quarta-feira, 1 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): VOU ME EMBORA PRA PASÁRGADA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

Música(Atividades): Vou me Embora Pra Pasárgada

                               Gilberto Gil

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
                             In: Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa,
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 425.
Entendendo a canção:

01 – Os versos “Vou-me embora pra Pasárgada / Aqui eu não sou feliz” exprimem o desejo do eu lírico de fugir da realidade concreta e adentrar outro tipo de realidade, a sonhada ou idealizada. Esse desejo se associa ao escapismo dos escritores românticos, e a oposição existente no texto entre o aqui e o lá faz lembrar os versos da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, veja:
        “Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá;
        As aves, que aqui gorjeiam,
        Não gorjeiam como lá.”

        “Minha terra tem primores,
        Que tais não encontro eu cá;
        Em cismar – sozinho, à noite
        -- Mais prazer encontro eu lá;
        Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá.”

a)   A que espaço se refere o cá/lá de cada um?
Para Gonçalves Dias, o cá é Portugal; para Bandeira, é a realidade concreta, no Brasil ou em qualquer outro lugar.

b)   Que semelhanças e diferenças há entre o lá de Gonçalves Dias e o lá de Manuel Bandeira?
Para ambos, o lá representa um mundo de delícias. Contudo, para Gonçalves Dias o lá é o Brasil, a pátria; enquanto para Bandeira não se coloca a questão da pátria, o lá é um mundo imaginário.

02 – Pasárgada é o mundo da liberdade, do permitido, da realização plena dos desejos. Opõe-se diretamente, portanto, ao mundo real, cheio de proibições, de regras, de lógica e de moral.
a)   Em sua lógica particular, o eu lírico afirma: “Lá sou amigo do rei”. Que vantagens há nessa condição?
Essa condição hipoteticamente lhe permitiria estar acima de todas as leis.

b)   Identifique no texto exemplos de transgressão das normas da considerada “boa conduta social”.
Consumo de drogas (alcaloides) e namorar prostitutas.

c)   Os surrealistas consideravam a razão uma verdadeira prisão para a criação artística. Assim, procuravam desenvolver métodos que a driblassem, como o uso de non sense (textos sem nexo) e, assim, alcançar a liberdade total. Identifique, no poema, um exemplo de non sense.
Está na 2ª estrofe: “Joana a Louca de Espanha / Rainha e falsa demente / vem a ser contraparente / Da nora que eu nunca ative.”

03 – Pode-se dizer que esse poema de Manuel Bandeira também é uma espécie de canção de exílio? Por quê?
      Sim. Porque o poeta quer largar tudo e ir para um lugar em que poderá viver melhor. Mas esse “exílio” é interno; o poeta sente-se infeliz e quer ir buscar a felicidade.

04 – É válido afirmar que a Pasárgada de Manuel Bandeira é a expressão de um ideal nacionalista e coletivo como é a terra brasileira na “Canção do exílio” de Gonçalves Dias? Por quê?
      Não. Pois a Pasárgada de Bandeira é um lugar mítico, uma terra de felicidades e prazeres que só existe na imaginação do poeta. O que é saudade da terra natal, em Gonçalves Dias, em Bandeira é saudade de um tempo feliz.

05 – Do ponto de vista da forma, há semelhanças entre os textos? Justifique sua resposta.
      Sim, pois ambos são compostos de redondilhas maiores (versos de sete sílabas poéticas).

06 – Na 3ª estrofe, o poema faz menção a um conjunto de ações comuns na infância. Levando em conta os dados biográficos do autor, explique por que essas ações são supervalorizadas.
      Certas ações simples do cotidiano – andar de bicicleta, tomara banhos de mar, etc. – tornaram-se impossíveis para o poeta, por força da tuberculose. Assim, figuram no mundo imaginário de Pasárgada.

07 – Releia a última estrofe do poema de Bandeira. Nela se percebe que, às vezes, o mundo de prazeres oferecidos por Pasárgada sucumbe.
a)   Identifique os versos em que isso ocorre.
Principalmente estes: “Quando de noite me der / vontade de me matar”.

b)   Com base nos três últimos versos da estrofe, identifique o elemento que se opõe à morte e se configura como saída para ao eu lírico.
É o sexo. É a manifestação de amor e prazer físico do eu lírico.





ANÚNCIO: MATA ATLÂNTICA - REVISTA TERRA DA GENTE - COM GABARITO


Anúncio: Mata Atlântica


        A gente estendeu o tapete verde pra vocês.

        Enunciado do anúncio: “Chegou a revista Terra da Gente. A primeira revista que trata dos temas que a gente mais ama. Para quem se preocupa há 18 anos com os pulmões da Mata Atlântica, um cérebro a mais é sempre bem-vindo. Parabéns mesmo, de coração.”

                                               Revista Terra da Gente, ano 1, n° 1.
Entendendo o anúncio:

01 – Esse anúncio foi publicado no primeiro número da revista Terra da Gente, lançada em maio de 2004. Considerando o enunciado principal do anúncio e o logotipo do anunciante, responda:
a)   A que se refere a expressão "tapete verde"?
Refere-se a Mata Atlântica.

b)   Qual é o anunciante desse texto?
É a Fundação S.O.S. Mata Atlântica.

c)   A quem a expressão "pra vocês" pode se referir?
Antes de ler o enunciado da parte de baixo do anúncio, o leitor pode achar que a expressão se refira aos leitores em geral. Depois que lê o enunciado, nota que a expressão também pode estar se referindo à equipe jornalística responsável pela revista.

02 – Na parte inferior do anúncio, lê-se o seguinte enunciado:
        “Chegou a revista Terra da Gente. A primeira revista que trata dos temas que a gente mais ama. Para quem se preocupa há 18 anos com os pulmões da Mata Atlântica, um cérebro a mais é sempre bem-vindo. Parabéns mesmo, de coração.”

a)   Considerando, no anúncio, a parte visual, a parte verbal e o anunciante, levante hipóteses: De que temas provavelmente a revista Terra da Gente se ocupa?
De temas relacionados à natureza (fauna e flora) e à sua preservação.

b)   Na expressão “um cérebro a mais”, que sentido é atribuído pelo anunciante à palavra cérebro?
Como o anunciante considera que cuida com inteligência da preservação da Mata Atlântica, a revista, na opinião dele, também contribuirá de forma inteligente para a preservação da natureza, apresentando matérias que orientem os leitores, façam-nos refletir, etc.

c)   Às vezes, quando queremos homenagear uma pessoa, dizemos que vamos “estender o tapete vermelho” para ela. Explique o jogo de linguagem feito no anúncio com base nessa expressão.
A expressão “tapete vermelho” foi trocada por “tapete verde” porque tanto a Fundação S.O.S. Mata Atlântica quanto a revista Terra da Gente lutam pela preservação da natureza, isto é, do verde. Logo, um “tapete verde” é o maior prêmio que a revista poderia receber.


CONTO: GAETANINHO - ALCÂNTARA MACHADO - COM GABARITO

Conto: Gaetaninho
        
    Alcântara Machado

        -- Xi, Gaetaninho, como é bom!
        Gaetaninho ficou banzando bem no meio da rua. O Ford quase o derrubou e ele não viu o Ford. O carroceiro disse um palavrão e ele não ouviu o palavrão.
        – Eh! Gaetaninho Vem pra dentro.

        Grito materno sim: até filho surdo escuta. Virou o rosto tão feio de sardento, viu a mãe e viu o chinelo.
        – Subito!
        Foi-se chegando devagarinho, devagarinho. Fazendo beicinho. Estudando o terreno. Diante da mãe e do chinelo parou. Balançou o corpo. Recurso de campeão de futebol. Fingiu tomar a direita. Mas deu meia volta instantânea e varou pela esquerda porta adentro.
        Eta salame de mestre!
        Ali na Rua Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou carro só mesmo em dia de enterro. De enterro ou de casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho.
        O Beppino por exemplo. O Beppino naquela tarde atravessara de carro a cidade. Mas como? Atrás da Tia Peronetta que se mudava para o Araçá. Assim também não era vantagem.
        Mas se era o único meio? Paciência.
        Gaetaninho enfiou a cabeça embaixo do travesseiro.
        Que beleza, rapaz! Na frente quatro cavalos pretos empenachados levavam a Tia Filomena para o cemitério. Depois o padre. Depois o Savério noivo dela de lenço nos olhos. Depois ele. Na boleia do carro. Ao lado do cocheiro. Com a roupa marinheira e o gorro branco onde se lia: ENCOURAÇADO SÃO PAULO. Não. Ficava mais bonito de roupa marinheira mas com a palhetinha nova que o irmão lhe trouxera da fábrica. E ligas pretas segurando as meias. Que beleza, rapaz! Dentro do carro o pai, os dois irmãos mais velhos (um de gravata vermelha, outro de gravata verde) e o padrinho Seu Salomone. Muita gente nas calçadas, nas portas e nas janelas dos palacetes, vendo o enterro. Sobretudo admirando o Gaetaninho.
        Mas Gaetaninho ainda não estava satisfeito. Queira ir carregando o chicote. O desgraçado do cocheiro não queria deixar. Nem por um instantinho só.
        Gaetaninho ia berrar mas a Tia Filomena com mania de cantar o “Ahi, Mari!” todas as manhãs o acordou.
        Primeiro ficou desapontado. Depois quase chorou de ódio.
        Tia Filomena teve um ataque de nervos quando soube do sonho de Gaetaninho. Tão forte que ele sentiu remorsos. E para sossego da família alarmada com o agouro tratou logo de substituir a tia por outra pessoa numa nova versão de seu sonho. Matutou, matutou, e escolheu o acendedor da Companhia de Gás, seu Rubinho, que uma vez lhe deu um cocre danado de doído.
        Os irmãos (esses) quando souberam da história resolveram arriscar de sociedade quinhentão no elefante. Deu a vaca. E eles ficaram loucos de raiva por não haverem logo adivinhado que não podia deixar de dar a vaca mesmo.
        O jogo na calçada parecia de vida ou morte. Muito embora Gaetaninho não estava ligando.
        – Você conhecia o pai do Afonso, Beppino?
        – Meu pai deu uma vez na cara dele.
        – Então você não vai amanhã no enterro. Eu vou!
        O Vicente protestou indignado:
        – Assim não jogo mais! O Gaetaninho está atrapalhando!
        Gaetaninho voltou para o seu posto de guardião. Tão cheio de responsabilidades.
        O Nino veio correndo com a bolinha de meia. Chegou bem perto. Com o tronco arqueado, as pernas dobradas, os braços estendidos, as mãos abertas, Gaetaninho ficou pronto para a defesa.
        – Passa pro Beppino!
        Beppino deu dois passos e meteu o pé na bola. Com todo o muque. Ela cobriu o guardião sardento e foi parar no meio da rua.
        – Vá dar tiro no inferno!
        – Cala a boca, palestrino!
        – Traga a bola!
        Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou e matou.
        No bonde vinha o pai de Gaetaninho.
        Agurizada assustada espalhou a notícia na noite.
        – Sabe o Gaetaninho?
        – Que é que tem?
        – Amassou o bonde!
        A vizinhança limpou com benzina suas roupas domingueiras.
        Às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro da Rua do Oriente e Gaetaninho não ia na boleia de nenhum dos carros do acompanhamento. Lá no da frente dentro de um caixão fechado com flores pobres por cima. Vestia a roupa marinheira, tinha as ligas, mas não levava a palhetinha.
        Quem na boleia de um dos carros do cortejo mirim exibia soberbo terno vermelho que feria a vista da gente era o Beppino.

                                        Novelas Paulistanas. 3. ed. Rio de Janeiro:
                                              J. Olympio, 1979. p. 11-3.
Entendendo o conto:
01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:
·        Araçá: nome de um cemitério da cidade de São Paulo.

·        Banzar: pensar detidamente, meditar.

·        Boleia: cabina do motorista.

·        Cocre: cascudo.

·        Palhetinha: chapéu de palha.

02 – Esse conto pode ser dividido em seis partes ou cenas. De uma cena para outra, há um corte narrativo que introduz uma nova situação num tempo e num espaço também novos. Essa superposição de cenas vai compondo o todo como uma colagem, como se o narrador estivesse de posse de uma teleobjetiva e fosse fotografando cena por cena. Que tipo de linguagem se utiliza desse recurso técnico?
      A linguagem cinematográfica.

03 – Indique o parágrafo em que, ao descrever uma ação da personagem, o narrador, como um locutor esportivo, se utiliza da linguagem radiofônica.
      O sexto parágrafo.

04 – O ambiente é reconstituído com traços leves, demonstrando uma preocupação jornalística. Apesar disso, o autor consegue identificar magistralmente a origem e a condição socioeconômica das personagens.
a)   Que elementos do texto confirmam que Gaetaninho e sua família são italianos?
O nome das personagens, as gravatas dos irmãos mais velhos, verde e vermelha, a tia cantando a ópera “Ahi, Mari!”, a fala da mãe Subito! (“rápido”), a referência ao Palestra Futebol Clube (“Palestrino”), etc.

b)   Identifique alguns fatos que demonstram a condição socioeconômica da Gaetaninho.
Morar na Rua Oriente, em São Paulo, antigamente habitada por imigrantes italianos pobres; andar de bonde; jogar no bicho; o irmão trabalhar na fábrica; o jogo de futebol na rua com bola de meia; as flores pobres cobrindo o caixão, etc.

05 – Alcântara Machado preocupa-se não só em reproduzir os traços rítmicos e melódicos da linguagem coloquial, como também em mostrar a influência do imigrante italiano na fala paulistana.
a)   Identifique nos diálogos uma situação em que se observa um desvio em relação à variedade padrão formal da língua.
“Então você não vai amanhã no enterro. Eu vou!”

b)   Identifique no texto palavras da língua italian.
Nomes de personagens (Beppino, Peronetta, Nino, etc); o título da ópera, “Ahi, Mari!”; a palavra Subito.

06 – Que valor social está presente no desejo de Gaetaninho de andar de automóvel e de ser admirado pelas pessoas?
      O desejo de ascender socialmente. Como imigrante italiano marginalizado, Gaetaninho queria ser aceito, afirmar-se na sociedade brasileira.

07 – O final do conto é surpreendente, tanto pela rapidez com que se dá a morte de Gaetaninho quanto pela ambiguidade causada pela frase “amassou o bonde!”. Considerando o sentido do verbo amassar em português e sabendo que ammazzare, do italiano, significa “matar”, explique a ambiguidade contida nessa frase.
      Entre outras interpretações, pode-se considerar Gaetaninho como sujeito da ação (o menino foi atropelado/amassou o bonde, precipitando-se sob as rodas do veículo) e ao mesmo tempo paciente da ação (o menino foi atropelado/amassado/morto pelo bonde). A ambiguidade da expressão “Amassou o bonde” suaviza a crueza do espetáculo; a ironia suaviza a piedade.





POEMA: CANÇÃO DO EXÍLIO - GONÇALVES DIAS - COM QUESTÕES GABARITADAS

POEMA: CANÇÃO DO EXÍLIO
               GONÇALVES DIAS
Sábado, 28 de janeiro de 2017

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossas vidas mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
                        In Manuel Bandeira. Poesia e vida de Gonçalves Dias.
São Paulo, Ed. das Américas, 1962.
Entendendo o poema:

01 – Que visão de pátria é apresentada no poema? Confirme sua resposta transcrevendo dois versos do texto em seu caderno.
     Uma visão positiva e idealizada da pátria (Brasil). “Minha terra tem primores”; “Nossos bosques têm mais vidas/Nossa vida mais amores”.

02 – No poema, as palavras “lá” e “cá” aparecem repetidamente. O que elas representam para o eu poético?
     O lugar deixado para trás (a pátria) e o lugar em que o eu poético se encontra no momento em que sente saudades.

03 – Apesar de se referir ao próprio país, o Brasil, podemos considerar universal a maneira como o poeta vive seu sentimento em relação à pátria. Por quê?
     Porque muitas pessoas, de diferentes culturas e países, experimentam a sensação de saudades da terra de origem quando vivem em outro lugar. Assim como Gonçalves Dias, inúmeros poetas “cantaram” o exílio.

04 – Como você interpretaria a repetição da expressão “Minha terra tem...”?
     Ela dá ênfase àquilo que a pátria tem, `aquilo que ela é. Ou seja, o poema valoriza a pátria.

05 – Transcreva, em seu caderno, os versos do poema que podem ilustrar os seguintes sentimentos:
a)           Desilusão.
     “As aves, que aqui gorjeiam, / não gorjeiam como lá”.

b)           Encantamento.
         “Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores”.

06 – Alguns versos do poema de Gonçalves Dias podem ser relacionados a trechos do “Hino Nacional Brasileiro”, escrito 63 anos depois, em 1909. Identifique esses versos e transcreva-os em seu caderno.
     “Nossos bosques têm mais vida”, / “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

07 – O que é exílio?
      Afastamento voluntário ou forçado do lugar onde reside.

08 – Caracterize o eu lírico do poema.
      Alguém que está vivendo fora da sua terra natal e tem saudades desse lugar.

09 – No poema, o eu lírico compara a terra natal com a terra onde está exilado. Que elementos são utilizados nessa comparação?
a)   Sociais.
b)   Naturais.                        
c)   Econômicos.
d)   Políticos.

10 – A distância da terra natal provoca no eu lírico:
a)   Tristeza.
b)   Desespero.
c)   Angústia.
d)   Saudade.

11 – Ao se referir à terra natal, o eu lírico apresenta uma imagem:
a)   Realista.
b)   Racional.
c)   Idealizada.
d)   Imparcial.

12 – Quais os principais temas característicos do Romantismo apresentados nesse poema?
      O nacionalismo, a exaltação da natureza, pessimismo e o escapismo.  
   
13 – Nos versos “Em cismar, sozinho à noite/ Mais prazer encontro eu lá”, destaca-se a característica romântica:
a)   Exaltação da natureza.
b)   Valorização da cultura popular
c)   Escapismo.
d)   Crítica social.

14 – Apresenta um apelo o verso:
a)   “Minha terra tem palmeiras”.
b)   “Que tais não encontro eu cá”.
c)   “Nosso céu tem mais estrelas”.
d)   “Não permita Deus que eu morra”.

15 – Revela-se no poema um tom de:
a)   Lamento.
b)   Humor.                     
c)   Ironia.                      
d)   Rancor.

16 – A distância e a saudade provocam a distorção da imagem da terra natal, cuja natureza é minuciosamente comparada com a da terra do exílio.
a)   A oposição e a distância são marcadas por dois advérbios insistentemente repetidos ao longo do poema. Quais são eles e o que cada um representa?
Os advérbios são: “cá” (aqui), que representa a terra do exílio, e “lá”, que representa a terra natal.

b)   Entre os diversos elementos da natureza, dois se destacam e se tornam símbolos da pátria distante. Quais são eles?
O sabiá e a palmeira.

17 – Os críticos literários atribuem a extraordinária beleza da canção à simplicidade dos recursos expressivos utilizados. Analisemos alguns deles:
a)   Métrica: versos redondilhos, que dão ao poema um ritmo bem marcado e de gosto popular. Faça a escansão dos dois primeiros versos.
Mi/nha ter/ra tem/ pal/mei/ras – On/de can/ta o/ as/bi/á.

b)   Rimas: alternância de versos rimados (pares) com versos brancos (ímpares). Quais são as três palavras que se repetem em posição de rima, ao longo de quase todo o poema?
São as palavras: “Sabiá”, “cá” e “lá”.

c)   Paralelismo: um terço da canção compõe-se de versos repetidos. Dois desses versos funcionam como um refrão. Quais são eles?
“Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá.”