sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

POESIA: AI FLORES, AI FLORES DO VERDE PINO - D.DINIS - COM GABARITO

 Poesia: Ai flores, ai flores do verde pino

             D. Dinis

Ai flores, ai flores do verde pino

se sabedes novas do meu amigo!

Ai Deus, e u é?

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFhwa4CbXn04qyqtfxjowFBHwiO9wL1A_DSVAIYP4QVfdkI9QWMRxuGwqupxBufxTUMV1U1KQVfUlUAmkMd3EKFQHRLqvpZKb6SU306X2Uus6PZWgF5cqgUXMFzx0Xtz61E7415wxyzlzN3P3s1k28dOINGnw0UjjsE5y37P_rzMMJvxOQmrNwPJNx0aE/s320/Flores_Mobile_800x475px.jpg

Ai, flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

Ai Deus, e u é?

 

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo!

Ai Deus, e u é?

 

Se sabedes novas do meu amado

aquel que mentiu do que mi ha jurado!

Ai Deus, e u é?

 

-Vós me preguntades polo voss'amigo,

e eu ben vos digo que é san'e vivo.

Ai Deus, e u é?

 

Vós me preguntades polo voss'amado,

e eu ben vos digo que é viv'e sano.

Ai Deus, e u é?

 

E eu ben vos digo que é san'e vivo

e seerá vosc'ant'o prazo saído.

Ai Deus, e u é?

 

E eu ben vos digo que é viv'e sano

e seerá vosc'ant'o prazo passado.

Ai Deus, e u é?

DINIS, D. Antologia escolar portuguesa. Rio de Janeiro: MEC-Fename, 1970, p. 395.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 513-514.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central do poema?

      O tema central do poema é a saudade e a preocupação de uma jovem em relação ao seu amado, que está ausente. Ela busca notícias dele através das flores, expressando sua angústia e desejo de reencontrá-lo.

02 – Qual é o papel das flores no poema?

      As flores desempenham um papel de intermediárias entre a jovem e seu amado. Ela se dirige a elas como se pudessem transmitir informações sobre o paradeiro e o bem-estar de seu amado. As flores simbolizam a beleza e a esperança, mas também a fragilidade e a brevidade da vida, refletindo a incerteza da jovem em relação ao seu amor.

03 – Qual é a estrutura do poema?

      O poema é uma cantiga de amigo, um gênero lírico medieval típico da Península Ibérica. É composto por versos curtos, com rimas e refrões que criam um ritmo musical e expressivo. A repetição de versos e o uso de paralelismos (estruturas gramaticais semelhantes) enfatizam a emoção da jovem e a natureza cíclica de sua espera.

04 – Qual é o significado do refrão "Ai Deus, e u é?"

      O refrão "Ai Deus, e u é?" expressa a aflição e a perplexidade da jovem diante da ausência do amado. É um lamento que clama por uma resposta divina ou uma solução para sua angústia. O refrão também reforça a natureza popular e oral do poema, com sua melodia e ritmo marcantes.

05 – Qual é a importância de D. Dinis como autor de cantigas de amigo?

      D. Dinis, rei de Portugal no século XIII, é um dos principais trovadores da lírica galego-portuguesa. Sua produção poética inclui cantigas de amor, de escárnio e de amigo, que retratam a vida na corte, os costumes da época e os sentimentos amorosos. As cantigas de amigo, em particular, destacam-se pela sua beleza, expressividade e pela voz feminina que protagoniza os poemas, revelando um universo de emoções e experiências tipicamente femininas.

 

CONTO: A DEMANDA DO SANTO GRAAL - II - NA CORTE DO REI ARTUR - (FRAGMENTO) - HEITOR MEGALE - COM GABARITO

 Conto: A DEMANDA DO SANTO GRAALII – Na corte do rei Artur – Fragmento

        [...]

        Como Lancelote e Boorz e Leonel chegaram à corte. Assim falando, chegaram a Camalote, e sabei que quantos na corte estavam ficaram com isso muito alegres, porque muito seria a festa menor e mais pobre, se eles nela não estivessem. O rei foi então ouvir missa na Sé em companhia de tantos cavaleiros que ficaríeis maravilhado de os ver. E ele trajava tão rica vestimenta que maravilha era. E com a rainha iam tantas donas e donzelas, que era grande maravilha. E ela e eles ouviram missa e foram para o paço. E aconteceu, entrementes, que, procurando os assentos da távola redonda, acharam: “Aqui deve ser fulano e aqui fulano.” E quando chegaram ao assento perigoso, encontraram letreiro recentemente escrito que dizia: “A quatrocentos e cinquenta e três anos cumpridos da morte de Jesus Cristo, em dia de Pentecostes, deve haver este assento senhor.”

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitELatluj9DumeG4BYKw6Ai5WFbOonaecdcYkl8tsItKPtLJrihciS-Y1VdVpYRFvf28SSUIwwbslAfzbBq4dizuDwquh9JY_aULj7Hs86fmWpbdmJnbmNkCUKaNW6QTHpUXd8mYDo7_oHtdv-bzEZA4YMhpiiXLEC3OnnFCuSN4lBNN646D-RFevvrwA/s320/Holygrail.jpg


        — Por Deus, disse Lancelote, quando esta maravilha ouviu: pois hoje deve haver senhor, porque da morte de Jesus Cristo a este Pentecostes há quatrocentos e cinquenta e três anos. E bem quereria, se pudesse, que este letreiro ninguém visse, até que viesse aquele que o há de acabar.

        E eles disseram:

        — Nós guardaremos bem.

        Então cobriram o assento com um pano de seda vermelha, assim como os outros estavam cobertos.

        Quando o rei veio da igreja, a rainha foi para a câmara com todas as suas donzelas e companhia. E o rei perguntou se era hora de comer.

        — Senhor, disse Quéia, já tempo é de comer, pois já está perto de meio dia; mas se vosso costume, que mantivestes até aqui em todas as grandes festas, quereis manter, não me parece que comer possais, porque em tão grande festa como esta não aconteceu ainda aventura nenhuma; e enquanto aventura não vos acontecesse, não costumáveis comer em nenhuma grande festa.

        — Verdade é, disse o rei; este meu costume mantive sempre desde que fui rei e manterei enquanto viver. E pelas grandes aventuras que na minha corte acontecem, chamam-me rei aventuroso; e por isso manterei as aventuras, porque, a partir da época em que deixarem de acontecer, bem sei que a Nosso Senhor não agradará que muito eu reine daí em diante. Mas assim como as aventuras costumavam acontecer nas festas grandes, nesta sei bem que no dia de hoje não faltarão, antes acontecerão as maiores e as mais maravilhosas que nunca aconteceram, pois adivinha meu coração isto. Não me incomodo de esperarmos um pouco, pois bem sei verdadeiramente que nossa festa não será hoje sem aventura, mas tive tão grande prazer com a vinda de Lancelote e de seus coirmãos, que me esquecia o costume.

        Como o cavaleiro caiu da janela bradando. Enquanto o rei isto dizia, dom Lancelote e muitos outros cavaleiros olhavam para umas janelas que davam para um regato e viram lá estar um cavaleiro que era natural de Irlanda, muito fidalgo e bom cavaleiro de armas, de muito grande fama e muito bem vestido. E estava pensando tanto, que ninguém o podia acordar de seu pensar, de modo que não prestava atenção à festa nem à corte. E quando estava assim pensando, deu um grito:

        — Ai! desgraçado de mim, estou morto!

        E deixou-se cair da janela e quebrou-lhe o pescoço. E os cavaleiros que lá estavam foram até ele para ver o que era e acharam que lhe saía pela boca e pelas narinas chama de fogo tão forte como se fosse de um forno aceso, e tinha em suas mãos uma carta que lhe escapou. Os cavaleiros pegaram a carta, e o rei chegou lá com seus cavaleiros para ver aquela maravilha. E porque era companheiro da távola redonda, quando o rei viu que estava morto, mandou que o levassem fora do paço, porque não quis que sua corte fosse perturbada com ele. E então o levaram para fora com muito grande dificuldade, porque queimava tanto que toda a roupa tinha virado cinza, e não se podia a ele chegar ninguém que não se queimasse, e, posto ele fora do paço, novamente começaram sua alegria como antes e muito tinham grande pesar todos do cavaleiro, porque era muito estimado. Ao rei, muito pesava, mas não o ousava mostrar para não ficar a corte mais triste. E depois que soube que estava na igreja, disse:

        — Cavaleiros, agora podeis comer, porque já por aventura maravilhosa não deixareis de comer, pois me parece muito estranha esta aventura.

        Como o escudeiro disse ao rei as novas da pedra. E eles disto falando, eis que vem um escudeiro que disse ao rei:

        — Senhor, eu vos trago as mais maravilhosas novas de que ouvistes falar.

        — E que novas são? disse o rei, dizei-no-las.

        — Neste vosso paço, aportou agora uma pedra de mármore, na qual está metida uma espada, e sobre esta pedra, no ar, está uma bainha. E eu vos digo que vi a pedra nadar sobre a água, como se fosse madeira.

        E o rei, que o teve por chufa, disse-lhe se podia ver esta pedra. Então disse o escudeiro:

        — Já estão lá muitos cavaleiros da vossa companhia para ver aquela maravilha.

        E o rei, assim que isto ouviu, foi logo para lá com sua companhia de homens bons. E Lancelote, apenas soube o que era, logo foi para lá atrás deles; e Heitor e Persival, que já haviam visto, queriam ver, entre tão grande companhia como lá estava reunida, se haveria alguém que desse cabo agora daquela aventura.

        Quando o rei chegou à ribeira e viu a pedra e a espada que nela estava metida, pelo encantamento de Merlim, assim como o conto já referiu, e uma bainha que estava perto dela no meio do ar, e o letreiro que Merlim fizera, ficou todo espantado.

        — E, amigos, disse ele, novas vos direi. Ora, sabei que por esta espada será conhecido o melhor cavaleiro do mundo, porque esta é a prova pela qual se há de saber; e nenhum, se não for o melhor cavaleiro do mundo, poderá sacar a espada desta pedra.

        [...]

A Demanda do Santo Graal. Texto sob os cuidados de MEGALE, Heitor.  São Paulo: T. A. Queiroz – Editora da Universidade de São Paulo, 1988, p. 29-31.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 516-518.

Entendendo o conto:

01 – Qual é o clima geral na corte do Rei Artur no início do fragmento?

      Há um clima de expectativa e alegria pela chegada de Lancelote, Boorz e Leonel, pois sua presença é importante para a festa.

02 – O que é a "távola redonda" e qual a sua importância?

      A távola redonda é uma mesa lendária do Rei Artur, onde se reuniam os mais nobres e corajosos cavaleiros do reino. Ela simboliza igualdade entre os cavaleiros e é palco de muitas aventuras e feitos heroicos.

03 – O que é o "assento perigoso" e qual a inscrição que aparece nele?

      O assento perigoso é um lugar na távola redonda reservado para um cavaleiro especial. A inscrição que aparece nele diz: "A quatrocentos e cinquenta e três anos cumpridos da morte de Jesus Cristo, em dia de Pentecostes, deve haver este assento senhor."

04 – Por que Lancelote fica preocupado com a inscrição no assento perigoso?

      Lancelote percebe que a data na inscrição coincide com o dia de Pentecostes em que estão, e teme que a revelação do cavaleiro destinado a ocupar o assento perigoso possa trazer algum tipo de perturbação ou desafio.

05 – Qual é o costume do Rei Artur em relação às grandes festas?

      O Rei Artur tem o costume de não comer em grandes festas até que alguma aventura aconteça em sua corte.

06 – O que acontece com o cavaleiro que é encontrado perto das janelas?

      O cavaleiro, que estava em um estado de transe, tem um acesso de fúria e se joga da janela, morrendo.

07 – Qual é a reação dos cavaleiros ao verem o corpo do cavaleiro morto?

      Os cavaleiros ficam perplexos ao verem que o corpo do cavaleiro emana chamas de fogo.

08 – Que novas maravilhosas o escudeiro traz ao rei?

      O escudeiro traz a notícia de que uma pedra de mármore com uma espada cravada apareceu no paço, e que a pedra está flutuando na água.

09 – O que significa a espada na pedra, segundo o rei?

      Segundo o rei, a espada na pedra é um teste para identificar o melhor cavaleiro do mundo, pois apenas ele será capaz de retirar a espada da pedra.

10 – Qual é a importância de Merlim na história da espada na pedra?

      Merlim, o mago, é quem criou o encantamento da espada na pedra, como forma de revelar o verdadeiro rei ou líder.

 

SONETO: EM SÓRDIDA MASMORRA AFERROLHADO - A. AMORA - COM GABARITO

 Soneto: Em sórdida masmorra aferrolhado

A.  Amora

Em sórdida masmorra aferrolhado,
De cadeias aspérrimas cingido,
Por ferozes contrários perseguido,
Por línguas impostoras criminado;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR8fMIdB0Ru0tJe4Ua4e1t5RzXaHyRrp1H31b2uxXub3Am1uqz0sx4u7X-Rq2b4FIic3VehQR7HnEqdgFgZYFFBkaeS82xtaYbwIvTR5gROytwp4s415TAkcELYM0gav-3WLH3OIMqftUd-z48IlZyJTcciedb7XdH6Kbpm5xxiM-Vn2qN7htco2VHQXo/s1600/MASMORRA.jpg


 

Os membros quase nus, o aspecto honrado
Por vil boca, e vil mão roto, e cuspido,
Sem ver um só mortal compadecido
De seu funesto, rigoroso estado;

 

O penetrante, o bárbaro instrumento
De atroz, violenta, inevitável morte
Olhando já na mão do algoz cruento;

 

Inda assim não maldiz a iníqua Sorte,

Inda assim tem prazer, sossego, alento,
O sábio verdadeiro, o justo, o forte.

AMORA, A. Presença da literatura portuguesa – era clássica. 5. ed. São Paulo: Difel, s.d. p. 257.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 533.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a de um homem justo e forte que, mesmo em meio a um sofrimento atroz e injusto, mantém a serenidade e a fé. O poema explora a dualidade entre a brutalidade da situação e a força interior do indivíduo.

02 – Quais são os principais elementos que compõem o cenário de sofrimento no soneto?

      O cenário de sofrimento é construído através de elementos como a masmorra sórdida, as cadeias aspérrimas, a perseguição de contrários ferozes, as línguas impostoras que o caluniam, a nudez, o aspecto desonrado, a falta de compaixão e a iminência da morte.

03 – Como o poeta descreve a reação do homem diante da situação de sofrimento?

      O poeta descreve a reação do homem como notável. Apesar de toda a dor e injustiça, ele não amaldiçoa o destino, mantém o prazer, o sossego e o alento. O homem demonstra força interior, sabedoria e justiça, características que o sustentam em meio à adversidade.

04 – Qual é o significado da expressão "sábio verdadeiro, o justo, o forte"?

      Essa expressão se refere ao homem que, mesmo diante do sofrimento, mantém seus valores e princípios. Ele é sábio por reconhecer a transitoriedade da situação, justo por não se deixar corromper pela injustiça, e forte por suportar a dor com resignação e fé.

05 – Qual é a forma poética do texto e quais são suas características?

      O texto é um soneto, uma forma poética composta por 14 versos, geralmente em decassílabos, divididos em dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). O soneto possui rimas ricas e segue um esquema métrico e rítmico específico. No caso do soneto em questão, o autor explora o contraste entre a descrição do sofrimento e a exaltação da força interior do homem, utilizando recursos poéticos como metáforas e adjetivações expressivas.

 

 

SONETO: DOS TÓRRIDOS SERTÕES, PEJADOS D'OURO - BOCAGE - COM GABARITO

 Soneto: Dos tórridos sertões, pejados d’ouro

              Bocage

Dos tórridos sertões, pejados d’ouro,

Saiu um sabichão d’escassa fama,

Que os livros preza, os cartapácios ama,

Que das línguas repartem o tesouro:

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnOPdWTqRTP4ko1x2OLLZqx7c8RauNPzzUibg986Ww9fMMjALH2VfWZ-rU6l9E2xIW2HPaRsCCfP0yJpNeLZ_9g3t0JG2sfHrYxJgQWx7quXoX8SG2ADaZ2XxgKdsbPdTlouTNWqdER5-TENTVpE7cobjAE8NIz-tRW9up8uZHCsBkY-U4SNZxvJG0un4/s320/SERT%C3%83O.jpg

 

Arranha o persiano, arranha o mouro,

Sabe que Deus em turco Alá se chama;

Que no grego alfabeto o G é gama,

Que taurus em latim quer dizer touro:

 

Para papaguear saiu do mato:

Abocanha talentos, que não goza;

É mono, e prega unhadas como gato:

 

É nada em verso, quase nada em prosa:

Não conheces, leitor, neste retrato

O guapo charlatão Tomé Barbosa?

BOCAGE. Antologia escolar portuguesa. Rio de Janeiro: MEC-Fename, 1970, p. 232.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 533.

Entendendo o soneto:

01 – Quem é o personagem retratado no soneto?

      O personagem retratado é um "sabichão" que saiu dos sertões, um homem que se vangloria de seu conhecimento, mas que, na verdade, possui apenas uma erudição superficial e pedante.

02 – Qual é a crítica principal do soneto?

      A crítica principal do soneto é dirigida àqueles que ostentam um conhecimento superficial e fragmentado, usando-o para se promover e menosprezar os outros, em vez de aplicá-lo de forma útil e genuína.

03 – Que elementos do soneto evidenciam a crítica ao personagem?

      Vários elementos evidenciam a crítica:

      "Escassa fama": já no primeiro verso, o poeta indica que o personagem não é reconhecido por sua sabedoria, mas sim por sua pretensão.

      "Arranha o persiano, arranha o mouro": a repetição do verbo "arranhar" sugere que o conhecimento do personagem é apenas superficial e incompleto.

      "Sabe que Deus em turco Alá se chama": o verso destaca a erudição pedante do personagem, que se preocupa com detalhes triviais em vez de buscar um conhecimento mais profundo.

      "Para papaguear saiu do mato": a metáfora do papagaio reforça a ideia de que o personagem apenas repete o que ouve, sem compreender o significado.

      "Abocanha talentos, que não goza": o personagem se apropria de ideias e conhecimentos que não são seus, sem realmente compreendê-los ou utilizá-los de forma produtiva.

      "É mono, e prega unhadas como gato": a comparação com um macaco que imita os outros e com um gato que ataca sem motivo revela a natureza pretensiosa e agressiva do personagem.

      "É nada em verso, quase nada em prosa": o verso final resume a inutilidade do conhecimento do personagem, que não se traduz em nenhuma produção intelectual relevante.

04 – Qual é a forma poética do texto e quais são suas características?

      O texto é um soneto, uma forma poética composta por 14 versos, geralmente em decassílabos, divididos em dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de três versos). O soneto possui rimas ricas e segue um esquema métrico e rítmico específico. No caso do soneto em questão, o autor explora a descrição do personagem e a crítica à sua pretensão, utilizando recursos poéticos como metáforas, comparações e adjetivações expressivas.

05 – Quem é Tomé Barbosa, mencionado no último verso?

      Tomé Barbosa é um personagem histórico, um advogado e poeta português do século XVIII, conhecido por sua vaidade e erudição superficial. Bocage utiliza a figura de Tomé Barbosa como exemplo do tipo de "sabichão" que ele critica no soneto.

 

SONETO: HEROÍSMOS - COM GABARITO

 Soneto: HEROÍSMOS

Eu temo muito o mar, o mar enorme,

Solene, enraivecido, turbulento,

Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;

O mar sublime, o mar que nunca dorme.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdpmFAmKBBdYJ1MAVcf-zREa0vGQiAxHobn3yUlc_KsIcMXGlMSRY2LNcwjg4hitqdXV85-Wcf6o4yWEgwAtaGxLLGl1fHoiaJfeE9sLgxhMzoRtCEg980x_FagtA-GB_n9B_wfFDAjoxe4HZ24JcaIFd7aI9skhfDlUQrsdX2cM1YrrLbWE6PQVm0KoE/s320/MAR.jpg

Eu temo o largo mar, rebelde, informe,

De vítimas famélico, sedento,

E creio ouvir em cada seu lamento

Os ruídos dum túmulo disforme.

 

Contudo, num barquinho transparente,

No ser dorso feroz vou blasonar,

Tufada a vela e n’água quase assente,

 

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,

Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,

Escarro, com desdém, no grande mar!

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. http://www.bibvirt.futuro.usp.br.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 539.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a dualidade entre o medo e a coragem. O "eu" lírico expressa um profundo temor do mar, mas, paradoxalmente, demonstra um comportamento desafiador e até mesmo zombeteiro diante dele.

02 – Como o poeta descreve o mar nos primeiros versos?

      O poeta descreve o mar como algo temível, enorme, solene, enraivecido, turbulento, com vagalhões e rugidos. Ele personifica o mar, atribuindo-lhe características humanas como fome e sede de vítimas, e o associa à imagem de um túmulo disforme.

03 – O que representa o "barquinho transparente" no contexto do poema?

      O "barquinho transparente" representa a fragilidade do ser humano diante da força da natureza. Apesar do medo e da consciência da sua vulnerabilidade, o "eu" lírico escolhe desafiar o mar, navegando em sua dorso feroz.

04 – Qual é a atitude final do poeta em relação ao mar?

      A atitude final do poeta é de desafio e desprezo. Ele blasfema no dorso do mar, tufa a vela, navega com aparente despreocupação e escarra, com desdém, no grande mar. Essa atitude pode ser interpretada como uma forma de superar o medo através da bravata.

05 – Que tipo de "heroísmo" é apresentado no soneto?

      O soneto apresenta um tipo de "heroísmo" peculiar. Não se trata de um heroísmo grandioso e épico, mas sim de um ato de coragem individual e até mesmo um pouco irresponsável. O poeta enfrenta o seu medo do mar, não por um objetivo nobre ou uma causa maior, mas sim por uma necessidade pessoal de autoafirmação e superação.

 

SONETO: OS VERSOS QUE TE FIZ - FLORBELA ESPANCA - COM GABARITO

 Soneto: Os versos que te fiz

             Florbela Espanca

Deixe dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Páros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsdMmXoPoMlsv0r2G5N_ewF_kMSQ1mOr990EiHpIbF2tokeS2_FCyqHhmTpYRDEl-MSi2rvhwxwZpk087nvAsnGsYPFmnuLxGqVKVaTQnQ5glRTRWxmD9wCDJWZN4bSfgR3ysINmDLIY-6a3QG2QurkWGU3dSHlTq06X27mhelYho23ejs06O-Dl7SBM8/s320/MARMORE.jpg

Tem dolência de veludo caros,
São como sedas pálidas a arder…
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não te digo ainda…
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei…
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz.

ESPANCA, Florbela. Poemas de Florbela Espanca. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 176.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 542-543.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a expressão do amor e a promessa de revelar versos belíssimos à pessoa amada. No entanto, a poetisa posterga essa revelação, guardando os versos mais lindos para um momento especial, simbolizado pelo beijo não dado.

02 – Que imagens poéticas são utilizadas para descrever os versos?

      Os versos são descritos como "talhados em mármore de Páros", "cinzelados" pela poetisa, com "dolência de veludo caros" e "sedas pálidas a arder". Essas imagens evocam a beleza, a preciosidade, a delicadeza e a paixão contida nos versos.

03 – Por que a poetisa decide não revelar os versos de imediato?

      A poetisa decide não revelar os versos de imediato porque acredita que a boca da mulher, quando guarda um segredo, torna-se ainda mais linda e misteriosa. Além disso, ela reserva os versos mais belos como uma promessa para o momento do beijo, que representa a consumação do amor.

04 – Qual é o significado do beijo não dado no contexto do soneto?

      O beijo não dado simboliza a paixão contida e a promessa de um amor pleno. É nesse beijo, que ainda não aconteceu, que a poetisa guarda os versos mais lindos, ou seja, a expressão máxima do seu amor.

05 – Qual é a principal característica da linguagem utilizada no soneto?

      A linguagem utilizada no soneto é rica em imagens poéticas, com adjetivos que exaltam a beleza e a preciosidade dos versos, e com metáforas que expressam a paixão e o mistério do amor. A musicalidade e a expressividade dos versos são características marcantes do estilo de Florbela Espanca.

 

 

POEMA: INTERROGAÇÃO - CAMILO PESSANHA - COM GABARITO

 Poema: Interrogação

             Camilo Pessanha

Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBlT1MPJRZAyaOYQLEADxcewP09euuzTB-_oUHZiHIRTPNEYvBEGu8EtWFA2k-vthjh2DxD4ZsHcX4eYhQsDzGZvFxIOSmfdp15jmY1wZnLKTqYToywhnuuCL69NPP395W5wxA9j478xom_SeK_W56a3n64_Kq7K-23xlbujsitzc0xGkEB4UkoiUnnb4/s320/AMOR.jpg



Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.

Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.

Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.

Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro. http://www.bibvirt.futuro.usp.br.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 541.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a principal dúvida expressa no poema?

      A principal dúvida expressa no poema é se o sentimento que o "eu" lírico sente pela pessoa a quem se dirige é amor. Essa dúvida permeia todo o poema e é explicitada logo no primeiro verso: "Não sei se isto é amor."

02 – Que elementos do poema sugerem que o sentimento do "eu" lírico pode não ser amor romântico tradicional?

      Vários elementos sugerem que o sentimento pode não ser amor romântico tradicional:

      Ausência de idealização do futuro: O "eu" lírico nunca pensou em um lar ou em um futuro feliz ao lado da pessoa amada.

      Falta de expressões românticas convencionais: Não há declarações de amor, versos românticos, ou o desejo de estar junto no leito.

      Foco em aspectos específicos da pessoa amada: O "eu" lírico se detém em detalhes como a cor sadia e o sorriso da pessoa amada, sem idealizá-la como um todo.

      Ausência de ciúme ou possessividade: O "eu" lírico passa a tarde com a pessoa amada sem receios ou demonstrações de ciúme.

03 – Que elementos do poema sugerem que o sentimento do "eu" lírico pode ser um tipo diferente de amor?

      Apesar da dúvida, há elementos que sugerem um tipo diferente de amor:

      Busca por abrigo e conforto: O "eu" lírico procura o olhar da pessoa amada quando sente dor, buscando um refúgio.

      Afeição e bem-estar: O sorriso da pessoa amada causa um bem-estar profundo no "eu" lírico, comparável ao sol de inverno.

      Preocupação com o bem-estar da pessoa amada: O "eu" lírico demonstra preocupação com a saúde da pessoa amada, expressando que adoeceria se a visse doente.

04 – Qual é o significado da comparação com o "Cântico dos Cânticos"?

      A comparação com o "Cântico dos Cânticos" evoca a imagem de um amor sensual e apaixonado, presente na literatura bíblica. Ao negar que procura a pessoa amada no leito como a esposa do Cântico dos Cânticos, o "eu" lírico se distancia desse modelo de amor, sugerindo que o seu sentimento é de outra natureza.

05 – Qual é a principal característica do estilo poético de Camilo Pessanha presente no poema?

      Uma das principais características do estilo de Camilo Pessanha é a indeterminação. O poema "Interrogação" é um exemplo claro disso, pois expressa dúvidas e incertezas em vez de afirmações categóricas. Essa característica se reflete na linguagem sugestiva, nos versos fragmentados e na atmosfera de mistério que envolve o poema.

 

SONETO: FUMO - FLORBELA ESPANCA - COM GABARITO

 Soneto: Fumo

             Florbela Espanca  

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRPl4tPWADQS8KTYn3d3DNpWt05IO3pim5g_MYgWg1sVX4vspHOKVoaychb98lFA3lT_BsSJrNiH9aRtT6EFx5lL5Rn6EDZFjfmlC_xw9ozzgk8f9NFumwEe3B4dGxf9wh9m5JEr2-yZuWehaN7WDy7N2i_3W_pQyYiXfKoxF8sxveIsG66kzedssoBhg/s320/OUTONO.jpg


Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...

ESPANCA, Florbela. Poemas de Florbela Espanca. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 173.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 543.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a saudade e a dor da ausência do ser amado. A poetisa descreve a sensação de vazio e de perda que sente quando está longe da pessoa que ama, utilizando imagens de escuridão, frio e desolação.

02 – Que imagens poéticas são utilizadas para expressar a dor da ausência?

      A dor da ausência é expressa através de imagens como "ermos os caminhos", "noites silenciosas", "dias sem calor", "beirais sem ninhos", "olhos velhos pobrezinhos", "Outonos que choram", "crisântemos roxos que descoram" e "murmúrios dolentes de segredos". Essas imagens criam uma atmosfera de tristeza e melancolia, que reflete o estado de espírito da poetisa.

03 – Qual é o significado da imagem do "fumo" no último verso?

      A imagem do "fumo" representa a natureza efêmera e inatingível do sonho de amor. O fumo se dissipa facilmente, assim como o sonho da poetisa se esvai por entre seus dedos, deixando-a com a sensação de perda e frustração.

04 – Como a natureza é retratada no soneto?

      A natureza é retratada como um reflexo do estado de espírito da poetisa. As paisagens são sombrias e desoladas, com elementos como a falta de luar, o frio, a ausência de ninhos e as flores murchas. A natureza parece compartilhar da dor da poetisa, intensificando a sensação de tristeza e melancolia.

05 – Qual é a principal característica da linguagem utilizada no soneto?

      A linguagem utilizada no soneto é marcada pela expressividade e pela intensidade dos sentimentos. A poetisa utiliza adjetivos e metáforas para criar imagens vívidas e impactantes, que transmitem a profundidade da sua dor e saudade. A musicalidade e a rima são recursos que reforçam a beleza e a emoção do poema.

 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

SONETO: SILÊNCIOS - CRUZ E SOUSA - COM GABARITO

 Soneto: Silêncios

             Cruz e Sousa

Longos silêncios interpretativos,

Adoçados por funda nostalgia,

Balada de consolo e simpatia

Que os sentimentos meus torna cativos;

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWp6LOs7dEEr6kuYYCNwjs5cOgA7_ZIE0d0JMYXRARNLSxRdOOeLJr6OcbdjxqyU-kFE-1eakDMlsb9RTon6Z2pTNA6lamKcCyi2wNzorWCWEPw6Tf4TyJYVaeYG3ROdztJQ3dpfuT7YR1LBOytQevDMRlwPFv8v0qXGWda6ND9P1FuWtTco75l3tU6YY/s1600/SILENCIO.jpg

Harmonia de doces lenitivos,

Sombra, segredo, lágrima, harmonia

Da alma serena, da alma fugidia

Nos seus vagos espasmos sugestivos.

 

Ó Silêncios! Ó cândidos desmaios,

Vácuos fecundos de celestes raios

De sonhos, no mais límpido cortejo...

 

Eu vos sinto os mistérios insondáveis

Como de estranhos anjos inefáveis

O glorioso esplendor de um grande beijo!

Cruz e Sousa. NUPILL – Núcleo de pesquisa em informática, literatura e linguística. http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ultimossonetos.html.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 473-474.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto "Silêncios"?

      O tema central do soneto é a exploração da natureza e do significado dos silêncios. Cruz e Sousa descreve os silêncios como algo profundo e cheio de mistério, capazes de provocar sentimentos complexos e até mesmo de revelar verdades ocultas. Ele os personifica, conferindo-lhes características humanas e até mesmo divinas.

02 – Que imagens poéticas são utilizadas para descrever os silêncios?

      O poeta utiliza uma variedade de imagens poéticas para descrever os silêncios, como "longos silêncios interpretativos", "balada de consolo e simpatia", "harmonia de doces lenitivos", "sombra, segredo, lágrima, harmonia", "cândidos desmaios", "vácuos fecundos de celestes raios" e "estranhos anjos inefáveis". Essas imagens evocam a ideia de que os silêncios são muito mais do que a ausência de som; são espaços carregados de significado, emoção e mistério.

03 – Quais são os sentimentos expressos no soneto em relação aos silêncios?

      O soneto expressa uma variedade de sentimentos em relação aos silêncios, incluindo nostalgia, consolo, simpatia, harmonia, mistério, deslumbramento e até mesmo uma ponta de receio. Os silêncios são apresentados como algo complexo e multifacetado, capaz de despertar uma gama de emoções no poeta.

04 – Como o soneto "Silêncios" se relaciona com o Simbolismo?

      O soneto "Silêncios" apresenta características típicas do Simbolismo, como a ênfase no mistério, na subjetividade e na transcendência. Os silêncios são utilizados como símbolos de algo maior e mais profundo, representando o desconhecido e o inefável. A linguagem utilizada é rica em metáforas e sugestões, buscando evocar sentimentos e ideias que vão além do plano racional. Há também uma musicalidade presente no ritmo e na sonoridade do poema, característica marcante da poesia simbolista.

05 – Qual é a mensagem principal transmitida pelo soneto "Silêncios"?

      A mensagem principal transmitida pelo soneto é a de que os silêncios são muito mais do que a ausência de som; são espaços carregados de significado, emoção e mistério. Eles podem ser interpretados como momentos de introspecção, de conexão consigo mesmo e com o universo. O poeta nos convida a prestar atenção aos silêncios, a escutá-los com o coração e a desvendar os mistérios que eles guardam.