POEMA -CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO
MÁRIO QUINTANA
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício
triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca
fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel,
sem compreender
[nada,
numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de
um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os
passarinhos!
QUINTANA, Mario. In: CARVALHAL, Tania
Franco (Org.). Poesia completa.
Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 2005.p. 158. by Elena Quintana.
1 Relacione o título com o texto do poema e
responda: de que trata o eu lírico nesses versos?
Não havia mais espaço para o amor em sua
vida, pois ele tornou-se um ser amargurado pelas desilusões vividas.
2 Para o eu
lírico, a poesia é um “vício”. Explique essa visão da poesia.
A poesia é um ato
do qual o eu lírico não pode se libertar, que lhe causa solidão, dor e
constrangimento, como o pior dos vícios.
3 Observe que a segunda estrofe, composta de
um só verso, inicia-se com a conjunção mas. O que ela opõe em relação aos
versos anteriores?
Ela põe fim à solidão do eu lírico, com a
aparição de seu “amor imprevisto”.
4 Observe que a extensão dos versos é bem
irregular; há versos curtos e um longo.
Essa irregularidade, complementada pela pontuação, cria um ritmo para o poema.
=
Que relação pode haver entre a construção desses versos e o sentido do
poema?
O ritmo marca as mudanças sofridas pelo eu
lírico.
5 Observe os dois últimos versos do poema: que
associação de sentidos pode ser feita
entre esse “espantalho inútil” e o eu
lírico dos versos?
Ele é o mesmo solitário e mau da primeira
estrofe, mas agora a sua “ feiura” já não convence.
OBRIGADO :D
ResponderExcluirSeja sempre bem vindo!
ResponderExcluirPara o eu lírico, a poesia é um “vício”. Explique essa visão da poesia.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirObrigado