terça-feira, 8 de maio de 2018

POEMA: A MULHER QUE PASSA - VINICIUS DE MORAES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


POEMA A mulher que passa
                    
                                                    Vinicius de Moraes

Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontravas se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto puro como devassa
Que boia leve como cortiça
E tem raízes como a fumaça.

                                       MORAES, Vinicius de. Antologia poética.
                       São Paulo: Companhia das Letras, 1992. P. 88-89.

Entendendo o poema:
01 – Destaque a semelhança entre o poema “A mulher que passa”, de Vinicius de Moraes, e o poema “Amor”, de Adélia Prado.
      Ambos tratam do sentimento de amor, do desejo por alguém que não está necessariamente correspondendo a esse sentimento.

02 – Considere a forma como cada autor revelou seus sentimentos. Com qual deles você se identificou mais? Por quê?
      Resposta pessoal.

03 – Releia o título e o primeiro verso do poema, que trazem a forma escolhida pelo eu lírico para refletir-se à mulher desejada.
       Trata-se, nesse caso, de uma qualidade permanente. O fato de passar é o que, principalmente, a caracteriza.





TEXTO: HISTORINHA URBANA - RUY ESPINHEIRA FILHO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: HISTORINHA URBANA

    – Pare na esquina – disse o passageiro.
        O chofer obedeceu.
        – São cinco reais – informou ele, indicando os números antes de fazer o taxímetro voltar a zero. O passageiro estendeu-lhe uma nota de dez:
        – Cobre aqui.
        O motorista balançou negativamente a cabeça:
        – Não tenho troco – disse.
        – E como é que vamos fazer? – perguntou o passageiro. – Se houvesse alguém aí em casa… Mas está todo mundo viajando e o dinheiro mais miúdo que eu tenho é essa nota de dez.
        – Bem – falou o chofer – o jeito é a gente procurar onde trocar essa nota.
        – Sim, acho que é a única coisa que se pode fazer – concordou o passageiro.
        O táxi arrancou quase num salto.
        – Por aqui não vai ser nada fácil encontrar quem troque – disse o passageiro, reajustando os rins abalados pela arrancada. – Ainda mais hoje, domingo, com quase tudo fechado.
        Rodaram algum tempo em silêncio. Depois o chofer falou:
        – Vamos ver se conseguimos trocar naquela quitanda lá adiante.
        Não conseguiram.
        – Acho que esse cara está é com má vontade – disse o chofer quando retornaram ao carro.
        – Talvez ele não tenha mesmo troco – disse o passageiro.
        – Então experimento trocar comprando uma carteira de cigarro.
        – Eu não fumo – respondeu o passageiro.
        – Então… compre qualquer coisa.
        – Que coisa?
        – Bom… Que tal uma garrafa de cachaça?
        Não havia troco. A garrafa continuou na prateleira, para decepção do chofer.
        Voltaram ao táxi. Daí por diante, infelizmente, estava tudo fechado. O passageiro se sonhava em casa, depois de uma longa chuveirada, lendo o jornal comodamente instalado na sua poltrona predileta, quando o chofer voltou a falar.
        – Bom, acho que estamos novamente no ponto de partida – disse ele.
        – É – concordou melancolicamente o passageiro. – Foi logo ali adiante que eu tomei o seu táxi.
        – Isso quer dizer que não há mais problema – falou o chofer.
        – Não? – perguntou o passageiro.
        – Claro que não. Daqui pra sua casa a corrida deu cinco reais, não foi?
        – Foi.
        – Então, embora o taxímetro esteja desligado, sabemos que uma corrida de sua casa para cá também dá cinco cruzeiros. Sendo assim, não precisamos mais trocar o dinheiro: são exatamente dez reais. Eu dispenso o quebrado a mais do tempo em que ficamos parados naquela quitanda.
        O passageiro sentiu-se subitamente aliviado. Entregou a nota de dez ao chofer, agradeceu, saltou do táxi – e foi a pé para casa.


RUY ESPINHEIRA FILHO. Sob o último sol de fevereiro.
Civilização Brasileira, 1975, Rio de Janeiro.

Entendendo o texto:
01 – Relacione a frase ao significado apresentado da palavra nota:
1. O passageiro estendeu-lhe uma nota de dez.
2. O freguês apresentou a nota das compras.
3. O violinista acertou as notas executadas no concerto.
4. O professor informou a nota do aluno.
a. (4) resultado numérico do aproveitamento de um aluno na escola
b. (3) sinal que representa um som, na música.
c. (2) relação de mercadoria com quantidade e preço.
d. (1) papel que representa moeda, dinheiro.

02 – Para que serve o taxímetro?
      Serve para indicar o valor a ser pago baseado na distância percorrida e no tempo utilizado no transporte de pessoas.

03 – O passageiro não tinha dinheiro trocado e o motorista não tinha troco. Na sua opinião, qual deles é o principal causador do impasse?

 Por lei é o vendedor que tem de fornecer o troco. No caso do texto, a responsabilidade é do motorista e não do passageiro.

04 – Todas as sugestões para resolver a questão partiram do motorista. Isso demonstra que:
a. (   ) o motorista se sentia culpado
b. (X) o passageiro era passivo e acomodado
c. (   ) o motorista queria lucrar com a situação
d. (   ) o passageiro pretendia não pagar a corrida.

05 – Se você fosse o passageiro, que solução apresentaria logo no início para resolver o problema?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Observamos pelo desenvolvimento do texto que o passageiro:
a. (X) não fumava nem bebia bebida alcoólica
b. (   ) não fumava, mas bebia
c. (   ) fumava e bebia
d. (   ) fumava mas não bebia

07 – De acordo com o texto, conclui-se que o motorista:
a. (   ) não fumava nem bebia bebida alcoólica
b. (X) não fumava, mas bebia
c. (   ) fumava e bebia
d. (   ) fumava mas não bebia.

08 – Justifique sua resposta à questão anterior.
O texto informa que o motorista ficou decepcionado por não ter sido possível comprar a garrafa de cachaça. Provavelmente ele queria bebê-la.

09 – Quando o chofer apresentou a última solução, o passageiro sentiu-se aliviado. Por que se sentiu aliviado se estava outra vez no mesmo lugar do início da corrida?
Porque se viu livre do problema do troco.

10 – Na sua opinião, a última solução apresentada pelo motorista foi correta? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.


TEXTO: TRATAMENTO A AUTORIDADES - COLUNA PÊNALTI .CARTA CAPITAL - COM GABARITO


Texto: Tratamento a autoridades


     Venho solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgado centenas de moças, atraindo-as para se transformaram em jogadoras de futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico das suas funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescente, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.
                                                (Coluna Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010).


01 – O trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira, encaminhada, em abril de 1940, ao então presidente da República Getúlio Vargas. As opções linguísticas de Fuzeira mostram que seu texto foi elaborado em linguagem:
     a)     Regional, adequada à troca de informações na situação apresentada
     b)    Jurídica, exigida pelo tema relacionado ao domínio do futebol.
     c)     Coloquial, considerando-se que ele era um cidadão brasileiro comum.
     d)    Culta, adequando-se ao seu interlocutor e à situação de comunicação.
     e)     Informal, pressupondo o grau de escolaridade de seu interlocutor.
      O texto é elaborado em linguagem culta, como é adequado a uma carta dirigida ao presidente da República. Resposta: D





TEXTO: SETOR AUTOMOBILÍSTICO - QUATRO RODAS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


        TEXTO: SETOR AUTOMOBILÍSTICO


     É consenso entre os economistas que o setor automobilístico é o que impulsiona a economia de qualquer país. QUATRO RODAS foi conferir e viu que os números são espantosos. A começar pelo mercado de trabalho. Estima-se que um emprego em uma fábrica de carros gera, indiretamente, 46 outros empregos. Por esse cálculo, 5 milhões de brasileiros dependem, em maior ou menor grau, dessa indústria. Até na construção civil a presença das rodas é enorme: 1 em cada 4 metros quadrados de espaço nas grandes cidades se destina a ruas ou estacionamentos. Na ponta do lápis, o filão da economia relacionado a automóveis movimentou, no ano passado, pelo menos 216 bilhões de dólares. Como o PIB brasileiro, nesse período, foi de 803 bilhões de dólares (e ainda não havia ocorrido a maxidesvalorização), cerca de 1 em cada 4 reais que circularam no país andou sobre rodas em 1998.
(Quatro Rodas, março/99)

Entendendo o texto:
01 – Segundo o texto, a economia de um país:
a) é ajudada pelo setor automobilístico.
b) independe do setor automobilístico.
c) às vezes depende do setor automobilístico.
d) não pode prescindir do setor automobilístico.
e) fortalece o setor automobilístico.

02 – A importância do setor automobilístico é destacada:
a) por boa parte dos economistas
b) pela maioria dos economistas
c) por todos os economistas
d) por alguns economistas
e) pelos economistas que atuam nessa área.

03 – Pelo texto, verifica-se que:
a) alguns países têm sua economia impulsionada pelo setor automobilístico.
b) o PIB brasileiro seria melhor sem o setor automobilístico.
c) para os economistas, o setor automobilístico tem importância relativa na economia brasileira.
d) cinco milhões de brasileiros têm seu sustento no setor automobilístico.
e) em 1998, três quartos da economia brasileira não tinham relação com o setor automobilístico.

04 – “A começar pelo mercado de trabalho.” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que lhe altera basicamente o sentido é:
a) a princípio pelo mercado de trabalho
b) começando pelo mercado de trabalho
c) em princípio pelo mercado de trabalho
d) principiando pelo mercado de trabalho
e) iniciando pelo mercado de trabalho.

05 – Segundo o texto, o setor automobilístico:
a) está presente em segmentos diversos da sociedade.
b) limita-se às fábricas de veículos.
c) no ano de 1988 gerou salários de aproximadamente 216 bilhões de dólares.
d) ficou imune à maxidesvalorização.
e) gera, pelo menos, 47 empregos por fábrica de automóveis.

06 – A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é:
a) qualquer
b) gera
c) até
d) na ponta do lápis
e) no país.



domingo, 6 de maio de 2018

FILME: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS - BRIAN PERCIVAL - COM ATIVIDADES GABARITADAS


Filme: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

Data de lançamento: 31 de janeiro de 2014 (2h 11min)
Direção: Brian Percival
Gênero: Drama
Nacionalidades: EUAAlemanha

SINOPSE E DETALHES
Não recomendado para menores de 10 anos
        Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).

Entendendo o filme:
01 – O que Liesel ia fazer na casa do prefeito?
Ela tinha reuniões com ele
Tacar fogo na casa
Ler os livros que a esposa do prefeito emprestava a ela
Comer de sua comida

02 – O irmão de Liesel morre logo no início, pois a morte quer conhecê-lo. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
Falso

03 – No enterro do irmão, Liesel apanha o livro do menino do chão e guarda para ela, porém Liesel não sabe:
Escrever
Ler
Cantar
Entender

04 – Qual sobrenome biológico de Liesel?
Hubermann
Jonhson
Meminger
Darks

05 – Max, o amigo judeu da família adotiva de Liesel é procurado pela polícia da cidade. Os Hubermann escondem Max no:
Baú
Armário
Salão
Porão

06 – Qual nome do presidente da Alemanha no tempo da história?

          Adolf Hitler

07 – Em que data foi lançado o filme do Brasil?
Fevereiro/2013
Novembro/2013
Fevereiro/2014
Setembro/2012

08 – Como a mãe adotiva de Liesel chama o pai de Liesel?
Saukerl
Cheminge
Saukersd
Sauolfiner

09 – Quando Liesel jogava futebol com os meninos, ela era sempre:
Atacante
Artilheira
Zagueira
Goleira

10 – No final, os pais de Liesel e Rudy morrem. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
Falso.

11 – Como Liesel roubou seu primeiro livro?
      Roubou do monte de livros que estavam sendo queimados.

12 – Quais eram os momentos mais felizes de Liesel?
      Quando ela estava com o amigo da escola.

13 – Onde Liesel roubou seu segundo livro?
      Na casa do prefeito.

14 – O que Liesel fazia sempre que se sentia angustiada?
      Corria para o quarto, para ler o livro.

15 – Porque você acha que a morte disse: “Os seres humanos me assombram”?
      Resposta pessoal do aluno.



MÚSICA: MEDIDA CERTA - JORGE E MATEUS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Música: Medida Certa
                                                   Jorge e Mateus
                                  Compositor: Anajuh, Danilo Dávilla

Oi, tô te ligando pra você passar aqui em casa
Hoje à noite, se tiver desocupada                       
Só se der, só se der

Não, não vai dizer pra ninguém que sinto saudades
Não é verdade
Eu e você, nada a ver

É que meu pente perguntou do seu cabelo
Ouvi reclamações do meu espelho
Querendo saber de você
Que dia ele vai te ver

Eu juro que, pra mim, pouco me importa
Se eu passo toda hora na sua porta
Meu carro que se apaixonou na rota

É, não sou eu
O meu quarto que ficou apaixonado
Travesseiro dependente e viciado em você
Não sou eu
Meu lençol te quer agora e não depois
Minha cama tem a medida certa pra nós dois

É que meu pente perguntou do seu cabelo
Ouvi reclamações do meu espelho
Querendo saber de você
Que dia ele vai te ver

E eu juro que, pra mim, pouco me importa
Se eu passo toda hora na sua porta
Meu carro que se apaixonou na rota

É, não sou eu
Meu quarto que ficou apaixonado
Travesseiro dependente e viciado em você
Não sou eu
Meu lençol te quer agora e não depois
Minha cama tem a medida certa pra nós dois

É, não, não sou eu
O meu quarto que ficou apaixonado
Travesseiro dependente e viciado em você
Não sou eu
Meu lençol te quer agora e não depois
Minha cama tem a medida certa pra nós dois

Pra nós dois.

Entendendo a canção:

01 – No início do texto, há uma redução de formas linguísticas aceitáveis na fala, mas indesejáveis na escrita. Identifique o trecho em que pelo menos uma delas ocorre.
      “Oi, tô te ligando pra você passar aqui em casa (estou) / Hoje à noite, se tiver desocupada (estiver).

02 – Uma redução de palavras na fala como “refri” (de refrigerante), “moto” (de motocicleta) ou “Zé” (de José) e as também analisadas do texto são consideradas variações da linguagem formal ou coloquial? Explique.
      Elas são consideradas como linguagem coloquial ou informal, pois não são convenções da escrita ortográfica vigente, são expressões comuns aos falantes apenas.

03 – Reescreva uma passagem (ou mais) do texto em que um objeto assume uma atitude humana:
      “É que meu pente perguntou do seu cabelo / Ouvi reclamações do meu espelho”.

04 – A palavra “pra” no texto está na linguagem formal ou coloquial? Qual a classe gramatical dessa palavra?
      Ela está na forma coloquial e é uma preposição.

05 – O rapaz afirma que não é verdade que sente saudade. Podemos dizer que isso é verdade? Justifique a resposta.
      Não é verdade, pois ele tenta esconder dando várias desculpas com os objetos da casa para justificar a razão de querer ver a pessoa.

06 – QUESTÃO PARA CRIATIVIDADE! Crie uma resposta para o texto dessa canção de forma breve. Aqui você dirá se vai ou não encontrá-lo!
      Resposta pessoal do aluno.


FÁBULA: A ARANHA E O BURACO DA FECHADURA - COM GABARITO

Fábula: A ARANHA E O BURACO DA FECHADURA


       A aranha precisava encontrar urgentemente um lugar para morar, e por isso andava pelas paredes da casa em que entrara, à procura de um canto onde pudesse abrigar-se adequadamente. Caminhou para cá, caminhou para lá, olhou de um lado, olhou de outro, e já estava se sentindo cansada de tanto bater perna sem descobrir o que desejava, quando resolveu verificar mais de perto a fechadura de uma porta.
       Ela a examinou com cuidado e atenção, primeiramente por fora, depois por dentro, e acabou chegando à conclusão de que finalmente achara o lugar ideal para esconder-se, não só porque seria quase impossível a alguém desconfiar que aquele buraco metálico houvesse se transformado em moradia, mas principalmente pelo fato de que o lugar permitia a quem nele morasse, uma visão ampla e perfeita de tudo o que acontecesse tanto de um lado da porta, como de outro. Satisfeita, a aranha pôs-se a então a imaginar:
        – Lá no alto da porta eu posso tecer uma teia bem trabalhada, onde com toda certeza pegarei muitas moscas; e também uma outra lá na parte de baixo, perto do chão, que é por onde andam os besourinhos. E aqui no meio, bem junto às duas entradas da minha nova casa, uma terceira armadilha, na qual conseguirei armazenar uma boa provisão de mosquitos.
     A aranha estava mais que radiante com a fechadura que acabara de descobrir, uma autêntica fortaleza de ferro, estreita e aparentemente inexpugnável, e isso lhe dava uma sensação de segurança como jamais sentira em qualquer outro momento da vida. E ela permanecia assim, embalada pelo sentimento de confiança absoluta no futuro tranquilo e confortável que o destino havia lhe reservado, quando de repente, ouviu o som de passos que se aproximavam.
      Amedrontada, a aranha correu depressa para o fundo do buraco da fechadura, sem desconfiar que a chave era a legítima proprietária do mesmo, e fora justamente ela quem acabara de chegar e ser colocada em seu lugar, expulsando a invasora da moradia que sequer havia conseguido inaugurar.
       Moral da história: Ninguém deve alimentar a ideia de que pode apoderar-se das coisas que já têm dono.

Baseado em fábula do mesmo nome, de Leonardo da Vinci.

Entendendo a fábula: 
01 – Qual é o título do texto?
      O título do texto é “A aranha e o buraco da fechadura”.

02 – Sobre o que fala o texto?
      O texto fala sobre uma aranha procurando um lugar para fazer sua casa.

03 – Quem é o personagem principal da história?
      A personagem principal da história é a aranha.

04 - Onde se passa a história?
      Esta história se passa em uma casa.

05 – O que a aranha estava procurando? Ela conseguiu o que queria?
      Ela estava procurando um lugar para fazer sua casa. Ela conseguiu encontrar um lugar para isso um buraco metálico.

06 – Quais as vantagens que a aranha encontrou em sua nova casa?
      As vantagens eram que a casa era impossível de alguém desconfiar que ela estava naquele buraco metálico, e também o lugar tinha uma ampla visão tanto do lado de dentro quanto do lado de fora, a aranha também poderia conseguir comida fazendo teias em cima ou embaixo da porta.

07 – Qual foi o problema que a aranha encontrou?
      Quando a aranha ouviu um barulho e se escondeu dentro da casa nova veio a chave e tirou a aranha de dentro de sua casa.

08 – Explique com suas palavras o que quer dizer a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Circule no texto os adjetivos que encontrar.
      Cansada; metálico; trabalhada; radiante; tranquilo; confortável; amedrontada.

10 – Se você fosse a aranha que lugar você escolheria para fazer sua casa? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.