quarta-feira, 9 de abril de 2025

NOTÍCIA: COMO REAGIR DIANTE DA TV - (FRAGMENTO) - CIRO MARCONDES FILHO - COM GABARITO

 Notícia: COMO REAGIR DIANTE DA TV – Fragmento

              Ciro Marcondes Filho

        O título acima e, sem dúvida, enganoso. A questão não é "reagir" à TV como se ela fosse uma força estranha que invade nossas casas e lá se instala para não mais sair. Sabemos que a TV é um instrumento eletrônico, produto da história do homem e de sua evolução; é a marca desta era. Não tem sentido destruir a televisão, porque não é ela a culpada dos crimes que Ihe são imputados. É certo que não é de todo inocente no processo de desumanização da vida social moderna, e por isso mesmo é necessário medir quem na verdade provoca o que.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNldPoxN1GUfzLLdb44T5jdNeV_05zko2XAMPipZMuFWkhm_SXnN1l5WdZYFrm2ObIGS4hlajsERMRM6r4DV6EF18OwlDb3-Q9qkEI57-sII49v83VXXqIe6nqzXknvEQH9dFOZRhSRONSBagpbQKldrOuiAaxyAPWBWyjtFdmGKzFFZKmh6qaPqqW7a0/s320/tv.jpg 


        [...]

        Vez por outra, instituições sociais (geralmente a Igreja) criam campanhas de desligamento coletivo da TV em benefício do diálogo ou "para as pessoas pensarem mais no ser humano e no seu mundo outra vez". A supressão ou o desligamento em massa da TV, porém, é uma falsa solução porque ataca o problema em sua manifestação externa e não na causa dele.

        O isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse dos membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos, o desconhecimento em profundidade nos casais estão na estrutura da vida moderna, de que a TV é apenas um dos componentes.

        [...] A TV não se impõe simplesmente aos homens, exercendo sobre eles um poder ditatorial. Essa questão deve ser vista do lado inverso: a que necessidades reais e legítimas a TV está atendendo quando alcança níveis fantásticos de audiência?

        [...]

Ciro Marcondes Filho. Televisão – A vida pelo vídeo. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 109-110.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 142.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à forma como as pessoas veem a televisão?

      O autor critica a visão de que a televisão é uma força externa e invasiva, culpada por problemas sociais. Ele argumenta que a TV é um produto da evolução humana e que o problema está no uso e nas necessidades que ela atende, não no aparelho em si.

02 – Por que o autor considera que campanhas de desligamento coletivo da TV são uma "falsa solução"?

      Porque essas campanhas atacam apenas a manifestação externa do problema, ou seja, o aparelho de televisão, e não as causas subjacentes, como o isolamento familiar e a falta de diálogo.

03 – Quais são as causas apontadas pelo autor para o "processo de desumanização da vida social moderna"?

      O autor aponta o isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse entre os membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos e o desconhecimento profundo nos casais como parte da estrutura da vida moderna, da qual a TV é apenas um componente.

04 – Qual é a visão do autor sobre o poder da televisão sobre as pessoas?

      O autor acredita que a TV não exerce um poder ditatorial sobre as pessoas. Ele sugere que é preciso analisar quais necessidades reais e legítimas a televisão atende quando alcança altos níveis de audiência.

05 – Qual a solução que o autor aponta para o problema da influência da TV na sociedade?

      A solução não é destruir ou desligar a televisão, mas sim medir quem realmente provoca os problemas imputados a ela e entender as necessidades que ela satisfaz.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: NOVOS ÓDIOS - (FRAGMENTO) - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Novos ódios – Fragmento

           Luís Fernando Verissimo

        O racismo cresce e assusta na Europa, onde estive durante o último mês e pouco. Acontece um tétrico torneio de violência entre etnias e grupos – brancos contra negros e árabes, árabes contra negros e judeus, neonazistas contra negros, árabes, judeus e o que estiver pela frente. Racismo não é novidade no continente, e nem é preciso invocar a velha tradição anti-semita e o seu paroxismo nazista. Na Europa desigual que emergiu da II Guerra Mundial, portugueses, espanhóis, italianos, gregos e outros em fuga das regiões mais pobres eram discriminados onde procuravam os empregos que não tinham em casa, e o problema dos magrebinos na França é anterior à II Guerra. Mas todos integraram-se de um jeito ou de outro no país escolhido ou voltaram aos seus próprios países economicamente recuperados, e o velho racismo foi solucionado, ou pelo menos amenizado, pelo tempo e o progresso. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiASj1l8ro-iAZ3-U2KDEhksm_y_gyBbjRHPpAeVPkWlAGAv6ghC8XxehqlXxWr2KG5xSxRnxY3wGFTZRqvKQgfdx2bPRL4pGqzZ9OtTee5TD-oPFZa2uyAx8HplA2G8g5-ThJBozwTL3zLufsE3JZ63poH2aJ6amZ2_t02vjPUanBABpmjhbG5SKRgCJQ/s320/NEGRO.jpg


O que assusta no novo racismo é a ausência de qualquer solução parecida à vista. Ele é econômico como o outro, claro. Existe na sua grande parte entre jovens marginalizados e sem perspectiva. Mas envolve cor e religião e ódios culturais novos, ou – no caso de judeus e muçulmanos – ódios antigos importados. E o tempo só piora o novo racismo. Caso curioso é o do futebol, que deveria estar contribuindo para o entendimento racial, mas ajuda a deteriorá-lo. Não há grande clube europeu que não tenha um bom número de jogadores negros, que são ídolos das suas torcidas, mas alvos dos insultos raciais das torcidas adversárias – que esquecem seus próprios ídolos negros na hora do xingamento. É nos estádios de futebol que tem havido os piores incidentes raciais. Na França fazem campanhas contra o preconceito e a violência, e contra as novas manifestações do anti-semitismo, que tem sido uma infecção recorrente na história da Europa cristã. A luta parece em vão num mundo que, quanto mais cosmopolita fica, mais se retribaliza.

        [...]

Luís Fernando Veríssimo. O Estado de São Paulo, 31/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 183.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal preocupação de Luís Fernando Verissimo ao observar a Europa?

      A principal preocupação é o crescimento do racismo e da violência entre diferentes grupos étnicos e religiosos, um fenômeno que ele chama de "tétrico torneio de violência".

02 – Como o autor compara o racismo atual na Europa com o racismo do passado?

      Verissimo aponta que o racismo na Europa não é novidade, mas que o racismo do passado, que discriminava imigrantes europeus, foi amenizado pelo tempo e pelo progresso econômico. O novo racismo, por outro lado, envolve ódio racial e religioso, e não apresenta soluções óbvias.

03 – Qual o papel do futebol nesse contexto, segundo o autor?

      O futebol, que deveria ser um espaço de união e entendimento racial, paradoxalmente, tem se tornado palco de manifestações racistas, com torcidas insultando jogadores negros, mesmo quando seus próprios times contam com ídolos negros.

04 – Quais são os fatores que contribuem para o "novo racismo" na Europa?

      O novo racismo é impulsionado por fatores econômicos, como a marginalização de jovens sem perspectiva, e por ódios culturais e religiosos, tanto novos quanto antigos, como o antissemitismo.

05 – Qual a conclusão do autor sobre a luta contra o racismo na Europa?

      Verissimo expressa uma visão pessimista, sugerindo que a luta contra o racismo parece em vão em um mundo que, apesar de se tornar mais cosmopolita, também se retribaliza, ou seja, se divide em grupos com identidades fechadas e hostis a outros grupos.

 

 

REPORTAGEM: UM NÃO BEM SONORO AO RACISMO - (FRAGMENTO) - TRIBUNA IMPRESSA - COM GABARITO

 Reportagem: Um não bem sonoro ao racismo – Fragmento

        Na semana passada, durante partida de futebol no estádio do Morumbi entre os times do São Paulo e do Quilmes, pela Copa Libertadores, a atitude racista do zagueiro argentino Desábato, que xingou e ofendeu o atacante do São Paulo, Grafite, não acabou em pizza. Por um acaso, Grafite jogou pela nossa Ferroviária em 2002. O delegado Oswaldo Gonçalves prendeu em flagrante o jogador argentino pelo crime de injúria racial. O zagueiro chegou a ficar preso dois dias, depois foi solto sob pagamento de fiança. Ainda assim, será processado pelo crime que cometeu.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijUsrnvcLqGQ7MQ-_Hk9MB8cxZ1uERJt-WrUjeRdJzra2cHOrLJCpGA5SGHsve9I1ieQZmf8sIU9y7mTOT_-WEBzGTG2HgSMtK9ciK2X5gOqdVPChl2swFSOKqqNk_Pqj6yyWnxLvj-YRLuACmT0tpT51-F6ZHGPkfWax6Q1KbhmF-EO79iyFCz7NFnPI/s1600/JOGADOR.jpg


        A ofensa de caráter racista contra Grafite já havia acontecido na primeira partida entre os dois times, realizada na Argentina. A diretoria do Quilmes chegou a mandar uma carta pedindo desculpas ao brasileiro. Mas o fato se repetiu no Brasil e felizmente não ficou só no papel. Como bem definiu o técnico Emerson Leão, “isso está acontecendo em todos os lugares, alguém tinha de tomar uma decisão”.

        Por isso mesmo, a atitude do delegado em cumprir a lei e punir o zagueiro argentino foi exemplar. O racismo vem ganhando força em muitos países. O que vem acontecendo no futebol é apenas a ponta de um iceberg. Se este tipo de comportamento não é coibido de imediato, corremos o risco de voltar atrás nas relações humanas, no respeito e nos direitos humanos, já conquistados, depois de uma História repleta de casos de escravidão e segregação.

        Desta vez, uma atitude racista, como a do argentino Desábato, não acabou em pizza

        Os recentes casos de racismo no futebol levaram o atacante francês Thierry Henry, do Arsenal, a iniciar uma campanha contra o preconceito racial. Vem ganhando cada vez mais adeptos, entre eles jogadores que não escaparam desse tipo de agressão, como Ronaldo, Roberto Carlos e Juan.

        [...]

        Um grande passo é ver que a reação contra o racismo hoje parte dos próprios ofendidos. Não basta haver uma lei se não há vítimas que reclamem seus direitos. No passado, Pelé, assim como outros jogadores, foram vítimas de racismo. Mas optaram por se calar. O atacante Grafite, por outro lado, já admitiu que aceita o pedido d desculpas de Desábato, mas prometeu que não irá retirar a queixa: “cabia a mim como cidadão tomar uma atitude e procurei os meus direitos. Agora deixo para a Justiça fazer o seu trabalho”. O jogador espera que essa atitude seja um “pontapé” para o fim do racismo no futebol.

        [...]

        Um grande passo é ver que a reação contra o racismo hoje parte dos próprios ofendidos

        A punição do jogador Desábato também deu pontos para o Brasil, visto lá fora e aqui dentro como um país com alto grau de impunidade. O Brasil tem mostrado determinação no combate ao preconceito racial. Outro exemplo recente de racismo no futebol não ficou sem punição. Em março, em jogo entre América-MG e Atlético-MG, o zagueiro Wellington Paulo xingou o colega André Luiz de macaco. Não foi feita denúncia criminal, mas o ofensor foi julgado pelo Código Brasileiro Disciplinar de Futebol e o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Mineira de Futebol suspendeu-o por 30 dias.

        Infelizmente, ainda há lugares em que as próprias autoridades fazem corpo mole para um problema tão sério como o racismo, que no passado já ajudou a provocar grandes guerras no mundo.

        [...]

        Mudar o comportamento social e cultural de um povo é muito difícil. Não só em relação ao racismo, mas ao preconceito em geral, que é estúpido e condenável em todas as suas facetas, seja de raça, cor, credo, idade, aparência física, etc. Isso só se consegue com a igualdade de direitos e com muita educação para a cidadania, desde muito cedo.

        Mas também se consegue, até certo ponto, pela punição e exemplo. E pelo engajamento. Esperamos que o futebol, esporte popular que une e emociona multidões, possa emocionar e unir as pessoas na luta contra o racismo.

Tribuna Imprensa, 24/5/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 181-182.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual foi o incidente que desencadeou a prisão do jogador Desábato?

      Desábato, zagueiro argentino, proferiu ofensas racistas contra o atacante Grafite durante uma partida de futebol no estádio do Morumbi, pela Copa Libertadores.

02 – Qual a importância da atitude do delegado Oswaldo Gonçalves nesse caso?

      O delegado agiu de forma exemplar ao prender Desábato em flagrante pelo crime de injúria racial, demonstrando que o racismo não seria tolerado e que a lei seria aplicada.

03 – Como o jogador Grafite reagiu às ofensas racistas?

      Grafite decidiu prestar queixa contra Desábato, afirmando que era seu dever como cidadão buscar seus direitos, e esperava que sua atitude servisse como um "pontapé" para o fim do racismo no futebol.

04 – Qual a relevância da punição de Desábato para a imagem do Brasil?

      A punição de Desábato ajudou a melhorar a imagem do Brasil, demonstrando que o país está determinado a combater o preconceito racial e que a impunidade não seria mais aceita.

05 – Quais outros jogadores de futebol foram mencionados na reportagem por se engajarem na luta contra o racismo?

      A reportagem menciona Thierry Henry, Ronaldo, Roberto Carlos e Juan como jogadores que se engajaram em campanhas contra o preconceito racial.

06 – Qual a diferença de comportamento entre Pelé e Grafite em relação ao racismo?

      Pelé, assim como outros jogadores do passado, optou por se calar diante de ofensas racistas. Grafite, por outro lado, decidiu denunciar o crime e buscar seus direitos.

07 – Quais medidas a reportagem aponta como necessárias para combater o racismo?

      A reportagem destaca a importância da punição, do exemplo, do engajamento, da igualdade de direitos e da educação para a cidadania desde cedo como medidas cruciais para combater o racismo.

 

NOTÍCIA: O DOBRO DE MENINAS GRÁVIDAS - (FRAGMENTO) - O ESTADO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: O dobro de meninas grávidas – Fragmento

        No grupo de 10 a 14 anos, subiu 93,7% o número de mães iniciantes, em 2000

         O número de meninas de 10 a 14 anos que tiveram filhos pela primeira vez em 2000 quase dobrou em relação a 1991. Foram 20.632 crianças e adolescentes estreando na condição de mães. Mais alarmante é o fato de que outras 2.502 meninas já tinham filhos naquele ano, quando tiveram outro bebê. No grupo de 10 a 14 anos, aumentou 93,7% o número de mães iniciantes. Entre as jovens de 15 a 19 anos, o aumento foi de 41,5% na década de 90. Do total de 1,3 milhão de mulheres que tiveram o primeiro filho em 2000, 38,6% tinham entre 10 e 19 anos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinl4o4nCVthgVE9jB5YYoVWynn9vgxzrQTW8TMK3oVGgyy0sCxcqwurfQjjVVdcNvZyJmfWTzxnNPz_B4NNHSyb2GbgzfjGXS0mDrPVBek1GKZYku4uiThGVt-x9qm9CSlkVvL6M6YKCwgcGm9ID8UbtIihzgJPzPmFxcjbBPfVrRa8EoFjtah_Jj_RnE/s320/MENINA.png


        A Região Norte tem os maiores porcentuais de mães muito jovens. As mães adolescentes são em geral pobres, com baixa escolaridade e nem sempre contam com a presença do pai dos bebês.

        “No caso das mães jovens de baixa renda, a maioria interrompe os estudos e não volta mais à escola. No caso das mais ricas, cria-se um aparato para cuidar do filho e os cuidados com a criança são divididos na família”, compara o demógrafo do IBGE Juarez de Castro Oliveira.

        [...]

        Planejamento não é só dar pílula, afirma pesquisador

        Políticas de prevenção à gravidez precoce não têm sido suficientes para evitar o aumento do número de mães adolescentes porque estão muito voltadas para a distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, mas ainda não conseguiram transmitir o impacto do nascimento de um filho na vida das jovens. “Planejamento familiar não é só distribuir pílula. É passar informações para que uma família se forme de maneira saudável e sem traumas. Não é por falta de informação que as jovens engravidam. Acredito que seja mais por falta de atenção e por descuido”, diz o demógrafo Juarez de Castro Oliveira, autor da pesquisa que aponta o aumento das mães adolescentes.

        [...] Outro dado importante da pesquisa foi a mudança na situação conjugal das mães. Em 19770, apenas 22,77% das mulheres solteiras eram mães. Em 2000, esse número subiu para 16,37%. Fenômeno, segundo o economista (Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas), relacionado com a gravidez precoce.

O Estado de São Paulo, 7/5/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166-167.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal dado alarmante apresentado na notícia?

      O principal dado alarmante é o aumento significativo no número de meninas de 10 a 14 anos que se tornaram mães pela primeira vez em 2000, quase dobrando em relação a 1991. Além disso, há o fato de que muitas dessas meninas já tinham filhos anteriormente.

02 – Quais são as regiões do Brasil com os maiores índices de gravidez na adolescência?

      A Região Norte do Brasil apresenta os maiores percentuais de mães muito jovens.

03 – Quais são as características socioeconômicas das mães adolescentes, de acordo com a notícia?

      As mães adolescentes são, em geral, pobres, com baixa escolaridade e, frequentemente, não contam com a presença do pai dos bebês.

04 – Como a situação socioeconômica influencia as consequências da gravidez na adolescência, segundo o demógrafo Juarez de Castro Oliveira?

      Segundo o demógrafo, meninas de baixa renda tendem a interromper os estudos e não retornar à escola, enquanto aquelas de famílias mais ricas têm maior suporte familiar para cuidar dos filhos e continuar seus estudos.

05 – Qual é a crítica do pesquisador em relação às políticas de prevenção à gravidez precoce?

      O pesquisador critica o fato de que as políticas de prevenção estão muito focadas na distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, sem abordar adequadamente o impacto da maternidade na vida das jovens.

06 – Qual é a visão do demógrafo Juarez de Castro Oliveira sobre as causas da gravidez na adolescência?

      O demógrafo acredita que a gravidez na adolescência é mais resultado da falta de atenção e descuido do que da falta de informação sobre métodos contraceptivos.

07 – Qual é a relação entre gravidez precoce e situação conjugal das mães, segundo o economista Marcelo Neri?

      Segundo o economista, há uma relação entre o aumento da gravidez precoce e o aumento do número de mães solteiras, indicando uma mudança na situação conjugal das mães ao longo dos anos.

 

NOTÍCIA: NOVO PAPEL DIFICULTA ESTUDOS - (FRAGMENTO) - DIÁRIO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Novo papel dificulta estudos – Fragmento

        Psicanalistas dizem que ajuda da família é fundamental para que meninas não se tornem “irmãs” de seus filhos. Reincidência da gravidez entre as adolescentes e abandono da escola são outras preocupações dos especialistas

        A maioria das adolescentes grávidas só se dá conta do novo papel quando o bebê nasce. Na maioria dos casos, elas são dependentes e precisam do apoio dos pais no cuidado com os filhos. Para a psicóloga Maria Helena Alves Pereira, coordenadora do Programa de Atendimento à Adolescente Grávida do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth (ex-Praça XV), no Rio de Janeiro, quando as famílias participam desse momento delicado é mais fácil para os jovens lidar com a situação, retomar os estudos e, muitas vezes, o trabalho.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPKA2no0KLOzPILyKfoXk-XDToV08lpfPHLpCJRxVdAIBM2tW8X-EEdBICjq0gVfbISVoWrLsUt2FyXNkcSeAzbb-GcSF6KJaoxKelo0gNv2Phbu4jGhQErymeB-Olk4CsenAR9eAFd6rrgat78HU70a2IABmGBqij3ETZC5Op72CQ89UtEcM0e-FDjp4/s1600/LAPIS.jpg


        “[...] No programa, estimulamos os pais e as mães adolescentes a não abandonarem os estudos e a levarem adiante os seus objetivos profissionais. O que não podemos esquecer é que eles são pais e mães adolescentes e não há como exigir que se comportem como adultos”, diz.

        Mas a realidade, pelo menos até agora, é bem diferente desse ideal. Pesquisa realizada pelo Serviço de Pré-Natal de Gravidez na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40 adolescentes grávidas, por exemplo, revelou que apenas 5% delas continuaram a estudar durante o período de gestação. “Elas não completam o ensino médio e, como mais de 60% nunca trabalhou, acabam ocupando subempregos”, revela Marisa Pascale.

        [...]

        Educação

        Parar os estudos leva também a reincidência na gravidez adolescente, problema que já afeta 25% das meninas mães. Pesquisa realizada no Rio de Janeiro revelou que mulheres que estudaram apenas um ano ou nunca estudaram tiveram, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas que estudaram pelo menos 11 anos tiveram 1,48 filho.

        A situação verificada no Estado do Rio não é muito diferente do que se vê no resto do país. Em São Paulo, por exemplo, estudo do Hospital das Clínicas também demonstrou que metade das meninas pararam a escola antes de engravidar. Isso significa uma relação direta entre educação e possibilidade de gravidez precoce. “A baixa autoestima é o fator principal que leva essas meninas a abandonar a escola como seu projeto de vida”, explica o ginecologista Marco Aurélio Galleta, do HC. “Por isso, muitas delas, mesmo que de forma inconsciente, acabam optando pela formação de uma família para preencher esse espaço”, completa o especialista.

Diário de São Paulo, 11/5/2003.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal dificuldade enfrentada pelas adolescentes grávidas, de acordo com o texto?

      A principal dificuldade é a transição para o novo papel de mãe, que muitas vezes ocorre sem que elas estejam preparadas, e a necessidade de apoio familiar para lidar com a situação.

02 – Qual é a importância do apoio familiar para as adolescentes grávidas, segundo a psicóloga Maria Helena Alves Pereira?

      O apoio familiar é fundamental para que as adolescentes consigam lidar com a situação, retomar os estudos e, em muitos casos, o trabalho.

03 – Qual é a realidade enfrentada pelas adolescentes grávidas em relação aos estudos, de acordo com a pesquisa da Unifesp?

      A pesquisa revelou que apenas 5% das adolescentes grávidas continuam estudando durante a gestação, o que leva à baixa escolaridade e, consequentemente, a subempregos.

04 – Qual é a relação entre a gravidez na adolescência e a reincidência da gravidez, segundo o texto?

      A interrupção dos estudos está diretamente relacionada à reincidência da gravidez na adolescência, com 25% das mães adolescentes engravidando novamente.

05 – Como a escolaridade influencia o número de filhos que as mulheres têm, de acordo com a pesquisa mencionada no texto?

      Mulheres com baixa escolaridade (um ano ou nenhum estudo) têm, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas com pelo menos 11 anos de estudo têm 1,48 filho.

06 – Qual é a relação entre educação e gravidez precoce, segundo o ginecologista Marco Aurélio Galleta?

      Segundo o ginecologista, há uma relação direta entre a falta de educação e a probabilidade de gravidez precoce. A baixa autoestima leva muitas adolescentes a abandonar a escola e buscar a formação de uma família para preencher esse vazio.

07 – Qual é o papel da baixa autoestima na gravidez precoce, de acordo com o texto?

      A baixa autoestima é apontada como um fator crucial que leva as adolescentes a abandonar a escola e buscar na maternidade uma forma de preencher o vazio emocional.

 

NOTÍCIA: QUANTO MAIS POBRE, MAIS FILHOS - ALEXANDRE RODRIGUES - COM GABARITO

 Notícia: Quanto mais pobre, mais filhos

        É o que mostra estudo de economista da FGV sobre fecundidade de adolescentes de favelas e de bairros de renda mais alta no Rio

        Fecundidade – Alexandre Rodrigues

        RIO

        Um estudo do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas cinco maiores favelas do Rio é cinco vezes maior do que entre as que moram nos cinco bairros de renda mais alta da cidade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeCy_TDhS-g2vrIVrsJXDlRntFIBC4GArhyk8QOK90cWaM4FpghzEoQ4iN5LOEAyFNV6lbr1w9WB7Q7dhi_hbB_YYw1Srz9MB_PbewuJ1GzyxoGLiKoWiAO9Y51MP0q9yYYxDYzlb4S4U74A26zs3W0Q_BeDaGQGhTcMWVww2qbuhOTunE34_vnxmqNzI/s320/LONGE.png


        A taxa média de filhos por menina de 15 a 19 anos das Favelas da Rocinha, da Maré, do Complexo do Alemão, do Jacarezinho e da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, é de 0,266. Já a dos bairros de Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca é de 0,054. O economista cruzou dados do Censo 2000 com os números de recém-nascidos nas regiões administrativas da prefeitura.

        A taxa média de filhos por jovem na Rocinha é de 0,266; em Ipanema, de 0,054

        “O resultado mostra que, quanto mais pobre, maior é o número de filhos das mulheres. Isso acontece em todas as faixas de idade, mas foi mais forte entre as adolescentes”, explica o pesquisador, para quem o estudo comprova que a taxa de fecundidade nas favelas está ligada à baixa renda e, consequentemente, ao baixo nível de escolaridade.

        Neri cita a Rocinha e a Barra da Tijuca. A favela, que tem um dos menores índices de escolaridade do Rio, tem taxa de fecundidade de 0,25 na faixa analisada. Ao lado, nos apartamentos voltados para o mar da Barra, a taxa é bem menor: 0,12. “Com mais filhos e menos recursos, a família não investe em educação e forma-
se um círculo vicioso. Pobreza leva a fecundidade e fecundidade leva a pobreza.”

        Enfermeira especializada em obstetrícia, Viviane Costa conta que as adolescentes grávidas já são responsáveis por cerca de 30% dos atendimentos que faz no posto do Programa de Saúde da Família da Favela do Canal do Anil, em Jacarepaguá, zona oeste. “Pré-natal tornou-se o carro-chefe do posto, como o tratamento de hipertensão. O número de adolescentes grávidas tem aumentado e a idade delas, diminuído. Recebemos cada vez mais meninas de 14, até 13 anos.”

        Baile

        Uma das pacientes de Viviane é Lídia da Silva Costa, de 16 anos. Grávida de quatro meses, ela conta que não conseguiu prevenir a gravidez porque tinha vergonha de ir ao ginecologista. “Queria ter filhos só com 18 anos, mas como veio agora não achei ruim. Quando eu tiver 26, meu filho já vai ter 10 anos. Vou poder até curtir um baile com ele”, diz.

        Para Neri, apesar de exposição a informações sobre métodos anticoncepcionais, da influência da TV e dos programas sociais, a educação é que faz a diferença entre meninas de comunidades carentes e de classe média. “A renda acaba determinando a escolaridade, que faz diferença. Não é só o acesso à informação que deve ser levado em conta, mas a capacidade de formar
opinião.”

        Jenifer Chaves da Cruz, de 16 anos, gosta da barriga de nove meses. Ela não planejou a gravidez, mas revela que sempre admirou as amigas que também se tornaram mães precoces. Obrigada pela tia que a criava a ir morar com o namorado, ela confessa que dificilmente voltará à escola. “Parei na sétima série. Até pensava em continuar e trabalhar, mas agora não dá mais.”

O Estado de S. Paulo, 20/10/2004.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 164-165.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal conclusão do estudo realizado pelo economista Marcelo Neri?

      O estudo concluiu que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas favelas do Rio de Janeiro é significativamente maior do que entre aquelas que vivem em bairros de renda mais alta. Especificamente, a taxa nas favelas é cinco vezes maior.

02 – Quais são as áreas comparadas no estudo?

      O estudo comparou as cinco maiores favelas do Rio de Janeiro (Rocinha, Maré, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Cidade de Deus) com os cinco bairros de renda mais alta da cidade (Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca).

03 – Qual é a relação entre pobreza e fecundidade, de acordo com o estudo?

      O estudo mostra que existe uma correlação direta entre pobreza e alta taxa de fecundidade, especialmente entre adolescentes. Quanto mais pobre a comunidade, maior o número de filhos por adolescente.

04 – Quais fatores o economista Marcelo Neri aponta como influenciadores dessa relação?

      Neri aponta a baixa renda e, consequentemente, o baixo nível de escolaridade como fatores determinantes para a alta taxa de fecundidade nas favelas. Ele também menciona que a falta de acesso à informação e a capacidade de formar opinião influenciam essa relação.

05 – Qual é a situação das adolescentes grávidas nos atendimentos de saúde nas favelas, segundo a enfermeira Viviane Costa?

      Viviane Costa relata que cerca de 30% dos atendimentos no posto de saúde da Favela do Canal do Anil são de adolescentes grávidas, e que a idade dessas jovens tem diminuído, com casos de meninas de 13 e 14 anos.

06 – Como a falta de acesso à informação sobre métodos anticoncepcionais afeta a gravidez na adolescência, segundo a notícia?

      A notícia relata o caso de Lídia da Silva Costa, de 16 anos, que engravidou por ter vergonha de ir ao ginecologista. Isso ilustra como a falta de acesso à informação e a barreiras como o constrangimento podem levar a gravidez não planejada na adolescência.

07 – Qual é o papel da educação na prevenção da gravidez na adolescência, de acordo com o estudo?

      O estudo destaca que a educação desempenha um papel fundamental na prevenção da gravidez na adolescência. A escolaridade influencia a capacidade das jovens de formar opinião e tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual e reprodutiva.

 

 

 

CRÔNICA: O SELVAGEM - WALCR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: O selvagem

               Walcyr Carrasco

        Saía para a balada todas as noites. Pai e mãe descabelados. Dormia até tarde. Apareceu com uma tatuagem no braço. Um desenho que não parecia fazer sentido.

        -- O que é, meu filho? – gemeu a mãe.

        -- Tribal.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg94T1GHPltLpwuwNdcUENgaCMj_zBtF8_uSNKGMDfHncYmbeez0CcjUGzQJxFRb1dfekNQ8PU09QjFJm538kzoHfLxDLJ5V6Zq5-DZSdxbx2tWggdESaYxgaihdlyepB7OEgJSQ9QnsPrb49GgYhIvmK0ur8aeS5iYGAt21w3k7YJ8dTtfmPMVekL2DWg/s1600/images.jpg

        Logo a mãe descobriu que existem “escolas” de tatuagem: tribais. Étnicas, new age...

        O pai quase teve um infarto. Piorou quando soube que a turminha do prédio estava se reunindo em um apartamento vazio, com três velhos colchões jogados. O porteiro dedou:

        -- Ficam lá, a noite toda, ouvindo música...

        Foram expulsos. A tia comentou:

        -- Se ao menos ele tivesse uma boa namorada!

        Apareceu uma candidata. Tinha piercing nas sobrancelhas. A mãe tentou se conformar.

        -- Até que é bonitinho!

        Ela abriu a boca para agradecer. Também tinha piercing na língua!

        De noite, a mãe quis aconselhar.

        -- Meu filho, e se sua língua ficar presa?

        O rapaz olhou-a como se fosse marciana.

        -- Tá me tirando, mãe?

        Outra surpresa:

        -- Ah, meu filho, a traça roeu sua camiseta. Está cheia de furinhos.

        -- Comprei assim. É lançamento.

        Viu a etiqueta da grife italiana. Adquirida em dez prestações no cartão!

        -- Você pagou tanto por uma camiseta furada!

        De noite, na solidão do quarto, o pai se contorcia.

        -- O que vai ser desse rapaz?

        Prestou vestibular. Para surpresa de todos, passou. Faculdade em uma cidade próxima. Dali a alguns meses, anunciou:

        -- Arrumei trabalho!

        Alívio.

        -- Qual o salário?

        -- É voluntário. Em uma ONG para proteger os meninos de rua!

        O casal fugiu para o cinema. Durante a pizza, o pai vociferava:

        -- Pode se dar ao luxo de ser voluntário porque tem quem o sustente! No meu tempo eu só pensava em comprar um carro novo!

        A mãe refletiu. Anos a fio, trocando de carro. Seria tão bom não ter esse tipo de preocupação!

        O marido insistiu. Era o caso de chamar um terapeuta. Marcaram consulta.

        -- Para quê? Não preciso de terapia!

        -- Você precisa conversar, tem de tomar rumo na vida! – explicou o pai.

        A custo, foi convencido. Não sem alguma chantagem financeira.

        O psicólogo o recebeu em uma sala aconchegante, com poltronas.

        -- Por que veio aqui?

        -- Meu pai mandou. Eu mesmo não tinha a menor vontade.

        Péssimo começo.

        -- Não costumo receber ninguém porque o pai mandou. Estudei com sua mãe. Estou aqui coo amigo. Não considere que é uma consulta.

        -- Meus pais não me entendem.

        -- Quem sabe você possa me dizer por quê?

        -- Eu quero qualidade de vida, sabe? Não passar o tempo todo me matando para ter coisas. Quem sabe mais tarde vou morar numa praia... e trabalhar com alguma coisa de que eu goste. Sei lá, entrei numa ONG...

        O terapeuta observou as tatuagens (agora já eram cinco), o brinco ousado, a camiseta torta. Cabelos espetados. Atrás da aparência selvagem, reconheceu seu passado. Em sua época, a juventude também fora assim. Com projetos de vida. Teve uma sensação de alegria, porque afinal... a juventude continuava sendo... a juventude.

        -- O que você mais quer? – perguntou.

        -- Dividir a vida com alguém. O mundo anda complicado, tanta doença... Eu queria ter uma ralação fixa. Eu só dela, ela só minha!

        Sorriu:

        -- Quem sabe ter um filho, mais tarde.

        Despediu-se do terapeuta com um abraço. O profissional ligou.

        -- Qual o problema do meu filho? – quis saber o pai.

        -- O problema é nosso, que esquecemos como fomos. E, parafraseando a música, nos tornamos como nossos pais.

        -- Ahn?

        Quando o pai desligou, sorria. Tudo era muito diferente, mas, no fundo, igual!

        Quem disse que os jovens não têm mais sonhos?

Walcyr Carrasco. Veja São Paulo, 8/6/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 158-159.

Entendendo a crônica:

01 – Qual é o principal conflito apresentado na crônica?

      O principal conflito é o choque de gerações entre os pais e o filho, evidenciado pelas diferenças de comportamento, valores e expectativas em relação à vida.

02 – Como os pais reagem às mudanças no comportamento do filho?

      Os pais reagem com preocupação, estranhamento e até desespero, tentando entender e controlar as atitudes do filho, que fogem do padrão que eles consideram "normal".

03 – Quais são os principais símbolos da rebeldia do filho?

      Os principais símbolos são a tatuagem tribal, o piercing na língua da namorada, as roupas rasgadas de grife e a decisão de trabalhar como voluntário em uma ONG.

04 – Qual a importância da figura do terapeuta na crônica?

      O terapeuta representa um ponto de equilíbrio entre as gerações, pois compreende tanto a angústia dos pais quanto a busca por sentido do filho. Ele ajuda os pais a perceberem que, apesar das diferenças, os jovens ainda têm sonhos e valores.

05 – Qual a crítica social presente na crônica?

      A crônica critica a superficialidade e o materialismo da sociedade moderna, representados pela obsessão dos pais em "comprar um carro novo", em contraste com o desejo do filho por "qualidade de vida" e trabalho voluntário.

06 – Como o autor utiliza o humor na crônica?

      O autor utiliza o humor para suavizar a tensão entre as gerações, através de situações cômicas como a reação da mãe ao piercing na língua da namorada e a incompreensão dos pais em relação à camiseta rasgada de grife.

07 – Qual o significado do título "O Selvagem"?

      O título é irônico, pois o filho é visto como "selvagem" pelos pais devido ao seu comportamento rebelde, mas na verdade ele busca valores mais humanos e significativos, em contraste com o "selvagem" mundo materialista dos pais.

08 – Qual a mensagem final da crônica?

      A mensagem final é que, apesar das aparências e das diferenças de comportamento, os jovens ainda têm sonhos e valores, e que é importante que os pais compreendam e respeitem as escolhas dos filhos.

09 – Qual a visão do pai sobre o trabalho voluntário do filho?

      O pai tem uma visão negativa sobre o trabalho voluntário, pois acredita que o filho deveria estar preocupado em ganhar dinheiro e ter sucesso material, como ele próprio.

10 – O que o terapeuta quis dizer com a frase "nos tornamos como nossos pais"?

      O terapeuta quis dizer que, com o tempo, os pais tendem a repetir os mesmos padrões e valores que criticavam em seus próprios pais, esquecendo-se de como eram quando jovens e de seus próprios ideais.