sábado, 4 de agosto de 2018

TEXTO: MEDICAMENTOS GENÉRICOS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Medicamentos genéricos

    Neste artigo vamos ler um pequeno texto falando sobre uma pesquisa que foi feita a respeito dos medicamente genéricos. A partir dele, foram formuladas algumas questões para que você treine um pouco de interpretação de textos. Confira o gabarito ao final.
        No início do mês o Instituto Vox Populi foi às ruas para saber o que a população pensa sobre os medicamentos genéricos. Colheu uma revelação surpreendente: 80% dos entrevistados já incorporaram essa alternativa a seus hábitos de consumo. Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos. O ministro da Saúde, José Serra, obteve a melhor avaliação entre toda a equipe de FHC, com percentuais capazes de causar inveja ao presidente. Os genéricos estão abrindo as portas do mercado para uma população que há anos era mantida à margem. Os medicamentos sem marca aprovados pela Vigilância Sanitária somam hoje 115 tipos e estão chegando às farmácias a preços, em média, 30% mais baratos. Tamanha revolução foi ajudada pelos holofotes acesos pela CPI dos Medicamentos, que acabou inibindo um novo boicote dos laboratórios multinacionais - bem-sucedidos na sua primeira investida, ainda em 1993. No ritmo desta verdadeira revolução, a indústria nacional disparou gordos investimentos. Hoje, entre os fabricantes de remédios já aprovados, apenas um é de origem estrangeira. Com tantos êxitos, os genéricos estão se tornando uma unanimidade nacional.

Entendendo o texto:
01 – Ao dizer, no final do texto, que os genéricos estão se tornando uma unanimidade nacional, o autor quer dizer que: 
A) quase todos os brasileiros consideram o advento dos genéricos uma medida positiva; 
B) os genéricos já estão alcançando, em sua distribuição, todo o território nacional; 
C) todos os genéricos, em breve espaço de tempo, serão de fabricação brasileira; 
D) os genéricos estão alcançando, no Brasil todo, um sucesso imprevisível; 
E) os genéricos passaram a ser vistos, pelos brasileiros, como ótimos investimentos. 

02 – O que a pesquisa do Vox Populi revelou de surpreendente foi que: 
A) os genéricos já são consumidos por grande parte da população; 
B) 80% da população brasileira tanto consomem genéricos quanto os remédios tradicionais; 
C) grande parte dos consumidores fazem parte de cooperativas que fornecem genéricos; 
D) os genéricos só são consumidos por quem está bem informado sobre essa revolução; 
E) os genéricos estão rendendo frutos econômicos e políticos. 

03 – A prova dos frutos políticos do advento dos genéricos é: 
A) a alta popularidade do ministério de FHC; 
B) a avaliação pública do ministro José Serra; 
C) a baixa popularidade do presidente; 
D) a aceitação dos genéricos por parte da população; 
E) os altos investimentos feitos no setor. 

04 – A população ''que há anos era mantida à margem'' refere àquela parte da população que: 
A) não investia no setor farmacológico; 
B) desconhecia a utilidade dos genéricos; 
C) só se tratava com remédios de marca; 
D) não ficava doente; 
E) não tinha condições econômicas de adquirir remédios. 

05 – “'No início do mês o Instituto Vox Populi foi às ruas para saber o que a população pensa sobre os medicamentos genéricos.''; o comentário INCORRETO a respeito dos componentes desse segmento do texto é: 
A) Instituto Vox Populi é grafado com letras iniciais maiúsculas porque se trata de um nome próprio; 
B) No início do mês indica a época da pesquisa; 
C) às ruas indica o local onde foi realizada a pesquisa; 
D) o segmento inclui também a finalidade da pesquisa; 
E) o segmento deixa em suspense o responsável pela pesquisa. 

06 – Os genéricos marcam, segundo o texto, uma série oposições em relação aos remédios tradicionais; a oposição NÃO indicada pelo texto é: 
A) sem marca X com marca; 
B) mais baratos X mais caros; 
C) fabricação nacional X fabricação estrangeira; 
D) muito conhecimento X pouco conhecimento; 
E) mais consumidores X menos consumidores.

07 – A sigla CPI, presente no texto, significa: 
A) Centro de Proteção ao Investidor; 
B) Comissão Parlamentar de Inquérito; 
C) Cooperativa Parlamentar de Investigação; 
D) Casa do Pequeno Investidor; 
E) Comissão Privada de Investigação. 

08 – Segundo o texto, os laboratórios multinacionais: 
A) aceitaram passivamente a chegada dos genéricos; 
B) criaram uma CPI para os genéricos; 
C) passaram a investir na produção de genéricos; 
D) tentaram torpedear a revolução dos genéricos; 
E) auxiliaram na criação dos genéricos. 

09 – “Hoje, entre os fabricantes de genéricos já aprovados, apenas um é de origem estrangeira.''; neste segmento, o vocábulo que mostra a opinião do autor do texto sobre o assunto abordado é: 
A) já; 
B) apenas; 
C) hoje; 
D) estrangeira; 
E) aprovados. 

10 – “Hoje, entre os fabricantes de remédios já aprovados, apenas um é de origem estrangeira.'' Infere-se desse segmento que: 
A) para a fabricação dos genéricos é necessária uma aprovação de órgão competente; 
B) os fabricantes estrangeiros estão ganhando terreno na fabricação dos genéricos; 
C) os fabricantes estrangeiros não estão recebendo autorização para a fabricação de genéricos; 
D) a situação atual de fabricação de genéricos é de baixa produção; 
E) só hoje o Governo intervém na fabricação de remédios.





sexta-feira, 3 de agosto de 2018

MÚSICA: MANIFESTO - FRESNO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Música: Manifesto
                                 Fresno

A gente acorda pra vida e não quer sair da cama
A gente abre a ferida na pele de quem nos ama
A gente vive na guerra, a gente luta por paz
A gente pensa que sabe, mas nunca sabe o que faz

A gente nega o que nunca teve forças pra dizer
A gente mostra pro mundo o que se quer esconder
A gente finge que vive até o dia de morrer
E espera a hora da morte pra se arrepender de tudo

E todas essas pessoas que passaram por mim
Alguns querendo dinheiro, outros querendo o meu fim
E os meus amores de infância e os inimigos mortais
Todas as micaretas, todos os funerais

Todos os ditadores e subcelebridades
Farsantes reais encobertando verdades
Pra proteger um vazio, um castelo de papel
Sempre esquecendo que o mundo
É só um ponto azul no céu

Quem é que vai ouvir a minha oração?
E quantos vão morrer até o final dessa canção?
E quem vai prosseguir com a minha procissão
Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa pressão?

No escuro, a sós com a minha voz
Por nós, quem? Quem? Quem?
Antes, durante e após
Desatando os nós, hein? Hein? Hein?
Sente no corpo uma prisão, correntes, vendas na visão
Os caras não avisam, balas não alisam
Minas e manos brisam
E precisam de mais, mais visão, ter paz, paz
Note que o holofote e o vício nele em si te desfaz, faz
Menos é mais, e o que segue é a lombra
Onde se vacilar os verme leva até sua sombra
Cada qual com seu caos, o inferno particular
Tempo, individual e o amor, impopular

Quem é que vai ouvir a minha oração?
E quantos vão morrer até o final dessa canção?
E quem vai prosseguir com a minha procissão
Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa pressão?

(Só existe uma maneira de se viver pra sempre, irmão
Que é compartilhando a sabedoria adquirida
E exercitando a gratidão, sempre
É o homem entender que ele é parte do todo
É sobre isso que o manifesto fala
Nem ser menos e nem ser mais, ser parte da natureza, certo?
Ao caminhar na contramão disso
A gente caminha pra nossa própria destruição)

                                           Composição: Emicida / Lucas Silveira.
Entendendo a canção:
01 – Há alguma incoerência no primeiro verso da música? Justifique sua resposta:
      Não. Pois o verso está numa linguagem figurada. “... acordar pra vida”, que significa correr atrás de seus interesses e não nada a ver com “... sair da cama.”

02 – Existe alguma antítese na letra de música?
      Sim. Guerra / Paz – Mostrar / Esconder.
              Viver / Morrer – Amores de infância / Inimigos mortais.

03 – Posicione-se sobre a passagem destacada no texto, explicando seu ponto de vista: 
      Quando negamos aquilo que não temos forças pra dizer, isto nos leva ao sofrimento, ou seja, enterramos os sentimentos que achamos não servir, que vão nos entristecer e machucar de uma forma que não conseguiremos suportar; estamos negando nossa experiência, nossa existência.

04 – Qual a importância das indagações da quinta estrofe para o texto? Trata-se ou não de perguntas-retóricas?  
      Indagar pode ajudar as pessoas a adquirir novos conhecimentos baseada nos questionamentos.
      Sim, são perguntas retóricas, pois são uma interrogações que não tem como objetivo obter uma resposta, mas sim estimular a reflexão do indivíduo sobre determinado assunto.

05 – Qual o objetivo da repetição do pronome "quem", no verso "Por nós, quem? Quem? Quem?"? 
      O pronome relativo “quem” já exerce a função de evitar a repetição de termos expressos.
      Esta repetição do pronome “Quem?” se pretende enfatizar uma pergunta.

06 – Justifique o título da música, relacionando-o ao seu conteúdo:
      O título tem tudo a ver com o conteúdo, pois é um texto de natureza dissertativa e persuasiva, que objetiva alertar para o problema do homem entender que ele é parte do todo e só uma maneira de se viver feliz exercitando a gratidão. 

07 – Que mensagem a música lhe transmitiu? Comente:
      Que só existe uma maneira de se viver pra sempre; que é compartilhando a sabedoria adquirida e exercitando a gratidão sempre.


CRÔNICA: A ÚLTIMA CRÔNICA - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

Crônica: A Última Crônica
            Fernando Sabino
                                                   
        A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
        Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
        Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
        A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
        São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você…”
        Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
        Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.”
 Fernando Sabino. In: Para gostar de ler.
São Paulo: Ática, 1979-1980.
Entendendo a crônica:
01 – Qual é o título do texto? Quem é o autor?
      “A última crônica”. Fernando Sabino.   

02 – Qual era a finalidade do autor ao entrar no botequim?
      Tomar um café e recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida.

03 – De acordo com o texto, identifique:
a)   Foco narrativo:
1ª pessoa; narrador-personagem.   

b)   Cenário:
Um botequim na Gávea.     
    
c)   Personagens principais:
Narrador; família (pai, mãe e filha).
d)   Tempo:
A duração é o tempo do narrador tomar um café.  

04 – Qual a profissão do narrador? Retire do texto que justifique sua resposta.
      ESCRITOR. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um.

05 – O narrador conta que entrou no botequim para tomar um café; mas qual era o real motivo?
      Ele estava sem ideia para escrever uma crônica, adiava o momento.

06 – De acordo com o texto, no início do 2° parágrafo o termo usado pelo narrador tem um tom pejorativo?
      Sim. Pretos.

07 – O casal senta-se no fundo do botequim. Por que motivo?
      Para poder comemorar o aniversário da filha, com um pedaço de bolo.

08– No trecho: “Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.” Quem são esses Três esquivos?
      Um homem, uma mulher e a filhinha de uns três anos, uma família simples e pobre.

09 – Reescreva o trecho em que mostra a pobreza das personagens?
      Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, a compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, os três compunham a tradicional família, célula da sociedade.

10 – Para você, o texto “A última crônica” tem uma ideia de discriminação? De que tipo? justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Diante dos diminutivos (arrumadinha, negrinha, menininha, fitinha) que se refere a menina; qual o sentimento do autor?
      De comoção, dó ...

12 – O que sente o autor, quando o pai da menina olha para ele e sorri?
      Ele sentiu muito feliz e preferiu que a sua última crônica fosse tão pura como aquele sorriso.

13 – Qual seria a melhor definição que poderia ser dada a esta crônica?
      Uma família humilde, mas que não deixa a dura realidade da pobreza afetar o amor, o carinho familiar.

14 – Em uma crônica, o narrador pode ser observador ou personagem. Qual é o tipo de narrador da crônica em estudo? Justifique sua resposta.
      Ele é narrador-personagem, pois ele participa da história, como demonstra o emprego dos verbos e pronomes na 1ª pessoa: “A caminho de casa, entro num botequim...”; “Assim eu quereria a minha última crônica...”.

15 – O cronista costuma ter sua atenção voltada para os fatos do dia-a-dia ou veiculados em notícias de jornal e os registra com humor, sensibilidade, crítica e poesia. Ao proceder assim, qual dos seguintes objetivos o cronista espera atingir com seu texto?
a)   Informar os leitores sobre um determinado assunto.
b)   Entreter os leitores e, ao mesmo tempo, leva-los a refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos.
c)   Dar instruções aos leitores.
d)   Tratar de um assunto cientificamente.
e)   Argumentar, defender um ponto de vista e persuadir o leitor.

16 – Observe a linguagem empregada na crônica em estudo.
a)   Como é narrada a cena do aniversário: de forma impessoal e objetiva, isto é, em linguagem jornalística, ou de forma pessoal e subjetiva, ou seja, em linguagem literária?
De forma pessoal e subjetiva, em linguagem literária.

b)   A crônica, quanto à linguagem que apresenta, está mais próxima do noticiário de jornais ou revistas ou mais próxima de textos literários?
Está mais próxima de textos literários.

c)   Que tipo de variedade linguística ela adota?
A variedade padrão da língua.

17 – Com a maioria dos gêneros ficcionais, a crônica pode ser narrada no presente ou no pretérito.
a)   Que tipo de tempo verbal predomina na crônica em estudo?
O presente do indicativo.

b)   Que efeito de sentido a escolha desse tempo verbal confere ao texto?
O leitor é conduzido pelo cronista; envolve-se com os pensamentos e dificuldades dele e participa da cena descrita por ele.





         




         

POEMA PARA SÉRIES INICIAIS: AS FRÔ DE PUXINANÃ - ZÉ DA LUZ - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Poema: AS FRÔ DE PUXINANÃ


Três muié ou três irmã,
Três cachôrra da mulesta,
Eu vi num dia de festa,
No lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
Era mermo uma tentação!
Mimosa frô do sertão
Que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
Tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué cristão
Os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
Duas istrêla tremeno,
Se apagano e se acendeno
Em noite de ventania.

A tercêra era Maroca.
De cóipo muito mal feito,
Mas porém tinha nos peito
Dois cuscuz de mandioca.

Dois cuscuz, que, por capricho,
Quando ela passou por eu,
Minhas venta se acendeu
Cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté me atrapaiava,
Sem sabê das três irmã
Qui ei vi im Puxinanã,
Qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
Prá sair desse imbaraço,
Desejei morrê nos braços
Da dona dos dois cuscuz.
                                                                               Zé da Luz.
Entendendo o poema:
01 – Qual é o título do texto?
      As frô de Puxinanã.

02 – O que é Puxinanã? E em que estado está localizada?
      É uma cidade brasileira, localizada no estado da Paraíba.

03 – Poderíamos dizer que este texto é literário, ou não? Por que?
      Esse texto é literário por se tratar de um poema.

04 – O que prova que este texto é um poema?
      Porque é escrito em versos e estrofes.

05 – Qual era o nome das três irmãs?
      Elas chamam-se: Ogusta, Guléimina e Maroca.

06 – Se trocássemos a linguagem coloquial em que o texto foi escrito pela linguagem culta, mudaria a beleza poética do texto?
      Com certeza mudaria, porque o poema perderia o ritmo.

07 – Qual era a sua maior preocupação?
      Era decidir qual das três irmãs lhe agradava mais.  

08 – O eu-lírico do texto nos conta sua paixão por três irmãs. Como ele descreve cada uma das moças?
·        A 1ª moça era a mais robusta uma verdadeira tentação.
·        A 2ª moça tinha uns olhos que era uma maldição, eles pareciam duas estrelas apagando e acendendo.
·        A 3ª moça era feia de corpo; mas, tinha dois peitos que mais pareciam dois cuscuz.

09 – No final do texto, com qual das irmãs o eu-lírico resolveu ficar? E por que ele escolheu esta? Comprove com parte do texto.
    Ele ficou com Maroca, porque ela tem dois cuscuz de mandioca.
      Desejei morrê nos braços
     Da dona dos dois cuscuz.”

       


CONTO: SONHOS - MOACYR SCLIAR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Conto: SONHOS

      Gregório telefona a Berta.
      -- Berta, você está bem?
      -- Sim, Gregório, por quê?
      -- Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei que você se afogava num mar revolto. Eu era o salva-vidas na praia.

      -- E você me salvou, Gregório?
      -- Claro, Berta. Quem mais poderia te salvar?
      No dia seguinte telefona de novo.
      -- Berta, você está bem?
      -- Sim Gregório, por quê?
      -- Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei que você estava com nefrite, e que eu era o médico a quem você consultava.
      -- E você me salvou, Gregório?
      -- Claro Berta. Quem mais poderia te salvar?
      Terceiro dia:
      -- Berta, você está bem?
      -- Sim, Gregório. Por quê?
      -- Tive um sonho horrível esta noite. Sonhei que você estava possuída pelos demônios.
      Eu era o sacerdote que te exorcizava.
      -- E você me salvou, Gregório?
      -- Claro, Berta. Quem mais poderia te salvar?
      No quarto dia Berta aceita a proposta de Gregório. Casam-se. E desde então ela tem um único sonho: que Gregório está morto, morto, morto.

                                                                                   Moacyr Scliar.
Entendendo o conto:
01 – Quais os artifícios que Gregório usa para conquistar Berta?
      Falando que teve um sonho horrível com ela.

02 – Infere-se que Berta é uma moça difícil de ser conquistada. Mas Gregório é persuasivo e consegue o que quer. Qual era o objetivo do cavalheiro?
      Casar-se com Berta.

03 – No texto, qual significado das expressões: nefrite – exorcizar – mar revolto.
·        Nefrite: Doença inflamatória dos rins.
·     Exorcizar: Utilizar o exorcismo para retirar, afastar, expulsar os demônios que apossam do corpo de alguém.
·        Mar revolto: É o mar agitado, furioso, tempestuoso.

04 – Por que passa a sonhar que Gregório está morto?
      Porque pensa em ficar livre do casamento, uma vez que não era da sua vontade.

05 – Relacione os verbos conjugados e diga em que tempo e modo se encontram.
·        Telefona: tempo – presente; modo – indicativo.
·        Sonhei: tempo – pretérito perfeito; modo – indicativo.
·        Afogava: tempo – pretérito imperfeito; modo – indicativo.
·        Era: tempo – pretérito imperfeito; modo – indicativo.
·        Salvou: tempo – pretérito perfeito; modo – indicativo.
·        Consultava: tempo – pretérito imperfeito; modo – indicativo.
·        Exorcizava: tempo – pretérito imperfeito; modo – indicativo.
·        Aceita: tempo – presente; modo – indicativo.
·        Casam: tempo – presente; modo – indicativo.

06 – Escreva os substantivos presente no texto.
      Gregório – Berta – noite – mar – praia – salva – vidas – dia – sonho – nefrite – médico – demônios – sacerdote – proposta – morto.

07 – Qual o gênero o texto se apresenta?
      É conto.