domingo, 21 de janeiro de 2018

ENTREVISTA: O QUE FALTA É AFETO - DANIELA PINHEIRO - COM GABARITO

Texto: O que falta é afeto

  Psicóloga diz que educar dá trabalho e que os pais fazem mal aos filhos com punições sem lógica e às vezes até cruéis.
                                                                Daniela Pinheiro 
   
      A maioria dos pais se martiriza com questionamentos intermináveis sobre como criar os filhos. Por mais que evitem, estão sempre esquadrinhando seu comportamento. Estariam sendo muito duros? Muito permissivos? Muito autoritários? Como agir em determinada situação? Para a psicóloga Lídia Weber, de 46 anos, o tema é uma fonte inesgotável de indagações das quais já se consolidaram, felizmente, algumas certezas. Autora de seis livros sobre relações intrafamiliares, coordenadora de um programa de dinâmica familiar na Universidade Federal do Paraná, ela costuma aconselhar seus alunos e os pais que a procuram da seguinte maneira: "Siga sua consciência, obedeça a seus valores". É essa a maneira de educar. Para ela, o sucesso na criação passa pelo fortalecimento da auto estima das crianças. E isso se faz, ao contrário do que diz o senso comum, mais com elogios do que com punições. "Muitos pais não sabem elogiar. Têm vergonha", diz. Casada, mãe de três filhos entre 10 e 16 anos, Lídia – que nunca apanhou dos pais e nunca bateu nos filhos – é uma entusiasta do castigo e uma inimiga da palmada, que ela considera dispensável mesmo nas situações de limites.

        Veja – Por que os pais parecem tão assustados com a tarefa de educar os filhos?
        Lídia – Acho que há duas razões principais. Primeiro, pela realidade mesmo. Somos todo o tempo bombardeados com notícias sobre violência. Isso dá muito medo. Outra razão eu acho que se deve ao que chamo de quebra da solidariedade entre os adultos. Antes, tínhamos a sensação – e era verdade – de que poderíamos contar com outras pessoas para cuidar do bem-estar de nossos filhos. Os vizinhos, os parentes, os professores faziam parte dessa rede de segurança. Hoje isso não existe mais. É cada um por si. O perigo pode morar ao lado. Esse medo do "outro" é a expressão mais tangível da paranoia dos pais.


        Veja – Qual a melhor maneira de os pais lidarem com esses medos?
        Lídia – Acho fundamental a retomada da rede de segurança. Contar com os avós, com amigos próximos. Voltar a aprender a confiar. Isso conforta e dá segurança. Os pais também têm de se focar. Gasta-se muito tempo com preocupações menores. Se o filho não comeu verdura, se o outro deixou os tênis espalhados pelo quarto, se a filha saiu sem casaco, e por aí vai. Isso não quer dizer nada. Só provoca angústia e insegurança nos pais e nos filhos. Antes de fazer tantas ressalvas, questione-se: "Isso realmente é crucial?" ou "Que lição meu filho vai levar disso?". Às vezes, a obsessão com a segurança pode ser mais danosa que os próprios riscos.

        Veja – Livros de autoajuda ou de como criar os filhos vendem como nunca. Eles são úteis?
         Lídia – Depende. A maioria dos pais ignora a fase de desenvolvimento dos filhos. Se soubessem como são os comportamentos típicos de cada idade, educar ficaria mais fácil. Por exemplo: é normal um menino de 6 anos querer comer com a mão. É normal chegar à adolescência e, durante uma briga, dizer que odeia os pais. Ciente disso, fica mais fácil gerenciar, lidar com essas questões. Ao contrário, tudo pode se tornar um drama. A mãe pensa: "Ah, vou deixar minha filha fazer o que ela quiser, porque eu não aguento ouvir isso". Os livros são úteis para isso. Para informar como é uma criança, um adolescente. Mas livros que falam como fazer seu filho ficar rico ou virar um gênio não podem ser levados a sério.

        Veja – Por quê?
     Lídia – Porque não existe um padrão, um modelo em que se possa enquadrar todo mundo. Esses livros servem para aliviar a culpa de alguns pais. Eles acham que lendo um manual vão aprender a ser perfeitos. Os pais sentem muita culpa porque passam muito tempo longe dos filhos. Mas é uma realidade hoje. É preciso ter noção de que seu filho não vai virar um desajustado porque não está 24 horas a seu lado. Nem ele nem os amiguinhos ficam tanto com os pais. Dito assim, parece óbvio, mas os pais devem educar os filhos de acordo com seus valores pessoais, não pelo valor dos autores de livros. Têm de entender que só eles são capazes de tomar decisões e passar valores para suas crianças.

        Veja – A senhora costuma dizer que não há pais permissivos, há pais negligentes e com pouco afeto. Por quê?
        Lídia – Fizemos várias pesquisas na Universidade Federal do Paraná com cerca de 1 500 crianças de escolas públicas e particulares. Hoje, tem-se a impressão de que a maioria dos pais é tolerante demais. Descobrimos o contrário. Há muito pouco afeto em jogo.

        Veja – Qual o maior dilema dos pais?
        Lídia – Sem dúvida, é a questão de bater ou não bater. Porque a maioria apanhou, e quem apanhou acha normal bater. A outra dificuldade é sobre questões cotidianas, que a gente chama de supervisão inadequada, excessiva. Os pais estão estressados, têm pouca paciência. É muito mais eficiente dizer: "Olhe, eu vou chamar você uma vez para almoçar. Se não vier agora, só vai comer na próxima refeição".

        Veja – A senhora coloca a palmadinha de leve no mesmo patamar de uma surra? Não é exagero?
        Lídia – O princípio é o mesmo: eu uso o poder e a força para obrigar você a parar de fazer alguma coisa. Em 99% dos casos a palmada é usada quando os pais estão com raiva. Isso aumenta o risco de a punição se transformar em maus-tratos porque você está descontrolado. O único resultado positivo da palmada é que a criança para de perturbar na hora. E esse é um dos aspectos perversos do tapa: por ter efeito imediato, os pais o utilizam com muito mais facilidade e frequência. Há um estudo da professora Elizabeth Gershoff, da Universidade Columbia, provando o mal da palmada a longo prazo. Há dez aspectos negativos observados para cada um positivo. Mulheres que apanharam dos pais na infância costumam encarar com mais naturalidade a violência do marido, por exemplo. Há uma ligação estreita com o aumento de agressividade, de comportamento delinquente e antissocial.

        Veja – Estamos falando de uma palmadinha...
      Lídia – Ainda assim. No estudo de Gershoff é feita essa diferença. São várias análises que levam em conta o que se chama de punição normativa e o abuso físico de fato. Então, alguém pode dizer: "Eu apanhei dos meus pais e não sou antissocial". Tudo bem. Mas isso não prova muita coisa. A pesquisa é mais esclarecedora nesses casos porque reflete o que ocorre com a maioria das pessoas. É claro que, se você leva um tapinha mas é estimulado em casa a ter uma boa autoestima, não vai virar um marginal. Se os pais forem muito competentes e usam uma palmadinha de vez em quando, isso não causa prejuízo. Mas eu pergunto: se são tão competentes, por que precisam bater?

        Veja – E o castigo?
    Lídia – O castigo é muito eficiente. A retirada de privilégios é uma consequência lógica: "Você chegou às 11 da noite, era para chegar às 10, então da próxima vez vai chegar às 9". O filho precisa de regras, pois a vida adulta é cheia delas. Com adolescente, saber negociar também é vital. Outro dia, minha filha foi advertida na escola porque não fez a tarefa. Ela mesma veio até mim e disse: "Então, vamos ver o castigo que eu posso ter. Vai ter a festa da fulana, então eu não vou à festa". Causa e consequência. Isso vem de berço. É uma doutrina que se ensina desde pequeno.

        Veja – Qual o grande erro dos pais na hora de castigar?
      Lídia – É quando não conseguem estabelecer regras coerentes de acordo com a idade, e consistentes de acordo com sua conduta. Você não pode dar um castigo conforme o seu humor. Por exemplo, aquela mãe que, depois que uma criança aprontou algo, começa a berrar: "Vai ficar um mês sem usar a internet!" ou "Vai ficar uma semana sem sair de casa!". É quase impossível manter isso. Então, só imponha castigos que você pode cumprir. Do contrário, seu filho vai perder a confiança e o respeito por você.

        Veja – Há técnicas eficientes de castigo para cada idade?
        Lídia – Com crianças menores, há técnicas eficientes como otime out. É o famoso ficar no quarto trancado ou sentado sem levantar ou falar por alguns minutos. É preciso ter muito controle porque a criança pode chorar e berrar e você tem de se manter firme. Crianças nessa idade querem muita atenção. É nesses poucos minutos que elas vão sentir a pena. Calcule um minuto por ano. Três anos, três minutos de castigo. O que conta é que haja consequências imediatas.

        Veja – E se você está no shopping com seu filho de 6 anos, ele se joga no chão, começa a berrar feito louco porque quer um tênis de 300 reais? Como falar "Vamos conversar, meu filho" com o menino dando um escândalo?
        Lídia – Você não vai falar isso na hora. Até porque vai estar com raiva também. Segure-o pelo braço e leve-o embora dali. Quando ele se acalmar, mostre as consequências da má atitude dele. Criança não nasce chata. Ela fica chata por causa dos pais. Se a criança faz birra e os pais cedem para se ver livres do escândalo, eles estão recompensando esse comportamento. Aí vira aquela criança insuportável, da qual os pais mesmos vão se afastar e dizer: "O gênio dela é ruim". Não existe isso.

        Veja – Os pais têm preguiça de ensinar?
        Lídia – Eles têm de argumentar, o que é mais complicado. Dá muito mais trabalho do que simplesmente dizer não. Se seu filho quer um tênis de 300 reais "porque todos os amigos têm" e você não vai comprar, explique as razões. Diga que não é com um tênis que ele vai se tornar alguma coisa ou que é contra seus princípios pagar tão caro por um sapato ou simplesmente que você não tem o dinheiro. Mas diga o motivo sincero. Você não pode sair de lá e cinco minutos depois comprar uma bolsa de 500 reais para você.

         Veja – Como convencer pais que trabalharam o dia todo, brigaram com o chefe, passam por uma crise no casamento a chegar em casa e ter ânimo de argumentar com as crianças?
        Lídia – Educação é trabalho. Se você tem um relatório para entregar para seu chefe no dia seguinte, você vai virar a noite, mas vai escrevê-lo. Se está com TPM mas tem uma reunião decisiva, você toma um comprimido e vai. Por que muitas pessoas não têm esse empenho quando se trata de educar suas crianças? É o que chamamos de "investimento parental". Tem de investir, tem de fazer um esforço, tem de dar a real importância a esse tempo com os filhos. Mas, se você não conseguir um dia ou outro, também não é o fim do mundo.

     Veja – E se os pais nunca fizeram isso? É possível mudar o comportamento depois de muitos anos?
        Lídia – Há uma técnica que chamamos de quadrinho de recompensas, em que você foca nas coisas positivas feitas pela criança. É muito eficiente se usada depois dos 4 anos. Liste todas as tarefas que você considera positivas. Pode colocar até arrumar a cama, escovar os dentes, comer tudo. Quando a criança fizer isso, ela mesma vai até o quadrinho e se dá uma estrela. Quando um pai permissivo resolve mudar de atitude, a criança piora o comportamento no primeiro momento. Ela vai tentar obter a atenção com as armas que usava antes. Se fazia birra, vai fazer ainda mais. Então, tem-se de aguentar esse começo.

        Veja – Existe um caminho de como fazer de seu filho um adulto feliz?
        Lídia – Fortalecer a autoestima. É surpreendente, mas a maioria dos pais tem dificuldade de elogiar seu filhos. Eles temem parecer falsos. Mas é preciso insistir até conseguir. Se dois irmãos estão brincando e eles costumam brigar, em vez de dizer "Até que enfim, vocês estão brincando", diga: "Que bom, vocês estão brincando juntos". Sem sarcasmo, sem provocação. Os pais devem sempre mostrar que o amor deles pelos filhos é incondicional. Aquela coisa de dizer: "Ah, se você não comer tudo não vou mais gostar de você" mina a autoestima da criança de um jeito quase irreversível. A criança tem de contar com o seu amor, mesmo que ela faça algo errado.

        Veja – Como fazer com que seu filho confie em você?
       Lídia – Ouça, não julgue. Não avalie seu filho pelos seus padrões. Se sua filha vier lhe contar que "ficou" com dois meninos numa festa, não faça escândalo. O mundo mudou. Hoje isso é plenamente aceitável. Se você brigar, ela nunca mais lhe contará nada. Mas, se ela contar que transou com dois, aí é outra coisa. Seu papel é explicar que isso não é aceitável. Exponha as causas e as consequências de tal atitude, mas sem puni-la. Ensine desde a tenra idade seu filho a falar sobre si próprio.

        Veja – O que é fundamental na relação entre pais e filhos?
       Lídia – Afeto, envolvimento, participação, saber quem são os amigos. É preciso monitorar. Não é ligar para o celular da criança ou adolescente a cada dez minutos. É mostrar que você se importa, que participa da vida deles, mesmo que, num primeiro momento, isso pareça intromissão. Não tenha dúvida: no futuro, eles agradecerão.

Entendendo o texto:
01 – Logo após o título da entrevista, é apresentado um texto em destaque (o olho). O que contém esse texto?
      Um resumo da entrevista.

02 – Após o olho, é apresentado um parágrafo. O que contém esse parágrafo?
      Contém informações a respeito da entrevistada e suas opiniões; uma pequena biografia da entrevistada.

03 – Toda entrevista é organizada para ser lida por determinado público. Que pessoas poderiam se interessar por essa entrevista?
      Pais e educadores.

04 – Qual é o objetivo desse entrevista, uma vez que a entrevistada é especialista em relacionamento familiar?
      Saber o que ela pensa sobre o assunto de educação de crianças e adolescentes e chamar a atenção de pais e adultos.

05 – A psicóloga Lídia Weber mostra-se contra a aplicação de palmadas e acata o castigo. O que se pode deduzir quanto a diferença que ela atribui a esses dois procedimentos?

      A palmada é uma agressão física, que pode levar a problemas na idade adulta; enquanto que o castigo é uma correção com finalidade educativa.

ARTIGO DE OPINIÃO: QUEREMOS A INFÂNCIA PARA NÓS - ROSELY SAYÃO - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: Queremos a infância para nós
                                         Rosely Sayão

  O mundo anda bem atrapalhado: de um lado, temos crianças que se comportam, se vestem, falam e são tratadas como adultos. Do outro, adultos que se comportam, se vestem, falam e são tratados como crianças. Pelo jeito, infância e vida adulta têm hoje pouco a ver com idade cronológica.
        Não é preciso muito para observar sinais dessa troca: basta olhar as pessoas no espaço público. É corriqueiro vermos meninas vestidas com roupas de adultos, inclusive sensuais: blusas e saias curtas, calças apertadas, meia-calça e sapatos de salto. E pensar que elas precisam é de roupa folgada para deixar o corpo explodir em movimentos que devem ser experimentados... Mas sempre há um traço que trai a idade: um brinquedo pendurado, um exagero de enfeites, um excesso de maquiagem etc.
        Se olharmos as adultas, vestidas com o mesmo tipo de roupa das meninas descritas acima, vemos também brinquedos, carregados como enfeites ou amuletos: nos chaveiros, nas bolsas, nos telefones celulares, nos carros. Isso sem falar nas mesas de trabalho, enfeitadas com ícones do mundo infantil.
        Criança pequena adora ter amigo imaginário, mas essa maravilhosa possibilidade tem sido destruída, pouco a pouco, pelo massacre da realidade do mundo adulto, que tem colaborado muito para desfazer a fantasia e o faz-de-conta. Mas os legítimos representantes desse mundo, por sua vez, não hesitam em ter o seu. Ultimamente, ele tem sido comum e ganhou o nome de deus. Não me refiro ao Deus das religiões e alvo da fé. A ideia de deus foi privatizada, e cada um tem o seu, à sua imagem e semelhança, mesmo sem professar religião nenhuma. O amigo imaginário dos adultos chamado de deus é aquele com quem eles conversam animadamente, a quem chamam nos momentos de estresse, a quem recorrem sempre que enfrentam dificuldades, precisam tomar uma decisão ou anseiam por algo e, principalmente, para contornar a solidão. Nada como ter um amigo invisível, já que ele não exige lealdade, dedicação nem cobra nada, não é?
        E o que dizer, então, das brincadeiras infantis que muitos adultos são obrigados a enfrentar quando fazem cursos, frequentam seminários ou assistem a aulas? É um tal de assoprar bexigas, abraçar quem está ao lado, acender fósforo para expressar uma ideia, carregar uma pedra para ter a palavra no grupo, escolher um bicho como imagem de identificação, usar canetas coloridas para fazer trabalhos etc.
        Mas, se existe uma manifestação comum a crianças e adultos para expressar alegria, contentamento, comemoração e afins, ela tem sido o grito. Que as crianças gritem porque ainda não descobriram outras maneiras de expressar emoções, dá para entender. Aliás, é bom lembrar que os educadores não têm colaborado para que elas aprendam a desenvolver outros tipos de expressão. Mas os adultos gritarem desesperada e estridentemente para manifestar emoção é constrangedor. Com tamanha confusão, fica a impressão de que roubamos a infância das crianças porque a queremos para nós, não?


ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)

Entendendo o texto:

01 – O texto argumentativo tem por objetivo expor uma opinião a respeito de determinado tema e defendê-la com argumentos. Qual é a opinião exposta pela autora?
      As crianças tem comportamento de adultos e os adultos de crianças, além de ser contra isso.

02 – Um texto como esse, publicado em revistas ou jornais e assinado por alguém que defende sua opinião sobre um tema, é chamado de artigo opinativo, artigo de opinião, ou simplesmente artigo. Um artigo de opinião em geral apresenta 3 partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução, que costuma vir no primeiro parágrafo, normalmente apresenta o tema a ser discutido. Qual é o tema desse artigo de opinião?
      A relação entre infância e a vida adulta nos dias de hoje.

03 – O desenvolvimento representa a maior parte do artigo: em geral, começa no segundo parágrafo e estende-se até o penúltimo. No desenvolvimento, os autores apresentam argumentos que justificam seu ponto de vista, ou seja, explicam por que pensam daquela maneira. Uma das formas de argumentar é apresentar exemplos. No segundo e terceiros parágrafos, Sayão explica por que acha que as crianças estão se comportando como adultos, e os adultos como crianças. Quais são os argumentos apresentados para embasar sua opinião?
      As crianças hoje estão usando roupas e acessórios de adultos; enquanto que adultos estão usando acessórios de crianças.

04 – Há várias maneiras de se escrever à conclusão de um artigo de opinião. É possível resumir tudo o que foi dito; apresentar um argumento mais forte para terminar de convencer o leitor; deixar uma sugestão de reflexão; propor uma ação concreta para a solução do problema, etc. Qual(is) desse(s) recurso(s) Rosely Sayão usou para concluir seu artigo?

      Ela apresentou um argumento mais forte que os outros e uma sugestão de reflexão para o leitor.

TEXTO: NA TERRA DO CHOCOLATE - PARA ENSINO FUNDAMENTAL - COM GABARITO

TEXTO: NA TERRA DO CHOCOLATE


     Só de ver um ovinho de chocolate sua boca enche d`água? Pois saiba que, se falasse, ele teria milhões de histórias para contar, e nem todas com final feliz. A maior região produtora de cacau (fruto usado para fazer a delícia marrom) do Brasil, o sul da Bahia, está perdendo o fôlego e muitos cacaueiros estão sendo derrubados para se vender a madeira ou se usar as terras para agricultura. Duvido que você fique sem seu chocolate, mas talvez em menos de dez anos desapareça dali o pouco que restou da Mata Atlântica.
         Um mico-leão-cara-dourada aqui, um macaco prego-de-peito-amarelo acolá. Quem sabe você não dá de cara com um deles num passeio na Mata Atlântica? Mas aperte o passo, pois, infelizmente, esses bichos podem desaparecer do planeta. Isso porque a Mata Atlântica está sendo destruída e com ela irão várias espécies de animais e vegetais que só existem naquele habitat.
         Dos 3.500 quilômetros de extensão ocupados originariamente pela Mata Atlântica, hoje diversas cidades, inclusive Rio de Janeiro e São Paulo. E cidade significa áreas desmatadas e grande número de pessoas, que espantam a maior parte dos bichos que vivem na região, cujas florestas são consideradas pelos biólogos entre as dez mais importantes de serem preservadas em todo o mundo.
         Em comparação com os estados do sul do país, cheios de cidades industriais e com máquinas na agricultura, o sul da Bahia é a região que mais preservou suas florestas. Mesmo assim, restaram apenas entre 2% e 7% das florestas originais da Mata Atlântica. E o pouco que ficou na região é encontrado principalmente nas fazendas de cacau. Isso acontece porque muitos agricultores do local tem o costume de plantar cacau sob a sombra de outras árvores. Esse sistema de plantio em que as árvores da mata original são preservadas para sombreamento é denominado cabruca.
            
                     A HISTÓRIA

         Desde a virada deste século, a maior riqueza do sul da Bahia é a cultura do cacau. Lá encontram-se grandes plantações feitas para exportação, ou seja, para vender o fruto a outros países. Apesar de existirem terras e mais terras cheias de cacaueiros, até os anos 60 muitos cacauicultores tinham mais áreas com mata primária (florestas originais da Mata Atlântica) do que plantadas com cacau.
         Nos anos 60, o sul da Bahia tornou-se o segundo maior produtor mundial de cacau, depois da Costa do Marfim, na África. Assim, a região ficou responsável por praticamente toda a produção brasileira do fruto 95% e por um quinto da produção mundial. Essa situação se manteve até 1980.
         A cultura d cacau já passou por altos e baixos, mas entre 1986 e a992 enfrentou uma de suas piores crises. Os fazendeiros demitiram a maioria dos empregados e, embora o governo proíba desmatar a Mata Atlântica, muitos começaram a derrubar as florestas para vender a madeira e usar as terras para agricultura, ainda que o solo acidentado e rochoso dificulte a plantação.
         Em 1989, o cenário piorou ainda mais com o aparecimento da vassoura-de-bruxa, doença causada por fungo, que se espalhou entre os cacaueiros, matando-os ou fazendo com que perdessem quase todos os seus frutos. Até hoje, não se descobriu um remédio contra o mal ou uma árvore capaz de resistir a ele. O único jeito, por enquanto, é a poda e a queima das partes afetadas da planta. Para complicar, o preço do cacau baixou bastante e hoje em dia o dinheiro obtido com sua exportação diminuiu.

         Keith Alger: Universidade Estadual de Santa Cruz e Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia. Marcellus Caldas: Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia. Globinho, 15 abr. 2001.

1 – Explique por que a região cacaueira do sul da Bahia, considerada a maior do Brasil, está sendo consumida, aos poucos.
        Os cacaueiros são abatidos para que sua madeira seja vendida ou para dar lugar a agricultura.

2 – Qual é a consequência mais graves desse desmatamento?
       O meio ambiente tem sido prejudicado, pois esta ação destruidora vem acabando com o que resta da Mata Atlântica, com espécies raras de animais e de vegetais só encontrados nessa região.

3 – Por que, no sul da Bahia, ainda se conserva a maior parte da Mata Atlântica no Brasil?
        Porque, em outras partes do país, como o Rio de Janeiro e São Paulo, várias áreas foram devassadas e deram lugar a grandes centros urbanos, industriais, áreas comerciais, etc.

4 – De que forma os agricultores baianos conseguiram conservar parte da floresta e ainda plantar cacau?
        Eles utilizaram um processo de plantação chamado “cabruca”, que consiste no cultivo do cacaueiro no meio de árvores mais altas, que lhe dão a sombra necessária ao seu crescimento.

5 – O que aconteceu com a produção de cacau da Bahia a partir de 1960?
        A produção do cacau cresceu muito e até 1980 a Bahia ficou responsável por 95% da produção brasileira de cacau.

6 – Que fato tornou mais difícil a cultura de cacau na Bahia a partir de 1989?
        A queda do preço do cacau.

7 – Identifique a causa da queda dos lucros obtidos com a exportação de cacau.
        A existência de uma doença, a vassoura-de-bruxa, originária de um fungo, que ataca os frutos do cacaueiro. Infelizmente ainda não há um tratamento contra essa praga.


TEXTO: O SAPO E O ESCORPIÃO - ENSINO FUNDAMENTAL - COM GABARITO

TEXTO: O SAPO E O ESCORPIÃO


  Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio.
  -- Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? – perguntou o escorpião ao sapo.
  -- De jeito nenhum. Você é a mais traiçoeira das criaturas. Se eu te ajudar, você me mata em vez de me agradecer
-- Mas, se eu te picar com meu veneno – respondeu o escorpião com uma voz terna e doce --, morro também. Me dê uma carona. Prometo ser bom, meu amigo sapo.
         O sapo concordou.
         Durante a travessia do rio, porém, o sapo sentiu a picada mortal do escorpião.
         -- Por que você fez isso, escorpião? Agora nós dois morreremos afogados! – disse o sapo.
         E o escorpião simplesmente respondeu:
         -- Porque esta é a minha natureza, meu amigo sapo. E eu não posso muda-la.

                                                        Heloisa Prieto. O livro os medos. São Paulo:
                                                                 Companhia das Letrinhas, 1998, p. 25.

1 – No trecho “—Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? – perguntou o escorpião ao sapo”, que palavra o escorpião usa para se dirigir ao sapo?
       Você.

2 – Na frase “Mas, se eu te picar com meu veneno”, que sentido a palavra meu acrescenta à palavra veneno?
       Sentido de posse.

3 – Durante a travessia do rio, o escorpião pica as costas do sapo e este, aborrecido, exclama: “Agora nós dois morreremos afogados!”. A quem se refere a palavra nós?
       Ao sapo e o escorpião.

4 – Leia a fala do escorpião no final da fábula e responda: A palavra la na expressão mudá-la se refere a que termo, citado anteriormente?
       Refere-se a natureza do escorpião.

5 – Qual das frases a seguir pode servir de moral da fábula em estudo? Indique-a.
      a)   É burrice tentar ser uma coisa que não é.
      b)  Seja sempre você mesmo.
     c)     Devagar e sempre se chega na frente.
    d)    Fazer a coisa certa na hora certa é uma grande arte.

    e)    Nada elimina o que a natureza determina

sábado, 20 de janeiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): VOU TIRAR VOCÊ DO DICIONÁRIO - ITAMAR ASSUMPÇÃO - COM GABARITO

Música(Atividades): Vou Tirar Você do Dicionário

     Itamar Assumpção
Eu vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário
E no seu lugar
Vou colocar outro absurdo

Eu vou tirar suas impressões digitais
Da minha pele
Tirar seu cheiro
Dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto

Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática

Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim

Eu vou tirar o sentimento
Do meu pensamento
Sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
A qualquer momento

Procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de vez sua voz
Dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
O dito pelo não tido

Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática

Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim.

"Tudo que você disser
Deve fazer bem
Nada que você comer
Deve fazer mal"

"Eu quero as mulheres
Que dizem sim
E quem não tem vergonha
De ser assim?"


Analisando gramaticalmente:
01 – A que palavra se refere o pronome destacado em “Vou trocá-la em miúdos.”?
      Refere-se a ela.

02 – “E no seu lugar vou colocar outro absurdo.” A que ou a quem se refere o pronome destacado?
      O(a) seu(ua) amado(a).

03 – Retire do texto:
a)   Um pronome de tratamento:
Você.
b)   Um pronomes indefinidos:
Qualquer.
c)   Dois pronomes pessoais do caso reto:
Eu – nós.
d)   Três pronomes pessoais do caso oblíquo.
La – mim – se.

04 – “Eu vou tirar você e eu de nós”. Empregado duas vezes no trecho, o pronome eu tem papéis distintos: um, próprio da forma reta; outro não. Comente e explique o sentido do verso.
      Na gramática o “nós” ´´e a soma de um eu mais alguém. Se o “você” vais sair, o “nós” vai se renovar.

05 – Leia o texto abaixo e, em seguida, faça o que se pede:
                      “Eu vou tirar do dicionário
                       A palavra você
                       Vou trocá-la em miúdos
                      Mudar meu vocabulário.”
        Assinale a alternativa cujas palavras destacadas foram respectivamente acentuadas obedecendo às mesmas regras de acentuação das palavras sublinhadas no texto lido.
a)   Os líderes, políticos sempre prometem, mas não acabam com a miséria.
b)   Árdua tarefa estás prestes a cumprir por teu país.
c)   Alguém esteve durante minha ausência e levou os documentos.
d)   O heroico povo brasileiro mantém-se firme em sua .

06 – Na canção “Vou tirar você do dicionário”:
      “Eu vou tirar você de mim
       Assim que descobrir
       Com quantos "nãos" se faz um sim
       Eu vou tirar o sentimento
       Do meu pensamento
       Sua imagem e semelhança
       Vou parar o movimento
       A qualquer momento
       Procurar outra lembrança.”

      A palavra “não” é utilizada como substantivo. “Não” normalmente é um advérbio e modifica verbos. Aqui aparece como substantivo e tem de ser tratada como tal. Por isso deve fazer a flexão no plural: “com quantos nãos se faz um sim”. Não escreva, portanto, “os não”, mas sempre “os nãos”.

      De que tipo de derivação se trata?
      Derivação imprópria.

Compreendendo a canção:

01 – Que história o eu lírico nos conta na canção?
      O eu lírico sofreu uma grande decepção amorosa e faz a si mesmo uma proposta de esquecer esse grande amor.

02 – Por que o eu lírico usa na canção as palavras “dicionário”, “gramática” e “letra” comparando com seu relacionamento amoroso?
      Porque quando um idioma é internalizado pelo sujeito, fica difícil esquecê-lo. Assim, também será com aquele amor que trouxe forte desilusão.

03 – Nos versos: “Vou tirar do dicionário / A palavra você”.
      Por que o eu poético quer descartar a palavra “você”?
      Porque todas as lembranças estão ligadas a esta palavra, porque este “você” equivale a uma imagem de uma certa pessoa que o fez sofrer.

04 – No verso: “Com quantas nãos se faz um sim” é uma brincadeira com o provérbio. “Vou mostrar com quantos paus se faz uma canoa”, usada em situações em que alguém se propõe a resolver algum desafio para demonstrar sua coragem e capacidade. Neste caso, podemos imaginar o quê?
      Que o “sim” significa o esquecimento do amado e os “nãos” significam as características negativas do amado que causaram decepção no eu lírico.

05 – Cite os versos da 2 estrofe, onde o eu lírico fala da intimidade da relação amorosa e propõe-se a esquecer as marcas do outro, marcas que têm a ver com os sentidos de visão, do olfato e do tato.
      “Eu vou tirar suas impressões digitais
       Da minha pele
       Tirar seu cheiro
       Dos meus lençóis
       O seu rosto do meu gosto.”

06 – No verso: “Tirar o sentimento do meu pensamento”, revela o eu poético numa situação de que?
      Revela a oposição, o conflito entre RAZÃO e EMOÇÃO vivido por quem ainda ama, mas precisa esquecer esse amor.

07 – O eu poético decepcionado com seu relacionamento amoroso diz: “... o dito pelo não dito”, o que sugere este verso?
      Sugere que teve muitas palavras de promessa de felicidade, mas poucas ações para isso se concretizar.

08 – Que figura de linguagem foi usada nesse verso: “... limar de vez sua voz dos meus ouvidos”?
      Foi usada a figura aliteração da consoante “v” justo quando se fala de audição.

09 – Que análise podemos fazer dos seguintes versos:
a)   “Procurar outra lembrança”.
É substituir as imagens registradas tanto na razão como na emoção do eu lírico.

b)   “Eu quero as mulheres que dizem sim.”
Mulheres que dizem sim seriam aquelas capazes de esquecer um amor que as feriu, pois elas têm orgulho próprio e personalidade.

c)   “Tirar de letra”.
É a expressão da língua que significa resolver algo, transpor dificuldade.

d)   “Nem que tenha que inventar outra gramática.”
É tarefa difícil, é reformular uma sólida estrutura. Aqui tem a ver com o imenso esforço que o eu lírico fará para esquecer o antigo amor.






         


CONTO: O IRMÃO IMAGINÁRIO - MOACYR SCLIAR- COM GABARITO

CONTO: O irmão imaginário
             Moacyr Scliar

    Até os nove anos, Paulinho foi filho único. Filho único e muito amado. Os pais não eram ricos - o pai era mecânico, a mãe trabalhava como caixa num supermercado -, mas cuidavam do menino com o maior carinho; colocaram-no numa boa escola, compravam-lhe roupas, brinquedos, livros. Era como se quisessem indenizá-lo pelo fato de ser filho único.
        Paulinho não sabia porque os pais não haviam lhe dado um irmão ou uma irmã. Algum problema havia; muitas vezes surpreendia os dois sentados lado a lado na sala, muito tristes, a mãe frequentemente com os olhos vermelhos de choro. Nas poucas vezes que perguntou a respeito, recebeu respostas evasivas; logo se deu conta de que aquele era um assunto difícil, sobre o qual não poderia falar.
        Mas a verdade é que, mesmo tendo amigos - e ele tinha muitos amigos na vizinhança - Paulinho sentia-se só. Precisava de companhia. Precisava de um irmão com quem pudesse partilhar suas dúvidas, suas aflições, seus sonhos também.
        Acabou por criar um irmão imaginário.
        Chamava-se Joel. Porque escolhera esse nome, não saberia dizer; ocorrera-lhe de repente, e pronto, Joel passara a existir. Mas não morava na casa, junto com a família; com tábuas e lona, Paulinho construiu para ele uma cabana, no fundo do pátio. Era uma cabana pequena, mas servia bem: como Paulinho, Joel era pequeno e magro. Na verdade os dois eram idênticos, quase como se fossem gêmeos.
        Todos os dias Paulinho visitava Joel. Entrava na cabana escura e ali ficava, sentado ao lado do irmão imaginário. Falava horas; contava coisas sobre os pais, sobre os amigos, sobre a escola... Era um monólogo, porque Joel nunca respondia. Não era preciso; tudo o que Paulinho queria do irmão imaginário era que ele o ouvisse. E tinha certeza de que Joel era um ouvinte atento, como um verdadeiro irmão deve ser. Atento e inspirador: Paulinho fazia-lhe uma pergunta - e de imediato a resposta lhe ocorria. E era sempre a resposta certa, a resposta confortadora.
        Vários anos se passaram assim. Anos felizes, mas com momentos de apreensão. Cada vez que caía um temporal, por exemplo, Paulinho entrava em pânico: como estaria o Joel em sua cabana? Não estaria assustado, molhado de chuva? Não foi uma nem duas noite que correu para o fundo do pátio, debaixo do aguaceiro, para se certificar de que estava tudo bem, que a cabana continuava no lugar.
        Os pais não desconfiavam de nada. Achavam que a cabana era um lugar de brinquedo do filho, só isso. Paulinho nunca lhes falou do irmão imaginário; era um segredo dele, não podia ser partilhado.
        Mas então um dia aconteceu. Poucos dias antes de Paulinho completar dez anos, os pais o chamaram. Vacilando muito, o pai lhe disse que, durante todos aqueles anos, eles tinham tentado dar ao filho um irmão ou uma irmã, mas por vários problemas não o haviam conseguido. Agora, porém, tinham chegado a uma decisão:
        Paulinho ganharia, sim, um irmão. Adotivo.
        ---Até pensamos num nome - disse a mãe, emocionada. - Um nome do qual sempre gostamos. Mas caberá a você decidir. O que você acha de chamarmos seu irmãozinho de Joel?
        Os olhos cheios de lágrimas, Paulinho fez que sim com a cabeça. Mais tarde, foi até a cabana. Entrou, contou o que havia sucedido ao irmão imaginário. Que, como de costume, nada disse. Mas quando Paulinho estava saindo, ouviu uma voz sussurrando baixinho:
        ---Seja feliz, Paulinho, com seu irmão.
        E nesse momento ele teve a certeza de que seria feliz, muito feliz, com o irmão Joel.

Entendendo o texto:

01 – Na literatura, flashback é a interrupção da sequência cronológica para introdução de fatos ocorridos anteriormente. Em quais parágrafos do texto lido ocorre flashback?
      Do 2º ao 9º parágrafos.

02 – Nem todos gostam de ser filho único. Paulinho, por exemplo, não gostava. Por que Paulinho era filho único e quais eram as consequências desse fato?
      Os pais não conseguiam ter outro filho, resultando em tristeza para eles; além da solidão de Paulinho, daí ele criou um irmão imaginário.

03 – Paulinho tinha bons amigos, mas esse relacionamento não lhe era suficiente. O que o menino buscava na figura de Joel, o irmão imaginário?
      Um confidente e amigo, com quem conversaria livremente, contando seus segredos, problemas e alegrias.

04 – Após vários anos, os pais de Paulinho decidiram adotar um menino. Por que a emoção de Paulinho foi tão intensa, nesse momento?
      O grande sonho de ter um irmão se tornaria realidade.