Texto: Os altos lucros dos maus hábitos
Culpamos os pacientes pelos
maus hábitos, mas esquecemos que nada é casual.
Paulo Bento Bandarra
Revista Veja de 17/06/2003 abordou a
estatina, nova esperança no combate às doenças cardíacas por sua eficácia na
queda do colesterol. Já é a droga mais vendida no mundo. Está também sendo
usada contra diabetes, angina, osteoporose, inflamações, Alzheimer, câncer de
mama e próstata. Sem entrar no mérito da estatina como arma terapêutica,
certamente não é a solução para a má alimentação e a inversão de valores da
sociedade de consumo. Vive-se para comer, não se come para viver melhor. A
alimentação passou a ser um produto comercial, que foge de sua função natural.
Seu consumo é estimulado a toda hora pela mídia para quem tem poder aquisitivo
e, portanto, já está alimentado. Então, inventam-se guloseimas para um consumo
cada vez maior, para que o lucro se faça presente nos negócios de alimentação.
Bom
para a indústria
A comida perde suas principais
qualidades e funções para ser vendida por seus atrativos visuais, gustativos,
táteis, para que se consuma mesmo sem necessitar. As gorduras utilizadas são de
má qualidade, visando aumentar o lucro com produtos de preços mais baixos. Não
são alimentos balanceados para uma alimentação saudável. Visam, principalmente,
a quebra da resistência do consumidor, induzido à ingestão maior. E como a
concorrência existe, a briga é para cada vez se comer mais.
Os resultados já são considerados
alarmantes, com epidemias de obesidade, hipertensão, cardiopatia e diabetes –
excesso de alimentação de alguns, fome de outros, que não participam da festa
por falta de poder aquisitivo.
A solução desses problemas pela via
medicamentosa, como adverte a reportagem da Veja, é a pior possível. É tentar
remediar um mal com outro. Não serão os medicamentos que solucionarão os
problemas advindos do tabagismo, do alcoolismo, do excesso de comida. Aumentar
gastos com exames, medicamentos de prevenção e recuperação, tratamentos
crônicos, Hospitalizações e cirurgias corretivas é a pior saída para uma
questão simples, de causa totalmente conhecida, mas de difícil enfrentamento,
pois as indústrias apostam todas as suas fichas nesse estado de coisas, e a
mídia participa desse mercado de encantamento lucrando sua parcela na promoção
da venda. Associa-se ao problema a indústria de alimentos de baixa caloria,
para que se coma maior volume com menor efeito no ganho de peso, criando ao
mesmo tempo dependência do hábito de comer demais.
É uma atitude tola medicar os maus
hábitos, pois se desperdiçam recursos que poderiam ser aplicados em áreas mais
úteis. O New York Times de 13 de julho anunciou a necessidade de se
prescreverem estatinas para níveis mais baixos de colesterol! (Ou seja,
aumentar as vendas). Tratar pessoas para que possam manter a ingestão excessiva
é uma distorção absurda. Passar a vida comendo para dar lucro à indústria de
alimentos insalubres, para depois acabar a vida tomando remédios só é bom para
a indústria. Inclusive a midiática.
O
que são as estatinas?
Lançadas há cerca de duas décadas, elas
agem na raiz do colesterol, inibindo justamente a produção de uma enzima responsável
por sua síntese
Cinquenta milhões. Esse é o espantoso
contingente de pessoas que ingerem todos os dias comprimidos de estatina.
Tiro certeiro: reduzem em 30% as taxas de LDL. “As estatinas evoluíram muito
nos últimos anos. Hoje, além de baixar o teor de gordura no sangue, podem
melhorar a elasticidade das artérias e diminuir processos inflamatórios pelo
corpo”, revelou à SAÚDE o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do Hospital
Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Ok, já está provado que elas aliviam a
porção maléfica do colesterol e são uma verdadeira bênção para pessoas que já
sofreram infarto ou derrame. Mas, por ora, os outros benefícios propagados não
passam de promessas. O que ainda não se sabe ao certo é se as estatinas diminuem
a mortalidade entre pessoas que têm, além do colesterol alto, mais fatores de
risco. Alguns especialistas acham que sim. O cardiologista e nutrólogo Daniel
Magnoni, do Hospital do Coração, em São Paulo, é um deles. Na sua opinião, se
um sujeito é obeso, fumante, sedentário e diabético, o colesterol pode ser a
gota d’água para detonar um infarto. Nesse caso, esse tipo de droga seria uma
ótima medida preventiva.
Certeza só se tem de que as estatinas
não são uma panaceia, pílulas mágicas que protegem a todos com a mesma
eficiência. Confiar nelas 100% e continuar comendo mal, fumando e sem fazer
exercícios é um erro. “Sempre que possível, o melhor é diminuir o colesterol
com mudanças no estilo de vida em primeiro lugar”, diz Magnoni.
Revista
Veja de 17/06/2003.
Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto?
Os altos lucros
dos maus hábitos.
02 – Qual o assunto abordado
na publicação da revista Veja de 17/06/2003?
Trata-se do medicamento ESTATINA.
03 – Por ser um medicamento
mais vendido no mundo. Além das doenças cardíacas, quais outras doenças que é
tratado com esse medicamento?
É usada também
contra a diabetes, angina, osteoporose, inflamações, Alzheimer, câncer de mama
e próstata.
04 – Por que hoje diz que
vive-se para comer, e não se come para viver melhor?
Porque a alimentação passou a ser um
produto comercial, que foge de sua função natural.
05 – Por que a alimentação é
considerado bom para as indústrias?
Porque a comida perde suas principais
qualidades e funções para ser vendida por seus atrativos visuais, gustativos,
táteis, para que se consuma mesmo sem necessitar.
06 – De acordo com o texto,
o excesso na alimentação Industrializada. Qual a sua consequência?
Os resultados já são considerados
alarmantes, com epidemias de obesidade, hipertensão, cardiopatia e diabetes.
07 – Para tentar solucionar
os problemas, de acordo com a reportagem da veja, o tratamento com medicamentos
é o ideal?
NÃO. É a pior possível. É tentar remediar
um mal com outro.
08 – Os problemas de saúde,
advindas do tabagismo, do alcoolismo, do excesso de comida. De quem é a
responsabilidade?
De acordo com a reportagem, são associado
as Indústrias, que influência o alto consumo. E são utilizados produtos de
baixa calorias na produção, e criando ao mesmo tempo dependência do hábito de
consumo desenfreado.
09 – Qual foi o anúncio
publicado no New York Times de 13 de julho?
Anunciou que
seria necessário prescrever a estatinas para níveis mais baixos de colesterol.
Só para aumentar as vendas.
10 – Toda pessoa que passa a
vida comendo produtos insalubres, a ingestão excessiva de comida, a quem ela
está lucrando?
Está dando lucro para as Indústrias de
Alimentos.
11 – Qual o tempo que existe
a Estatinas, e qual a sua função?
Foi lançada a cerca de duas décadas, ela
age na raiz do colesterol, inibindo justamente a produção de uma enzima
responsável por sua síntese.
12 – Hoje, qual é a
quantidade de pessoas que fazem uso da estatina? E qual a porcentagem de
redução da doença?
Um total de cinquenta milhões de pessoas.
Ela reduz em 30% as taxas de LDL.
13 – A estatina, já está
provada que aliviam a porção maléfica do colesterol, e ajudam as pessoas que já
sofreram infarto ou derrame. E para outras doenças já está comprovada sua
eficaz?
NÃO. De acordo com as pesquisas, não se
sabe ao certo se ela, diminuem a mortalidade em pessoas que além do colesterol
possuem outras doenças de risco.
14 – Se uma pessoa é obesa,
fumante, sedentário e diabético, o colesterol pode ser a gota d’água para
detonar um infarto. Qual o médico que acha, com o uso a estatina, pode salvar a
pessoa?
O Cardiologista e Nutrólogo Dr. Daniel
Magnoni, do Hospital do Coração, na sua opinião, a estatina seria uma ótima
medida preventiva.
15 – Qual a orientação
médica, para as pessoas com problemas cardíacos, além dos exercícios físicos?
“Sempre que possível, o melhor é diminuir
o colesterol com mudanças no estilo de vida em primeiro lugar”.