terça-feira, 9 de novembro de 2021

CONTO: O MILAGRE - STANISLAW PONTE PRETA - COM GABARITO

 CONTO: O MILAGRE

            Stanislaw Ponte Preta

          Naquela pequena cidade as romarias começaram quando correu o boato do milagre. É sempre assim. Começa com um simples boato, mas logo o povo – sofredor, coitadinho e pronto a acreditar em algo capaz de minorar sua perene chateação – passa a torcer para que o boato se transforme numa realidade, para poder fazer do milagre a sua esperança.

          Dizia-se que ali vivera um vigário muito piedoso, homem bom, tranquilo, amigo da gente simples, que fora em vida um misto de sacerdote, conselheiro, médico, financiador dos necessitados e até advogado dos pobres, nas suas eternas questões com os poderosos. Fora, enfim, um sacerdote na expressão do termo: fizera de sua vida um apostolado.

          Um dia o vigário morreu. Ficou a saudade morando com a gente do lugar. E era em sinal de reconhecimento que conservavam o quarto onde ele vivera, tal e qual o deixara. Era um quartinho modesto, atrás da venda. Um catre (porque em histórias assim, a cama do personagem chama-se catre), uma cadeira, um armário tosco, alguns livros. O quarto do vigário ficou sendo uma espécie de monumento à sua memória, já que a Prefeitura local não tinha verba para erguer sua estátua.

           E foi quando um dia… ou melhor, uma noite, deu-se o milagre. No quarto dos fundos da venda, no quarto que fora do padre, na mesma hora em que o padre costumava acender uma vela para ler seu breviário, apareceu uma vela acesa.

          – Milagre!!! – quiseram todos.

          E milagre ficou sendo, porque uma senhora que tinha o filho doente, logo se ajoelhou do lado de fora do quarto, junto à janela, e pediu pela criança. Ao chegar em casa, depois do pedido – conta-se – a senhora encontrou o filho brincando, fagueiro.

          – Milagre!!! – repetiram todos. E o grito de “Milagre!!!” reboou por sobre montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros povoados. E logo começaram as romarias.

          Vinha gente de longe pedir! Chegava povo de tudo quanto é canto e ficava ali plantado, junto à janela, aguardando a luz da vela. Outros padres, coronéis, até deputados, para oficializar o milagre. E quando eram mais ou menos seis da tarde, hora em que o bondoso sacerdote costumava acender sua vela… a vela se acendia e começavam as orações. Ricos e pobres, doentes e saudáveis, homens e mulheres caíam de joelhos, pedindo.

          Com o passar do tempo a coisa arrefeceu. Muitos foram os casos de doenças curadas, de heranças conseguidas, de triunfos os mais diversos. Mas, como tudo passa, depois de alguns anos passaram também as romarias. Foi diminuindo a fama do milagre e ficou, apenas, mais folclore na lembrança do povo.

          O lugarejo não mudou nada. Continua igualzinho como era, e ainda existe, atrás da venda, o quarto que fora do padre. Passamos outro dia por lá. Entramos e pedimos ao português, seu dono, que vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso, que nos servisse uma cerveja. O português, então, berrou para um pretinho, que arrumava latas de goiabada numa prateleira:

          – Ó Milagre, sirva uma cerveja ao freguês!

          Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afilhado? E o português explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido.

-E por quê? – perguntamos.
- Porque era ele quem acendia a vela, no quarto do padre.

(STANISLAW PONTE PRETA. O melhor de Stanislaw Ponte Preta. 3a. Edição, Rio de Janeiro, José Olympio, 1988)

Entendendo o texto

01.  Qual é a tipologia predominante no conto?

Tipologia narrativa.

02.  Quais personagens que fazem parte dessa narrativa?

O vigário, uma senhora, uma criança, o narrador, o português e o Sebastião.

03.  Dentro deste tipo textual (conto) há que narrador?

Narrador-personagem. 

04.  Qual o cenário em que se desenrola a história?

Em uma pequena cidade.

    05.Segundo o texto, o que leva o povo a acreditar no boato do milagre?

         A prontidão para acreditar em algo que seja capaz de minorar suas dificuldades e sofrimentos.

   06. No segundo parágrafo do texto temos a caracterização do vigário. Qual classe de palavras desempenha função fundamental nesse parágrafo?

       Os adjetivos (piedoso, bom, tranquilo, amigo, simples, financiador).

    07.Justifique o uso dos parênteses no terceiro parágrafo.

         Os parênteses foram usados para inserir uma explicação a respeito de uma palavra de uso pouco corrente, utilizada no texto.

08.Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

         Uma vela sempre aparecia acesa na hora em que o vigário, quando vivo, costumava ler o seu breviário.

   09. O texto fala de uma criança que estava doente e sarou em função do pedido que a mãe fez ao vigário. O narrador tem certeza desse fato? Explique sua resposta.

         Não. Na frase: “Ao chegar em casa, depois do pedido – conta-se – a senhora encontrou o filho brincando, fagueiro” o uso do verbo contar seguido do pronome “se” indica que o sujeito é indeterminado, isto é, não se pode determinar quem conta a história, portanto não há como comprovar se o fato realmente aconteceu. Além disso, no final do texto encontramos a explicação a respeito da vela que aparecia acesa na casa do padre.

10 .Segundo o texto, o que foi necessário para oficializar o milagre?

     A vinda de outros padres, coronéis e até deputados.

11 .Em que passagem do texto temos a universalização da crença no milagre?

       “E o grito de “Milagre!!!” reboou por sobre montes e rios, vales e florestas, indo soar no ouvido de outras gentes, de outros povoados. E logo começaram as romarias.”

12.O narrador emite um juízo de valor a respeito do português. Qual é esse juízo de valor?

      O narrador afirma que o português era um ladrão pois, “…vive há muitos anos atrás do balcão, a roubar no peso…”, embora tal fato não fora comprovado. O fato dele ser um comerciante que vendia materiais à retalho é que levou o autor a emitir essa opinião.

13. Se pudesse alterar alguma situação nessa história, qual seria? Por quê?

      Resposta pessoal.

 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A CRÔNICA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 A CRÔNICA 

            Carlos Drummond de Andrade

“Crônica tem esta vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige, de quem a faz, o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico, etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou o comentário precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial, e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais que isto seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.

Entendendo o texto

Com base no texto, assinale a única alternativa correta.
1. Segundo o que se depreende do texto, para Drummond, a crônica poderia ser caracterizada como:
a. uma atividade literária em prosa, veículo de notícias sobre fatos da atualidade.
b. uma atividade jornalística, isto é, noticiário científico ou literário, apresentado em linguagem simples e agradável.
c. uma atividade literária que visa menos à especificidade e profundidade do assunto e mais ao entretenimento do leitor.
d. uma reportagem disfarçada, pois nela não se percebe “o nervosismo saltitante do repórter”.
e. uma reportagem, embora camuflada em atividade literária, na qual o jornalista não deve ser faccioso.


2. Segundo Drummond, não é exato afirmar que:
a. a crônica (geral) deve ser fruto da fantasia e da vadiagem de espírito do cronista, embora não deva tratar de trivialidades.
b. o cronista geral não é obrigado a posicionar-se corretamente diante dos grandes problemas.
c. embora haja cronistas especializados em economia, finanças, etc., o cronista geral não é obrigado a ser especialista em determinado assunto.
d. o cronista geral não pode ser confundido com repórter, porque este visa à apuração de fatos, enquanto aquele deve “circular entre os acontecimentos do dia”.
e. o cronista geral deve ser confiável, embora não precise entender de nada, ao falar de tudo.

3. Assinale a alternativa em que as duas expressões dadas, não se relacionam com o modelo de crônica apresentada por Drummond:
a. paletó-e-gravata; ponto de vista não ortodoxo.
b. nervosismo saltitante; território livre da imaginação.
c. prazo de atuação limitado; ponto de vista não trivial.
d. informação ou comentário preciso; apuração imediata do fato.
e. inclinação para o jogo da fantasia; especialização suada.

 

 

 

CRÔNICA: INFERNO NACIONAL - STANISLAW PONTE PRETA - FONTE: MARTA GERALDINI - COM GABARITO

 CRÔNICA: INFERNO NACIONAL

                 Stanislaw Ponte Preta

        Diz que era uma vez um camarada que abotoou o paletó [...] Ao morrer nem conversou: foi direto para o Inferno. Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e perguntou:

        ― Qual é o lance aqui?

       Satanás explicou que o Inferno estava dividido em diversos departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de origem. Podia ficar no departamento do país que escolhesse. Ele agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para escolher o seu departamento.

        Está claro que saiu do gabinete do Diabo e foi logo para o Departamento dos Estados Unidos, achando que lá devia ser mais organizado o inferninho que lhe caberia para toda a eternidade. Entrou no Departamento dos Estados Unidos e perguntou como era o regime.

         ― Quinhentas chibatadas pela manhã, depois passar duas horas num forno de 200 graus. Na parte da tarde: ficar numa geladeira de 100 graus abaixo de zero até às três horas, e voltar ao forno de 200 graus.

        O falecido ficou besta e tratou de cair fora, em busca de um departamento menos rigoroso. Esteve no da Rússia, no do Japão, no da França, mas era tudo a mesma coisa. Foi aí que lhe informaram que tudo era igual: a divisão em departamento era apenas para facilitar o serviço no Inferno, mas em todo lugar o regime era o mesmo; quinhentas chibatadas pela manhã, forno de 200 graus durante o dia e geladeira de 100 graus abaixo de zero, pela tarde.

          O falecido já caminhava desconsolado por uma rua infernal, quando viu um departamento escrito na porta: Brasil. E notou que a fila à entrada era maior do que a dos outros departamentos. Pensou com suas chaminhas: “Aqui tem peixe por debaixo do angu.” Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a fila era maior e os enfileirados menos tristes. O camarada da frente fingia que não ouvia, mas ele tanto insistiu que o outro, com medo de chamarem a atenção, disse baixinho:

          ― Fica na moita e não espalha não. O forno daqui está quebrado e a geladeira anda meio enguiçada. Não dá mais de 35 graus por dia.

          ― E as quinhentas chibatadas? - perguntou o falecido.

         ― Ah... o sujeito encarregado desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e cai fora.

 (Ponte Preta, Stanislaw. Tia Zulmira e eu. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. p. 175-7.)

Fonte: Profa.: Marta Geraldini

Entendendo o texto

01. Tendo por base a forma como a narrativa foi construída, responda:

a) Qual o principal desejo do protagonista?

     Ele queria ficar num lugar onde pudesse se dar bem, mesmo sendo no inferno.

b) Como o protagonista agiu para satisfazer seu desejo?

     Visitou vários departamentos do inferno antes de escolher em qual ficaria.

c) Que obstáculo o protagonista encontrou na busca da satisfação de seu desejo?

      Todos os departamento eram iguais, não havia privilégios em nenhum deles.

02. Ao sair do gabinete do Diabo, o protagonista foi direto para o Departamento dos EUA, pois pensou que encontraria por lá um inferno organizado. Por que motivo ele pensou assim?

     Porque os americanos têm a fama de serem muito organizados.

03. O que fez com que o protagonista desistisse de frequentar o departamento dos EUA?

     Os castigos dados aos seus participantes eram muitos severos segundo a sua visão.

 04. Por que o inferno era dividido em departamento, se praticamente todos eram iguais?

      Para facilitar a administração do inferno.

 05. O colega da fila do departamento brasileiro não queria explicar os motivos de haver mais gente na fila.

a) Por que ele agia assim?

    Para não chamar a atenção dos outros.

b) Provavelmente, o que ele temia?

     Que se descobrisse que no departamento do Brasil era tudo diferente dos demais departamentos.

06. Ao observar a fila na porta do departamento brasileiro, o personagem pensou: “Aqui tem peixe por debaixo do angu.” Explique o significado desse pensamento.

      Ele logo percebeu haver algo de diferente neste local.

07. Ao explicar os motivos de haver uma fila tão grande no departamento brasileiro, o personagem revela duas críticas comuns feitas em relação ao Brasil. Que críticas são essas?

     “Fica na moita e não espalha.” Isto é, não chamar a atenção dos dirigentes do local e não divulgar as mordomias que havia ali.

08. Baseando-se na ideia de que “As coisas por aqui nunca funcionam direito, por isso que o Brasil é considerado o país do jeitinho.” explique a crítica feita pelo autor.

      O brasileiro sempre quer levar vantagem em tudo. O famoso jeitinho são as propinas pagas para se ter privilégios.

09. Sabendo que uma crônica geralmente tem por traz de si a ideia de criticar algo, qual é a crítica feita pelo cronista com este texto?

    Que nós brasileiros sempre queremos levar vantagens sobre as outras pessoas, mesmo estando numa situação ruim (o inferno).

10. Explique o título da crônica.

       O inferno faz analogia ao local onde se passa a história narrada pela crônica, mas também simboliza a dificuldade que é viver num país em que todos querem levar vantagens.

 

 

 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

ATIVIDADES DE CONCORDÂNCIA NOMINAL/COLOCAÇÃO PRONOMINAL - FONTE: PROFª MARTA GERALDINI - COM GABARITO

 ATIVIDADES DE CONCORDÂNCIA NOMINAL/COLOCAÇÃO PRONOMINAL – PROFª MARTA GERALDINI

QUESTÃO 01


Faça a concordância nominal:

01. O Jasmineiro e a roseira [florescerá / florescerão].

02. Ela e o namorado [segue / seguem] sua marcha.

 03. O pai e os filhos o [acompanharam / acompanhou].

04. A instabilidade e a incerteza [confundiu-o / confundiram-no].

05. [Passaram / Passou] o medo e a angústia.

06. Esta é a herança que lhe [deu / deram] avô e pai.

07. Encontramos [caído / caídos] o prendedor e a roupa.

08. São [belos / belas] as rosas e os lírios deste canteiro.

09. Estava [deserta / deserto] a praça e o templo.

10. Usava caneta e lápis [preto / pretos].

11. Manifestou [profundo / profundos] respeito e admiração.

12. Manifestou respeito e admiração [profundas / profundos].

13. Tinha [brancas / branca] a barba e o cabelo.

14. O rapaz e o garoto eram [argentino / argentinos].

15. Onde andará [metido / metidos] Antônio e suas irmãs?

16. O chefe escolheu mãe e filha como [assessores / assessoras].

17. O macaco e a gazela fugiram [apavoradas / apavorados].

18. O menino e a menina ficaram [mudas / mudos].

19. Mantenho [vivas / viva] a esperança e a coragem.

20. Ofereci-lhe como sobremesa geleia e pão [torrados / torrado].

21. Encontramos [sujos / suja] a sala e todos os quartos.

22. A casa tinha as paredes e o telhado [enegrecida / enegrecido].

23. O dentista e o cliente estavam [gripado / gripados].

24. Encontrei Roberto e Sônia [pronto / prontos] para sair.

25. V. Exa. está [enganada / enganado], senhor vereador.

26. Muito [obrigada / obrigadas] disseram elas.

27. Muito [obrigado / obrigada] disse a mulher comovida.

28. Os rapazes disseram somente muito [obrigados / obrigado].

29. As meninas me disseram [obrigada / obrigadas].

30. A menina me disse [obrigado / obrigada].

31. As viagens ao nordeste estão [caro / caras].

32. A decisão me custou muito [caro /cara].

33. As camisas estão [barato / baratas].

34. Estas casas custam [baratas / barato].

35. As mordomias custam [cara / caro].

36. Esta viagem sairá [barato / barata].

37. As mercadorias eram [baratas / barato].

38. É [necessário / necessária] muita fé.

39. É [necessário / necessária] a ação da polícia.

40. A lealdade é [necessária / necessário].

41. É [necessário / necessária] a virtude dos bons.

42. É [proibido / proibida] conversas no recinto.

43. É [proibido / proibida] a caça nesta reserva.

44. Bebida alcoólica não é [boa / bom] para o fígado.

45. Água é [boa / bom] para rejuvenescer.

46. Água de melissa é muito [bom / boa].

47. Coalhada é [boa / bom] para a saúde.

48. A coalhada dessa padaria é [bom / boa].

49. Esta aveia é [boa / bom] para a saúde.

50. Pimenta é [boa / bom] para tempero.

51. Não é [permitido / permitida] a entrada de crianças.

52. É [permitido / permitida] entrada de crianças.

53. Bebida alcoólica não é [permitida / permitido].

54. As duplicatas [anexa / anexas] já foram resgatadas.

55. Seguem [anexa /anexas] as faturas.

56. Em [anexo / anexos] vão os documentos.

57. Segue [anexo / anexa] a biografia que pediu.

58. Seguem [inclusa / inclusas] a carta e a procuração.

59. Os processos estão [incluso / inclusos] na pasta.

60. Não tinham [bastante / bastantes] motivos para faltar.

61. As crianças estavam [bastante / bastantes] crescidas.

62. O governo destinou [bastantes/ bastante] recursos.

63. Suas opiniões são [bastante / bastantes] discutidas.

64. Há [bastante / bastantes] meses, contou-me seu segredo.

65. As matas foram [bastante / bastantes] danificadas pelo fogo.

66. As crianças estavam [bastante / bastantes] animadas.

67. Chegou mais ou menos meio-dia e [meia / meio].

68. Creio que ela ficou [meia / meio] frustrada com a notícia.

69. Tenho uma colega que é [meia / meio] ingênua.

70. Ela apareceu [meio / meia] nua.

71. Manuel está [meio / meia] gripado.

72. Acolheu-me com palavras [meio / meias] tortas.

73. A casa estava [meia / meio] velha.

74. Quero [meio / meia] porção de fritas.

75. As janelas estavam [meio / meia] fechadas.

76. Nós [mesmo / mesmos] edificaremos a casa.

77. Eles são [mesmos / mesmo] responsáveis.

78. Ela [mesma / mesmo] agradeceu.

79. Elas [mesmo / mesmas] fizeram a festa.

80. Nossas contas parecem as mais exatas [possível / possíveis].

81. Escolhemos as cores mais vivas [possível / possíveis].

82. Os juros estão o mais elevado [possível / possíveis].

83. Os quadros eram os mais clássicos [possível / possíveis].

84. Enfrento problemas o mais difíceis [possível / possíveis].

85. Enfrento problemas os mais difíceis [possível / possíveis].

86. Visitamos os mais belos museus [possível / possíveis].

87. Sua família tinha [menas / menos] riqueza que a nossa.

QUESTÃO 02

Marque com “C “ o que estiver correto e com “I” os incorretos considerando-se a colocação dos pronomes oblíquos nas frases:

a. (C) O presente é a bigorna onde se forja o futuro.

b. (C) Nossa vocação molda-se às necessidades.

c. (C ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia.

d. (C ) Macacos me mordam!

e. (C ) Caro amigo, muito lhe agradeço o favor...

f.  ( I ) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis.

g. (C) As informações que se obtiveram, chocavam-se entre si.

h. (C) Quem te falou a respeito do caso?

i.  (I ) Não foi trabalhar porque machucara- se na véspera.

j. (C) Não só me trouxe o livro, mas também me deu presente.

k. (C) Ele chegou e perguntou-me pelo filho.

l. (C) Em se tratando de esporte, prefere futebol.

m. (C) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.

n. (C) O torneio iniciar-se-á no próximo Domingo.

o. (I ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.

p. (C ) Os alunos nos surpreendem com suas tiradas espirituosas.

q. (C ) Os amigos chegaram e me esperam lá fora.

r. (I ) O torneio iniciará-se no próximo domingo.

s. (I ) oferecida-lhes as explicações, saíram felizes.

t. (I ) Convido-te a fazeres-lhes, essa gentileza.

u. (C ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.

v. (C ) É possível que o leitor nos não creia.

x. (C ) A turma quer-lhe, fazer uma surpresa.

z. (I ) A turma havia convidado-o para sair.

y. (C ) Ninguém podia ajudar-nos naquela hora.

w. (I ) Algumas haviam-nos contado a verdade.

 

QUESTÃO 03

Assinale a frase com erro de colocação pronominal:

a)   Tudo se acaba com a morte, menos a saudade.

b)    Com muito prazer, se soubesse, explicaria-lhe tudo.

     c) João tem-se interessado por suas novas atividades.

    d) Ele estava preparando-se para o vestibular de Direito.

QUESTÃO 04

Assinale a frase com erro de colocação pronominal:

a) Tudo me era completamente indiferente.

b) Ela não me deixou concluir a frase.

c) Este casamento não deve realizar-se.

d) Ninguém havia lembrado-me de fazer as reservas.

 

 

 

 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ATIVIDADES DE CONCORDÂNCIA VERBAL - FONTE: PROFª MARTA GERALDINI - COM GABARITO

 ATIVIDADES  DE CONCORDÂNCIA VERBAL – COM GABARITO

 Faça a concordância verbal conforme as regras estudadas:


01. [Fazem / Faz] hoje precisamente sete anos.

02. [Faz / Fazem] três anos que estou morando aqui.

03. Por cima do fogão [deviam / devia] haver fósforos.

04. Na cidade [havia / haviam] poucos médicos.

05. [Vai / Vão] haver grandes festas.

06. Nas fazendas [haveriam / haveria] verduras frescas.

07. Hoje [é / são] dez de setembro.

08. Nossa! Já [é / são] meia-noite.

09. Hoje [é / são] dia dois de abril

10. Na minha turma [havia / haviam] alunos brilhantes.

11. O pessoal não [gostaram / gostou] da festa.

12. A turma [gostou / gostaram] da aula de ontem.

13. Um bloco de foliões [animavam / animava] a festa.

14. Uma porção de índios [surgiram / surgiu] do nada.

15. O povo [aclamou / aclamaram] o candidato.

16. A multidão [invadiu / invadiram] o campo.

17. Os Andes [fica / ficam] na América do Sul.

18. Os Lusíadas [tornaram / tornou] Camões imortal.

19. Imigrantes [agradou / agradaram] os telespectadores.

20. Três Mosqueteiros [são / é] de Alexandre Dumas.

21. Vossa Excelência [agiu / agistes] com moderação.

22. Vossa Senhoria [está / estais] melhor agora?

23. Vossa Senhoria [continuais / continua] zangado comigo?

24. [Chegava / Chegavam] a multidão de passageiros.

25. Minhas férias [é / são] um período de descanso.

26. Frases [é / são] o sujeito da oração.

27. Lágrimas /são] coisa que ele não tem

28. Somos nós quem [levamos / leva] o prejuízo.

29. Fui eu quem [enviei / enviou].

30. Foste vós quem [falou / falastes].

31. Foram eles quem [escreveu / escreveram].

32. Eram elas que [fazia / faziam] a limpeza.

33. Fomos nós que [pichou / pichamos] o muro.

34. Fui eu que [espalhei / espalhou] os boatos.

35. Foste tu que [saíste / saiu].

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

CARTA: CLARA (FRAGMENTO) - SUZANA VARGAS - LIVRO PORTA A PORTA - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Carta: Clara (fragmento)

      Rio, mês de março

        Clara, amiga...

     Não é milagre. Decidi escrever pra você só por um motivo: é que hoje não fui à aula, teve greve de ônibus e fiquei por aqui mesmo, olhando para as paredes e ouvindo as reclamações da minha mãe por causa da bagunça que eu faço sempre que estou em casa. Tenho um monte de coisas pra fazer e nenhuma vontade de nada. Tudo o que eu havia planejado foi por água abaixo: encontrar o Dani depois da aula, capoeira, ginástica, etc. etc. etc.

        [...]

        E você? Finalmente pergunto por você! Como vai aí no mato?

        Francamente! Não sei como você aguenta. Já ficou com aquele garoto da última carta? Tem algum gatinho na tua turma? Pô! Escreve pra mim! Olha, eu amo receber cartas e ninguém me escreve...

       Suzana Vargas, publicada no livro Porta a porta, de Roseana Murray e Suzana Vargas. São Paulo: Saraiva. p. 47.

         Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 21.

Entendendo a carta:

01 – A carta é escrita em que registro: formal ou informal? Justifique sua resposta considerando a situação de comunicação.

      A carta é escrita em registro informal porque é uma correspondência entre duas amigas; a menina escreve de maneira solta, sem formalidade, como se estivesse conversando com a amiga.

02 – O que significa a expressão “foi por água abaixo”?

      Deu errado; não se realizou.

03 – Por que os planos da menina foram por água abaixo?

      Porque ela não pôde ir à aula, por causa da greve de ônibus.

04 – Pronuncie em voz alta as palavras: água, aguenta e ninguém. Em qual delas ocorre um dígrafo, isto é, duas letras representam um só fonema? Destaque o dígrafo.

      Ninguém.

05 – Repare: água, guarda, guaraná. Nesses casos, o u é pronunciado. Qual seria a regra para a pronúncia do u?

      Quando o encontro gu vem seguido de a, pronuncia-se o u.

06 – Observe agora: ninguém, águia, guerra, guitarra. Ocorre dígrafo nessas palavras? Por quê?

      Sim, ocorre dígrafo, porque as letras gu são pronunciadas como um único fonema /g/. Nesses casos, gu vem seguido de e e i.

07 – Compare ninguém e aguenta. Nessas duas palavras ocorre a mesma sequência de letras: gue. Nesses casos, é nossa experiência de falantes da língua portuguesa que nos mostra como pronunciá-las. Explique a afirmativa.

      Embora ocorra a mesma sequência de letras, sabemos, pela nossa experiência de falantes, que em ninguém há um dígrafo e em aguenta o u é um ditongo.

 

 

TIRINHA: RUBENS BUENO - VERBO - COM GABARITO

 Tirinha: Rubens Bueno


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Rubens Bueno. Disponível em: www.ivoviuauva.com.br/olha-amor-roubaram-nosso-carro. Acesso em: 2 abr. 2018.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 52.

Entendendo a tirinha:

01 – O que a mulher relata?

      Ela diz que roubaram o carro deles.

02 – Com base na oração “Roubaram nosso carro” e na narrativa completa, o que se pode deduzir sobre quem cometeu o roubo?

      Não se conhece ou não se sabe quem o cometeu.

03 – Nesse contexto, seria importante revelar quem cometeu o crime? Por quê?

      Não, porque o mais importante era chamar a atenção para o que aconteceu: o roubo do carro.

04 – Em que forma o verbo roubar aparece?

      O verbo está na terceira pessoa do plural. Retome a flexão dos verbos, já estudada pelos alunos.

05 – Por que inicialmente o homem aparenta estar tranquilo apesar da notícia?

      Porque ele acredita estar protegido contra o roubo, já que instalou um sistema de segurança no carro.

06 – Como se pode explicar o humor da tirinha?

      O humor resulta do fato de que o sistema de segurança se tornou inútil, já que o controle que o acionaria estava dentro do carro roubado.

TIRINHA: COLETIVOS(SUBSTANTIVOS) - ADÃO ITURRUSGARAI - COM GABARITO

 Tirinha: Coletivos

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Adão Iturrusgarai. Disponível em:
http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2005/04/30/32. Acesso em: 20 out. 2017.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 64.

Entendendo a tirinha:

01 – Em sua opinião, por que o título da tirinha é Coletivos?

      O título refere-se aos nomes que indicam os grupos de animais mostrados em cada quadro da tirinha.

02 – No último quadrinho, o que seria esperado de acordo com a lógica do texto?

      O esperado seria que fosse usado o nome equivalente a um conjunto de abelhas.

03 – Qual seria, de fato, o coletivo de abelha? Se necessário, faça uma breve pesquisa.

      Enxame.

04 – Por que a tirinha se torna divertida?

      Porque, ao final, sabemos que um conjunto de abelhas não é apenas um enxame, mas, sim, uma “enrascada”, ou seja, um grande problema, já que representa um perigo para as pessoas ao redor. Neste caso, o humor joga com a quebra de expectativa. Espera-se o coletivo e aparece um substantivo que indica um julgamento, uma apreciação.

NOTÍCIA: PROJETO COM AULAS DE DANÇA PARA CADEIRANTES ABRE TURMA PARA ADULTOS - GABRIEL MENEZES - COM GABARITO

 Notícia: Projeto com aulas de dança para cadeirantes abre turma para adultos

           Atividade, promovida pela Escola Carioca de Dança, na Tijuca, é gratuita

Gabriel Menezes

24/05/2018 - 04:30


        RIO — Desde 2012, a dança vem transformando a vida de crianças e jovens cadeirantes na Tijuca. Elas são participantes do projeto “Carioca sobre rodas”, da Escola Carioca de Dança, que promove aulas gratuitas de dança de salão nas quais eles interagem com alunos sem deficiência. A iniciativa deu tão certo que a escola abrirá, mês que vem, a sua primeira turma para adultos.

        — Além de ser uma oportunidade muito grande de inclusão e interação entre os alunos andantes e cadeirantes, a dança proporciona enormes benefícios físicos e mentais. Muitos participantes, hoje, conseguem manusear a sua cadeira com muito mais facilidade e ganharam confiança para sair sozinhos às ruas — explica Marcelo Martins, diretor da escola.

        Ele assumiu a coordenação do projeto no ano passado, desde que a sua idealizadora, Viviane Macedo, pentacampeã brasileira de dança esportiva em cadeira de rodas, precisou se afastar por motivos de saúde.

        Com 21 anos, Mariana Chaves é aluna do projeto há seis.

        — A dança teve um impacto muito grande na minha vida. Hoje eu sou outra. Fiquei muito menos tímida e ganhei confiança — conta.

        O mesmo ocorreu com Vinícius Rangel Valentim, de 18 anos, também cadeirante, que frequenta o projeto praticamente desde o início. Morador de Maricá, ele vai de ônibus com a mãe todos os sábados até a Tijuca para as aulas.

        — A dança é tudo para mim. Ela melhorou o meu jeito de tocar a cadeira e o meu condicionamento físico — destaca.

        Já o químico aposentado Everaldo Ferreira, que frequenta as aulas regulares da escola, entrou para o projeto há cerca de um ano. Ele conta que o contato com os alunos cadeirantes tem sido um experiência muito gratificante.

        — As pessoas podem achar que nós (os alunos andantes) é que estamos ajudando a integrar esses jovens, mas, a realidade é que eles nos mostram um universo totalmente novo. É uma troca muito grande, em que ambas as partes ganham — frisa.

        Os interessados em se inscrever podem ir na escola ou ainda fazer a inscrição via telefone, pelo número 2288-1173. As aulas para crianças e adolescentes são aos sábados, das 9h às 11h. Já as aulas para adultos, que ainda não têm data para começar, serão realizadas aos sábados, das 11h às 13h. As aulas são ministradas por duas professoras formadas na própria escola e contam com a participação de uma assistente social.

Disponível em: www.oglobo.globo.com/rio/bairros/projeto-com-aulas-de-dança-para-cadeirantes-abre-turma-para-adultos-22706776. Acesso em: 5 jun. 2018.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 45-6.

Entendendo a notícia:

01 – De que assunto trata a notícia? Qual é a principal característica do projeto?

      De aulas de dança para cadeirantes. Alunos cadeirantes interagem com aqueles que não têm problema de locomoção.

02 – Quais pessoas falam em discurso direto na notícia? Aponte seus nomes, profissões e a relação que mantêm com o projeto.

      Marcelo Martins, diretor da escola; Mariana Chaves, aluna cadeirante de 21 anos que, até a data da publicação da notícia, participava do projeto havia seis anos; Everaldo Ferreira, químico aposentado, não cadeirante, que entrou para o projeto um ano antes de publicada a notícia.

03 – Como se sabe que tais falas estão em discurso direto?

      Porque vêm após um travessão e estão em 1ª pessoa.

04 – O repórter foi cuidadoso ao escolher quem falaria na notícia? Por quê?

      Sim, ele foi cuidadoso, porque ouviu pessoas diferentes, que mostram os vários lados da questão: o diretor da escola, responsável pela condução do projeto, uma aluna cadeirante e um aluno “andante”.

05 – Releia o trecho a seguir.

        “Já o químico aposentado Everaldo Ferreira, que frequenta as aulas regulares da escola, entrou para o projeto há cerca de um ano. Ele conta que o contato com os alunos cadeirantes tem sido (uma) experiência muito gratificante.”

a)   Quem fala nesse trecho? Justifique sua resposta.

O repórter. Sabe-se disso porque o trecho está em 3ª pessoa e relata o que aconteceu em relação a um dos envolvidos.

b)   No trecho destacado, como foi citada a fala do aluno? Que expressão introduz a fala dele?

Foi citada em discurso indireto, dentro da fala do repórter. “Ele conta que...”.

c)   Escreva de outra forma a citação da fala do aluno.

Ele conta: “O contato com alunos cadeirantes tem sido (uma) experiência muito gratificante”. Poderia ser usado o travessão no lugar das aspas.