sexta-feira, 18 de setembro de 2020

CRÔNICA: ESTOJO ESCOLAR - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO

 Crônica: Estojo escolar

                    Carlos Heitor Cony

     Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.

      Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática. E um laptop da mesma época que começa a me deixar na mão. Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

         No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

         Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

         Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo. Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.

        Na tampa que protegia estojo e cheiro havia gravado um ramo de rosas muito vermelhas que se destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada podia ser mais bonito.

       O notebook que agora abro é negro, não tem rosas na tampa e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

 CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009. Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2019.

ENTENDENDO A CRÔNICA

1) No Texto, o sentido denotativo e o sentido conotativo convivem. O trecho do texto em que há somente denotação é:

(A) “Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas”.

(B) “Minhas necessidades são mais modestas”.

(C) “contemporâneo das cavernas da informática”.

(D) “retirei das entranhas de isopor o novo notebook e coloquei-o em cima da mesa.”

(E) “houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar.”

2) Com base na leitura de todo o Texto, entende-se que ele tem como foco a contraposição entre

(A) cheiro de notebook e cheiro de estojo

(B) requinte e simplicidade

(C) sociedade e indivíduo

(D) presente e passado

(E) trabalho e lazer

3) A partir da frase que finaliza o Texto – “Acho que piorei de estojo e de vida” –, constata-se que o autor

(A) comportava-se de modo nostálgico.

(B) era fortemente apegado ao objeto.

(C) carregava consigo objetos inusitados.

(D) tinha muito cuidado com seus pertences.

(E) apresentava um perfil marcado pelo egoísmo.

 

4) O termo mastodôntico, em “tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática”, pode ser substituído, sem prejuízo do sentido do trecho, por

(A) enorme

(B) potente

(C) grotesco

(D) funcional

(E) imponente

 

5) No que diz respeito à norma-padrão da língua, a frase cujo verbo em destaque apresenta regência adequada é:

(A) A lembrança da infância implica na volta de bons momentos.

(B) Estojos de madeira e lápis coloridos eram os objetos que os alunos mais gostavam.

(C) As minhas mais marcantes lembranças sempre chegam aonde vou.

(D) Quando necessário, os instrutores assistem aos usuários da nova tecnologia, e essa ajuda é fundamental para muitos.

(E) Os alunos de hoje preferem mais o laptop do que lápis e canetas.

 

6) Releia o trecho abaixo.

    Tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das cavernas da informática.

a)   Considerando o contexto, qual é o sentido da palavra destacada?

Gigantesco.

b)   Ainda nesse mesmo contexto, por que o cronista diz que seu “PC mastodôntico” é “contemporâneo das cavernas da informática”?

Porque ele é muito antigo. O cronista usa a expressão “cavernas da informática” para sugerir um tempo muito antigo, o tempo das cavernas.

7)   Em relação ao trecho transcrito na questão anterior, responda às questões.

a)   Trata-se de uma oração? Por quê?

Identifique os elementos que justificam sua resposta.

Sim, é uma oração porque é um enunciado organizado em torno de um verbo, tenho.

O sujeito é eu, sujeito oculto (ou desinencial) e o predicado é “tenho um PC mastodôntico contemporâneo das cavernas da informática”.

 

b)   Em que pessoa verbal o trecho está escrito? A mesma pessoa se mantém no restante do texto? Justifique com mais dois exemplos.

Está escrito na 1ª pessoa, que se mantém em todo o texto.

Exemplos: vi, eu receberia, me (ajudar), minhas (necessidades), etc.

 

c)   Que efeito de sentido o uso dessa pessoa verbal produz no texto? De que forma isso se relaciona aos assuntos tratados?

O efeito é de subjetividade. O autor conta alguma coisa que lhe aconteceu recentemente, mas também narra lembranças.

Todo os acontecimentos são observados de acordo com seu próprio ponto de vista.

8)   Para responder às questões a seguir, releia o terceiro parágrafo do texto.

a)   Reconstitua a sucessão de acontecimentos do parágrafo, indicando o aconteceu em cada um dos três momentos seguintes.

·        O que o cronista recebeu no sábado?

Recebeu um embrulho.

·        O que ele fez?

Depois de muito lutar com o pacote, abriu a caixa e retirou seu novo notebook.

·        O que aconteceu de repente?

De repente, houve um corte em sua memória e ele se viu com 5 anos, diante de seu estojo escolar.

 

b)   Essa sucessão de acontecimentos caracteriza que tipo de sequência?

Narrativa.

c)   Quais foram os três marcos temporais usados para assinalar a sucessão dos acontecimentos?

“No sábado”, “depois” e “de repente”.

         9) Releia a última frase da crônica.

              Por que, em sua opinião, o autor diz que piorou de estojo e de vida?” Associe sua resposta à compreensão dos parágrafos anteriores.

Resposta pessoal.

Sugestão: A crônica faz uma comparação entre sua vida no passado e no presente, valorizando positivamente o que ele tinha no passado.  Ao relembrar o estojo, ele o compara ao notebook impessoal que comprou e considera que o estojo tinha suas qualidades. Da mesma forma, sua vida era mais simples e feliz.

10)Entre as características a seguir, quais caracterizam o texto lido como uma crônica? Assinale-as.

a)   Relata um fato atual, apresentando dados objetivos e depoimentos dos envolvidos.

b)   Usa um fato trivial, comum, para falar de emoções, sentimentos e impressões pessoais.

c)   Serve-se de comparações e outros recursos expressivos de valor literário, ainda que utilizando o registro informal.

d)   Dirige-se ao leitor para relembrar acontecimentos e comprovar um ponto de vista usando linguagem formal e culta.

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): NÃO PERCA AS CRIANÇAS DE VISTA - O RAPPA - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades):  NÃO PERCA AS CRIANÇAS DE VISTA

                                                                                   O RAPPA

Compartilhar no FacebookCompartilhar no Twitter

Pra enxergar o infinito
Debaixo dos meus pés
Não basta olhar de cima
E buscar no escuro, no obscuro
A sombra que me segue todo dia

Deixo quieto
e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir

Os jornais não informam mais
E as imagens nunca são tão claras
Como a vida
Vou aliviar a dor e não perder
As crianças de vista

Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista

Família, um sonho ter uma família
Família, um sonho de todo dia

Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia

Esta letra foi retirada do site- http://letras.terra.com.br/o-rappa/346271/ e tambémhttp://www.youtube.com/watch?v=PUgmD8WNGVQ&feature=player_embedded

 

ENTENDENDO A CANÇÃO

1)   O título da canção do Rappa indica que tipo de sentimento?

O sentimento de proteção às crianças de tê-las sempre por perto para vigiá-las, cuidar e proteger.

 

2)   Qual o significado do trecho “Deixo quieto/E seguro as páginas dos sonhos que não li.”?

Ele relaxa um pouco, não se preocupa com a realidade e se apega em seus sonhos.

 

3)   Qual a mensagem que a canção nos mostra sobre a família?

A família é quem você escolhe para viver e não precisa ter laços sanguíneos, é preciso haver sintonia.

 

4)   O título desta canção nos serve de alerta, por quê?

Porque esquecemos de olhar a parte frágil da família que são as crianças, pois elas assimilam o que acontece na casa.

CRÔNICA: VENDO COM OS OUVIDOS - JOSÉ ROBERTO TORERO - COM GABARITO

 

CRÔNICA: Vendo com os ouvidos



Sucesso que os rádios de todos os tipos fazem em Arapiraca tem motivos variados, inclusive o "vistal"


JOSÉ ROBERTO TORERO


VIAJADO LEITOR , rodada leitora, depois de andar 2.753 km pelas esburacadas estradas brasileiras, finalmente cheguei a Arapiraca para ver uma das partidas de abertura da Série C do Brasileiro. O jogo era ASA (Associação Sportiva Arapiraquense, para os íntimos) x Petrolina.


Eu poderia falar dos bons acarajés vendidos no estádio, da lama do gramado, do quase milagroso goleiro Genílson, do Petrolina, que defendeu até pênalti, do resultado de 1 a 0 para o time local, dos salários dos jogadores (entre R$ 1.500 e R$ 2.000, não tão ruins quanto eu esperava) ou dos torcedores-ciclistas que assistem ao jogo sobre suas bicicletas. Mas o que mais me impressionou foram os rádios. Muitos torcedores assistiram ao jogo com seus aparelhos grudados ao ouvido. Muitos mesmo. É uma mania local. Mania que já foi comum no Sul e no Sudeste, mas que hoje é exceção na parte de baixo do país.
Vi rádios de todos os tipos pelo estádio Coaracy da Mata Fonseca: pretos, prateados e coloridos, modernos e antigos, pequenos como um celular e grandes como um notebook. Alguns torcedores os escutavam bem colados ao ouvido, outros preferiam deixá-lo um tanto longe e com o volume no máximo. Mas os do lado não se incomodavam. Pegavam carona.
Os motivos para o sucesso do rádio em Arapiraca são variados. A resposta mais comum foi que, como os times mudam muito de jogador hoje em dia, só assim se pode saber o nome de quem está com a bola.
Mas houve outras, várias outras. Antonio Feliciano Sobrinho, 71, tem uma razão vital. Ou melhor, vistal. "É que os meus olhos andam meio ruins, só assim que eu sintonizo quem é quem."
Antonio Barbosa, que gastou R$ 45 num vistoso Motobras, diz que o rádio é bom porque assim ele fica sabendo o que está acontecendo nos outros jogos da rodada.
Cícero da Silva, 44, que está em seu oitavo rádio, escuta-o num tom altíssimo e grita para conversar com os que estão à sua volta. Sua explicação é que o rádio deixa o jogo mais animado, com mais emoção.
Valdir Francisco, 43, já é caso de "audiente fanaticus". É apaixonado por AM desde seu primeiro Motoradio. E mesmo agora, com um moderno aparelho, continua ouvindo rádio das 20h às 24h, todos os dias.
José Cavalcanti, 43, teoriza e diz que há dois tipos de torcedores: o que assiste aos jogos e o que acompanha futebol. Ele se considera do segundo grupo e por isso acha o rádio fundamental. Só assim ele pode acompanhar o entorno do futebol, as opiniões, quem está entrando na partida, quem está saindo, e por quê.
Em seu pequenino Livstar, Cavalcanti também gosta de ouvir entrevistas. "É para ver se os técnicos e os jogadores têm um bom retrato da partida." Porém, curiosamente, na hora daquele longo gooooool dos locutores brasileiros, ele não escuta seu aparelho. "Aí a gente está comemorando, até tira ele do ouvido."
Mas a resposta mais eloquente talvez tenha sido a de um senhor de uns 60 anos que nem quis escutar minha pergunta. Com o radinho colado ao ouvido, ele me disse: "Você me desculpe, mas agora não posso falar, viu? Tenho que escutar o que eu estou vendo".

São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008 Folha de S.Paulo Esportetorero@uol.com.br

ESTUDO DO TEXTO

1)   O texto inicia relatando uma viagem.    

      a)   Por que o autor do texto foi para Arapiraca?

     Para assistir a uma partida de futebol.

 b)   Essa cidade era distante de onde ele estava? Como o leitor fica sabendo disso?

     Sim. O autor utiliza o advérbio “finalmente” para dizer que andou 2753 Km.

 c)   Como o autor qualifica as estradas?

          O que ele deixa transparecer nesse modo de qualificar?  

             Qualifica como esburacadas. Ele faz uma crítica ao mau estado de conservação das estradas brasileiras.   

      2)   O jogo ocorreu no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, na cidade de Arapiraca, e fazia parte do Campeonato Brasileiro da Série C.

a)   Que times estavam competindo? Você já ouviu falar deles?

ASA (Associação Sportiva Arapiraquense) x Petrolina.

Resposta pessoal.

 b)   Esses times estão entre os principais da cidade? Com base no texto, é possível afirmar que esses times têm torcida?

Sim, o narrador afirma que havia muitos torcedores no estádio.   

3)   Releia este trecho do segundo parágrafo.

“Eu poderia falar dos bons acarajés vendidos no estádio, da lama do gramado, do quase milagroso goleiro Genilson, do Petrolina, que defendeu até pênalti, do resultado de 1 a 0 para o time local, dos salários dos jogadores (entre R$1.500 e R$2.000, não tão ruins quanto eu esperava) ou dos torcedores ciclistas que assistem ao jogo sobre suas bicicletas.[...]

           a)   O que o autor considera curioso em relação ao uso da bicicleta pelos torcedores?

O fato de assistirem a partida em cima de suas bicicletas.

b)   Que outros detalhes são enumerados no trecho?

A venda de acarajé no estádio, a lama do gramado, a situação do goleiro do time do Petrolina, o resultado do jogo e o salário dos jogadores.    

4)   Qual o assunto principal do texto?

                O hábito de ir ao estádio com um rádio de pilha.

 5)   Conforme o autor, “os motivos para o sucesso do rádio em Arapiraca são variados”.

a)   Um dos espectadores adverte que há dois tipos de torcedores: “o que assiste aos jogos e o que acompanha futebol”. Qual é a diferença entre esses tipos?

O primeiro apenas se interessa pelas partidas em si, pelo que acontece dentro de campo, enquanto o segundo se interessa pelos bastidores, pelas notícias sobre o esporte, pela opinião dos técnicos, etc.

b)   Para outro torcedor, o rádio torna a partida mais animada e emocionante. Em sua opinião, por que isso ocorre?

Resposta pessoal.

c)   O que motivos tão diferentes revelam sobre o uso do rádio no estádio?

Revelam que o rádio tinha funções importantes, era essencial para aqueles torcedores, que o utilizavam por diferentes motivos.

d)    Qual seria a importância do rádio para os torcedores que não estão no estádio?

Ele permite acompanhar a narração do jogo e os comentários dos jornalistas e repórteres que estão no estádio.

EDITORIAL: GENTILLI, A CENSURA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO - VICTOR AMATUCCI - COM GABARITO

 EDITORIAL: GENTILLI, A CENSURA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Qualquer discussão, para que posso ocorrer de maneira civilizada, precisa de bases comuns das quais partir. Vamos estabelecer então algumas definições, a fim de identificar se a condenação do humorista ele foi condenado por injúria.

Injúria (substantivo feminino): ato ou efeito de injuriar. Injustiça, aquilo que é injusto; tudo o que é contrário ao direito. Dito ou ato insultuoso, ofensivo. Ato ou efeito de danificar; dano. JURÍDICO (TERMO) ilícito penal praticado por quem ofende a honra e a dignidade de outrem.

Para efeitos práticos, o que nos serve de definição são os itens 3, 4 e 5, ou seja, “ato insultoso, ofensivo”, que causou dano à honra e dignidade da deputada. Ao menos é isso que está implícito quando se diz que ele foi condenado por injúria (se a justiça entendesse que ele não ofendeu, ele seria inocentado). Ok, isso é óbvio. Verifiquemos, então, o que significa “liberdade de expressão”. Diz a Constituição Federal, em seu artigo 5º:

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou a imagem.

 

E quais os fatos que levaram à condenação?

 O humorista foi notificado, extrajudicialmente, por uma deputada. Ela pedia que ele retirasse de seu Twitter algumas declarações que considerou ofensivas. A Constituição afirma que é livre a manifestação do pensamento, mas que é assegurado o direito de resposta, além de indenização por dano material, moral ou à imagem. O que fez o humorista ao receber a notificação?

Ele não se manifestou publicamente através de nota ou advogado. Ele não escreveu um tweet. Ele fez um vídeo e publicou. No vídeo, ele pega a notificação rasga, coloca dentro da cueca, tira da cueca, coloco num envelope, escreve “com cheirinho especial” e põe no correio de volta.

O que é Censura?

Censura (substantivo feminino): ação ou efeito de censurar. Análise, feita por censor, de trabalhos artísticos, informativos, etc.,ger. Com base em critérios morais ou políticos, para  julgar a conveniência de sua liberação à exibição pública, publicação ou divulgação. POR METONÍMIA restrição à publicação, exibição, et., feita com base nessa análise. POR METONÍMIA comissão ou repartição encarregada dessa análise.

VictorAmatucci.abr 12, 2019. Editorial, Todas. Disponível em: https://www.imprenca.com/2019/04/12/editorial-gentilli-a-censura-e-liberdade-de-expressao/.Acesso em: 23/07/2020.

ENTENDENDO O EDITORIAL

1)   Qual fato ocorreu em torno da produção desse editorial?

A condenação judicial do humorista Danilo Gentilli por uma suposta ofensa a uma deputada brasileira.

 

2)   O texto apenas relata os fatos ou apresenta uma opinião a respeito da questão tratada?

Também apresenta opinião uma vez que é característica do gênero textual editorial.

3)   Transcreva a opinião do autor em relação ao fato relatado.

“Qualquer discussão, para que possa ocorrer de maneira civilizada, precisa de algumas bases comuns das quais partir”.

 “...censura é uma análise feita antes da publicação de qualquer coisa, não depois. A condenação, portanto, não pode ser chamada de censura.”

 “Depois ele publicou um vídeo obviamente ofensivo”.

 “O vídeo não sofreu censura.”

4)   Qual é o seu posicionamento sobre a condenação de Danilo Gentilli? Você acredita que ele feriu o limite da liberdade de expressão ou foi apenas censurado?

         Resposta pessoal.

5)   Qual é o limite entre a liberdade de expressão e a ofensa?

A liberdade de expressão não deve ser defendida apenas para as pessoas que pensam igual a você. Sentir-se ofendido é algo pessoal. Considerando que o condenado em questão é um humorista, suas piadas podem ofender uma pessoa e outra não.

Todos têm a liberdade de expressão, de opinião e manifestação, pois não pode haver a censura prévia, ou seja, você não pode ser impedido de dizer algo, mas deve estar consciente que se alguém sentir-se ofendido, terá o total direito de se defender inclusive judicialmente e será ela, a justiça, que decidirá se você cometeu um crime de calúnia, injúria, difamação.

A Constituição afirma que é livre a manifestação do pensamento, as que é assegurado o direito de resposta, além de indenização por dano material, moral ou à imagem.

 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): BROTO LEGAL - CELLY CAMPELLO - COM GABARITO

 Música(Atividades): Broto Legal

                      Celly Campello

Olha que broto legal
Garoto fenomenal
Fez um sucesso total
E abafou no festival
E quando ele entrou
O broto logo me olhou
Pra mim sorrindo piscou
E pra dançar então tirou

O broto então
Se revelou
Mostrou ser maioral
A turma toda até parou
No rock'n roll
Nós dois demos um show

Puxei o broto pra cá
Virei o broto pra lá
A turma toda gritou
Rock'n roll!
E rock continuou

Olha que broto legal
Garoto fenomenal
Fez um sucesso total
E abafou no festival
E quando ele entrou
O broto logo me olhou
Pra mim sorrindo piscou
E pra dançar então tirou

O broto então
Se revelou
Mostrou ser maioral
A turma toda até parou
No rock'n roll
Nós dois demos um show

Puxei o broto pra cá
Virei o broto pra lá
A turma toda gritou
Rock'n roll!
E rock terminou
E rock terminou

Composição: H. Earnhart / Renato Corte Real.

Entendendo a canção:

01 – A letra da canção trata de um evento envolvendo jovens. Qual é ele?

      Um festival ou uma festa com dança.

02 – No contexto dessa canção, a palavra broto é uma gíria. O que ela significa?

      Uma pessoa jovem, geralmente bonita.

03 – Qual o sentido comum de broto? Existe alguma semelhança entre esse sentido e o da gíria?

      A noção de algo novo é a ideia comum aos dois sentidos de broto; na canção, indica uma garota jovem; fora dela, costuma significar o estágio inicial de uma planta.

04 – A gíria broto, que já foi muito utilizada pelos jovens, hoje está em desuso. Que outra gíria tem sido usada no lugar dela?

      Mina, gata, etc.

 

POEMA: MINHA SOMBRA - JORGE DE LIMA - COM GABARITO

 Poema: MINHA SOMBRA

        Jorge de Lima

De manhã
a minha sombra
Com meu papagaio e o meu macaco
Começam a me arremedar.
E quando saio
A minha sombra vai comigo
Fazendo o que eu faço
Seguindo os meus passos.

Depois é meio-dia.
E a minha sombra fica do tamaninho
De quando eu era menino.
Depois é tardinha.
E a minha sombra tão comprida
Brinca de pernas de pau.

Minha sombra , eu só queria
Ter o humor que você tem,
Ter a sua meninice,
Ser igualzinho a você.

E de noite quando escrevo,
Fazer como você faz,
Como eu fazia em criança:
Minha sombra
Você põe a sua mão
Por baixo da minha mão,
Vai cobrindo o rascunho dos meus poemas
Se saber ler e escrever.

Jorge de Lima

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, a sombra imita o menino:

a)   De manhã.

b)   Ao meio-dia.

c)   À tardinha.

d)   À noite.

02 – Que tema é abordado no poema?

      Saudades da infância.

03 – O eu lírico conta algo que:

a)   Está acontecendo no presente.

b)   Aconteceu em um passado bem próximo.

c)   Aconteceu num passado distante.

d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

04 – Em que versos o eu lírico revela que gostaria de ser alegre como na infância?

      “Minha sombra, eu só queria
       Ter o humor que você tem,
       Ter a sua meninice,
       Ser igualzinho a você.”

05 – Quem era a sombra no poema?

      A criança que era o eu lírico.

 

QUADRO: MULHER EM LÁGRIMAS - PABLO PICASSO - COM GABARITO

 

Quadro: Mulher em lágrimas



  PICASSO, Pablo. Mulher em lágrimas. Óleo sobre tela: color, 60x49cm, Tate Gallery, Londres.

Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 79-80.

Entendendo o quadro:

01 – Que figura está representada nessa obra?

      Uma figura feminina.

02 – O que a expressão do rosto do personagem está sugerindo?

      Tristeza profunda, desespero, dor, sofrimento, angústia, aflição extrema, tormento.

03 – Que motivos podem levar alguém a chorar assim?

      A perda de alguém.

04 – Você conhece outras obras de Pablo Picasso? Quais? Comente-as.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Como foi representada a figura humana?

      Toda desarticulada, quebrada, com os olhos fora das órbitas.

06 – Observe as cores. São suaves ou não?

      Há muitas cores: vermelho, roxo, laranja, verde, amarelo, branco. Todas são gritantes.

07 – Que elementos o quadro podem sugerir a ideia de morte?

      O chapéu, a cor roxa, o amarelo da pele do rosto, a roupa preta.

08 – É possível reconhecer uma face humana na tela. No entanto, essa forma de representa-la revela traços de semelhança tal como a fotografia? Explique.

      Não. A face parece convertida a uma espécie de ser monstruoso.

09 – Por que o artista escolheu esta “algazarra colorida” para representar a dor, a morte, o luto?

      A explosão de cores pode significar uma forma desesperada de gritar, de protestar, de dor.

 

 

REPORTAGEM: LENÇÓIS MARANHENSES - LU GOMES - REVISTA VIAGEM E TURISMO - COM GABARITO

 Reportagem: Lençóis Maranhenses

                     Lu Gomes

          Viajar é, ao mesmo tempo, uma diversão e um aprendizado. Em uma viagem, sempre tomamos contato com alguma novidade: um modo de vida diferente do nosso, uma beleza natural ou um pouco de história.

          As viagens ampliam nossa capacidade de ver e de compreender o mundo, a vida e as pessoas. E, quando não podemos viajar, a leitura é a melhor forma de conhecer lugares interessantes.

        A pista de concreto rachado vai chegando aos pedaços e o bimotor pousa trepidando no “aeroporto” de Barreirinhas, no sertão do Maranhão.

        [...]

        Esta modorrenta cidade está atraindo visitantes de todos os cantos do Brasil e sua fama já se propaga pelo exterior. Deve ser enrolado para um francês pronunciar o nome Barreirinhas, mas ele consegue e está vindo para cá. Quanto aos alemães, então, nem se fala – já existe até panfleto turístico traduzido para a língua de Goethe. Plantada numa curva do Rio Preguiça, Barreirinhas finalmente está entrando para o mapa turístico nacional e o seu progresso é visível: a pista de pouso está sendo estendida para 1.100 metros para suportar aviões de maior capacidade, a rua que leva ao centro está em processo de pavimentação e as inevitáveis cadeiras brancas de plástico moldado, uma verdadeira praga nos quatro cantos do planeta, já tomaram conta da cidade – sem dúvida, um sinal de que Barreirinhas está se globalizando, ainda que da pior maneira.

        Mas ninguém vem até aqui só pelos ares dessa cidadezinha de 25.000 habitantes. Os turistas estão chegando para conhecer o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um lugar único no país. Por uma área que se estende por 70 quilômetros de litoral e avança 50 quilômetros continente adentro, espalha-se uma peculiar formação de dunas intercaladas, na maior parte do ano, por lagoas de água doce e cristalina. As dunas estendem-se brancas como lençóis – daí o nome – e são formadas pela ação do vento que sopra do mar, empurrando-as para o continente. Alcançam até 30 metros de altura. Já as lagoas são resultado das chuvas, que caem de dezembro a julho. A água é uma delícia: nem fria nem quente. Dá vontade de passar o dia inteiro nadando. Os Lençóis Maranhenses podem ser interpretados como o único deserto brasileiro (afinal, é tudo areia) ou como a maior praia do país, já que tem o tamanho da cidade de São Paulo. Um lugar, no mínimo, especial. Não existe nada igual no Brasil.

        [...]

        O sol estava de rachar a moringa, como se diz por aqui, quando saí para conhecer a Lagoa Azul, um dos passeios mais famosos da região. Uma picape com tração nas quatro rodas me levou até lá em menos de uma hora. O lugar estava cheia de gente (ou seja, tinha umas 40 pessoas), mas bastou atravessar algumas dunas para encontrar uma praia inteirinha para mim. E que praia! No dia seguinte, fui visitar a ainda mais exuberante Lagoa Bonita, um tanto inacessível, embora esteja a menos de dez quilômetros de distância. Chega-se por uma trilha arenosa [...].

        Depois de chacoalharmos por uma hora e quinze minutos, e de cruzarmos riachos e cajueiros, chegamos ao fim da trilha e estacionamos próximo a um imenso paredão de areia. É preciso estar em boas condições físicas para encarar essa rampa quase vertical. Eu não estava, mas fui assim mesmo. Uma das coisas mais admiráveis no ser humano é que somos capazes de fazer qualquer sacrifício por um pouco de diversão.

        Quase enfartei, mas valeu a pena. O lugar estava intocado. Até onde a vista alcançava, não se via ninguém – só uma infinita sucessão de dunas e lagoas verdes. E mesmo as próprias pegadas na areia logo desapareceriam, apagadas pelo vento. Sozinho naquela imensidão, parecia que eu estava num daqueles cenários surrealistas de Salvador Dalí. Só faltavam os relógios derretendo.

        Ficamos lá a tarde inteira, vendo o planeta girar, caminhando pelas dunas e mergulhando nas tépidas lagoas [...].

        Só fomos embora quando o pôr-do-sol tingiu o céu de vermelho. Não dava para ficar mais, porque a balsa que cruza o Rio Preguiça para de funcionar às 18h30. Já estava escuro quando chegamos à beira do rio, meia hora atrasados. Felizmente, nosso guia havia avisado ao balseiro e ele estava à nossa espera. Embarcamos na balsa de madeira e, enquanto ela era puxada por uma corda, em direção a Barreirinhas, deitei-me no capô da caminhonete. E durante os 15 minutos da travessia fiquei contemplando o céu mais estrelado que já vi. Foi o final de um dia perfeito, desses para se guardar na memória como um tesouro.

        Dos quatro dias que passei em Lençóis, dois foram dedicados à exploração do Rio Preguiça. O nome se deve à lentidão das suas águas escuras – o rio é tão lento que, às vezes, nem se sabe em qual direção está indo. A razão é a maré da praia onde o Preguiça deságua, que, de tão forte, detém a correnteza do rio. Num dos dias, fui de lancha voadeira até a foz do rio, a 50 quilômetros de distância da cidade. Ao longo do caminho, dunas vão surgindo e abrindo belas praias em meio a manguezais e restingas. Vassouras, uma delas, abriga uma aldeia de pescadores – meia dúzia de choupanas feitas de pau de mangue e cobertas por folhas de carnaúba. O fim da linha é o vilarejo de Atins, na margem esquerda, onde o rio preguiçoso encontra o mar bravio. De lá pode-se ir a pé até as dunas, numa caminhada de 40 minutos. Também na margem esquerda, um pouco antes de Atins, quase em frente ao pequeno povoado de Caburé, fica o Farol de Mandacaru, de cujo topo (vá com calma: são 160 degraus!) se tem uma visão deslumbrante da foz do rio. O almoço acontece nos restaurantes das pousadas de Caburé. Não há muito o que escolher: peixe, camarão ou caranguejo – mas quem precisa de mais do que isso? E, de sobremesa, um doce de coco de deixar cozinheiro francês salivando.

        Como o passeio pelo rio leva um dia inteiro, os pacotes turísticos da região costumam oferecer um pernoite em Caburé, na Pousada do Paulo, que não tem nem luz elétrica. Um barulhento gerador funciona até a meia noite – apenas o tempo necessário para gelar a cerveja e garantir a novela das oito. Depois, silêncio total e luz de velas. A hospitalidade é de primeira, mas as acomodações são espartanas. Como, aliás, na maioria dos lugares dessa região belíssima, mas selvagem.

        Talvez por isso, Caburé tornou-se o posto avançado dos jovens mochileiros, que marcam seus caminhos por onde não há nem estradas. Os mais ousados até partem de Caburé para passar a noite acampados no parque. A novidade nos Lençóis Maranhenses, porém, é que agora já dá para curtir as dunas, praias e lagoas da região sem precisar ser um desbravador de fronteiras. No final de cada passeio, você sempre pode voltar para o ar-condicionado e a  comidinha caprichada de Barreirinhas – basta combinar com o guia que o levou. E, no final da viagem, quando estiver voando para São Luís, terá tantas histórias para contar quanto qualquer outro explorador desse inusitado deserto brasileiro – um deserto diferente, que tem água por todas as partes.

Lu Gomes. Revista Viagem e Turismo. São Paulo, Abril, setembro e 2.000.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 190-6.

Entendendo a reportagem:

01 – Em relação ao conteúdo geral do texto:

a)   Qual a finalidade, isto é, para que serve esse texto?

O texto serve para mostrar como é um lugar, narrar o que a pessoa (o autor) fez e o que sentiu enquanto esteve lá.

b)   Cite alguma coisa que você aprendeu ao ler esse texto.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Releia: “... e as inevitáveis cadeiras brancas de plástico moldado, uma verdadeira praga nos quatro cantos do planeta, já tomaram conta da cidade – sem dúvida, um sinal de que Barreirinhas está se globalizando, ainda que da pior maneira.”

a)   O autor faz uma referência elogiosa ou depreciativa (desfavorável) às cadeiras brancas de plástico?

A referência é depreciativa. Ele compara a presença desse tipo de cadeira com uma praga, algo ruim que se espalha rapidamente pelos “quatro cantos do planeta”, isto é, que existe em todo lugar.

b)   Globalização é um processo econômico, comercial e de comunicação que envolve os países do mundo. Por que, segundo o autor, Barreirinhas está se “globalizando” de uma maneira ruim?

O autor ironiza a ideia de “globalização”, dando a entender que as cadeiras de plástico – objetos “globalizados”, já que usados em todo lugar – são desnecessárias em Barreirinhas.

03 – Esse texto é uma relato objetivo (racional, frio) ou subjetivo, isto é, que exprime as emoções, as reações e o modo pessoal de o autor se referir ao lugar visitado?

      O texto é um relato subjetivo. O autor revela opiniões, reações e emoções. Ele se mostra encantado com a beleza o lugar, com a simplicidade das coisas, com a hospitalidade das pessoas, com o sabor da comida, etc.

04 – Em uma das páginas iniciais da revista da qual foi transcrito o texto, há a seguinte informação:

        “Viagem e Turismo não aceita convites nem cortesias para viajar. Todas as despesas são pagas pela revista, que também procura viajar anonimamente. Assim, nos igualamos aos demais turistas e acrescentamos liberdade às nossas reportagens. Exatamente como você, leitor, faria”. Por que você acha que a revista julga importante dar essas informações aos seus leitores?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As informações deixam claro que:

·        As análises (elogios, críticas, etc.) apresentadas nas reportagens são imparciais.

·        Os lugares são realmente como apresentados, isto é, não foram “preparados” para receber os repórteres e fotógrafos.

05 – Na sua opinião, os moradores e os comerciantes da região dos Lençóis Maranhenses ficaram contentes, satisfeitos com a publicação dessa reportagem em uma revista de circulação nacional? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Você gostaria de viajar par o lugar descrito no texto? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.