sábado, 14 de agosto de 2021

POEMA(FRAGMENTO): AUTOPSICOGRAFIA - FERNANDO PESSOA - COM GABARITO

 POEMA(FRAGMENTO): AUTOPSICOGRAFIA

               

                         Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

 

Fernando Pessoa. Autopsicografia.

Em: Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro:

Cia. José Aguilar Editora, 1972. p. 164.

Entendendo o texto

1) O termo “fingidor” no primeiro verso pode ser classificado como:

( ) forma nominal ( ) substantivo (x ) adjetivo

Por quê?

O termo “fingidor” é nesse verso um substantivo porque tem a função de nomear um ser que finge, no contexto, indeterminado pelo artigo indefinido.

2) Reescreva o primeiro verso do poema substituindo o termo “fingidor” por uma forma nominal do verbo “fingir” compatível com a estrutura gramatical do verso:

O poeta é um fingido.

3) Há diferença de sentido entre o verso construído na questão 2 e o original do poema? Justifique sua resposta.

Sim, pois o substantivo “fingidor” designa, por definição, uma pessoa que pratica a ação de fingir, ao passo que a forma nominal “fingido”, com valor de adjetivo no contexto, designa apenas uma característica do poeta e não concretamente algo que ele faz.

4) A quem se refere o verbo “fingir” no segundo verso e em qual tempo e o modo ele está conjugado?

O verbo fingir se refere a “poeta” e está conjugado no presente do indicativo.

5) Como o tempo verbal empregado no verbo “fingir” contribui com a construção da imagem dos poetas proposta pelo eu lírico do poema?

Ao usar o presente do indicativo para se referir à ação de “fingir”, supostamente praticada pelos poetas, o eu lírico atribui um modo de ser a eles, definindo permanentemente o caráter dos poetas em sua visão.

6) O termo “fingir” no terceiro verso do poema pode ser classificado como:

(x ) forma nominal ( ) substantivo ( ) verbo conjugado

Por quê?

Trata-se de uma forma nominal (infinitivo), pois o verbo fingir nessa ocasião não indica nenhum tipo de flexão ou modo e é empregado única e exclusivamente para designar uma ação.

NOTÍCIA(FRAGMENTO): ENTRETENIMENTO - REVISTA VEJA - COM GABARITO

 NOTÍCIA(FRAGMENTO): ENTRETENIMENTO

                                      Revista Veja

 Um abraço de mãe e filho, ele no colo dela. Há tamanha ternura na cena, rodada no quarto de uma chácara em Amparo, interior de São Paulo, que ela é capaz de tirar um sorriso do rosto concentrado de Carlo Milani, diretor de O Escaravelho do Diabo, adaptação do livro de Lúcia Machado de Almeida que ganha as telas de cinema até o final deste ano. Clássico da literatura infantojuvenil, o livro lançado originalmente em 1972 ganha uma versão cinematográfica depois de comprovar o sucesso ao longo de mais de quatro décadas e 27 edições [...].

 ‘O Escaravelho do Diabo’, clássico infantojuvenil, vira filme. Veja (on-line), 16 fev. 2015. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/

noticia/entretenimento/o-escaravelho-do-diabo-classico-infantojuvenil-vira-filme>. Acesso em: 14 abr. 2015.

Entendendo o texto

                    

1) Pelo trecho é possível afirmar que o assunto central da notícia é:

(  ) Adaptação de um filme para uma obra literária.

(x ) Adaptação de uma obra literária para o cinema.

(  ) A literatura infantojuvenil.

(  ) O sucesso de vendas de uma obra literária.

 2) O que o adjetivo “clássico” acrescenta ao fato noticiado?

O adjetivo “clássico” acrescenta uma particularidade ao substantivo “livro”, que no contexto se refere especificamente à obra literária O escaravelho do Diabo. Nessa ocasião, o termo clássico se refere ao caráter de êxito da obra, que se tornou famosa e teve um grande número de edições.

 3) Por meio de qual termo conseguimos identificar a faixa etária à qual se destina a obra O escaravelho do Diabo?

Através do termo infantojuvenil.

 4) No contexto, a que classe gramatical pertence esse termo? Justifique sua resposta.

Pertence à classe dos adjetivos, pois caracteriza/especifica o substantivo “literatura”.

 5) Embora os verbos estejam conjugados prioritariamente no presente do indicativo, a notícia refere-se a um fato que ainda vai acontecer. Considerando as particularidades desse gênero textual, como é possível justificarmos o presente do indicativo nesse caso?

No caso das notícias, o uso dos verbos no presente do indicativo para se referir a fatos que ainda vão acontecer ou a fatos que já aconteceram é um recurso empregado para expressar ao leitor a ideia de atualidade.

CONTO(FRAGMENTO): CINDERELA( OU O SAPATINHO DE VIDRO) - TRAD. MARIA LUIZA X. DE A.BORGES - COM GABARITO

 CONTO(FRAGMENTO): CINDERELA (ou O sapatinho de vidro)


Era uma vez um fidalgo que se casou em segundas núpcias com a mulher mais arrogante e mais orgulhosa que já se viu. Ela tinha duas filhas de temperamento igual ao seu, sem tirar nem pôr.

O marido, por seu lado, tinha uma filha que era uma pessoa extremamente doce. Nisso, saíra-se à mãe, que tinha sido a melhor criatura do mundo.

Assim que o casamento foi celebrado, a madrasta começou a mostrar seu mau gênio, encarregando a enteada dos serviços mais grosseiros da casa. [...]

Cinderela ou O sapatinho de vidro. Em: Contos de fadas, de Perrault, Grimm, Andersen & outros.

Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p. 19.

Entendendo o texto

1) Os termos “segundas” e “duas” destacados no primeiro parágrafo do fragmento podem ser classificados como:

(  ) substantivos

(  ) adjetivos

( X) numerais

Por quê?

Os termos “segundas” e “duas” podem ser classificados como numerais, pois expressam quantidades numéricas no contexto em que são utilizados, isto é, no caso, “segundas” indica a quantidade de vezes que o fidalgo havia se casado e “duas” indica a quantidade de filhas que a esposa do fidalgo tinha.

2) O termo “uma” destacado no segundo parágrafo pertence à mesma classe gramatical dos termos mencionados em a? Justifique sua resposta.

Sim, pois no contexto refere-se à quantidade de filhos que o fidalgo tinha.

3) O termo “doce” destacado no segundo parágrafo do fragmento pode ser classificado como:

(  ) substantivo

( X ) adjetivo

(  ) forma nominal

Por quê?

O termo “doce” pode ser classificado como adjetivo nesse contexto por se referir a um aspecto qualitativo referente à filha do fidalgo.

4) Os termos “arrogante” e “orgulhosa” no primeiro parágrafo podem ser considerados:

(  ) substantivos, pois caracterizam a esposa do fidalgo e as duas filhas dela.

(  ) substantivos, pois dão nome às características atribuídas à esposa do fidalgo e as duas filhas dela.

(X ) adjetivos, pois caracterizam a segunda esposa do fidalgo e as duas filhas dela.

( ) substantivos, pois dão nome às características atribuídas à esposa do fidalgo.

 

 

CARTAZ: CAMPANHA DE DOAÇÃO DE BRINQUEDOS - COM GABARITO

 Observe o cartaz de campanha de doação de brinquedos.

 

 Entendendo o texto

1) Por que “Doe um brinquedo e faça uma criança sorrir” expressa indeterminação tanto do brinquedo como da criança que o receberá?

Porque o uso do artigo indefinido “um” expressa que qualquer brinquedo poderá ser doado e que qualquer criança que o receber sorrirá.

2) Conclui-se, portanto, que a campanha:

( ) é bastante particularizada e específica.

(X ) é generalizada e abrangente.

3) Os termos que indicam características ou particularidades dos brinquedos solicitados são:

(X ) novos

(X ) usados

(X ) em bom estado de conservação

(X ) carentes

4) Por que essas particularidades são importantes nesse anúncio?

São importantes para que as pessoas saibam que tipos de brinquedos podem ser doados à campanha.

 




 

EPISÓDIOS DO PROGRAMA: NOSSA LÍNGUA - REDE CULTURA - (FRAGMENTO) - COM GABARITO

 EPISÓDIOS DO PROGRAMA: “Nossa Língua”, veiculado pela Rede Cultura:

(Fragmento)

No quinto episódio da temporada 2011 do “Nossa Língua”, veiculado pela Rede Cultura de televisão, Tininha é uma atendente de telemarketing que usa gerúndios a torto e a direito.

Felipe, um cliente que precisa consertar um aparelho eletrônico, irrita-se com frases como “o senhor gostaria de estar registrando uma reclamação”, “em que eu poderia estar ajudando o senhor”, “eu não vou poder estar ajudando”, “eu vou estar transferindo sua ligação” ou “eu vou poder estar repetindo as informações”.

Solange Martins. Uso do gerúndio. Disponível em:<http://tvcultura.cmais.com.br/nossalingua/socorro-lingua-portuguesa/uso-do-gerundio>.Acesso em: 13 abr. 2015.

ENTENDENDO O TEXTO

1) Do ponto de vista da construção verbal, por que Felipe se irrita com o modo de falar de Tininha? Justifique sua resposta com base no contexto apresentado.

Felipe irrita-se com o modo de falar de Tininha porque ela flexiona na forma nominal do gerúndio todos os verbos que indicam ação.

A construção verbal empregada pela atendente, conhecida como gerundismo, caracteriza-se por utilizar a forma nominal gerúndio para se referir a uma ação futura como se ela estivesse em processo no momento de sua ocorrência.

2) No contexto, por que o uso da flexão dos verbos empregada por Tininha é inadequada?

É inadequado porque o gerúndio deve ser usado para indicar ações que ocorrem no exato momento da fala e não para exprimir uma continuidade de uma ação que se realizará ou poderá se realizar no futuro.

3) Considerando as respostas anteriores, reescreva nas linhas a seguir as falas da personagem Tininha, tornando-as adequadas:

O senhor gostaria de deixar uma reclamação?/ Em que eu posso/poderia ajudá-lo?/ Eu não vou poder (ou eu não posso) ajudá-lo/ Vou transferir sua ligação./ Vou repetir (ou repetirei) as informações.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): NAQUELA MESA - SÉRGIO BITTENCOURT - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades): “Naquela mesa”

                                                    Elizeth Cardoso/Sérgio Bittencourt

Naquela mesa ele sentava sempre

E me dizia sempre o que é viver melhor

Naquela mesa ele contava histórias

Que hoje na memória eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente

E contava contente o que fez de manhã

E nos seus olhos era tanto brilho

Que mais que seu filho

Eu fiquei seu fã

 

Eu não sabia que doía tanto uma mesa no canto

Uma casa um jardim se eu soubesse o quanto dói a vida

Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala

Que hoje ninguém mais fala no seu bandolim

Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele

Tá doendo em mim

Sérgio Bittencourt. Naquela mesa. Interpretado por Elizeth Cardoso.

Em: Disco de ouro (LP), 1974.

Entendendo o texto

1.) Na estrofe da letra de canção, o pronome “naquela” é usado para enfatizar:

(  ) uma memória relativa a um objeto e a um espaço ocupados pelo eu lírico no passado.

(  ) a existência de um objeto que, apesar de estar no mesmo espaço em que está o eu lírico da canção, encontra-se fisicamente distante dele.

(X ) uma memória relativa a um objeto e a um espaço ocupados pela pessoa a quem o eu lírico se refere na canção.

2) De acordo com o contexto, quem é a pessoa recordada pelo eu lírico da estrofe da canção?

A pessoa recordada pelo eu lírico da canção é o pai.

3) Que pronome pessoal foi usado para se referir a essa pessoa? Classifique-o.

O pronome pessoal usado para referir-se à pessoa recordada é “ele”, pronome pessoal do caso reto.

 

CONTO(FRAGMENTO): A CARTEIRA - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

 CONTO(Fragmento): “A carteira”        

     Machado de Assis

De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:

– Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.

– É verdade, concordou Honório envergonhado.

Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer [...] um turbilhão perpétuo, uma voragem.

– Tu agora vais bem, não? – dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.

– Agora vou – mentiu o Honório.

A verdade é que ia mal. [...]

Machado de Assis. A carteira. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/

DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1877>. Acesso em: 21 mar 2015.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.fkvcalcados.com.br%2Fcarteira-em-couro-legitimo-completa-marrom---porta-cheque-plastico-documentos-e-porta-moeda-130m%2Fp&psig=AOvVaw031hQIwGtp2_E-oVJRPwLW&ust=1629047036173000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPCr8KP_sPICFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo o texto

1) A quais nomes se referem os pronomes destacados no fragmento?

Os “-se”, os “o”, os “lhe” e o “tu” referem-se a Honório, os “-la”, o “ela” e o “-a” referem-se à carteira.

2) A quais pessoas do discurso os pronomes destacados se referem? Justifique a sua resposta.

Todos os pronomes à exceção de “tu” referem-se à terceira pessoa do discurso, pois indicam a quem o narrador se refere no excerto (“-se”, os “o” e o “lhe”) ou a que está se referindo (os “-la”, o “ela” e o “a”). O “tu” refere-se à segunda pessoa do discurso, pois corresponde a um pequeno excerto da narrativa em que outro personagem (Gustavo C) se dirige diretamente a Honório, ou seja, indica com quem se fala.

3) Reescreva o primeiro parágrafo do fragmento substituindo os pronomes “-se”, “o” e “lhe” por pronomes oblíquos correspondentes à primeira pessoa do singular. Para tanto, faça todas as alterações necessárias no fragmento para adequá-lo.

De repente, olhei para o chão e vi uma carteira. Abaixar-me, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém me viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem me conhecer, disse-me rindo/me disse rindo.

 

POEMA: O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

 POEMA: O menino que carregava água na peneira

  Manoel de Barros

 

Tenho um livro sobre águas e meninos.

Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira

Era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água

O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.

Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.

Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya Brasil, 2010. p. 460.

Entendendo o texto

1) Como a primeira pessoa do discurso pode ser identificada no poema? Justifique sua resposta.

A primeira pessoa do discurso no poema corresponde ao pronome pessoal do caso reto “eu” e pode ser identificada nos dois primeiros versos do poema pela terminação dos verbos “ter” e “gostar”, que indicam a quem pertence a voz manifestada na composição.

2) Considerando o contexto do poema, é possível afirmar que “a mãe” no 3o, 5o e último versos se refere:

( x ) a uma pessoa de quem o eu lírico fala.

( ) a uma pessoa com quem o eu lírico fala.

Por quê?

“A mãe” é uma pessoa de quem ou sobre quem o eu lírico do poema fala, pois o eu lírico não estabelece um diálogo direto com “a mãe” na composição, apenas registra a interação dela com “o menino”.

3) De acordo com o contexto do poema, reescreva o último verso substituindo “a mãe” e “o menino” pelos pronomes adequados.

Ela reparou que ele gostava mais do vazio do que do cheio.

4) Se retirássemos do poema o verso que você escreveu em sua resposta anterior e o apresentássemos sozinho ele teria sentido? Justifique sua resposta.

Não, pois nesse caso os pronomes pessoais foram utilizados para substituir nomes citados anteriormente no poema, isto é, em um determinado contexto. Sem a leitura dos versos anteriores seria impossível, no entanto, saber a quem se referem.

 

CONTO(FRAGMENTO): PEIXE PARA EULÁLIA - MIA COUTO - COM GABARITO

 CONTO(Fragmento): Peixe para Eulália         


              Mia Couto

Foi, nunca mais desceu. Ainda esperaram que Sinhorito tombasse, desamparado, mais sua embarcação. Como nada sucedesse, um por um, os aldeões regressaram a suas casas. Ficou Eulália, só e sozinha. E ali na praça ela montou espera de um acontecimento. A mulher olhava o céu, fosse sol, fosse estrelas. Mas Sinhorito não descia. Nem ele nem a chuva que se propôs buscar. E ainda menos um qualquer peixe.

Vieram buscá-la. Vieram familiares, veio o chefe dos Correios. Puxaram-na, força contra a vontade.

Eulália contrariou os intentos. Apontava, desapontada, o vasto céu.

– Há de vir, há de voltar...

Mia Couto. Peixe para Eulália. Em: O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Entendendo o texto

1) A que palavra se referem os termos “um” destacados na segunda linha do fragmento?

Se referem à palavra “aldeões”.

2) Em relação a esses termos, que função exercem nesse contexto?

Eles expressam o modo como os aldeões regressaram a suas casas, indicando a ideia de “ordenação” (um após o outro).

3) De acordo com essa função, podemos afirmar que pertencem a qual classe de palavras?

À classe de palavras dos numerais.

4) É possível afirmar que o termo “um” destacado na terceira e na quinta linha têm o mesmo funcionamento do que os termos “um”, na segunda? Justifique sua resposta.

Não, pois os termos “um” na terceira e na quinta linha funcionam de modo distinto, indicando apenas uma imprecisão ou indeterminação em relação ao substantivo aos quais se referem (“acontecimento” e “peixe”), isto é, funcionam como artigos indefinidos. Os termos “um” destacados na segunda linha transmitem ideia de “ordenação”, ou seja, funcionam como numerais.

 

LIVRO: PERDIDO NA AMAZÔNIA(FRAGMENTO) - TONI BRANDÃO - COM GABARITO

  LIVRO: Perdido na Amazônia(Fragmento)   

              Toni Brandão


Eu me atrapalhei e pisei no pé dele.

— Desculpa aí, meu.

[...]

De cara, eu saquei que o meu vizinho de poltrona era paraquedista. Não é bem que eu saquei.

Estava escrito na camiseta dele “Associação não sei o que de Paraquedismo”.

Antes de guardar a mochila debaixo do banco eu tirei meu discman e o gibi do Homem-Aranha.

Apertei o play e o rock do Sepultura começou a rolar.

Toni Brandão. Perdido na Amazônia. Vol. I. São Paulo: Edições SM, 2005. p. 15-16.

Entendendo o texto

1.) Pesquise no dicionário os significados e usos possíveis atribuídos ao termo “meu” e registre-os nas linhas a seguir:

Resposta pessoal

2) O que o uso do termo “meu” pode revelar a respeito do registro empregado pelo narrador--personagem do livro?

O emprego do termo “meu” pode revelar que o personagem do livro emprega o registro informal da língua.

3) No fragmento, é possível localizar outros exemplos que se referem ao tipo de registro empregado pelo narrador-personagem. Quais são eles?

Termos como “sacar” e a expressão “de cara” podem ser considerados exemplos do uso do registro informal. Professor, é possível que alguns alunos sinalizem como exemplo de informalidade o termo “rolar”; no entanto, de acordo com o dicionário Houaiss, um dos sentidos atribuídos ao termos na linguagem formal é o de “ressoar”, “ecoar”, como no contexto. Para o Houaiss, o significado informal atribuído ao termo está associado a “acontecer” no tempo ou no espaço ou, ainda, ao acontecimento de um fato.

4) Qual é o significado dos exemplos mencionados por você na questão d, no contexto, e qual seria o significado deles no registro formal da língua? Caso seja necessário, consulte um dicionário para responder a essa questão.

Resposta pessoal: È importante que o aluno perceba por meio do contexto que o termo “sacar” indica “entender” ou “perceber” e a expressão “de cara” significa “inicialmente”, “à primeira vista”. Tanto “sacar” como o significado da expressão poderiam ser substituídos por outros termos e expressões para designar a mesma ideia no registro formal.

5) O que o emprego desse registro pode revelar a respeito da situação comunicacional apresentada no contexto do fragmento?

O emprego do registro informal revela, nesse contexto, que a situação de comunicação da qual o narrador-personagem faz parte é de descontração, não exigindo o emprego de padrões de linguagem associados à modalidade formal do uso da língua.

 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

ARTIGO DE OPINIÃO: ESSENCIAL E SUPÉRFLUO - MEU BOLSO FELIZ - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Essencial e supérfluo

        Essencial: o que é necessário, indispensável.

        Supérfluo: que ultrapassa a necessidade, que é mais do que se necessita; desnecessário.

        Na definição do Dicionário Houaiss, é muito fácil compreender a diferença entre esses dois termos. Mas, na vida prática, a história é outra. E, em relação ao consumo, isso se torna ainda mais complexo. Na sociedade atual, o consumo passou a ditar padrões e comportamentos, estabelecendo uma valorização do TER em relação ao SER.

        Por isso mesmo, em algum momento da vida do adolescente, ter o último modelo de celular vai ser algo essencial. E você, como pai, tem o desafio de mostrar a ele que aquele celular NÃO é essencial à vida dele: essencial é ele ter afeto, poder ser acolhido, contar com a família, ter amigos, poder comer, beber, exercitar sua cidadania.

        A proposta não é que você tenha uma atitude de excluir o consumo da vida da família. A perspectiva que você deve mostrar ao seu filho é que o consumo é, sim, relevante – é legal comprar um celular, uma calça nova etc. – mas esses objetos não são essenciais à vida dele.

        Confissões de uma consumidora compulsiva

        Veja o que as pessoas pensam sobre comprar.



Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLamX_eHIbhppQ4sXxBMKStXaAMcfnSuNpyV6K8nvHNmWxI3Y4cXpVNGshJi_3XKAXdFVsMdU29nuEBf2huBVdujngk0alsWBZE-2LUcOXOGP6UCRxAdqJRDwEP9SgoshnG6GyiIbd4Nc/s458/superfluo.jpg

        Fique atento ao desperdício, aos gastos exagerados, às compras desnecessárias, ao valor que se atribui a marcas e grifes, que são formas de usar mal o dinheiro que você ganha. 

DICA

“Educar para o consumo” – Cássia D’Aquino e Maria Tereza Maldonado

Neste livro, as duas autoras abordam o consumo crescente entre as crianças e o papel dos pais para frearem o consumismo.

                      ESSENCIAL e supérfluo. Meu bolso feliz. Disponível em: https://bit.ly/2OusShh. Acesso em: 28 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p.228-9.

Entendendo o adolescentes:

01 – Releia o primeiro parágrafo e responda:

a)   Qual é a tese apresentada sobre o consumo na sociedade atual?

Na sociedade atual, o consumo passou a ditar padrões e comportamentos, estabelecendo uma valorização do TER em relação ao SER.

b)   Que argumento de autoridade é utilizado para apresentar a tese?

As definições do dicionário Houaiss de “essencial” e “supérfluo”.

02 – Que posicionamento é explicitado quando se fala da educação financeira do adolescente? Para quem é direcionado o texto?

      Segundo o texto, o desafio é mostrar ao adolescente que ter objetos não é essencial à vida dele, mas, sim, ter afeto, acolhimento, contar com a família, ter amigos, poder comer, beber e exercitar sua cidadania. Esse texto é direcionado aos pais.

03 – Quais argumentos de exemplificação são usados ao longo do texto para sustentar o posicionamento apresentado?

      Que ter o último modelo de celular ou a calça da moda não é essencial à vida do adolescente.

04 – Em relação ao comportamento do consumidor, qual é a diferença entre a abordagem da reportagem e a do artigo de opinião?

      Na reportagem, o perfil do consumidor é traçado pelos objetos, pelas formas de pagamento, pelo número de compras parceladas. No artigo, há uma análise mais existencialista e comportamental do consumidor, especialmente o adolescente.

05 – Para estabelecer a relação entre a reportagem e esse artigo, releia os dois textos, tome nota das principais informações e argumentos e elabore um resumo de cada um deles.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Releia o infográfico que acompanha o artigo.

a)   Descreva o que você vê na imagem.

Uma mulher jovem, deitada num divã, com olhos fechados e a mão levada à cabeça. Ao seu lado, um homem mais velho, sentado numa cadeira e escrevendo num caderno. Ao lado, vários círculos com porcentagem de pessoas com comportamentos que expressam impulsividade nas compras.

b)   Qual é a relação entre os elementos visuais e verbais do infográfico?

No balãozinho de fala, a mulher confessa ao psicólogo ou psiquiatra que não consegue controlar o impulso de comprar. Os demais balõezinhos mostram dados relacionados ao comportamento compulsivo em comprar.

c)   Qual é a relação entre o infográfico, o artigo? Explique.

O artigo trata do fato de as pessoas não diferenciarem o ter do ser, usando as compras como forma de suprir questões existenciais. O infográfico mostra dados sobre o comportamento do consumidor que compra por impulso ou de forma compulsiva.

07 – Releia os dados que aparecem no infográfico e responda:

a)   Você ou alguém próximo já apresentaram algum desses comportamentos como consumidor? Comente.

Resposta pessoal do aluno.

b)   No infográfico, em que lugar a consumidora compulsiva procura ajuda? O que precisa ser feito, em sua opinião, para a mudança do comportamento do consumidor que compra por impulso? Explique.

No infográfico, a consumidora busca ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Resposta pessoal do aluno.

 

CHARGE: BLACK FRIDAY - DENNY - COM GABARITO

 Charge: Black Friday


Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWXKGQmwuSTlDJnDDzlzWRjnuuAtR9_-Rmv8kyEQM9vhfaRNxTNXIwrdheIsp4zIuZ4zxhyphenhyphengNcjGm_SUmNysQ4qcjkrmQGqWSn2ENeGy43oNKZkfmfO2SVN4rO6R8Rl2QrRQ-qyO4jNOM/s306/bolsa.jpg
DENNY. Black Friday, 29 nov. 2013. Disponível em: https://bit.ly/2ASkxQZ. Acesso em: 28 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 223.

Entendendo a charge:

01 – O que você vê na imagem? Do que trata a charge?

      A charge mostra duas imagens sobre a mesma mercadoria (bolsa), com preços abusivamente diferentes antes e durante a Black Friday.

02 – Qual é a crítica realizada pelo cartunista?

      O cartunista afirma que há propaganda enganosa em relação aos descontos nesse evento.

03 – Black Friday é um evento de promoções de produtos e serviços que ocorre na última sexta-feira de novembro. Você concorda com a opinião apresentada pelo cartunista sobre esse evento? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em sua opinião, o que deve ser feito pelo consumidor se ocorrer algo parecido com o que é apresentado na charge? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Como ocorre o processo de decisão de compra ou de contratação de um serviço? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

CHARGE: CONTROLAR GASTOS - THIAGO - JORNAL DO COMMERCIO - COM GABARITO

 Charge: Controlar gastos


Fonte de imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFndWHefqTFOJqgrrHXsqNyyfgWzWNeg18ifEMInrpkY0PVkXSMYPzdT5Y9ZoCyu1SzKvIQACO_7-zfCsE513Qmp4h_6hesYID7qs9HfMJGQ0fjyzWHkd5uz61N2ChOTg2D54xqmBcp-A/s256/gastos.jpg
                    THIAGO. Jornal do commercio, 28 jul. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2zz0Yeu. Acesso em: 28 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 222.

Entendendo a charge:

01 – Você se preocupa em economizar água e luz em casa?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Em sua casa, há desperdício de comida ou de outros materiais e produtos? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você já comprou algo que veio com defeito ou não foi entregue? Em caso afirmativo, o que fez?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que você vê na imagem? Qual é a relação entre os elementos visuais e verbais na charge?

      Dois personagens masculinos estão em pé, um ao lado do outro. Um deles observa o céu pelo telescópio. O primeiro pergunta ao segundo se ele está vendo o eclipse; o homem afirma estar visualizando suas dívidas, que estão nas alturas.

05 – Do que trata a charge? O que pode provocar humor?

      Inicialmente, sem relação com o escrito, imagina-se que se trata de observação das estrelas ou dos planetas, mas a resposta dada pelo personagem que olha no telescópio deixa claro que a charge trata do envolvimento dos cidadãos. A distinção de objetivos entre os dois personagens e o motivo tão inusitado da observação ao céu podem causar humor.

06 – A frase “São as minhas dívidas que estão nas alturas” está em sentido literal ou figurado? Explique.

      A frase encontra-se em sentido figurado, pois as dívidas altas, em sentido literal, não poderiam ser vistas no céu com um telescópio.

07 – Em sua opinião, o que o personagem da charge deveria fazer para suas dívidas não chegarem “às alturas”? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.