terça-feira, 1 de março de 2022

ANEDOTA: HOSPITAL - ZIRALDO - COM GABARITO

 Anedota: Hospital

              

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjcmbjdI_p23AooOP85RYc3aOiLgmYFc9Sygf58piVp7ICdL0UAyH313-BE3b5KI_zpHYYRbEWLtUhejS2owe83f7bm_kEG055NvGpyfx0ULqiIsbMW7wkjJTAgbVvkpcTX1iQ1a4HKpdMv6o0SqnXlc_0pfmRj50ma9kQL4kOsKCoKr2cqcasWy-BQ=s1280

  Ziraldo

        O visitante vai passando pelo corredor do hospital, quando vê o amigo saindo disparado, cheio de tubos, da sala de cirurgia:

        __ Aonde é que você vai, rapaz?!

        __ Tá louco, bicho, vou cair fora!

        __ Mas, qual é, rapaz?! Uma simples operação de apendicite! Você tira isso de letra.

        E o paciente:

        __ Era o que a enfermeira estava dizendo lá dentro: “Uma operaçãozinha de nada, rapaz! Coragem! Você tira isso de letra! Vai fundo, homem!”

        __ Então, por que você está fugindo?

        __ Porque ela estava dizendo isso era para o médico que ia me operar!

Ziraldo. As melhores anedotas do mundo. Rio de Janeiro; Globo, 1988, p. 62.

             Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 24.

Entendendo a anedota:

01 – A anedota é um gênero narrativo em que alguém conta um episódio engraçado. Apresenta, geralmente, os elementos essenciais de uma narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar. Identifique, na anedota em estudo:

a)   O fato principal.

Um rapaz não quer submeter-se a uma operação de apêndice porque o médico é inexperiente.

b)   As personagens envolvidas.

O paciente e o amigo.

c)   O tempo.

Não explicitado.

d)   O lugar.

No corredor do hospital.

02 – Uma anedota inicia-se diretamente com a apresentação dos fatos principais, caracteriza com poucas palavras as personagens, situa tempo e lugar e se encaminha rapidamente para um desfecho inesperado. Com que objetivo contamos uma anedota?

      Para divertir, provocar o riso.

03 – O narrador da anedota faz uma rápida contextualização do fato e coloca em evidência a fala das personagens, reproduzida quase sempre com fidelidade.

a)   Que tempo verbal predomina na anedota?

O presente.

b)   Levante hipóteses: Que efeito tem o emprego desse tempo verbal e do diálogo na anedota?

Considerando que as anedotas são, em geral, contadas oralmente, o emprego do presente e do diálogo torna a narração mais dinâmica, direta e engraçada e os fatos relatados mais próximos de situações reais.

04 – Observe que a anedota se encaminha para um final inesperado: a inexperiência médica.

a)   Há, antes do final da anedota, alguma pista que prepara o desfecho?

Não.

b)   Se houvesse algum tipo de antecipação do desfecho, a anedota seria engraçada?

Provavelmente não.

05 – A anedota é, originalmente, um tipo de texto oral, que passa de uma geração a outra por meio da fala. Quando transcrita, isto é, reproduzida em livros e revistas, ela resulta em um texto que conserva marcas de oralidade. Na transcrição dessa anedota, que marcas de oralidade foram conservadas? Exemplifique.

      O emprego de uma variedade não padrão, e uso de palavras, expressões e construções próprias da linguagem informal (vou cair fora; mas, qual é; tira de letra), gírias (bicho, vai fundo), abreviações (tá; pro), recursos gráficos que enfatizam a entonação (repetição de pontos de exclamação e interrogação).

CARTUM: CASAMENTO - QUINO - COM GABARITO

 Cartum: Casamento

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhlvvcjV_JcY2eFBbMBH6SUcCxaVAhO0RInVT5wEeMib9nKdv4M_gG6QVxRO_dHgv6NYs3QJPhVdcUZ2KNXxaBplKtfbOjKYEeoy6-HTXo8k12lixtpS97RzY32z7kKJPN1ERAze_s0xqML_E-RnV4tUw0osbd9JoPTTcZ1wLG2rg9lsO6tqtj7Wdg9=s293 




Quino. Que mala es la gente! Barelona: Lumen, 1999. p. 20.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p.20-1.

Entendendo o cartum:

01 – As personagens do cartum estão vestidos de modo especial, e o ambiente é decorado com flores.

a)   Provavelmente, que tipo de evento social acabou de acontecer?

O casamento das personagens.

b)   O que as personagens parecem estar fazendo no momento retratado?

Elas parecem estar posando para fotos.

02 – Observe a posição que cada uma das personagens ocupa no cartum:

a)   Qual está numa posição mais alta, mais elevada?

O marido.

b)   Em que o homem apoia seu pé direito?

Nas pernas da esposa.

c)   Por que não se pode ver integralmente o rosto da moça?

Porque parte do braço e parte da perna do homem estão escondendo o rosto dela.

03 – A expressão corporal e facial das personagens também participa da construção do sentido do texto.

a)   Observe a posição em que o homem se encontra, suas mãos e sua expressão facial. O que elas expressam?

Expressam superioridade, exibicionismo.

b)   E a expressão facial da moça? O que ela quer dizer?

Ela parece estar sem jeito com a situação e tentando encontrar para si um espaço melhor.

04 – Com base em suas respostas dadas na questão anterior, conclua: Pela posição das personagens e pela expressão corporal e facial que apresentam, o que se pode prever quanto ao futuro desse casamento?

      Essa cena prenuncia um casamento machista, no qual o homem terá destaque absoluto, e a mulher um papel secundário.

TEXTO: POR QUE ACORDAMOS COM MAU HÁLITO MESMO DEPOIS DE ESCOVAR OS DENTES À NOITE? RECREIO - MAL/MAU - COM GABARITO

 Texto: Por que acordamos com mau hálito mesmo depois de escovar os dentes à noite?

       Fernanda Santos

   A principal causa é a diminuição da produção de saliva à noite, já que ficamos muito tempo sem comer. Isso faz com que as bactérias que existem na boca se multipliquem. São os gases liberados por elas que causam o mau cheiro. Depois que você toma o café da manhã, capricha na escovação dos dentes e da língua e usa o fio dental, o mau hálito desaparece.

Fernanda Santos, org. Curiosidades Recreio. São Paulo: Abril, 2011. p. 52.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 173-4.

Entendendo o texto:

01 – Troque ideias com os colegas e complete o texto com uma destas palavras: mal ou mau. Empregue a que for adequada, conforme a norma-padrão.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Qual é a classe gramatical da palavra que completa adequadamente o texto: advérbio ou adjetivo?

      Adjetivo.

03 – Se, no lugar da palavra que completa adequadamente o texto fosse empregado o seu antônimo, que palavra usaríamos: bem ou bom? A palavra seria um advérbio ou um adjetivo?

      Usaríamos a palavra bom e ela seria adjetivo.

04 – Complete com bem, boa ou bom, de acordo com o contexto:

        Bom hálito não se garante apenas com boa escovação. Escovar bem os dentes, a gengiva e a língua é indispensável para ter uma boa saúde bucal.

05 – Observe o emprego das palavras mau e mal nestas frases.

        O mau hálito é um problema de saúde que pode ser tratado.

        Escovar mal os dentes provoca cáries.

        O mal das pessoas é não pensar nas cáries como problema de saúde.

A que classe gramatical pertence a palavra destacada em cada frase?

      1ª frase: mau é adjetivo; 2ª frase: mal é advérbio; 3ª frase: mal é substantivo.

06 – Observe as expressões abaixo e depois complete as afirmações a seguir.

        Mal-estar – Bem-estar – Mau aluno – Bom aluno.

      Mal é antônimo de bem e classifica-se como advérbio.

      Mau é antônimo de bom e classifica-se como adjetivo.

ANEDOTA: LOJA DE ANIMAIS - ORLANDO PEDROSO - CONJUNÇÃO CONDICIONAL -COM GABARITO

 Anedota: Loja de animais

             

 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimTGlc3ws0Zdw5qw6f6TwSSJdpKC6HKcCO-dEZ1BlP35sy5JiP7RGyFUucKRiSfJeJIm3Jx0mqBB12-I12OB09xI19gitpw6GL__gAMEe3RHViyB_vxy34XxtgERCM29EN4fBddWRBHYvJHiLbuvgZ_CZeVXDdoX3AkkQvt5MHGinkLUgWq185dF_0=s630

  Orlando Pedroso

        Numa loja de animais, o vendedor enaltece as qualidades de um papagaio a um cliente interessado em comprá-lo.

        -- Este papagaio é extraordinário! Falante como ele só! O senhor observou que ele tem um fio amarrado em cada pé? Se o senhor puxar o fio amarrado no pé direito, ele fala francês. Se o senhor puxar o fio amarrado no pé esquerdo, ele fala russo.

        -- E se eu puxar os dois ao mesmo tempo? – perguntou o cliente interessado.

        -- Eu caio no chão, idiota! – responde o papagaio.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 165.

Entendendo a anedota:

01 – O período "Se o senhor puxar o fio amarrado ao pé direito, ele fala francês" é composto por duas orações:

a)   Identifique a conjunção subordinativa que as liga.

Se.

b)   Que circunstância essa conjunção exprime nessa situação?​

Condição.

02 – Ligue as orações a seguir, acrescentando a uma delas a ideia de causa. Evite repetir as conjunções. Veja o exemplo:

        Ele não conseguiu emprego na fábrica. Não tinha certificado de conclusão do ensino médio.

        Ele não conseguiu emprego na fábrica, uma vez que não tinha certificado de conclusão do ensino médio.

a)   O açude secou. Não chove há mais de noventa dias.

Como não chove há mais de noventa dias, o açude secou.

b)   A garota está feliz. Está apaixonada.

A garota está feliz porque está apaixonada.

c)   Havia estudado muito. Achou fácil a prova.

Como havia estudado muito, achou fácil a prova.

d)   A escola está em festa. Comemora este ano cinquenta anos de fundação.

A escola está em festa, visto que comemora este ano cinquenta anos de fundação.

 

TIRA: BANANAS NA PRAIA - NÍQUEL - AMBIGUIDADE - COM GABARITO

 Tira: Bananas na praia


 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgyNVw5TR9pj5PaA8_pqZQFMt2DyYm_AAviedrFjmvnJyA2sqJgOoG1Qq1md_ea0qj009_DR8EYFpnpA1JDwZS5ZdGURHZBGa2d7PVWCtIV7hcTTl4f89T69tPpL4pJ4pB8BMCJVX0s_iTrkTq40NictNPnm_X41nvDlPKlz0M3yZAusiKTpuTWpSud=s394

http://www2.uol.com.br/niquel. Acesso em: 25/5/2010.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 160.

Entendendo a tira:

01 – Na tira, as personagens estão na praia, onde é recomendável o uso de filtro solar.

a)   O que acontece quando se toma sol sem usar filtro solar?

A pessoa pode se queimar muito, a ponto de a pele descascar.

b)   No último quadrinho, descascar tem duplo sentido. Quais são os sentidos?

Descascar a pele, como consequência de não ter usado o filtro solar, e, literalmente, tirar a casca.

02 – Uma causa muito comum da ambiguidade é o emprego inadequado de pronomes possessivos. Imagine a seguinte situação:

        “Rodrigo e Bruno conversam ao telefone. Em certo momento, Bruno diz:

        -- Encontrei o Marcos, e ele me disse que estava voltando da casa da sua irmã.”

     a) Quais são os possíveis sentidos da frase dita por Bruno?

         1°) Marcos voltava da casa da irmã de Rodrigo. 2°) Marcos voltava da casa da irmã dele.

     b)Supondo que a casa de onde Marcos voltava era a da irmã de Rodrigo, como você redigiria a frase de modo a evitar a ambiguidade?

         Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Encontrei o Marcos, e ele me disse que voltava da casa da... (nome da irmã de Rodrigo).

c)   Que redação você daria à frase para ficar claro que a irmã era a de Marcos?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Encontrei o Marcos, e ele me disse que estava voltando da casa da irmã dele.

 

ANÚNCIO: BEN 10 - RECREIO - CONJUNÇÃO EXPLICATIVA - COM GABARITO

 Anúncio: Ben 10


Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEide3J6nngU30XFKrL9-k_cpLLwgwa2rZbx5LKV-imqGhsa_ks0STee-evb4kR81ZTlNldA6BMnw15PTrs1TV6M_6190JoUj03lyFSyBOxZHKmGnd03CO5IB1tcpWYA5cfUwikKWeeE2c1Dqu1fIcgqS0de40kA1ju9SF1xosWVEsw9uZ7jwFp4JpIg=s245



Recreio, n° 525. Capa.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 155-6.

Entendendo o anúncio:

01 – No enunciado verbal que aparece em destaque no anúncio, há uma conjunção implícita.

a)   Indique, entre os itens abaixo, o valor semântico do que se afirma no enunciado após o dois-pontos.

·        Conclusão.

·        Oposição.

·        Causa.

·        Adição.

·        Explicação.

·        Alternância.

b)          b) Que conjunção poderia ser empregada no lugar do dois-pontos?

       Que, porque, pois.

02 – Na parte inferior do anúncio, há este enunciado:

        “Coloque este código na frente da Webcam e descubra um segredo cobiçado por aliens de todo o universo.” Considerando a fonte do anúncio, ou seja, a publicação em que ele foi veiculado, responda:

a)   Quem é o possível destinatário do anúncio?

Crianças usuárias da internet.

b)   Qual característica o anunciante procura associar ao produto ao relacionar o enunciado principal do anúncio ao da parte de baixo?

Ao relacionar os dois textos, o anunciante sugere que o consumidor do calçado é antenado com a internet, ou seja, é uma criança moderna; assim, ele associa a característica de modernidade ao produto.

 

TEXTO: CADA MINUTO NA TERRA - STEVE E MATTHEW MURRIE - COM GABARITO

 Texto: Cada minuto na Terra

          

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEifjF7DjHWlg6S--5SatRvp1Jy99N7Rh2uBpuetsDbkPFHO34TlPJBdl8w2-Xk7A-1zpIp7d7TisPSv6xXdKTMUy1Y3m-QHZyb2PX4ZNeAZVOSKBynZ4ivBS92_zmwlikZ68mrNbPqr4XObbw4UEKtLb2zXr0OnuTlnfFOViKw7X7qvTve5B5qAdZoN=s460

Steve e Matthew Murrie

        Você sentiu isso? Provavelmente não, mas acontecem 5 terremotos a Cada minuto. Todos os dias acontecem 1.100 terremotos fortes o suficiente para serem sentidos. E 80% desses terremotos são abaixo ou ao redor do oceano Pacífico, onde as placas tectônicas estão se distribuindo, colidindo e se deslocando umas sobre (ou com) as outras. No Japão ocorrem cerca de 1.500 terremotos que podem ser sentidos. No sul da Califórnia ocorrem mais de 10 mil terremotos por ano; mas só entre 15 e 20 são de magnitude 4, ou seja, podem ser sentidos pelas pessoas.

        O instrumento que mede a intensidade dos terremotos é chamado sismógrafo. O sismógrafo mais sensível que existe pode medir um movimento de 0,000009906 centímetro na Terra. A intensidade de um terremoto é medida pela escala Richter, sendo 1 o mais fraco e 10 o mais forte.

Steve Murrie e Matthew Murrie. Cada minuto na Terra – Coisas que acontecem no planeta a cada 60 segundos. Tradução de Paulo Ferro Jr. São Paulo: Panda Books, 2009. p. 10.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 140-1.

Entendendo o texto:

01 – A palavra mais foi empregada quatro vezes no texto. Em qual(is) frase(s) ela dá ideia de:

a)   Intensidade?

O sismógrafo mais sensível... / sendo 1 o mais fraco e 10 o mais forte.

b)   Quantidade?

No sul da Califórnia ocorrem mais de 10 mil terremotos por ano.

02 – Observe o emprego da palavra mas nesta frase do texto.

      “[...] mas só entre 15 e 20 são de magnitude 4, ou seja, podem ser sentidos pelas pessoas.”

a)   Essa palavra opõe-se a uma ideia que foi expressa antes. Que ideia é essa?

A ideia de que ocorrem mais de 10 mil terremotos por ano no sul da Califórnia.

b)   Qual das palavras a seguir poderia substituir mas, sem alterar o sentido da frase?

·        E.

·        Contudo.

·        Portanto.

·        Como.

03 – No trecho:

        “Você sentiu isso? Provavelmente não, mas acontecem 5 terremotos a Cada minuto. [...]”. A palavra mas tem o mesmo sentido que na frase reproduzida na questão anterior?

      Sim, tem o mesmo sentido.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

CRÔNICA: AI, GRAMÁTICA, AI, VIDA - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

 Crônica: AI, GRAMÀTICA, AI, VIDA.

               Moacyr Scliar

        [...]
        INFÂNCIA: A PERMANENTE EXCLAMAÇÃO

        Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

        Me dá! É meu!

        [...]

        A PUBERDADE: A TRAVESSIA (OU O TRAVESSÃO)

        [...]

        — O que eu acho, Jorge — não sei se tu também achas — o que eu acho — porque a gente sempre acha muitas coisas — o que eu acho — não sei — tu és irmão dela — mas o que eu estive pensando — pode ser bobagem — mas será que não é de a gente falar — não, de eu falar com a Alice —

        — Alice tu sabes — tu me conheces — a gente se dá — a gente conversa — tudo isto Alice — tanto tempo— eu queria te dizer Alice — é difícil — a gente — eu não sei falar direito.

        JUVENTUDE — A INTERROGAÇÃO

        Mas quem é que eu sou afinal? E o que é que eu quero? E o que é que vai ser de mim?

        E Deus, existe? E Deus cuida da gente? E o anjo da guarda, existe? E o diabo? E por que é que a gente se sente tão mal?

        [...]

        Mas por que é que tem pobres e ricos? Por que é que uns têm tudo e outros não têm nada? Por que é que uns têm auto e outros andam a pé? Por que é que uns vão viajar e outros ficam trabalhando?

        [...]

        AS PAUSAS RECEOSAS (RECEOSAS, VÍRGULA, CAUTELOSAS) DO JOVEM ADULTO

        Estamos, meus colegas, todos nós, hoje, aqui, nesta festa de formatura, nesta festa, que, meus colegas, é não só nossa, colegas, mas também, colegas, de nossos pais, de nossos irmãos, de nossas noivas, enfim, de todos quantos, nas jornadas, penosas embora, mas confiantes sempre, nos acompanharam, estamos, colegas, cônscios de nosso dever, para com a família, para com a comunidade, para com esta Faculdade, tão jovem, tão batalhadora, mas ao mesmo tempo tão, colegas, tão.

        [...]

        O HOMEM MADURO. NO PONTO.

        Uma cambada de ladrões. Têm de matar.

        Matar. Pena de morte.

        O Jorge também. Cunhado também. Tem de matar. Esquadrão da morte. E ponto final. No meu filho mando eu. E filho meu estuda o que eu quero. Sai com quem eu quero.

        Lê o que eu quero. Frequenta os clubes que eu mando.

        Tu ouviste bem, Alice. Não quero discutir mais este assunto. E ponto final.

        (UM PARÊNTESE)

        (Está bem, Luana, eu pago, só não faz escândalo)

        O FINAL... RETICENTE...

        Sim, o tempo passou... E eu estou feliz... Foi uma vida bem vivida, esta... Aprendi tanta coisa... Mas das coisas que aprendi... A que mais me dá alegria... É que hoje eu sei tudo... Sobre pontuação...

                         Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar e outras crônicas. Porto Alegre: L&PM, 1995. p. 88-91.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 194-6.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Cauteloso: cuidadoso, o que age com prudência.

·        Cônscio: consciente.

02 – O narrador-personagem associa as fases da vida a sete sinais de pontuação e, por meio deles, narra a sua história. Na 1ª parte, a infância é associada ao sinal de exclamação. De quem são as falas e o que a exclamação expressa:

a)   No 1° parágrafo?

De um adulto: do pai ou da mãe do bebê que nasceu. Expressa a alegria pelo nascimento.

b)   No 2° parágrafo?

Quem fala nesse parágrafo é a criança. O ponto de exclamação, nesse caso, sugere a convicção com que fala “É meu!”.

03 – Na 2ª parte do texto, o narrador associa a adolescência ao travessão, fazendo um trocadilho entre travessão e travessia. A que tipo de travessia se refere o narrador?

      À travessia da infância para a fase adulta, ou seja, à adolescência.

04 – Ainda na 2ª parte do texto, o protagonista conversa com um amigo (Jorge) e sua irmã (Alice).

a)   De que assunto ele quer tratar com essas pessoas?

De assuntos sentimentais.

b)   O que o emprego constante do travessão sugere quanto ao estado emocional do protagonista?

Que ele está inseguro, não consegue se expressar com clareza e desvia o assunto central a todo instante.

05 – A 3ª parte, a da juventude, é associada ao ponto de interrogação. Qual é a relação entre esse sinal de pontuação e essa fase da vida?

      Essa é a fase dos questionamentos, do desejo de mudar o mundo e a si mesmo.

06 – Na 4ª parte, o protagonista é um jovem adulto, que está terminando a faculdade. O narrador associa essa fase à vírgula.

a)   Observe o emprego da palavra vírgula no título dessa parte. Indique uma palavra ou expressão que tenha um sentido aproximado da palavra vírgula nesse contexto.

Isto é, nada, ou/ Equivalente a dizer: “receosas nada, cautelosas”.

b)   Qual a intenção do narrador ao empregar a palavra vírgula nesse contexto?

Corrigir o que foi dito antes.

c)   No título, o narrador faz um trocadilho, chamando as vírgulas de “pausa receosas” e depois corrigindo para “pausas cautelosas” do jovem adulto. Considerando a fase que se encontra esse jovem – de fim dos estudos e de iniciação profissional –, por que considera essa fase “cautelosa”?

Porque, nessa fase, o jovem se preocupa com o futuro, com sua imagem, e, por isso, fala com cautela.

07 – Na 5ª parte, a maturidade do protagonista é associado ao ponto final.

a)   Explique a ambiguidade, isto é, o duplo sentido da frase “No ponto”, do título dessa parte.

O título sugere que todas as fases anteriores conduziam ao amadurecimento em que o protagonista agora se encontra, isto é, ele está “no ponto”.

b)   Observe a forma como a protagonista expressa suas opiniões e como se posiciona diante do que acha certo ou errado. Que relação há entre ele dizer “E ponto final” e seu modo de ser na maturidade?

Ele agora tem opiniões firmes, acabadas e não admite contestação. Ao dizer “E ponto final”, ele expressa a ideia de: “Já disse e FIM!”.

c)   Os nomes de Alice e Jorge, já mencionados na 2ª parte da vida do protagonista, reaparecem na 5ª parte. Qual é o provável parentesco existente entre o protagonista e essas outras personagens?

Alice é sua esposa, e Jorge, seu cunhado.

08 – Como você sabe, uma das funções dos parênteses é indicar uma espécie de desvio do texto central ou o acréscimo de uma informação acessória. Na 6ª parte, esse sinal de pontuação é usado em uma conversa do protagonista com Luana.

a)   Levante hipóteses: Que tipo de relação você acha que existe entre eles?

Resposta pessoal do aluno: Sugestão: Luana pode ser a sua filha e, diante de um possível escândalo dela, ele se submete à sua vontade; outra possibilidade é Luana ser um caso extraconjugal do protagonista.

b)   O que o emprego dos parênteses sugere?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Considerando-se a 1ª hipótese, sugere que o pai esteja falando baixo, sem querer chamar a atenção; considerando-se a 2ª hipótese, dá a ideia de um fato escondido, que é preciso ocultar e que não participa da história principal.

09 – O narrador intitula a última parte de “O final... reticência...”. Como você sabe, as reticências podem ter diferentes papéis e sentidos. Veja alguns deles:

·        Indicar que o sentido vai além do que foi expresso;

·        Indicar suspensão do pensamento, reflexões;

·        Indicar dúvida, hesitação;

·        Permitir que o leitor, usando a imaginação, dê continuidade ao texto.

Na sua opinião, qual ou quais dos itens acima traduzem melhor a intenção do narrador ao associar essa fase da vida a esse sinal de pontuação?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Todos esses itens são possíveis.

 

 

ANEDOTA: DIRETOR DO COLÉGIO - PASQUIM - COM GABARITO

 Anedota: Diretor do colégio

              Pasquim

  De manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:

        -- Acorda, meu filho. Acorda, que está na hora de você ir para o colégio.

        Lá de dentro, estremunhado, o filho respondeu:

        -- Pai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque eu estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro, porque eu não aguento mais aqueles meninos.

        E o pai respondeu lá de fora:

        -- Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três razões: primeiro, porque você tem um dever a cumprir; em segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro, porque você é o diretor do colégio.

Anedotinhas do Pasquim. Rio de Janeiro: Codecri, 1981. p. 8.

                                  Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 137-8.

Entendendo a anedota:

01 – Durante a leitura ou a audição dessa anedota, somos levados a compreendê-la de determinada forma, porque falta ao leitor uma informação essencial, revelada apenas no final.

a)   Que informação foi omitida?

A informação de que o filho é um adulto, e não uma criança.

b)   Como o leitor ou ouvinte é lavado a compreender a fala do filho antes de ter conhecimento dessa informação?

O leitor é levado a crer que se trata de uma criança que não quer ir à escola para estudar.

c)   E como o leitor compreende a fala do filho depois de ter conhecimento dessa informação?

O leitor percebe que se trata de um adulto que não quer ir trabalhar, uma vez que ele é o diretor da escola.

02 – A falta de uma informação importante criou no texto uma duplicidade de sentidos, só percebida no final da leitura. Na sua opinião, a omissão dessa informação é intencional? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois é justamente na revelação dessa informação, no final da história, que reside o humor da anedota.