sábado, 21 de setembro de 2024

SONETO: A UMA AUSÊNCIA - ANTÔNIO BARBOSA BACELAR - COM GABARITO

 Soneto: A uma ausência

            Antônio Barbosa Bacelar

Sinto-me, sem sentir, todo abrasado

No rigoroso fogo que me alenta;

O mal, que me consome, me sustenta;

O bem, que me entretém, me dá cuidado.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVeu1BGe5mtUu_xuGcRsWmAzI0LxRorGI0rR7hAU460NBl185N2zEowUkBMYMKN8EyZ39QhzERlY0Fat_c_pXCbtDzFxRnoDcNavRon8Bo15Q1jJdkKg195tslRvk8wQy-s3EQFTL7EdzAe-xNoq9bgT9MU4LnOIsG3I6Mn8El82c3XilSqtfTaY3OejY/s1600/AUSENCIA.jpg

 

Ando sem me mover, falo calado;

O que mais perto vejo, se me ausenta,

E o que estou sem ver, mais me atormenta;

Alegro-me de ver-me atormentado.

 

Choro no mesmo ponto em que me rio;

No mor risco me anima a confiança;

Do que menos se espera estou mais certo.

 

Mas se de confiado desconfio,

É porque, entre os receios da mudança,

Ando perdido em mim como em deserto.

António Barbosa Bacelar, in 'Fénix Renascida'.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 255.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal emoção expressa pelo eu lírico no soneto?

      O eu lírico expressa uma intensa angústia e confusão. Ele se sente dividido entre sentimentos contraditórios, como prazer e dor, movimento e imobilidade. A ausência parece ter criado um estado de perturbação interna que o impede de encontrar paz.

02 – Como a ausência é representada no poema?

      A ausência não é representada de forma concreta, mas sim como uma força que domina o eu lírico. Ela é a causa do sofrimento e da perturbação interior, e parece estar presente em todos os momentos da vida do poeta. A ausência é tanto física quanto emocional, e se manifesta de diversas formas no poema.

03 – Quais os paradoxos presentes no soneto?

      O soneto é repleto de paradoxos, como "sinto-me, sem sentir", "o mal, que me consome, me sustenta" e "alegro-me de ver-me atormentado". Esses paradoxos revelam a complexidade dos sentimentos do eu lírico e a impossibilidade de encontrar uma explicação lógica para seu sofrimento.

04 – Qual o significado da imagem do deserto no final do soneto?

      O deserto representa o estado de solidão e desorientação interior do eu lírico. Ele se sente perdido em si mesmo, sem encontrar um caminho para sair daquela situação de angústia. O deserto simboliza a vastidão e a aridez da sua alma.

05 – Como a linguagem do poema contribui para a construção do sentido?

      A linguagem do poema é marcada por um alto grau de subjetividade e expressividade. O uso de antíteses, paradoxos e imagens fortes cria um clima de tensão e intensifica a experiência emocional do leitor. A linguagem poética permite que o eu lírico expresse de forma intensa e complexa seus sentimentos de angústia e desespero.

 

 

POEMA: MULHER AO ESPELHO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Mulher ao espelho

             Cecília Meireles

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7bCx31dexQuSAmg2CCIaFjqLBfjCttwC21-BSMFfbMFVtCEEF-RfoJXRrmPMLyAXu4j20jMIfd5h8JEYjew99i-RrJVKIHeYNxDcGYATnSiTwZK9Kne_e4h7teblHC-7KwwaIHlUsCApKJ_tdlbcLd2RlvQRau7R__kecAbk9zzmhSLLrKvIm3N9RZ30/s1600/ESPELHO.jpg



Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seu
se morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

Cecília Meireles.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 131.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema?

      A principal temática é a construção da identidade feminina e a relação da mulher com a sociedade e consigo mesma. A poetisa explora a superficialidade da beleza, a pressão social e a busca por uma identidade autêntica em um mundo que impõe padrões.

02 – O que significa a afirmação "Quero apenas parecer bela, pois, seja qual for, estou morta"?

      Essa frase revela a angústia da mulher diante da inevitabilidade da morte e a busca por uma beleza efêmera como forma de negar a finitude. A beleza se torna uma máscara para esconder a angústia existencial.

03 – Qual a importância da enumeração de diferentes nomes femininos no poema?

      A enumeração de nomes como Margarida, Beatriz, Maria e Madalena representa a multiplicidade de papéis que a mulher assume ao longo da vida. Ao mesmo tempo, revela a impossibilidade de se encaixar em um único modelo feminino, evidenciando a busca por uma identidade própria.

04 – O que simboliza a "tinta" mencionada no poema?

      A "tinta" simboliza a artificialidade, a futilidade e a superficialidade da vida. Tudo, desde a beleza física até os sentimentos, parece ser uma construção social e não algo autêntico.

05 – Qual a relação entre a beleza e a morte no poema?

      A beleza é apresentada como algo efêmero e ligado à morte. A busca incessante por um padrão de beleza imposto pela sociedade leva a mulher a negar sua própria identidade e a se conformar com um papel pré-determinado.

06 – Qual o significado da última estrofe?

      A última estrofe sugere que a busca pela beleza pode levar à alienação e à perda da própria identidade. A mulher que se perde na busca pela perfeição acaba se distanciando de si mesma e de Deus.

07 – Qual a mensagem central do poema?

      A mensagem central é uma crítica à sociedade que impõe padrões de beleza e à superficialidade da cultura. O poema convida à reflexão sobre a importância de construir uma identidade autêntica e a superar a necessidade de se conformar com os padrões estabelecidos.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: ENVELHECER - COM MEL OU FEL? AFFONSO R. SANT'ANNA - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Envelhecer – com mel ou fel?

           Affonso R. Sant'Anna

        Conheço algumas pessoas que estão envelhecendo mal. Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e o gesto. São críticos azedos do mundo. Em vez de críticos, aliás, estão ficando cítricos sem nenhuma doçura nas palavras. Estão amargas. Com fel nos olhos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9SJv-nUd8blr7zJf1W0PVIfN0Vk_nFk5Ze4EkKcsDASo0b7N7aOE3pK-EH3exhfDy6DhZR1OQDJKXgrIfeDKCupYGj_qxmMndtgqJtOWRh-bC2UTrhe0hmHkR5o4v-GskQBTitzDckXYKtL2R5D1M3JsMdNwXW4zZzxY6j0kMFUxm-ZUCO-p64j8cIMY/s320/IDOSO.jpg


        E alguns desses, no entanto, teriam tudo para ser o contrário: aparentemente tiveram sucesso em suas atividades. Maior até do que mereciam. Portanto, a gente pensa: o que querem? Por que essa bílis ao telefone e nos bares? Por que esse resmungo pelos cantos e esse sarcasmo público que se pensa humor?

        Isto está errado. Errado, não porque esteja simplesmente errado, mas porque tais pessoas vivem numa infelicidade abstrusa. E, ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente. Nunca aos solavancos. Nunca aos trancos e barrancos. Nunca como alguém caindo num abismo e se agarrando nos galhos e pedras, olhando em pânico para o buraco enquanto despenca. Jamais, também, como quem está se afogando, se asfixiando ou morrendo numa câmara de gás.

        Envelhecer deveria ser como plainar. Como quem não sofre mais (tanto) com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum-quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no cosmos.

        Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa enorme. Não se queixam do peso dos anos, nem da ruga do tempo, e, quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo e mesmo lugar – o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a grandeza existencial só aos sábios permitida.

        Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa, na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, porque velhos, desejados. Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.

        O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E, no entanto, ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como nenhuma faca nova.

        Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem de modo diferente. Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria a suave solução: a gente devia ir se gastando até desaparecer sem dor, como quem, caminhando contra o vento, de repente, se evaporasse. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se, foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou resmungo.

Affonso Romano de Sant’Anna. Jornal do Brasil, 30 de julho de 1987.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 240-241.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal crítica do autor ao modo como algumas pessoas envelhecem?

      O autor critica o rancor, a amargura e a negatividade que algumas pessoas demonstram ao envelhecer, em vez de abraçar a sabedoria e a serenidade que a idade pode trazer.

02 – Qual a imagem ideal de envelhecimento apresentada pelo autor?

      A imagem ideal apresentada é a de um envelhecimento tranquilo, sereno, como o de um elefante caminhando para a morte com sabedoria ou de um vinho que amadurece e ganha sabor com o tempo.

03 – Por que o autor compara o envelhecimento ao processo de amadurecimento de um vinho?

      A comparação com o vinho serve para ilustrar como o envelhecimento pode ser um processo de aprimoramento, em que a experiência e a maturidade agregam valor e profundidade à vida.

04 – Qual a função da metáfora da faca no texto?

      A metáfora da faca representa um envelhecimento ativo e útil, em que o objeto se desgasta com o uso, mas mantém sua função e eficiência.

05 – Qual a diferença entre o envelhecimento comparado a uma faca e o envelhecimento comparado a um objeto que enferruja?

      O envelhecimento como uma faca representa um processo de desgaste gradual, mas que mantém a utilidade do objeto, enquanto o envelhecimento como um objeto que enferruja simboliza a perda de função e a deterioração.

06 – Qual a visão de mundo transmitida pelo autor através do texto?

      O autor transmite uma visão otimista e serena sobre a vida, defendendo a ideia de que o envelhecimento pode ser uma fase rica em experiências e aprendizados.

07 – Qual a importância da aceitação da morte na visão do autor sobre o envelhecimento?

      A aceitação da morte é fundamental para um envelhecimento tranquilo e sereno, pois permite que a pessoa viva o presente de forma plena e sem medos.

08 – Quais os principais recursos linguísticos utilizados pelo autor para construir sua argumentação?

      O autor utiliza metáforas, comparações e exemplos para tornar sua argumentação mais clara e persuasiva.

09 – Qual a estrutura argumentativa do texto?

      O texto apresenta uma estrutura argumentativa clara, com a apresentação de uma tese inicial (a importância de envelhecer bem), seguida de exemplos e argumentos que a sustentam.

10 – Qual o efeito da repetição de palavras e expressões no texto?

      A repetição de palavras e expressões como "envelhecer", "sábio" e "amor" reforça a ideia central do texto e cria um ritmo que envolve o leitor.

 

 

CRÔNICA: OS DIFERENTES ESTILOS - (FRAGMENTO) - PAULO MENDES CAMPOS - COM GABARITO

 Crônica: Os Diferentes Estilos – Fragmento

              Paulo Mendes Campos

      Parodiando Raymond Queneau, que toma um livro inteiro para descrever de todos os modos possíveis um episódio corriqueiro, acontecido em um ônibus de Paris, narra-se aqui, em diversas modalidades de estilo, um fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um homem de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, não existindo sinais de morte violenta.

        Estilo interjetivo – Um cadáver! Encontrado em plena madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que morreu quando a cidade acordava! Que pena!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju_hHEHPyuCwIWJp8FcFejy-u7tGxeMG2JZsF9CAmsU_p13dP69zlFDyBMK1TD0senbwqluDPTmi3sNbr5UtAEWlSUVQwjKSzC-otzS_vWZBFcEQ0e9JvNrpeKlY5woVm_9cfF__T6xquGR9LSeKiWIcaHuOEsTF7v2TYeCp49jyuS1M1Q7eH6HVLfAqg/s320/ESTILO.jpg


        Estilo colorido – Na hora cor-de-rosa da aurora, à margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, um vigia de cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo, sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para este o destino foi negro.

        [...]

        Estilo reacionário – Os moradores da Lagoa Rodrigo de Freitas tiveram na manhã de hoje o profundo desagrado de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo escolher para morrer (de bêbado) um dos bairros mais elegantes desta cidade, como se já não bastasse para enfear aquele local uma sórdida favela que nos envergonha aos olhos dos americanos que nos visitam ou que nos dão a honra de residir no Rio.

        Estilo então – Então o vigia de uma construção em Ipanema, não tendo sono, saiu então para passeio de madrugada. Encontrou então o cadáver de um homem. Resolveu então procurar um guarda. Então o guarda veio e tomou então as providências necessárias. Aí então eu resolvi te contar isto.

        [...]

        Estilo preciosista – No crepúsculo matutino de hoje, quando fulgia solitária e longínqua a Estrela-d’Alva, o atalaia de uma construção civil, que perambulava insone pela orla Sinuosa e  murmurante de uma lagoa serena, deparou com a atra e lúrida visão de um ignoto e gélido ser humano, já eternamente sem o hausto que vivifica.

        [...]

        Estilo sem jeito – Eu queria ter o dom da palavra, o gênio de um Rui ou o estro de um Castro Alves, para descrever o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever, porque nem todas as pessoas que têm sentimento são capazes de expressar esse sentimento. Mas eu gostaria de deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti. Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Talvez não caiba. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever mas o leitor poderá perfeitamente imaginar o que foi isso. Triste, muito triste. Ah. se eu soubesse escrever.

        Estilo feminino – Imagine você, Tutsi, que ontem eu fui ao Sacha's, legalíssimo, e dormi tarde. Com o Tony. Pois logo hoje, minha filha, que eu estava exausta e tinha hora marcada no cabeleireiro, e estava também querendo dar uma passada na costureira, acho mesmo que vou fazer aquele plissadinho, como o da Teresa, o Roberto resolveu me telefonar quando eu estava no melhor do sono. Mas o que era mesmo que eu queria te contar? Ah, menina, quando eu olhei da janela, vi uma coisa horrível, um homem morto lá na beira da Lagoa. Estou tão nervosa!  Logo eu que tenho horror de gente morta!

        Estilo lúdico ou infantil – Na madrugada de hoje por cima, o corpo de um homem por baixo foi encontrado por cima pelo vigia de uma construção por baixo. A vítima por baixo não trazia identificação por cima. Tinha aparentemente por cima a idade de quarenta anos por baixo.

        [...]

        Estilo didático – Podemos encarar a morte do desconhecido encontrado morto à margem da Lagoa em três aspectos: a) policial; b) humano; e) teológico. Policial: o homem em sociedade; humano: o homem em si mesmo; teológico: o homem em Deus. Polícia e homem: fenômeno; alma e Deus: epifenômeno. Muito simples, como os senhores veem.

Paulo Mendes Campos. Os diferentes estilos. In: Para gostar de ler: crônicas. São Paulo. Ática, 1979. v. 4. p. 39-42.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 139-140.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a principal característica do experimento literário realizado por Paulo Mendes Campos nesse fragmento?

      O autor utiliza a mesma cena como ponto de partida para explorar diferentes estilos de escrita, demonstrando a riqueza e a diversidade da linguagem e como ela pode influenciar a percepção do leitor sobre um mesmo fato.

02 – Como os diferentes estilos alteram a percepção do leitor sobre a cena do crime?

      Cada estilo atribui uma carga emocional e interpretativa diferente à cena, desde a objetividade do estilo policial até a subjetividade do estilo feminino. Isso demonstra como a linguagem pode moldar a forma como percebemos a realidade.

03 – Qual a função da repetição da mesma cena em diferentes estilos?

      A repetição da cena serve para destacar a versatilidade da linguagem e a capacidade do autor de criar diferentes atmosferas e perspectivas a partir de um mesmo fato.

04 – Qual o papel do humor na construção dos diferentes estilos?

      O humor é utilizado de forma estratégica em alguns estilos, como no estilo lúdico ou infantil, para criar um contraste com a seriedade do tema e provocar o leitor.

05 – Como a linguagem influencia a forma como percebemos a morte no fragmento?

      A linguagem utilizada em cada estilo influencia a forma como percebemos a morte, desde uma abordagem mais objetiva e fria até uma abordagem mais subjetiva e emotiva.

06 – Qual a crítica implícita à linguagem presente em alguns estilos?

      Alguns estilos, como o reacionário e o preciosista, são utilizados para satirizar determinados usos da linguagem, como o discurso ideológico ou a linguagem rebuscada e artificial.

07 – Qual a importância da experimentação formal na literatura?

      A experimentação formal, como a realizada por Paulo Mendes Campos nesse fragmento, permite que o autor explore novas possibilidades expressivas e desafie as convenções da linguagem literária, renovando a forma como contamos histórias.

 

 

FÁBULA: AS REALIDADES - LOUIS ARAGON - COM GABARITO

 Fábula: As Realidades

             Louis Aragon.

Era uma vez uma realidade

com suas ovelhas de lã real

a filha do rei passou por ali

E as ovelhas baliam que linda que está

A re a re a realidade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aPoHv10arvJgAPwEfeqHmtwgw30n2Amk6sPAivjk8s_MHTxMfEQs0AKI-I6JCwcua3Kco7x16LwvMxVHJ0uP2wtCqJW22DFSgR-CTk2yxWBKHsqupOnLvfcNqlG6Ad2rOx23PJVH2cx2a3DUb83kzps0oytHFr_icEGciycerHjJl-RxwKul0E2b_Dk/s320/LA.jpg


 

Na noite era uma vez

uma realidade que sofria de insônia

Então chegava a madrinha fada

E realmente levava-a pela mão

a re a re a realidade.

 

No trono havia uma vez

um velho rei que se aborrecia

e pela noite perdia o seu manto

e por rainha puseram-lhe ao lado

a re a re a realidade

 

CAUDA: dade dade a reali

dade dade a realidade

A real a real

idade idade dá a reali

ali

a re a realidade

era uma vez a REALIDADE.

Louis Aragon.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 51.

Entendendo a fábula:

01 – Qual a principal característica da realidade apresentada no início da fábula?

      A principal característica da realidade no início da fábula é a sua natureza idealizada e quase mágica. As ovelhas baliam elogiando a beleza da filha do rei, criando uma atmosfera irreal e quase onírica.

02 – Que papel a madrinha fada desempenha na vida da realidade que sofre de insônia?

      A madrinha fada atua como uma figura salvadora e confortante na vida da realidade insone. Ela a leva pela mão, sugerindo um gesto de carinho e proteção, aliviando assim o sofrimento da realidade.

03 – Qual a função da realidade no trono, ao lado do velho rei?

      A realidade, ao lado do velho rei, parece servir como uma companhia e um conforto. Ela é colocada como rainha, indicando uma posição de destaque e importância, mesmo que o rei esteja aborrecido.

04 – Qual o efeito da repetição da palavra "realidade" no poema?

      A repetição constante da palavra "realidade" cria um ritmo hipnótico e enfatiza a centralidade do tema. Ao mesmo tempo, a repetição pode gerar um efeito de estranhamento, questionando a própria natureza da realidade.

05 – Qual a possível interpretação da "cauda" do poema?

      A "cauda" do poema, com a repetição frenética da palavra "realidade", pode ser interpretada como uma espécie de mantra ou incantatório, reforçando a ideia de que a realidade é uma construção constante e multifacetada. A repetição também pode sugerir uma sensação de vertigem ou de perda de controle diante da complexidade da realidade.

 

POEMA: FLECHAS CONTRA O MURO - CASSIANO RICARDO - COM GABARITO

 Poema: Flechas contra o muro

              Cassiano Ricardo            

Pra se poder viver

compra-se o mundo em que

se vive.

Como quem compra um objeto

secreto, mas visível.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6tdZTGRfGfhn2H4gr4O3V4o3lXwzq-gfgScV-p0W1xHj6BeWT3Gal_x4alL9JVndr0YjlMP-YjQPk-qdIm9skwH7mXhUmqyL99f2YVmJoSKkQLeiKOfQKo3FPNjfph5a2iYfDexFscLvE7-zOTtzux9Ew9YRh-M4cKbfDWt5MIxNFnPHQFscCuIujUC8/s1600/MUNDO.jpg


Compram-se os seus problemas

sem solução.

Quem nasce no mundo, hoje,

compra, sem o querer,

uma pomba.

Com um alfinete feérico

na cabeça.

Uma pomba extremamente vizinha

de bomba.

Uma e outra têm asas.

Uma e outra são limpas.

Ambas são irmãs pelo som.

Um simples equívoco

de fonemas ou de telefonemas

entre os dois hemisférios

uma troca de b por p

e o mundo explodirá

em nossa mão

(p) bomba.

Cassiano Ricardo.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 103.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal metáfora utilizada por Cassiano Ricardo para representar a vida moderna?

      A principal metáfora utilizada é a compra do mundo. A vida é comparada a um objeto adquirido, com seus problemas e contradições já embutidos. Essa metáfora revela uma visão crítica sobre a alienação e a passividade do indivíduo diante das imposições da sociedade de consumo.

02 – Qual o significado da "pomba" e da "bomba" no poema?

      A pomba e a bomba representam as duas faces da realidade moderna. A pomba simboliza a paz, a esperança e a inocência, enquanto a bomba representa a violência, a destruição e o medo. A proximidade entre os dois elementos destaca a fragilidade da paz e a constante ameaça da guerra.

03 – O que significa o "alfinete feérico" na cabeça da pomba?

      O alfinete feérico é um símbolo da fragilidade da paz. Ele representa um pequeno detalhe, quase imperceptível, que pode desencadear uma grande catástrofe. Essa imagem sublinha a ideia de que a guerra pode surgir a partir de pequenas desavenças ou mal-entendidos.

04 – Qual a importância do jogo fonético entre "b" e "p" no poema?

      O jogo fonético entre "b" e "p" é fundamental para a construção do sentido do poema. A troca de uma letra por outra pode levar à confusão e à destruição. Essa pequena alteração sonora simboliza a fragilidade da comunicação e a facilidade com que os conflitos podem surgir a partir de mal-entendidos.

05 – Qual a mensagem principal do poema?

      A mensagem principal do poema é um alerta sobre os perigos da sociedade moderna. Cassiano Ricardo critica a alienação, a violência e a fragilidade da paz. O poema nos convida a refletir sobre nossas escolhas e a buscar uma forma de viver mais consciente e humanitária.

 

 

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): APELO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Apelo

             Vinícius de Moraes

Ah, meu amor não vás embora
Vê a vida como chora, vê que triste esta canção
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes, só se esquece no perdão
Ah, minha amada me perdoa
Pois embora ainda te doa a tristeza que causei
Eu te suplico não destruas tantas coisas que são tuas
Por um mal que eu já paguei

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitgyhhcNEYhdlCdmZ5SAf8yyWoHaZUb0VaDS7dufniHu7BBCOoejC2k7fqksHD9nHNAKE1ZI7LYQXsihAumn9lBUEIfm4ngvILomw5tFY1d7RqaiQXshlI6D51ao2wpRBtpDHcpftQmzWzuEA8m4pWvw63M3ZQW5Tns-adJW0HKbb2ZnacNpEHLJyRm10/s320/MUSICA.jpg


Ah, minha amada, se soubesses
Da tristeza que há nas preces
Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses num momento todo arrependimento
Como tudo entristeceu
Se tu soubesses como é triste
Perceber que tu partiste
Sem sequer dizer adeus

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus

(falado por Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto,
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento,
Que dos olhos desfez a última chama,
E da paixão fez-se o pressentimento,
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo, o distante,
Fez-se da vida uma aventura errante,
De repente não mais que de repente.

(novamente no ritmo da música)

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus.

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus.

Composição: Baden Powell / Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 32.

Entendendo a música:

01 – Qual a emoção predominante expressa na música?

      A emoção predominante é a súplica, o pedido desesperado por perdão e pelo retorno do amor perdido. A letra transmite um profundo sofrimento e arrependimento.

02 – Em qual contexto da vida de Vinícius de Moraes essa música pode ter sido escrita?

      É difícil determinar o contexto exato de cada canção de Vinícius, pois sua obra é marcada por uma grande variedade de experiências amorosas. No entanto, a temática do arrependimento e do pedido de perdão é recorrente em suas letras, sugerindo que essa música pode ter sido inspirada por algum relacionamento turbulento que ele vivenciou.

03 – Quais as principais metáforas utilizadas na música?

      A música utiliza metáforas como "a vida como chora" e "a dor que agora sentes, só se esquece no perdão" para expressar a intensidade do sofrimento e a esperança de reconciliação. A imagem da "espuma" e da "última chama" também contribui para criar um clima de melancolia e perda.

04 – Como a repetição do verso "Ah, meu amor tu voltarias" reforça o sentimento expresso na música?

      A repetição desse verso cria um refrão insistente, enfatizando a súplica do eu lírico. Ela transmite a ideia de que o desejo de reconciliação é constante e obsessivo.

05 – Qual a importância do trecho falado por Vinícius de Moraes para a música?

      O trecho falado cria um contraste com a parte cantada, intensificando o drama da situação. As imagens poéticas e a mudança de ritmo contribuem para uma experiência auditiva mais rica e emotiva.

06 – Como a música se conecta com o estilo de Vinícius de Moraes?

      A música "Apelo" se encaixa perfeitamente no estilo de Vinícius de Moraes, que se caracterizava por letras poéticas e melodias melancólicas. A temática do amor, da perda e do arrependimento é recorrente em sua obra, e a música "Apelo" é um exemplo clássico dessa abordagem.

07 – Qual a sua interpretação pessoal sobre a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música, na minha interpretação, é a importância do perdão e da reconciliação em um relacionamento. O eu lírico demonstra um profundo arrependimento e a esperança de que o amor possa superar qualquer obstáculo. A música nos convida a refletir sobre a fragilidade dos relacionamentos e a necessidade de valorizarmos aqueles que amamos.

TEXTO: O QUE É UM HERÓI? - HELOISA PRIETO - COM GABARITO

 Texto: O que é um herói?

           Heloisa Prieto

        Um homem corajoso? Um campeão na luta? Um sujeito muito inteligente?

        Ou aquele intrépido que vive salvando mocinhas indefesas de vilões igualmente fortes, corajosos e espertos?

        Na idade média, quando os homens lutavam com arcos e flechas, lanças e espadas, surgiram os cavaleiros.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ7O1kjpuEKuszEd5vxD2iztUwz8K8k8TGxt9Oy1wJGtC2tR9pbBTGksxU8bXIzMPXdi1Jf2at8a4jLY_xZ2s-Wq4OPLft5lH5sWUhsSrTlw_qGK4b5uvWpqYEmPQVhWA18Z6Rsp_V2TeatFpWt2hebOZDR3kMqo15Mp-bzs9p_s-Uc53-bUPFKEfUej8/s320/cruzadas01.jpg


        E, com eles, um código de honra que se chamava código da cavalaria. Naqueles tempos do passado, o herói era o cavaleiro que seguia esse código. E, segundo as leis da cavalaria, ele deveria ser justo, leal, obedecer ao rei, defender os injustiçados e... proteger donzelas em perigo.

        Quando lutava, o cavaleiro não podia atacar o inimigo pelas costas, mas devia enfrentá-lo face a face. A vitória a qualquer preço não interessava mais. Era melhor morrer com honra do que vencer pela traição e golpes baixos. Aquele que conquistava a vitória por meio da crueldade e deslealdade era considerado um vilão, uma pessoa desprezível.

PRIETO, Heloisa. Heróis e guerreiros – Quase tudo o que você queria saber. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1995. p. 7.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 6ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 2ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2002. p. 43-44.

Entendendo o texto:

01 – Quais são algumas das características tradicionais associadas a um herói mencionado no início do texto?

      O herói pode ser descrito como um homem corajoso, um campeão na luta, uma pessoa inteligente ou alguém que salva mocinhas indefesas de vilões.

02 – Quando surgiu o conceito de cavaleiro e o código da cavalaria?

      O conceito de cavaleiro e o código da cavalaria surgiram na Idade Média, quando os homens lutavam com arcos e flechas, lanças e espadas.

03 – O que o código da cavalaria foi projetado para um herói?

      O código da cavalaria prevê que o herói fosse justo, leal, obedecesse ao rei, defendesse os injustiçados e protegesse donzelas em perigo.

04 – Como os cavaleiros deveriam lutar, de acordo com o código da cavalaria?

      Os cavaleiros deveriam lutar contra o inimigo de frente, sem atacá-lo pelas costas. A vitória deveria ser alcançada com honra, sem traição e golpes baixos.

05 – Como eram vistos aqueles que conquistaram vitórias por meio de crueldade ou deslealdade?

      Aqueles que conquistaram a vitória, eram considerado um vilão, uma pessoa desprezível.

 



 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

POESIA: A BOMBA ATÔMICA i - (FRAGMENTO) - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poesia: A bomba atômica I – Fragmento

             Vinícius de Moraes

Dos céus descendo
Meu Deus eu vejo
De paraquedas?
Uma coisa branca
Como uma forma
De estatuária
Talvez a forma
Do homem primitivo
A costela branca!

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE0ZGmVVXTZEfdtFIoJihCJ6ffKcZas3_dwaAlL8SvroZtSC5wDCYJtXUMVYMBBRucPrgyrkIHfzoInljAUhn4iNkT-I3jZhLea8yQPoXILJ43JyIvN2ahUOd1hKZqICRhpEXyou_QmqCrD44ELgiX6KQEYDnlCF6qN5CGTluDWXptActFNfWkvxGxlaM/s320/BOMBA.png 
  

Talvez um seio
Despregado à lua
Talvez o anjo
Tutelar cadente
Talvez a Vênus
Nua, de clâmide
Talvez a inversa
Branca pirâmide
Do pensamento
Talvez o troço
De uma coluna
Da eternidade
Apaixonado
Não sei indago
Dizem-me todos
É A BOMBA ATÔMICA.

Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 23.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a principal sensação evocada pelos versos iniciais do poema?

      Os versos iniciais ("Dos céus descendo / Meu Deus eu vejo / De paraquedas?") evocam uma sensação de espanto e mistério, como se o eu lírico estivesse diante de uma aparição celestial ou de um objeto desconhecido e grandioso. A imagem do "paraquedas" contrasta com a gravidade da situação que se revelará posteriormente, criando um efeito de suspense.

02 – Como o poeta descreve a forma da bomba atômica?

      O poeta utiliza diversas comparações para descrever a forma da bomba, como "uma coisa branca", "uma forma de estatuária", "a costela branca", "um seio despregado à lua", entre outras. Essas comparações revelam a dificuldade do eu lírico em compreender e descrever a forma estranha e aterrorizante do objeto. A variedade de imagens também sugere a complexidade e a imprevisibilidade da bomba atômica.

03 – Qual o significado da "inversa branca pirâmide do pensamento"?

      A "inversa branca pirâmide do pensamento" é uma metáfora complexa e abstrata. Ela pode ser interpretada como uma representação da destruição da racionalidade e do conhecimento diante da força bruta da bomba atômica. A pirâmide, símbolo de ordem e construção, aparece invertida, sugerindo a subversão de valores e a fragilidade da civilização.

04 – Qual a importância da repetição da palavra "talvez" no poema?

      A repetição da palavra "talvez" expressa a incerteza e a perplexidade do eu lírico diante do objeto observado. O poeta não tem certeza do que está vendo e busca em diversas comparações uma explicação para o que parece ser inexplicável. Essa incerteza reflete a própria natureza da bomba atômica, que representa uma força desconhecida e aterrorizante para a humanidade.

05 – Qual a principal temática do poema?

      O poema "A bomba atômica I" aborda a temática da destruição e da violência, representadas pela bomba atômica. Vinícius de Moraes utiliza uma linguagem poética e repleta de metáforas para expressar o horror e a perplexidade diante desse poder destrutivo. A obra também pode ser interpretada como uma reflexão sobre a condição humana e a fragilidade da civilização.