sábado, 26 de junho de 2021

CULINÁRIA EM AÇÃO - RECEITA - PÃO DE MEL - COM GABARITO

 Culinária em ação

Receita – Pão de Mel


Ingredientes

3 xícaras (chá) de farinha de trigo

1 xícara (chá) de açúcar

1/2 xícara (chá) de chocolate em pó

1 colher (sobremesa) de bicarbonato

1 colher (café) de cravo em pó

1 colher (café) de canela em pó

1 e 1/2 xícaras (chá) de leite morno

1/2 xícara (chá) de mel

1 barra de chocolate ao leite

 

Modo de preparo

1. Coloque em uma vasilha todos os ingredientes secos peneirados.

2. Acrescente o mel e o leite morno.

3. Misture tudo com uma colher; não use a batedeira.

4. Unte as forminhas próprias para pão de mel ou use uma forma de bolo.

5. Leve ao forno preaquecido (200° C), por aproximadamente 20 minutos.

6. Retire do forno, deixe esfriar e desenforme.

7. Corte ao meio e recheie com beijinho, brigadeiro mole ou doce de leite.

8. Derreta o chocolate ao leite por 1 minuto, no micro-ondas ou em banho-maria.

9. Banhe os pães de mel, coloque-os para secar em papel alumínio ou papel manteiga.

 

Entendendo o texto

 1- Qual é a finalidade do gênero textual receita culinária? Em que situações é utilizado?

A receita culinária é um texto instrucional, que orienta sobre como produzir um alimento, considerando tanto os ingredientes quanto o modo de preparo.

 2- Observe que o texto é organizado em duas partes articuladas. Levante hipóteses: por que isso ocorre?

A primeira parte do texto apresenta a lista de ingredientes utilizados na receita. A segunda parte orienta sobre o preparo do alimento, por meio de um passo a passo de como fazer.

 

3- Analise os verbos no quadro abaixo:

coloque – acrescente – misture – unte – leve – retire –

 corte –  derreta – banhe

 

 a)   Vimos, anteriormente, que os processos verbais situam-se em três modos - indicativo, subjuntivo e imperativo -, e produzem diferentes efeitos de sentido. No enunciado em análise, como se manifestam os verbos? Que efeitos de sentido eles produzem?

 Os verbos manifestam-se no modo imperativo, comum na organização de gêneros textuais prescritivos e instrucionais. O modo imperativo orienta, ordena determinados procedimentos que devem ser seguidos, para que se chegue ao resultado esperado.

Esse modo verbal manifesta-se também em receitas de medicamentos, horóscopo, textos de autoajuda e outros.

 

 

 

 

 

REPORTAGEM: BULLYING É DA MINHA CONTA! SAFERNET - COM GABARITO

 REPORTAGEM: Bullying é da minha conta!

 Bullying consiste em uma violência física e/ou psicológica, que pode se manifestar de diferentes maneiras e influenciar as relações interpessoais, com a disseminação de mentiras ou boatos, por um agressor cuja intenção é atacar uma mesma pessoa repetidamente.

Quem pratica o bullying possui um comportamento prejudicial e agressivo; geralmente, não consegue posicionar-se pelo diálogo e atinge as pessoas com depreciações e humilhações. A vítima agredida passa por situações de hostilidade, fica retraída e sofre em demasia. Tudo isso pode ocasionar graves consequências, como depressão e ansiedade, e até dificultar a socialização do indivíduo.

No cenário da prática de bullying, o espectador é a “terceira personagem”. Trata-se da pessoa que, normalmente, adota uma atitude passiva, talvez por receio de se expor, por falta de iniciativa de se posicionar e/ou por medo de também ser alvo de ataques. O espectador é uma testemunha que não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Com essa postura, contribui para a continuidade do conflito.

O bullying também pode ser cometido por meio das tecnologias de comunicação. Tal prática, mais comum do que se imagina, é descrita como cyberbullying e ocorre quando agressão e violência são feitas em meio virtual e se tornam ainda mais cruéis, pois o constrangimento torna-se abrangente através das redes sociais e de diversos aplicativos de comunicação instantânea. Isso faz com que a vítima não se sinta mais segura em lugar nenhum, em momento algum.

Em parceria com as grandes redes sociais Facebook e Instagram, a SaferNet lançou em abril de 2019 a campanha #ÉDaMinhaConta, com o objetivo de promover reflexões acerca do assunto e de inibir a prática do cyberbullying. A campanha teve origem no Dia da Internet Segura, realizado no Brasil, em 05 de fevereiro do mesmo ano, a partir do encontro de um grupo de jovens. Os materiais da campanha #ÉDaMinhaConta foram criados para abordar o tema, promover reflexões e atitudes, como: a) o que fazer ao identificar alguém que é alvo de bullying; b) ser uma vítima de bullying, e c) ser acusado de praticar bullying.

De acordo com Natalia Paiva, gerente de Relações Institucionais do Instagram, “o objetivo é criar uma reflexão, estimulando a empatia e o respeito às diferenças”. Para participar, basta entrar nas redes sociais, postar e compartilhar as histórias sobre o tema. Também é possível utilizar as peças publicitárias criadas para o evento, como os adesivos GIF exclusivos de #ÉDaMinhaConta.

Daniele Kleiner, gerente de bem-estar do Facebook, informou que se alguém postar algo que o leitor considera ser ofensivo ou intimidador, o fato pode ser denunciado na/à própria rede social. “Trabalhamos para combater o bullying em todas as suas formas, tanto pessoalmente quanto online, e reforçamos que não há lugar para isso em nossa plataforma”.

  A ONG (Organização Não Governamental) SaferNet é uma referência na defesa dos direitos humanos na Internet no Brasil. Atua na educação e orientação de crianças, adolescentes, jovens, pais e educadores sobre o uso responsável e seguro da Internet. A organização mantém um serviço gratuito para esclarecer dúvidas, ensinar formas seguras de uso da rede e também orientar sobre casos de violência online, como humilhação, intimidação, chantagem ou compartilhamento não autorizado de imagens íntimas. O canal está disponível em dois endereços: www.helpline.org.br  ou www.canaldeajuda.org.br.

Conheça a campanha Acabar com o Bullying #ÉDaMinhaConta. Disponível em: <https://new.safernet.org.br/content/conheca-campanha-acabar-com-o-bullying-edaminhaconta>. Acesso em: 12 out. 2019.

Entendendo o texto

1- Assinale a alternativa correta. Qual a finalidade e a intencionalidade do texto “Bullying é da minha conta!”?

a) organizar projetos escolares contra a prática de bullying;

b) descrever situações da prática de bullying entre estudantes;

c) informar o leitor e conscientizar sobre as consequências da prática de bullying;

d) promover o diálogo entre estudantes para o combate ao bullying.

2- De acordo com o texto, o que a prática de bullying desencadeia nas vítimas?

A vítima sofre e pode ser vítima de graves consequências, como depressão e ansiedade, além de encontrar dificuldades de socialização.

 3- Pela leitura do texto, é possível inferir que os três “agentes” envolvidos em uma situação de bullying/cyberbullying são:

a) agressor, apoiador e vítima.

b) vítima, agressor e julgador.

c) vítima, apoiador e julgador.

d) agressor, vítima e espectador.

4- Observe o emprego de aspas no trecho em destaque:

“[...] De acordo com Natalia Paiva, gerente de Relações Institucionais do Instagram, ‘o objetivo é criar uma reflexão, estimulando a empatia e o respeito às diferenças’”.

Qual é a função das aspas no trecho sublinhado? Há outras maneiras de escrever esse trecho? Proponha uma delas.

A função das aspas é marcar a citação da fala de Natalia Paiva. Outra maneira de formular o trecho é: Natalia Paiva informou que o objetivo era criar uma reflexão, para estimular a empatia e o respeito às diferenças.

5- Com base na reportagem, qual é a principal diferença entre bullying e ciberbullying?

O bullying é uma forma de violência física ou psicológica, que pode se manifestar de diferentes maneiras e influenciar as relações interpessoais, com a disseminação de mentiras ou boatos sobre alguém. O cyberbullying acontece quando a agressão e a violências sofridas ocorrem em meio virtual.

 6- De acordo com a reportagem, quem idealizou a campanha #ÉDaMinhaConta? Onde e por que meios essa campanha se propagou? Quem pode participar?

Em parceria com as grandes redes sociais Facebook e Instagram, a SaferNet lançou em abril de 2019 a campanha #ÉDaMinhaConta.

Se propagou pelo Instagram e o Facebook.

Para participar, basta entrar nas redes sociais, postar e compartilhar as histórias sobre o tema.

 7- O que é # (hashtag)? Quando e onde o símbolo pode ser utilizado? Você já fez uso alguma vez? Em que situação?

Hashtag (#) é um termo estrangeiro cuja função é identificar o tema do conteúdo compartilhado nas redes sociais. O tema é antecedido pelo símbolo do “jogo da velha” (cerquilha).

8- Observe o trecho a seguir:

“Trabalhamos para combater o bullying em todas as suas formas, tanto pessoalmente quanto online, e reforçamos que não há lugar para isso em nossa plataforma”.

a) Que sentido a palavras “suas” acrescenta à palavra “formas”?

A palavra “suas” produz o sentido de “posse/possuidor”. Equivale a dizer “as formas do bullying”.

 b) Assim, a palavra “suas” acompanha e modifica ou substitui a palavra “formas”?

A palavra “suas” acompanha a palavra “forma”, interferindo no significado.

 c) Que sentido a palavra “nossa” acrescenta à palavra “plataforma”?

Acrescenta o sentido de posse/possuidor.

 d) Logo, qual é a função da palavra “nossa”: acompanhar e modificar ou substituir a palavra “plataforma”?

A função de “nossa” é acompanhar e modificar a palavra “plataforma”

e) Qual é o sentido e a função da palavra “isso” no trecho lido?

A palavra “isso” retoma a informação anterior e a substitui o procedimento de retomada e estabelecimento de coesão). Equivale a dizer “não há lugar para bullying”.

NOTÍCIA: FACEBOOK APOIA CURSO "VAZA FALSIANE!" PARA COMBATER FAKE NEWS - NEWSRROOM - COM GABARITO

 NOTÍCIA: FACEBOOK APOIA CURSO “VAZA, FALSIANE!”

PARA COMBATER FAKE NEWS


Facebook apoia projetos no Brasil para combater desinformação O Facebook está empenhado em construir uma comunidade mais informada e anuncia hoje o apoio a dois projetos de news literacy no Brasil para ajudar no consumo de informações na era digital.

O primeiro projeto, batizado de “Vaza, Falsiane!”, é um curso on-line gratuito contra notícias falsas voltado ao público em geral, especialmente adolescentes, jovens adultos e educadores, a ser desenvolvido pelos professores Ivan Paganotti (MidiAto ECA-USP), Leonardo Sakamoto (PUC-SP) e Rodrigo Ratier (Faculdade Cásper Líbero).

A segunda iniciativa é o desenvolvimento de um bot no Messenger que orientará as pessoas sobre como trafegar no universo de informações na internet, para que elas próprias possam checar informações. A ideia do bot Fátima” – que vem de “FactMa”, abreviação de “FactMachine” – é da plataforma de checagem Aos Fatos, integrante da International Fact-Checking Network.

[...]

O “Vaza, Falsiane!” busca ampliar a competência para a leitura de notícias, incentivar uma postura crítica sobre as fontes de informação e contribuir para a qualidade do debate na rede.

Os conteúdos educacionais incluirão vídeos curtos com personalidades, memes, listas e testes, com o uso do Facebook para disseminar as mensagens e interagir com os usuários.

“Identificar as ‘Falsianes’ que circulam no noticiário é competência fundamental no mundo de hoje, assim como identificar seus diferentes subtipos, que vão de informações claramente falsas a verdades editadas e dados enviesados”, diz o professor Paganotti.

O chatbot “Fátima”, por sua vez, conversará com as pessoas pelo Messenger para auxiliá-las no processo de verificação de conteúdo on-line, para que possam checar informações de maneira autônoma e se sintam seguras para trafegar na rede de modo confiável e sem intermediários.

“Mais do que dizer se uma notícia é falsa, verdadeira ou algo no meio do caminho, será possível mostrar como reconhecer fontes confiáveis e se adaptar ao ambiente informativo”, explica a diretora executiva e cofundadora do Aos Fatos, a jornalista Tai Nalon.

[...]

NEWSROOM. Disponível em: <https://br.newsroom.fb.com/news/2018/01/facebook-apoiaprojetos-

no-brasil-para-combater-desinformacao/>. Acesso em: 16 mar. 2018. (Fragmento).

 Fonte de imagem -https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fapps.apple.com%2Fbr%2Fapp%2Ffacebook%2Fid284882215&psig=AOvVaw2-qVSFqeL8AZ5LFtQETOhR&ust=1624813896604000&source=images&cd=vfe&ved=0CAoQjRxqFwoTCJitus_ltfECFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo o texto

1. O que significa fake news? Por que elas precisam ser combatidas?

Fake news são notícias falsas, fabricadas, que circulam nas mídias e ganham repercussão as redes sociais com o grande número de compartilhamento. Espera- -se que os alunos justifiquem que elas precisam ser combatidas para não veicular informação falsa, gerando um clima de sensacionalismo, incerteza e desconfiança ao público.

 

2. A expressão fake news é um neologismo ou um estrangeirismo?

         A expressão é um estrangeirismo. 

3.O texto apresenta dois projetos para ajudar no consumo de informações na era digital. Resuma qual é a definição, o público e a finalidade de cada um.

“Vaza, Falsiane!”: curso on-line gratuito contra notícias falsas; público: adolescentes, jovens adultos e educadores; finalidade: ampliar a competência para a leitura de notícias, incentivar uma postura crítica sobre as fontes de informação e contribuir para a qualidade do debate na rede.

“Fátima”: bot no Messenger de orientação para buscar e checar informações na internet; público: não especificado; finalidade: auxiliar as pessoas a verificar o conteúdo on-line, checar informações de maneira autônoma e se sentir seguras para trafegar na rede sem intermediários.

 

4. Os termos Falsiane e Fátima são neologismos. Explique como eles são formados e o que significam?

   Falsiane é o termo que se popularizou nas redes sociais como sinônimo de pessoa aparentemente simpática, porém falsa, dissimulada, que faz elogios falsos para atingir algum objetivo. Fátima originou- se de “FactMa”, abreviação de “FactMachine”.

 5. No texto, há outras palavras destacadas. Quais são neologismos e quais são estrangeirismos?

Neologismos: trafegar, memes Falsiane e Fátima.

Estrangeirismos: newsliteracy, on-line, internet, bot, chatbot, fake news.

 

EDITORIAL - A REVOLUÇÃO DOS SESSENTÕES - LUÍS PELLEGRINI - REVISTA PLANETA - COM GABARITO

 Editorial – A Revolução dos Sessentões


Luís Pellegrini

Velhice não é doença. Assim começa a matéria "A Revolução dos Sessentões", neste número. Parece incrível que essa verdade óbvia tenha de ser repetida com destaque. Mas, nos tempos atuais, de hipervalorização dos atributos e das esperanças ligados à juventude, reafirmar que velhice não é doença pode ser não apenas coisa necessária como útil.

Nossa civilização moderna exalta de tal modo a juventude que ninguém hoje quer ficar velho e todos (ou pelo menos a grande maioria) fazem tudo o que podem - e também o que não poderiam - para manter-se jovens, pelo menos na aparência física. Vem daí a profusão de clínicas de cirurgia plástica e de academias de fitness que nos acenam, em suas propagandas, com a promessa da eterna juventude. No mundo da moda, então, a ditadura do jovem é total: as passarelas dos desfiles são reservadas aos modelos de 20 anos ou menos, as criações dos estilistas praticamente só levam em conta os corpinhos das lolitas e dos efebos. Como se os que já  passaram dos 50 e foram bem além não tivessem necessidade de se vestir - de preferência com bom gosto - e andassem por aí pelados ou enrolados em sacos e lençóis.

Felizmente, como mostra nossa reportagem, a  cabeça das pessoas está mudando. Sobretudo entre os idosos. A cada dia, um número maior dos que já dobraram o Cabo da Boa Esperança etária e entraram nas fases dos "enta" decidem proclamar sua liberdade e romper o anátema "está velho, está morto". O fenômeno da valorização da idade avançada e do resgate dos valores inerentes à fase madura da vida corre a galope. São os da terceira e da quarta idade que, hoje, mantêm abertos os hotéis e resorts turísticos nas épocas de baixa estação. São eles que dispõem de clínicas e médicos especializados graças aos quais, hoje, "ninguém morre mais", e todos caminham tranquilos para os 80, os 90 e até os 100 desfrutando de uma razoável qualidade de vida.

O que se deve fazer para entrar no cada vez mais numeroso, alegre e ruidoso cordão dos "sexygenários"? Em primeiro lugar, abandonar duas falsas ideias: a de que velhice é doença e a de que só é bom aquilo que é jovem. A seguir, arregaçar as mangas, sair da toca, procurar seus iguais ou assemelhados e se lançar no mundo. Se você for um deles, não perca tempo. Você pode e merece viver intensamente sua vida e seus desejos até o fim.

Planeta. São Paulo: Três, mar. 2009. p. 4.

FONTE: Reprodução/Editora Três.

Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p.308 -309.

Entendendo o texto

1. Estudamos que o editorial costuma apresentar o conteúdo das reportagens e matérias jornalísticas publicadas no veículo de imprensa que ele representa.

a) De que maneira o texto realiza esse objetivo?

    Com base no conteúdo de uma das matérias, o diretor de redação traz à discussão o tema da velhice.

b) O autor do editorial é Luis Pellegrini, diretor de redação da revista Planeta. Você acha que, em seu texto, as opiniões que ele defende são exclusivamente pessoais ou devem representar a posição dessa publicação em relação ao assunto tratado? Justifique sua resposta.

Por ser um editorial, as opiniões expressam a posição da revista sobre o tema - embora possam coincidir com as opiniões do próprio autor.

2. A exemplificação é utilizada pelo autor para tratar da velhice. Em sua opinião, quais exemplos citados por Pellegrini melhor ilustram o que ele afirma a respeito desse tema? Por quê?

Resposta pessoal.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

EDITORIAL: FELIZES PARA SEMPRE? QUEM DERA... GLÁUCIA LEAL - COM GABARITO

 EDITORIAL: Felizes para sempre? Quem dera...

Gláucia Leal

Em tempos de tão pouca tolerância consigo mesmo e com os outros, manter relacionamentos amorosos duradouros e felizes parece um dos objetivos mais almejados entre pessoas de variadas classes sociais e faixas etárias. Fazer boas escolhas, entretanto, não é tarefa fácil - haja vista o grande número de relações que termina, não raro, de maneira dolorosa - pelo menos para um dos envolvidos. Para nossos avós o casamento e sua  manutenção, quaisquer que fossem as penas e os sacrifícios atrelados a eles, era um destino quase certo e com pouca possibilidade de manobra. Hoje, entretanto, convivemos com a dádiva (que por vezes se torna um ônus) de escolher se queremos ou não estar com alguém.

Um dos pesos que nos impõe a vida líquida (repleta de relações igualmente líquidas, efêmeras), como escreve o sociólogo Zygmunt Bauman, é a possibilidade de tomarmos decisões (e arcar com elas). Filhos ou dependência econômica já não prendem homens e mulheres uns aos outros, e cada vez mais nos resta descobrir onde moram, de fato, nossos desejos. E não falo aqui do desejo sexual, embora seja um aspecto a ser considerado, mas do que realmente ansiamos, aspiramos para nossa vida. Mas para isso é preciso, primeiro, localizar quais são nossas faltas. E nos relacionamentos a dois elas parecem ecoar por todos os cantos.

Dividir corpos, planos, sonhos, experiências, espaços físicos e talvez o mais precioso, o próprio tempo, acorda nos seres humanos sentimentos complexos e contraditórios. Passados os primeiros 18 ou 24 meses da paixão intensa (um período de maciças projeções), nos quais a criatura amada parece funcionar como bálsamo às nossas dores mais inusitadas, passamos a ver o parceiro como ele realmente é: um outro. E essa alteridade às vezes agride, como se ele (ou ela) fosse diferente de nós apenas para nos irritar. Surge então a dúvida, nem sempre formulada: continuar ou desistir?

Nesta edição, especialistas recorrem a inúmeros estudos sobre relacionamento afetivo para confirmar algo que, intuitivamente, a maioria de nós já sabe: 1. nada melhor que dividir alegrias com quem amamos (afinal, de que adianta estar junto se não é para ser bom?); 2. educação e aquelas palavrinhas mágicas (obrigado, por favor, desculpe) fazem bem em qualquer circunstância, principalmente se acompanhadas da verdadeira gratidão pelos pequenos gestos da pessoa com quem convivemos; 3. intimidade não vem pronta, é conquistada a cada dia, quando partilhamos nossos medos, segredos e dúvidas; 4. é possível aprender a agir de forma mais generosa consigo mesmo e com nosso companheiro, e essa postura ajuda a preservar o carinho, a admiração e o amor. Óbvio? Nem tanto... Se fosse, não haveria tanta gente em busca da felicidade conjugal...

Boa leitura.

Gláucia Leal, editora (60)

glaucialeal@duettoeditorial.com.br

Mente e Cérebro. São Paulo: Duetto Editorial, fev. 2010. p. 3.

FONTE: Reprodução/Ed. Duetto.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Flaurindamporto%2Fcasais%2F&psig=AOvVaw1tj_IGk9NixkkE--jzJLJ3&ust=1624752231949000&source=images&cd=vfe&ved=0CAoQjRxqFwoTCNjU9fH_s_ECFQAAAAAdAAAAABAD

Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p.288-90. 


Para entender o texto

1.A tese defendida no texto é que a manutenção dos relacionamentos amorosos não é fácil, embora seja algo intensamente desejado pelas pessoas. Segundo a autora do texto, o que comprovaria essa ideia?

O término doloroso dos relacionamentos, a indisposição das pessoas em fazer concessões ao outro e a dificuldade de reconhecer as próprias falhas são algumas ideias que a autora levanta para a dificuldade na manutenção dos relacionamentos.

2. Para Gláucia Leal, escolher se queremos ou não estar com alguém pode ser uma dádiva (um presente, uma coisa benéfica) ou um ônus (uma dificuldade, uma coisa negativa). Por quê?

Segundo a autora, a tomada dessa decisão não é fácil, e obriga as pessoas a se confrontarem consigo mesmas, com seus desejos e com a própria personalidade.

3. Segundo o texto, que fator(es) pode(m) levar as pessoas a decidirem se querem manter ou romper um relacionamento amoroso?

A descoberta, passado o período de intensa paixão, de que o outro é diferente de nós, e a necessidade de reconhecer e aceitar essa diferença.

4. No parágrafo final do texto, em dois enunciados seguidos empregam-se as reticências.

a) Localize esses enunciados e copie-os.

São os enunciados finais do texto: "Nem tanto... Se fosse, não haveria tanta gente em busca da felicidade conjugal...".

b) Explique os possíveis sentidos das reticências nesse trecho.

O sentido das reticências nesse caso é irônico, pois elas convidam o leitor a aceitar um ponto de vista que contradiz o caráter "óbvio" dos temas que serão discutidos nos artigos da revista.

5. Você concorda com os argumentos da autora segundo os quais o que sustenta a felicidade conjugal não é algo tão óbvio? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

As palavras no contexto

1. No início do primeiro parágrafo do texto são empregados consigo, pronome oblíquo reflexivo, e outros, pronome indefinido.

a) Explique que oposição essa escolha de pronomes ajuda a expressar no texto?

O texto opõe "um" ao "outro" e que a dinâmica dos relacionamentos é explicada como oposição entre os desejos de dois sujeitos diferentes.

b) Essa oposição é importante em outras partes do texto? Por quê?

No final do terceiro parágrafo essa oposição se explicita na dúvida que a autora formula: "continuar ou desistir?". As formas linguísticas destacadas (consigo e outros) estabelecem, desde o início da argumentação, essa oposição que o enunciador estende para todo o texto.

2. No terceiro parágrafo, a palavra funcionar é empregada metaforicamente em uma ocorrência. Releia o trecho e observe o sentido do destaque.

[...] Passados os primeiros 18 ou 24 meses da paixão intensa (um período de maciças projeções), nos quais a criatura amada parece funcionar como bálsamo às nossas dores mais inusitadas, passamos a ver o parceiro como ele realmente é: um outro. (linhas 33-38)

Como você explicaria, com suas palavras, o sentido metafórico da palavra funcionar no trecho "a criatura amada parece funcionar como bálsamo"?

Funcionar, nesse caso, significa "agir como", "ter o efeito de".

EDITORIAL - ADOLESCÊNCIA & SAÚDE - MARCELO GERALDI - COM GABARITO

 Editorial- ADOLESCÊNCIA & SAÚDE

Marcelo Geraldi

Crescer, desenvolver-se. Esse é o significado da palavra adolescência em sua origem, do latim adolescere. Porém, deixar o mundo infantil e entrar na adolescência implica uma série de transformações internas e externas que, para muitos, torna-se confusa e sofrida.

O nível de exigência e os padrões ditatoriais aos quais estamos submetidos hoje em dia, especialmente no campo estético e na busca incessante pelo sucesso, acabam por criar no adolescente uma grande ansiedade quanto ao futuro.

Temos a falsa impressão de que ser adolescente no mundo atual é mais fácil do que era antigamente, pois os pais são mais tolerantes, compreensivos e, portanto, os adolescentes gozam de maior liberdade de expressão, sexo, escolha profissional etc. Porém, se no passado sentia-se falta dessa liberdade, hoje em dia sofre-se com outra falta, que acaba provocando um excesso extremamente prejudicial: a falta de limites. Soma-se a isso a dificuldade, muitas vezes enfrentada pelos pais, de assumir o verdadeiro papel de educadores e orientadores, e não apenas o de amigos desses jovens.

Nesse contexto, além dos problemas comuns da adolescência relacionados com o crescimento e o desenvolvimento, surgem como questões de alta relevância as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a gravidez não planejada, assim como determinados distúrbios psiquiátricos e alimentares, como crise de pânico, depressão, violência, drogadições e anorexia. Muitos desses transtornos constituem graves problemas de saúde pública, despertando políticas sociais específicas voltadas para essa faixa etária.

Atualmente transita no Congresso Nacional um projeto de lei que objetiva reduzir a maioridade penal  para 16 anos. Medidas como essa, apesar de apresentarem simplicidade em análise menos criteriosa, escondem no seu cerne situações complexas de nossa sociedade, em que a degradação dos valores morais, a alteração dos núcleos familiares e a "falência da autoridade" nas mais variadas esferas podem ser apontadas como causas relevantes a serem discutidas.

A necessidade de estudar, observar, compreender e discutir as transformações da adolescência, levando-se em conta o contexto atual, é que engrandece iniciativas como esta publicação, que veicula informações com conteúdos altamente relevantes. A revista Adolescência & Saúde oportuniza debates e estudos de relevância capital, que antes não encontravam fórum em um periódico especializado. Temas como violência contra adolescentes, gravidez não planejada e tantos outros agora possuem sua revista científica específica, capitaneada por especialistas que têm dedicado sua carreira profissional ao estudo dessa fase determinante da vida do indivíduo.

Todo esforço e investimento empreendidos até aqui e a partir desta edição justificam-se pelo nobre objetivo de elevar o nível do debate e do conhecimento sobre o adolescente e suas saúdes física e mental. Se lograrmos com isso, de alguma forma, ajudar os indivíduos nessa transição para que iniciem a fase adulta saudáveis e emocionalmente equilibrados, então tudo terá valido a pena.

Aproveito para agradecer à Dra. Kátia Nogueira, que há seis anos nos presenteou com a oportunidade de fazer parte desta história de sucesso, e  parabenizar enfaticamente a Dra. Isabel Bouzas e seus colaboradores pelas valiosas conquistas, que vão desde a adoção desta linha temática até a recente qualificação, reflexo da excelência alcançada pela Adolescência & Saúde.

GERALDI, Marcelo. Adolescência & Saúde. Rio de Janeiro: Uerj, 2009. n. 3, v. 6, julho-setembro, 2009. p. 5. Disponível em: www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=11. Acesso em: jul. 2015.

Fonte da imagem -https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.freepik.com%2Fvetores-gratis%2Fdesenhos-animados-meninos-e-meninas-de-adolescente_5038388.htm&psig=AOvVaw2QXKL8IS15MTfCjEgs8abR&ust=1624750351365000&source=images&cd=vfe&ved=0CAoQjRxqFwoTCICrgPT4s_ECFQAAAAAdAAAAABAD

Fonte: Livro: Língua Portuguesa: linguagem e interação/ Faraco, Moura, Maruxo Jr. – 3.ed. São Paulo: Ática, 2016. p.285-288. 

Para entender o texto

1. A revista Adolescência & Saúde é um periódico científico. Responda.

a) Você sabe o que é um periódico científico? Imagina qual seja a finalidade dele? Conhece outras publicações semelhantes a essa?

Resposta pessoal.

Sugestão: São publicações lançadas com frequência definida, que publicam os artigos científicos e outros gêneros por meio dos quais os cientistas e pesquisadores divulgam os resultados dos seus estudos para a comunidade acadêmica.

b) Esse tipo de publicação não é, normalmente, divulgado em bancas de jornais ou livrarias. Então, se você quisesse ter acesso a um periódico científico, como acha que deveria proceder?

Resposta pessoal.

Sugestão: Publicações científicas costumam ter circulação restrita, em geral entre grupos de assinantes, que costumam ser outros cientistas ou pesquisadores. Hoje, muitas publicações científicas são disponibilizadas em sites e mecanismos de busca especializados, a partir dos quais podem ser acessadas.

c) Os autores que escrevem num periódico científico são, em geral, cientistas que pretendem divulgar suas pesquisas. Em sua opinião, quem seriam os supostos leitores da revista? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

d) Nas revistas mais comuns são publicados, em geral, notícias, reportagens, fotorreportagens, textos de propaganda e publicidade, artigos de opinião, entre outros gêneros de texto coerentes ao formato do periódico. Que gêneros de texto você imagina encontrar em uma revista como Adolescência & Saúde?

Resposta pessoal.

Sugestão: Nos periódicos científicos, os gêneros mais comuns são o artigo científico, o resumo, a resenha.

2. É bem provável que você, que responde às questões desta seção, seja um adolescente. Você concorda com a definição de adolescência apresentada no primeiro parágrafo do texto, ou discorda dela? Explique por quê.

Resposta pessoal.

3. Ao longo do editorial, o autor explica os objetivos da revista, indicando suas principais finalidades.

a) Resuma, em uma ou duas sentenças, as finalidades da revista explicadas pelo autor, Marcelo Geraldi.

Resposta pessoal.

Sugestão: A principal finalidade da revista é tornar-se um espaço para divulgação de pesquisas relacionadas à adolescência, com ênfase em questões de saúde desse público.

b) Além das questões de saúde, o autor aponta outros aspectos da vida dos adolescentes tematizados nos textos publicados: violência contra adolescentes, gravidez na adolescência, entre outros. Tente explicar que relação pode haver entre esses temas e as questões de saúde e que importância haveria em se abordar esses temas numa revista como essa.

Esses temas englobariam questões que, em princípio, poderiam interferir na saúde dos adolescentes, o que justifica também estarem nesse periódico.

4. O autor do texto afirma que as transformações da adolescência podem fazer esse período da vida tornar-se confuso e sofrido. Para você, quais poderiam ser as razões que desencadeiam esses sentimentos?

Resposta pessoal.

5. No terceiro parágrafo do texto, são apontadas algumas contradições em ser adolescente hoje. Você percebe essas contradições em seu dia a dia? Como você lida com elas?

Resposta pessoal.

6. A "falta de limites" é, segundo Marcelo Geraldi, uma das causas dos problemas enfrentados pelos adolescentes contemporâneos.

 Você concorda com essa ideia? Explique seu ponto de vista.

 Resposta pessoal.