quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

POEMA: TOADA DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: TOADA DO AMOR
                 Carlos Drummond de Andrade

E o amor sempre nessa toada:
Briga perdoa, perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
A gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
Para perdoar,
Amor cachorro bandido trem.
Mas, se não fosse ele, também
Que graça que a vida tinha?

Mariquita, dá cá o pito,
No teu pito está o infinito.


                                     ANDRADE, Carlos Drummond de. Toada do amor.
      In: _____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967. p. 55-6.

Toada: qualquer cantiga de melodia simples e monótona.

Entendendo o texto:

01 – Já no título e no primeiro verso, o poeta refere-se à monotonia das relações amorosas por meio do emprego de uma palavra. Que palavra é essa?
        Toada.

02 – Essa ideia da monotonia e da rotina aparece enfatizada pela repetição de alguns verbos. Que verbos são esses?
        Brigar e perdoar.

03 – Apesar dessa rotina, não devemos lamentar a nossa sorte. Por quê?
        Porque esquecemos tudo aquilo que acontece na nossa vida.

04 – O amor aparece caracterizado pelo emprego de três substantivos. Quais são eles?
        Cachorro, bandido, trem.

05 – Apesar d o amor ter uma série de inconvenientes, é ele que dá sentido à vida. Transcreva os versos do poema que comprovam essa afirmativa.
        “Mas, se não fosse ele, também que graça que a vida tinha”.

06 – O amor não só dá sentido à vida como pode ser de uma duração, extensão ou intensidade extremas. Que versos do poema podem ter essa conotação?

        “Mariquita, dá cá o pito, no teu pito está o infinito”.

ARTIGO DE OPINIÃO: A ETIQUETA NAS REDES SOCIAIS - RYANA GONÇALVES - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: A etiqueta nas redes sociais

                            Ryana Gonçalves

        Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
        Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS.
        Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre. 
        Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada.
        Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
        Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
        Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa "dar em cima" e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
        E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!

Entendendo o texto:
01-O texto classifica-se em:
(  ) narrativo.
(X) argumentativo.
(  ) informativo.
(  ) descritivo.

02 – A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
        Ela se refere ao convívio social cibernético.

03 – No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social.
      Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
      Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados, presença, corpo.”

04 – Por que a palavra "respeitados" foi escrita de forma diferente?
      Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.

05 – Qual é o problema apresentado no texto?
      A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento. 

06 – O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
      Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e respeito.

07 – Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
      A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.

08 – Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?
     Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender até aos desconhecidos.
  

  

TEXTO: O SOFISMA DA ESPECIALIZAÇÃO - CLÁUDIO DE MOURA CASTRO - COM GABARITO

Texto: O SOFISMA DA ESPECIALIZAÇÃO


     Alguém disse que um especialista é uma pessoa que sabe cada vez mais sobre cada vez menos. A frase é engraçadinha, porém errada. Cadê o especialista que só sabe de um assunto? Certamente, não está nos empregos mais cobiçados.
     Pensemos no caso dos cientistas. Noventa e nove vírgula nove por cento dos mortais não entendem suas publicações, sobretudo nas ciências naturais. Mas um cientista fez um primário e um secundário genérico, uma faculdade pouco especializada e os cursos de doutorado são bastante amplos e, quase sempre, multidisciplinares. Portanto, em seus vinte anos de estudos, relativamente pouco tempo foi concentrado em áreas especializadas. E mesmo estudando áreas especializadas, muito do proveito foi afiar a capacidade de manipular ideias. No fundo, o bom cientista é um grande generalista que, além disso, domina uma área específica. Os russos tinham um curso para engenheiros especializados em tintas com pigmento orgânico e outro para inorgânico. Mas se são bons engenheiros é porque passaram muitos anos adquirindo uma competência mais ampla para analisar problemas e pensar claro.
        É a maior capacidade de pensar de forma abrangente que faz de alguém um grande cientista e não um reles operador de laboratório. Robert Merton demonstrou que a diferença entre um prêmio Nobel e outros cientistas é sua capacidade de escolher o problema certo na hora certa. Portanto, não é o conhecimento especializado – por certo necessário na pesquisa e em muitas outras áreas – que conta, mas a combinação deste com sua série de competências generalizadas. Ou seja, todo especialista de primeira linha é também um generalista.
        Dentre as ocupações valorizadas e mais bem remuneradas, há duas categorias. A primeira é a dos cientistas, engenheiros e muitos outros profissionais cuja preparação requer o domínio de técnicas complexas e especializadas – além das competências “genéricas”. Ninguém vira engenheiro eletrônico sem longos anos de estudo. Mas pelo menos a metade das ocupações que requerem diploma superior exige conhecimentos específicos limitados. Essas ocupações envolvem administrar, negociar, coordenar, comunicar-se e por aí afora. Pode-se aprendê-las por experiência ou em cursos curtos. Mas somente quem dominou as competências genéricas trazidas por uma boa educação tem a cabeça arrumada de forma a aprendê-las rapidamente. Por isso, nessas ocupações há gente com todos os tipos de diploma. Nelas estão os graduados em economia, direito e dezenas de outras áreas. É tolo pensar que estão fora de lugar ou mal aproveitados, ou que se frustrou sua profissionalização, pois não a exercem. É interessante notar que as grandes multinacionais contratam “especialistas” para posições subalternas e, para boa parte das posições mais elevadas, pessoas com a melhor educação disponível, qualquer que seja o diploma.
        A profissionalização mais duradoura e valiosa tende a vir mais do lado genérico que do especializado. Entender bem o que leu, escrever claro e comunicar-se, inclusive em outras línguas, são os conhecimentos profissionais mais valiosos. Trabalhar em grupo e usar números para resolver problemas, pela mesma forma, é profissionalização. E quem suou a camisa escrevendo ensaios sobre existencialismo, decifrando Camões ou Shakespeare pode estar mais bem preparado para uma empresa moderna do que quem aprendeu meia dúzia de técnicas, mas não sabe escrever.
        A lição é muito clara: o profissional de primeira linha pode ou não ser um especialista, dependendo da área. Pode ou não ter a necessidade de conhecer as últimas teorias da moda. Mas não pode prescindir dessa “profissionalização genérica”, sem a qual será um idiota, cuspindo regras, princípios e números que não refletem um julgamento maduro do problema. Portanto, lembremo-nos: especialista não é quem sabe só de um assunto, e ser profissional não é apenas conhecer técnicas específicas. O profissionalismo mais universal é saber pensar, interpretar a regra e conviver com a exceção.

                                 CASTRO, Cláudio de Moura. Veja, 4 abr. 2001.

Entendendo o texto:

01 – A grande tese defendida pelo autor poderia ser resumida por qualquer uma das seguintes afirmações:
      - Quem não pensa de modo mais abrangente não é bom profissional;
      - Todo especialista de primeira linha é também um generalista.

02 – Ele apresenta ao leitor alguns argumentos para sustentar sua tese. Por exemplo:
a)   Discute as características da formação de um cientista e, afirma: “No fundo, o bom cientista é um grande generalista que, além disso, domina uma área específica”. Para sustentar essa afirmação, ele apresenta um argumento empírico. Qual?
       No 2º parágrafo, ele traz como argumento empírico a formação altamente técnica de engenheiros russos especializados em tintas (havia um curso para tintas com pigmentos orgânicos e outro para tintas com pigmentos inorgânicos). Mas, se eram bons engenheiros, isso se devia à formação ampla que recebiam.

b)   Em seguida, ele afirma: “É a maior capacidade de pensar de forma abrangente que faz de alguém um grande cientista e não um reles operador de laboratório”. E sustenta sua afirmação com um argumento de autoridade. Qual?
       No 3º parágrafo, o autor se sustenta na autoridade de Robert Merton, que demonstrou que a diferença entre um prêmio Nobel e outros cientistas é sua capacidade de escolher o problema certo na hora certa.

c)   Em alguns pontos do texto, ele faz referência a “empregos mais cobiçados” e “ocupações valorizadas”. Por que esses elementos tem força argumentativa no conjunto do texto?
       Porque é com o que as pessoas sonham.

03 – Cláudio de Moura Castro adota um tópico comum, mas, ao mesmo tempo, faz críticas a outros. Diz, por exemplo, que é tola uma certa crença social (pensar que está necessariamente fora de lugar ou mal aproveitado um profissional que está ocupando uma posição diretamente correlacionada ao diploma que tem).
a)   Que função argumentativa essa crítica tem no raciocínio que o autor desenvolve no seu texto?
      Ela reforça a tese do texto: o sabor genérico é indispensável para o bom profissional e não apenas uma especialização muito restrita.

b)   De que modo vai na mesma direção argumentativa a afirmação: “E quem suou a camisa escrevendo ensaios sobre existencialismo, decifrando Camões ou Shakespeare pode estar mais bem preparado para uma empresa moderna do que quem aprendeu meia dúzia de técnicas, mas não sabe escrever”?
      O domínio das técnicas só é de fato produtivo se o profissional tiver uma formação genérica que envolve, como fator básico, o domínio da escrita.

04 – Quais capacidades o autor menciona como componentes de uma formação generalista?
       Ele apresenta estas capacidades em vários parágrafos: competência mais ampla para analisar problemas e pensar claro (2º parágrafo), entender bem o que leu, escrever claro e comunicar-se, conhecer outras línguas, saber trabalhar em grupo e usar números para resolver problemas (5º parágrafo).



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): A CRUZ E A ESPADA - RPM - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Música(Atividades): A Cruz E A Espada
                                                 

Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu

Agora eu vejo
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim

E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar

Agora eu vejo
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim

E agora é tarde, acordo tarde
Do meu lado alguém que eu nem conhecia
Outra criança adulterada
Pelos anos que a pintura escondia

Agora eu vejo
Aquele beijo era o fim, era o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim.

Agora eu vejo
Aquele beijo era o fim, era o fim
Era o começo
E o meu desejo se perdeu de mim.

Entendendo a canção:

01 – De que se trata a letra desta canção?
      É uma música que trata-se de quem não tem um grande futuro. Da grande geração perdida de meninos e meninas.

02 – Qual o título da canção? Qual o compositor? Quem canta?
      A Cruz e a Espada. Composição de Paulo Ricardo e de Luiz Shiavon. Cantada por RPM.

03 – Por que a canção fala do medo, da timidez e de um lado que nunca viu?
      Fala do trabalho que os meninos e meninas dão aos pais, e até mesmo as autoridades, que muitas vezes não sabem nem dos seus paradeiros. Por outro lado, fala do vazio de uma vida de prazeres momentâneos, que logo somem e transformam em depressão.

04 – Na terceira estrofe, qual a mensagem que nos traz em relação a esse sentimento?
      Fala da vida após a sua transformação, de uma boa pessoa, em um grande rebelde com ou sem causa.

05 – Nos versos: “Aquela festa o que me resta / Encontrar alguém legal pra ficar.”, o que se pode entender?
      Que a pessoa está desesperado em abandonar a vida ruim e amargurada que entrou, e está à procura de alguém que a entenda e ajude a deixar esta vida.

06 – Na quinta estrofe temos:
a)   “E agora é tarde, acordo tarde”.
É tarde para tentar mudar de vida.

b)   Do meu lado alguém que eu nem conhecia”.
Refere-se ao acordar do lado de uma pessoa que não sabe quem é, depois de uma noite de sexo só para satisfazer seu desejo.

c)   “Outra criança adulterada”.
Quer dizer que é mais um jovem perdido, que não deveria estar ali.

d)   “Pelos anos que a pintura escondia”.
Mais uma criança escondida atrás da maquiagem pesada e vulgar, para disfarçar a idade.

07 – O que se entende no refrão da canção?
      Que o beijo recebido faz referência a um fato que deu fim a uma etapa da vida e início de outra, onde o desejo e os instintos eram mais importantes do que tudo.












NOTÍCIA: A AVALANCHE - FOLHA.UOL.COM - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

NOTÍCIA: A Avalanche

         Avalanche na face francesa do Mont Blanc deixa oito alpinistas desaparecidos.      
                           
            DA REDAÇÃO

        Ao menos oito alpinistas -cinco austríacos e três suíços- desapareceram após uma avalanche que aconteceu na noite de sábado para domingo, na face francesa do Mont Blanc, mais alta montanha dos Alpes.
        Outras oito pessoas ficaram feridas em consequência da avalanche, mas foram socorridas e estão fora de perigo -quatro delas já deixaram o hospital.
        As autoridades locais contabilizaram em oito o número de desaparecidos, porém a ministra francesa do Interior, Michele Alliot-Marie, não confirmou a informação. "É extremamente difícil saber com exatidão quantas pessoas ficaram presas na avalanche", disse a ministra.
        As tarefas de resgate foram suspensas ontem à tarde por causa do risco de desprendimento de placas de neve - cerca de 40 socorristas e três helicópteros participaram das buscas.
        Não há "possibilidade de encontrar algum sobrevivente", disse Alliot-Marie após sobrevoar o local.
        A avalanche aconteceu no lado norte do Mont Blanc, a 3.600 metros de altitude -o pico da montanha está a 4.810 metros.
        Segundo os primeiros registros, um bloco de gelo, ao cair, "provocou uma corrente de neve, que se transformou em avalanche", explicou o capitão da polícia militar, Daniel Pueyo. As condições meteorológicas eram "excelentes", concluiu.
        Caso se confirmem as mortes dos oito desaparecidos, passará de cem o número de vítimas nos Alpes franceses neste verão europeu.

               
 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2508200810.htm

Entendendo o texto:

01 – A notícia, como a reportagem, também é um texto jornalístico que apresenta registro dos fatos, informando de moto objetivo acontecimentos recentes de interesse geral. Qual é o fato informado na notícia lida?
       O desaparecimento de 8 alpinistas após uma avalanche na montanha dos Alpes, o Mont Blanc.

02 – Qual é a variedade linguística (formal ou informal) empregada no texto?
       É a variedade padrão, porque não tem gírias.

03 – A informação noticiosa precisa ser verídica, com dados objetivos, evitando-se especulações. Em que pessoa a notícia foi relatada?
       Na 3ª pessoa, de forma objetiva.

04 – Quase sempre a notícia apresenta uma linguagem clara, objetiva, concisa e direta, além de dados precisos. Por que a notícia tem essas características?
       O leitor tem interesse em saber os fatos, não a opinião do jornalista e suas interferências.

05 – A notícia, assim como a reportagem, compõem-se, em geral, de 3 partes: NOTÍCIA/MANCHETE (em negrito e letras grandes) - título, OLHO DA NOTÍCIA (resumo em letra diferenciada) - subtítulo, LEAD/ LIDE - primeiro parágrafo, CORPO DO TEXTO. No lead/lide responde às perguntas o que ocorreu, com quem, quando, onde, como e por quê. Como aconteceu o fato?

      Um bloco de gelo caiu e provocou uma corrente de neve que se transformou em uma avalanche.

CRÔNICA: ESPÍRITO CARNAVALESCO - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

CRÔNICA: Espírito carnavalesco 
                     Moacyr Scliar
   
     Ensaios da escola de samba Mocidade Alegre atrapalham sono de moradores da região. Cotidiano, 29.jan.2001.

        Cansado, ele dormia a sono solto, quando foi bruscamente despertado pela esposa, que o sacudia violentamente. Que aconteceu, resmungou ele, ainda de olhos fechados.
        - Não posso dormir -queixou-se ela.
        - Não pode dormir? E por quê?
        - Por causa do barulho -ela, irritada: - Será possível que você não ouça?
        Ele prestou atenção: de fato, havia barulho. O barulho de uma escola de samba ensaiando para o Carnaval: pandeiros, tamborins... Não escutara antes por causa do sono pesado. O que não era o caso da mulher. Ela exigia providências.
        - Mas o que quer você que eu faça? -perguntou ele, agora também irritado.
        - Quero que você vá lá e mande eles pararem com esse barulho.
        - De jeito nenhum -disse ele. - Não sou fiscal, não sou polícia. Eu não vou lá.
        Virou-se para o lado, com o propósito de conciliar de novo o sono.
        O que a mulher não permitiria: logo estava a sacudi-lo de novo.
        Ele acendeu a luz, sentou na cama:
        - Escute, mulher. É Carnaval, esta gente sempre ensaia no Carnaval, e não vão parar o ensaio porque você não consegue dormir. É melhor você colocar tampões nos ouvidos e esquecer esta história.
        Ela começou a chorar. Você não me ama, dizia, entre soluços:
        - Se você me amasse, iria lá e acabaria com a farra.
        Com um suspiro, ele levantou-se da cama, vestiu-se e saiu, sem uma palavra.
        Ela ficou à espera, imaginando que em dez ou 15 minutos a batucada cessaria.
        Mas não cessava. Pior: o marido não voltava. Passou-se meia hora, passou-se uma hora: nada. Nem sinal dele.
        E aí ela ficou nervosa. Será que tinha acontecido alguma coisa ao pobre homem? Será que -por causa dela- ele tinha se metido numa briga? Teria sido assassinado? Mas neste caso, por que continuava a batucada? Ou seria aquela gente tão insensível que continuava a orgia carnavalesca mesmo depois de ter matado um homem? Não aguentando mais, ela vestiu-se e foi até o terreiro da escola de samba, ali perto.
        Não, o marido não tinha sido agredido e muito menos assassinado.
        Continuava vivo, e bem vivo: no meio de uma roda, ele sambava, animadíssimo.
        Ela deu meia volta e foi para casa. Convencida de que o espírito carnavalesco é imbatível e fala mais alto do que qualquer coisa.

         O imaginário cotidiano, de Moacyr Scliar. 2. ed.
                                     São Paulo: Global, 2002.
Entendendo o texto:

01 – Qual era o nome da escola de samba, que estava ensaiando?
      Escola de samba Mocidade Alegre.
02 – De que maneira o homem, foi acordado pela mulher? E por que motivo?
      Ele foi despertado pela mulher que sacudia violentamente. Pelo motivo que não conseguia dormir por causa do barulho.
03 – Qual foi a exigência da mulher?
      Que ele fosse lá e mandasse parar com o ensaio, ou seja, parasse com o barulho.
04 – O homem indignado com a exigência da mulher, o que ele respondeu?
      Que não iria, porque ele não era fiscal e nem polícia.
05 – No trecho: “Escute, mulher. É Carnaval, esta gente sempre ensaia no Carnaval, e não vão parar o ensaio porque você não consegue dormir. É melhor você colocar tampões nos ouvidos e esquecer esta história.” Quem disse está frase? E qual foi a reação da mulher?
      O marido foi quem disse. Começou a chorar, e dizer que se ele a amasse iria lá e acabaria com a farra.
06 – Já que a mulher não deixava-o dormir, qual foi a reação do homem?
      Ele levantou-se da cama, vestiu-se e saiu, sem dizer nada.
07 – Por que a mulher achou que o marido, podia ter sido machucado, ter se envolvido numa briga ou até mesmo ter sido morto?
      Porque já tinha passado mais de uma hora, e ele não tinha voltado.
08 – Por causa da demora do marido, qual foi a decisão da mulher?
      Não aguentando a demora, ela vestiu-se e foi até o terreiro da escola de samba.
09 – Qual foi a surpresa da mulher ao chegar na escola de samba?
      O marido estava no meio de uma roda sambando, animadíssimo.
10 – Diante do que a mulher viu, qual foi a decisão tomada por ela?
      Ela deu meia volta e foi para casa. Convencida de que o espírito carnavalesco é imbatível e fala mais alto do que qualquer coisa.
11 – Se esta crônica, tivesse acontecido com você, o que faria?
      Resposta pessoal do aluno.

      
                                    


      

TEXTO: VIVER, TAMBÉM É PRECISO - ILUSTRAÇÃO: ALCY - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: VIVER, também é preciso

        Horas extras, segundo pesquisas, fazem mal à saúde

        Grande parte dos trabalhadores brasileiros faz horas extras. Pesquisas demonstram que os patrões lucram com isso; os trabalhadores concordam e aproveitam para melhorar sua renda mensal. Apesar disso, a longo prazo todos saem perdendo.

        Aumento do trabalho

        Nos últimos vinte anos, as exigências de produção tornaram o trabalho mais rápido, cansativo e estressante. Isso porque eliminaram o tempo livre, criaram o trabalhador multifuncional e polivalente, e aumentaram significativamente o desgaste mental. Trabalhar acima dos nossos limites significa sofrimento psíquico, estresse e, por fim, adoecimento.

        Jornada prolongada

        Para uma simples jornada de trabalho oficial de 40 ou 44 horas semanais, como já acontece em muitas empresas, os problemas de fadiga e estresse já têm provocado um alto índice de adoecimento. Fazer horas extras é arriscar ainda mais a saúde, pois duas horas extras não significam um desgaste de apenas duas horas a mais de trabalho.

        Uma bomba-relógio

        Trabalhar duas horas extras no final da jornada significa um desgaste enorme. É fácil entender a razão: imagine um atleta ter de correr mais 8 Km ao final dos 42 Km de uma maratona. Pois é exatamente isso que você faz quando trabalha mais duas horas ao final das suas 8 horas normais. Ou trabalha no seu dia de descanso após uma semana inteira exaustiva. Além disso, você perde o tempo que teria para fazer outras coisas como descansar, passear, estudar, namorar, ou simplesmente pensar na sua vida. Ca entre nós, você já pensou nisso?
                                                   Extraído do site: www.smabc.org.br.
Entendendo o texto:

01 – Qual é o título do texto?
      Viver, também é preciso.

02 – Quem lucra com as horas extras? E por que os trabalhadores fazem a horas extras?
      De acordo com a pesquisa, é o patrão. Para poder complementar a renda mensal.

03 - Nos últimos vinte anos, as exigências de produção tornaram o trabalho mais rápido, cansativo e estressante, por que isso acontece?
      Isso porque eliminaram o tempo livre, criaram o trabalhador multifuncional e polivalente, e aumentaram significativamente o desgaste mental.

04 – Quais as consequências que traz o trabalho acima das nossos limites?
      Nos traz o sofrimento psíquico, estresse, e por fim, o adoecimento.

05 – Com a jornada de trabalho oficial, já existe os problemas de fadiga e estresse que provoca o adoecimento. O que acontece quando fazemos a horas extras?
      Aumenta o risco a saúde, e quanto mais horas extras, pior.

06 – De acordo com o texto, se fizer duas horas extras por dia, significa um desgaste enorme. Qual o nome dado pelo texto?
      Uma bomba-relógio.

07 – Quando se faz horas extras após às 08 horas normais ou trabalho no dia do descanso. Quais as perdas que temos, de acordo com o texto?
      Perdemos: de descansar, de passear com a família, de estudar, de namorar ou simplesmente pensar na vida.

08 – Você como trabalhador, faria horas extras?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Após ler o texto, por que você acha que horas extra, fazem mal à saúde?
      Resposta pessoal do aluno.


POEMA: SEVILHA - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

POEMA: SEVILHA
                 João Cabral de Melo Neto

A cidade mais bem cortada
Que vi: Sevilha;
Cidade que veste o homem
Sob medida.
Justa ao tamanho do corpo
Ela se adapta,
Branda e sem quinas, roupa
Bem recortada.
Cortada só para um homem,
Não todo o humano:
Só para o homem pequeno
Que é o sevilhano.
Que ao sevilhano Sevilha
Tão bem se abraça
Que é como se fosse roupa
Cortada em malha.

Ao corpo do sevilhano
Toda se ajusta
E ao raio de ação do corpo
Ou sua aventura.
Nem com os gestos do corpo
Nunca interfere,
Qual roupa ou cidade que é
Cortada em série.
Sempre à medida do corpo
Pequeno ou pouco:
Ao teto baixo do míope,
Aos pés do coxo.
Nunca tem panos sobrando
Nem bairros longe;
Sempre ao alcance da perna
Que não tem bonde.

O sevilhano usa Sevilha
Com intimidade,
Como se só fosse a casa
Que ele habitasse.
Com intimidade ele usa
Ruas e praças:
Com intimidade de quarto
Mais que de casa.
Com intimidade de roupa
Mais que de quarto
E intimidade de camisa
Mais que casaco.
E mais que intimidade,
Até com amor,
Como um corpo que se usa
Pelo interior.

O modelo não é indicado
A nenhum nórdico:
Lhe ficará muito curto
E ele incômodo.
Ou ele ficará tão ridículo
Como um automóvel,
Dos que ali, elefânticos,
Tesos, se movem.
Nas ruas que o sevilhano
Fez para si mesmo,
Pequenas e íntimas para
Seu aconchego.
Sevilhano em quem se encontra
Ainda o gosto
De ter a vida à medida
Do próprio corpo.

                          MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro.
                                                                             Nova Aguilar, 1994. p. 252-254.

Entendendo o poema:

01 – Interpretemos algumas figuras do poema. O que significa dizer que:
           a)     Sevilha não é cortada em série?
      Sevilha é um lugar sem outro igual (um lugar ímpar).

           b)    Os bairros estão ao alcance do pé?
      Os bairros são próximos.

           c)     O modelo não é indicado a nenhum nórdico?
      Os nórdicos (escandinavos) são, em geral, bastante altos. O poeta usa essa imagem para enfatizar as qualidades de Sevilha como uma cidade não muito grande.

02 – Segundo o poeta, os automóveis são objetos adequados a Sevilha? Por quê?
       Os automóveis não são adequados a Sevilha porque as ruas são estreitas e aconchegantes.