com cobras, não existe consenso entre os cientistas sobre a origem da doença. Muitos apostam que outro animal possa estar envolvido com o início do problema na China.

        O fato é que corona-vírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos. Pulando entre espécies animais (os hospedeiros), eles eventualmente chegam aos seres humanos. “É um processo que tem semelhanças com o que acontece na gripe. Na gripe suína, um porco pegou o vírus de aves e, na recombinação de vírus diferentes dentro do animal, surgiu um H1N1 que conseguiu passar para os seres humanos”, explica Granato.

        Tudo leva a crer que o novo corona-vírus tenha sido originalmente transmitido para o ser humano de um animal e ainda em esteja em processo de evolução e adaptação. “Embora a transmissão de uma pessoa para outra já tenha sido detectada, até agora não está clara a importância da transmissão inter-humana”, diz a infectologista Lígia Pierrotti, do laboratório Delboni Auriemo. 

        Seguindo o padrão dos corona-vírus, e a perspectiva de o agente aperfeiçoar sua propagação entre os humanos, existem algumas vias principais de transmissão. De acordo com o pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, os corona-vírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro, contato pessoal próximo ou com objetos e superfícies contaminadas.

        O que o novo corona-vírus faz e quais seus sintomas?

        Pesquisadores e autoridades de saúde estão mobilizados em entender melhor o comportamento desse agente infeccioso e evitar sua disseminação geral. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (ainda) não decretou uma emergência global. Mesmo assim, o Brasil e outras nações deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos — por ora não há episódios confirmados por aqui.

        Mas falamos de um vírus perigoso? O número de vítimas na China fez soar o alerta, sobretudo para o risco de pneumonia e insuficiência respiratória em pessoas mais velhas e que já tenham outras doenças. “O novo corona-vírus causa, em geral, sintomas respiratórios mais leves que os da Sars e da Mers e os sinais clínicos mais referidos são febre e tosse. Até o momento, a letalidade também é menor que a associada a Sars e Mers”, relata Lígia.

        O professor Elie Fiss conta que a Sars é uma condição causada por um corona-vírus diferente cujos primeiros relatos surgiram também na China em 2002. “Ela se disseminou rapidamente por mais de 12 países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectando mais de 8 mil pessoas e causando em torno de 800 mortes antes de a epidemia ser controlada em 2003”, lembra o pneumologista.

        Em 2012, por sua vez, outro corona-vírus disseminou o terror na Ásia. Esse foi identificado inicialmente na Arábia Saudita e se alastrou pelo Oriente Médio, afetando pessoas que circularam pela região. Provocava um colapso respiratório e ganhou o noticiário com a sigla Mers.

        Tanto o vírus da Sars quanto o da Mers parecem mais mortais que o novo corona-vírus de Wuhan. Segundo Lígia, a letalidade chega a 10% dos casos na Sars e a 40% nos episódios de Mers.

        De acordo com Fiss, os óbitos ligados ao atual corona-vírus têm acontecido em indivíduos que já possuíam doenças associadas. Quanto ao contágio, avisa o médico, ele ainda se restringe a cidades na China e a viajantes que vieram dessas regiões.

        “Todos os casos detectados até agora têm histórico de moradia ou deslocamento em Wuhan, na China. Mesmo os episódios fora desse país tinham vínculo com a cidade chinesa”, completa Lígia.

        A atenção da OMS e das autoridades não é em vão. Celso Granato explica que possivelmente o vírus ainda se encontra em processo de mutação e nosso organismo não tem mecanismos de defesa para combatê-lo adequadamente. Na ausência de uma vacina ou de um tratamento específico, o melhor conselho é evitá-lo mesmo.

        Como se proteger?

        Para os brasileiros, não há motivo para alarmismo. Cabe frisar: todos os casos da doença têm relação direta com os territórios chineses acometidos, que inclusive já foram isolados. Por aqui, um episódio suspeito em Belo Horizonte já foi investigado e o veredicto é que não se tratava do problema.

        “Pessoas que apresentam sintomas respiratórios e não tenham passagem por essas áreas de circulação do vírus nem contato com casos suspeitos ou confirmados não precisam se preocupar”, tranquiliza Lígia.

        A primeira medida de prevenção é evitar viajar a Wuhan e região, bem como a cidades que possam vir a alojar surtos. Se inevitável, os médicos Elie Fiss e Celso Granato aconselham algumas medidas básicas de proteção, que inclusive se aplicam a outros agentes infecciosos transmitidos pelo ar e por gotículas de saliva:

·        Evite aglomerações e contato próximo com outras pessoas.

·        Cubra o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar (e descarte o material em local adequado).

·        Lave as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.

·        Procure não tocar olhos, nariz e boca.

·        Não compartilhe copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

·        Dependendo do local, compre e use máscaras que cobrem boca e nariz.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-corona-virus.

Entendendo o texto:

01 – Qual é o gênero do texto lido?

a)   Sinopse.

b)   Propaganda.

c)   Crônica.

d)   Notícia.

02 – O vírus, retratado na notícia lida, ataca qual sistema do corpo humano?

a)   Cardiovascular.

b)   Digestivo.

c)   Respiratório.

d)   Locomotor.

03 – O corona-vírus se espalhou em qual país asiático?

a)   China.

b)   Arábia Saudita.

c)   Coreia do Sul.

d)   Japão.

04 – O que significa as siglas:

a)   Sars: Síndrome respiratória aguda grave.

b)   Mers: Síndrome respiratória do Oriente Médio (Middle East Respiratory Syndrome).

05 – De acordo com o infectologista Celso Granato, de quais animais pode ter sido desenvolvido este vírus?

      Pode ter origem em serpentes ou morcegos.

06 – Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:

(V) Assim como a gripe suína, onde o vírus foi disseminado através de um hospedeiro (o porco), acredita-se que o corona-vírus também possui a origem semelhante.

(F) A transmissão do vírus de uma pessoa para outra ainda não foi detectada.

(V) De acordo com o pneumologista Elie Fiss, os corona-vírus normalmente são transmitidos pelo ar, por meio de tosse ou espirro.

(F) Apenas o Brasil e outras nações deram início a um plano de vigilância e contenção de casos suspeitos.

(F) Todos os casos da doença ocorreram em diversas regiões do mundo, exceto nos territórios chineses.

07 – Qual é a principal medida de prevenção?

a)   Não sair de casa.

b)   Comprar e usar máscaras que cobrem boca e nariz.

c)    Abortar os hábitos de higiene.

d)   Evitar viajar a Wuhan e região.

08 – Cite duas medidas básicas de proteção:

·        Evite aglomerações e contato próximo com outras pessoas.

·        Lave as mãos a cada duas horas e principalmente após passar por estabelecimentos ou transportes públicos.

09 – Com base no texto lido, resuma, com suas palavras, o que se pode entender a respeito da pandemia do corona-vírus:

      Resposta pessoal do aluno.

 


quarta-feira, 17 de junho de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): A BELA E O FERA - MUNHOZ E MARIANO - COM GABARITO

Música(Atividades): A Bela e o Fera

               Munhoz e Mariano

Ela é mistério

Cheia de segredos

Ele é bagunçado

Cheio de defeitos

Toda noite cai na farra

Ele toca o terror

 

Ir pra faculdade

Não tá nem aí

Ele tá formado

Em se divertir

E ela só nos livros, cineminha e computador

 

Quem diria que a Bela e a Fera formariam no final

Um belo casal

Hoje ela frequenta o bar da faculdade

Balada sertaneja

E as pubs da cidade

E ele lê romance

Vê filmes de terror

A Bela e o Fera, é isso que é amor.

                                 Composição: MARIANO / Munhoz.

Entendendo a canção:

01 – Quando as personagens se encontraram ocorreu uma transformação na personalidade de cada uma delas. O que provocou isso?

      O convívio provocou uma mudança no comportamento das personagens.

02 – Você acha que essas transformações foram boas? Justifique a sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É importante salientar que houve um equilíbrio nas atitudes das personagens da canção: a Bela passou a se divertir e o Fera começou a ser mais estudioso e organizado.

03 – Você acha que o futuro das personagens também mudou? Por que? Como você imagina o futuro das personagens, caso elas não tivessem se encontrado?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Podemos considerar que uma personagem transformou a outra ou que elas se transformaram na mesma medida? Comprove sua resposta usando elementos da letra da canção e das imagens.

      Ocorreu um equilíbrio entre as personagens. A estrofe que melhor comprova a transformação de equilíbrio entre as personagens é: “Hoje ela frequenta o bar da faculdade / Balada sertaneja / E as pubs da cidade / E ele lê romance / Vê filmes de terror.”

05 – Você acha que as pessoas realmente podem mudar por influência de um relacionamento amoroso, como aconteceu na canção? Para você, o que causaria essas mudanças?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – O título da canção retoma uma história conhecida. Qual é ela?

      O título da canção retoma o conto de fadas “A bela e a fera”, escrito pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm).

07 – O que essa canção e a história têm em comum?

      Tanto a canção “A bela e o fera”, de Munhoz e Mariano, quanto o conto de fadas “A bela e a fera”, dos Irmãos Grimm, as personagens mudam de atitudes com a convivência.

08 – Há uma diferença no título da canção e da história. Qual é ela? O que essa diferença causa ao significado dos títulos?

      Enquanto o título da história é “A bela e a fera”, o título da canção é “A bela e o fera”. A diferença dos títulos, causada pelos artigos que qualificam o vocábulo “fera”, modifica os sentidos das frases: o artigo feminino de “A bela e a fera” alude ao sentido etimológico da palavra “fera”: animal selvagem ou pessoa cruel, sem especificar, portanto, o sexo do sujeito a quem se refere. Já o artigo masculino em “A bela e o fera” alude ao sentido coloquial contemporâneo de “fera”: pessoa esperta, que faz bem alguma coisa, e marca o sujeito como alguém do sexo masculino.

                     Material produzido pela Professora Carla Viana Coscarelli e pela equipe do Projeto Redigir – FALE/UFMG.

 

 

 


POEMA: BASTA! CARLOS QUEIROZ TELES - COM GABARITO

Poema: BASTA! 

     Carlos Queiroz Teles


Agora chega!

 

Chega de obedecer

e de ficar calado.

Chega de ter que fazer

Tudo o que eu não quero

e acho errado!

 

Agora chega!

 

Chega de comer pepino

e de engolir ovo quente,

chega de dormir cedo

e acordar mais cedo ainda,

chega de visitar a avó,

a tia, a prima, o padrinho...

Chega de prestar contas

do banho tomado,

da roupa escolhida,

do uniforme da escola,

da nota da prova,

de cada segundo,

de cada respiro!

 

Chega, chega... e chega!

 

Liberdade ainda que tarde!

Independência ou morte!

 

Manhêêêê!

Onde está a minha roupa de goleiro?

 

Paiêêêê!

Quero o dinheiro da minha mesada!

Carlos Queiroz Telles. Sementes de Sol. São Paulo: Moderna,1992.

Entendendo o poema:

01 – Marque a opção cujo vocábulo grifado possui classe gramatical distinta dos demais:

a)   “De engolir ovo quente”.

b)   “Chega de prestar contas”.

c)   “Da nota da prova”.

d)   “De cada respiro”.

e)   “Liberdade ainda que tarde!”.

02 – O poema demonstra o desejo de o eu lírico tornar-se independente e de ficar livre das exigências feitas pelos pais. Tal postura de independência só não se comprova no verso.

a)   Dois.

b)   Oito.

c)   Dez.

d)   Doze.

e)   Vinte e cinco.

03 – Há um protesto que atravessa todo o texto. Esse protesto se faz por meio de uma palavra que se repete muitas vezes.

a)   Que palavra é essa?

“Chega”.

b)   A repetição, num texto, reforça ideias. Que ideia aparece reforçada durante todo o texto?   

A ideia de liberdade.         

c)   Copie, do texto, algumas ações que a pessoa que fala não quer mais fazer.

Obedecer / ficar calado / de fazer tudo que eu não quero / de comer pepino / de engolir ovo quente, de dormir cedo, etc.

d)   No poema tem palavras que indiquem o sexo de quem fala. (O eu lírico) copie o verso.

“...e de ficar calado”.

O eu lírico é masculino.

e)   A mudança no comportamento do menino ao final do texto deixa as ideias engraçadas. Explique por quê.  

Na última estrofe ele desfaz tudo que falou, pois se mostra superdependente de sua mãe e de seu pai.