terça-feira, 21 de maio de 2019

POEMA: CIRCO UNIVERSAL - RAIMUNDO CARVALHO - COM GABARITO

Poema: Circo Universal
        
      Raimundo Carvalho
[...]
O circo chegou
para alegrar meninos
e meninas.

[...]
No começo,
o mundo era sem forma e vazio.
Deus soprou,
e a lona do céu surgiu.
Depois, o resto ficou fácil.

[...]
O circo infinito do mundo
um dia vai ser desarmado.


Outros circos virão
com trapezistas a voar
nas muitas voltas
do tempo circular.

O circo vai embora,
mas deixa um brilho contente
na cara de toda gente.

Nas noites de lua cheia,
as crianças pensam que a lua
é a cara branca de um palhaço divino.
                  
 Raimundo Carvalho; Ivan Luís B. Mota. Circo Universal.
                   In: ____. Circo universal. Belo Horizonte: Dimensão, 2000. p. 27-9.

Entendendo o poema:
01 – O poema apresenta uma visão poética, subjetiva do eu lírico em relação ao circo. Qual é a importância do circo para o eu lírico?
      O eu lírico acredita que o circo proporciona alegria às crianças e, até mesmo quando os espetáculos terminam, as pessoas continuam encantadas.

02 – Compare os trechos a seguir:
I – Depois, o resto ficou fácil.
II – Nas noites de lua cheia, / as crianças pensam que a lua / é a cara branca de um palhaço divino.

a)   Identifique os verbos nos trechos I e II.
Trecho I: ficou. Trecho II: pensam, é.

b)   No trecho II, identifique e escreva a função sintática de cada termo.
Nas noites de lua cheia, – adjunto adverbial; as crianças – sujeito; pensam – verbo transitivo direto; que a lua é a cara branca de um palhaço divino – objeto direto.

c)   Qual trecho possui uma oração? Qual possui duas?
O trecho I possui uma oração. O trecho II possui duas.

d)   O período simples é formado por uma só oração. Sabendo-se disso, qual dos trechos possui um período simples e qual é formado por período composto?
O trecho I, possui período simples. O trecho II, possui período composto.

03 – Observe a frase a seguir:
        “Nas noites de lua cheia, / as crianças pensam que a lua / é a cara branca de um palhaço divino.”
a)   Agora, identifique nessa frase as duas orações.
Primeira oração: Nas noites de lua cheia, as crianças pensam.
Segunda oração: que a lua é a cara branca de um palhaço divino.

b)   Qual das duas orações formadas complementa sintática e semanticamente a outra?
A oração “Que a lua é a cara branca de um palhaço divino” complementa a oração “nas noites de lua cheia, as crianças pensam”.

TEXTO: HOMEM TENTA ENTREGAR CARTA DE AMOR PERDIDA HÁ 76 ANOS- G1/GLOBO - COM GABARITO -


Texto: Homem tenta entregar carta de amor perdida há 76 anos
               Mike Trogdon encontrou envelope nos Estados Unidos.
     Destinatário morreu dois meses antes da descoberta da mensagem.

        Uma misteriosa carta de amor enviada em 1934 foi encontrada em Durham, na Carolina do Norte (EUA), 76 anos depois de ser postada no correio de Salem, na Virgínia (EUA). Intacta, a mensagem destinada a Margaret Davey foi achada pelo diretor de operações da Universidade de Duke. Mike Trogdon ficou intrigado e foi à caça do destinatário.  



        Intacta, carta de amor foi levada para destinatário dois meses depois de sua morte.
        Dentro do envelope havia um cartão desenhado com corações, uma girafa e a mensagem: "na corrida pelo meu amor, você ganhou por um pescoço longo. Então seja meu querido". Ao final, a remetente se identificava como Joyce. 
        Ao pesquisar nos arquivos da universidade, Trogdon descobriu que Margaret Davey se formou em enfermaria no ano de 1935 e se casou com um soldado da Segunda Guerra Mundial. 
        Quando o diretor foi até a casa de Margaret, foi informado de que ela morreu em janeiro deste ano (2010), aos 96 anos. 
        Ao mostrar a mensagem para os filhos da enfermeira, outra revelação: a remetente estava viva e era uma sobrinha distante de Margaret. 
        Joyce está com 82 anos e se emocionou ao rever sua declaração de amor para a tia. "Ela era a minha preferida", disse a senhora.

                         G1/Globo Comunicação e Participações S.A. Homem tenta entregar carta de amor perdida há 76 anos, no caderno “Planeta Bizarro”.
Entendendo o texto:
01 – Nem todos os acontecimentos do dia-a-dia se tornam notícias. É preciso que seja algo diferente e atrativo. A notícia que você acabou de ler é comum? Por quê?
      Não. Pois é incomum encontrar cartas de amor antigas que não foram entregues a seus destinatários. E, se cartas como essa são encontradas, dificilmente a pessoa que as achou procura o verdadeiro destinatário.

02 – Releia a notícia e identifique os elementos que aparecem no lide.
      O fato ocorrido e o local onde aconteceu: uma carta de amor enviada em 1934 foi encontrada na Carolina do Norte (EUA); quando o fato ocorreu: 76 anos depois de ser postada no correio de Salem; as pessoas que participaram do fato: o diretor de operações da Universidade de Duke, Mike Trogdom e a sobrinha Joyce, remetente da carta, de 82 anos; como e por quê: não foram divulgados.

03 – Você pôde perceber que nessa notícia não foram relatados os elementos do lide, no entanto, isso não dificultou o entendimento do fato divulgado. Escreva com suas palavras qual é a função do lide no texto jornalístico.
      O lide serve para resumir o fato sintetizado na notícia, apresentando apenas as informações mais importantes, para que o leitor identifique sobre o que será falado, interessando-se ou não pela leitura integral da notícia.

04 – Nessa notícia, alguns trechos aparecem entre aspas.
a)   O que esses trechos indicam?
Indicam a transcrição das falas de algumas pessoas envolvidas no fato noticiado.

b)   Por que eles são importantes em uma notícia?
Porque a fala das pessoas foram reproduzidas. Além disso, dá credibilidade aos fatos noticiados.

05 – Em uma notícia, costumam ser empregados os verbos no presente do indicativo.
a)   Por que isso ocorre?
Porque os verbos no presente do indicativo indicam que os fatos noticiados são recentes.

b)   Por que, no título da notícia, foi empregado um verbo no presente?
Porque no título, o presente é usado para chamar a atenção para um fato recente.



      

segunda-feira, 20 de maio de 2019

POEMA: ISTO NÃO É UM CACHIMBO - RENÉ MAGRITTE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Isto não é um cachimbo
         
     René Magritte

Magritte desenhou um cachimbo,
com a seguinte legenda embaixo:
"Isto não é um cachimbo." 
Pensei que ele era doido varrido,
ou estava mentindo.
Claro que era um cachimbo,
era igualzinho o do meu avô!
Mas olhei de novo e aí entendi.
Parecia de verdade,
mas não passava de um desenho.
[...]
Uma maçã desenhada não mata fome, 
e cão bravo na tela não morde.
Que sorte! Eu, que adoro desenhar cobra cascavel, 
Já teria ido para o beleléu.
Magritte brincava de misturar fantasia com realidade.
Desenhava os objetos como se fossem de verdade,
só que eles apareciam nos lugares mais engraçados:
nuvens entrando por uma porta,
um ovo preso na gaiola , e por aí afora.
É como sonhar, ir ao cinema, ou ler uma história.
Todo mundo está careca de saber que é tudo inventado,
mas na hora a gente ri e ás vezes até chora.
[...]
       Adriana Abujamra. Magritte: mentira de verdade.
In:____ Traços travessos. São Paulo: Geração Editorial, 2003. p. 40.
Entendendo o poema:

01 – Ao ver a tela de Magritte, em que havia um cachimbo com a legenda “Isto não é um cachimbo”, a criança se assustou. Mas, depois, compreendeu a mensagem que o artista queria transmitir. Qual é essa mensagem?
      A de que o cachimbo no quadro não era um cachimbo, era apenas uma imagem representando um cachimbo: um cachimbo pintado.

02 – Por que o eu lírico compara a arte com sonhar, ir ao cinema, ou ler uma história?
      Porque, ao vermos uma obra de arte, acreditamos que se trata de algo real e, no entanto, ela não passa de uma representação do real. O mesmo ocorre quando sonhamos, vamos ao cinema, ou lemos uma história: envolvemo-nos, rimos, choramos. Isso ocorre porque as manifestações artísticas têm o poder de criar novas realidades, que só existem nestas formas de arte, nestas representações.

03 – Magritte desenhava objetos da vida cotidiana nos lugares mais inusitados. Que efeito isso provoca no público?
      Provoca estranhamento, que leva o público a observar suas obras mais detalhadamente.

04 – Releia os períodos a seguir.  
        “Parecia de verdade, mas não passava de um desenho.”
        “Uma maça desenhada não mata a fome, e cão bravo na tela não morde”.

a)   Quantas orações há em cada período e como elas são classificadas?
Há duas orações. Elas são classificadas como orações coordenadas.

b)   Como são classificados os períodos?
Períodos compostos por coordenação.



MENSAGEM ESPÍRITA: OS ADVERSÁRIOS, MESTRES OPORTUNOS - JOANNA DE ÂNGELIS - PSICOGRAFIA DE DIVALDO P.FRANCO - PARA REFLEXÃO

Os adversários, mestres oportunos
                  Joanna de Ângelis

        Abraçando os ideais de enobrecimento, pensa-se que todas as criaturas estão vibrando no mesmo diapasão do progresso e que, em consequência, haverá uma natural adesão em torno dos objetivos relevantes que devem conduzir as vidas para os altiplanos da felicidade.
        O ser humano é um conquistador insuperável, fadado às estrelas que lhe estão ao alcance, na medida em que se empenha por alcançá-las.
        Desde a descoberta do fogo e do invento da roda, o seu mundo jamais foi o mesmo, alterando os seus padrões de comportamento e de convivência no rumo de melhores resultados.
        Mediante o esforço e o raciocínio que se lhe foi desdobrando – a Divina Presença no cerne do ser! – levantou-se e começou a avançar na direção do Infinito, ora sob dores acerbas, noutros momentos em júbilos inexcedíveis, conquistando espaços e adquirindo conhecimentos.
        Renascendo em contínuo processo de crescimento intelecto-moral, vem acumulando as experiências que se transformam em bênçãos que deve esparzir pelos caminhos percorridos, deixando pegadas apontando o porto de segurança que se encontra sempre à frente.
        Quando atraído pela mensagem libertadora de Jesus, porém, modificam-se-lhe as paisagens interiores e alteram-se-lhe os interesses, ampliando-lhe as possibilidades de ser útil, conseguindo um significado especial para a existência.
        Nada obstante, porque se movimenta num planeta igualmente de provas e de expiações, não se pode furtar à psicosfera que lhe é peculiar, nem às injunções que o caracterizam.
        Compreensível, portanto, que nem todos aqueles que navegam na mesma barca da evolução estejam firmados em propósitos de edificação nobilitante, alguns ainda detendo-se em estágio inferior, assinalados pelo primarismo de que se fazem portadores.
        Indiscutivelmente, o processo de transformação interior, no qual os instintos cedem lugar aos valores da razão e da consciência, é lento, ainda mais, tendo-se em vista que nem todos os viandantes da indumentária material iniciaram-se no empreendimento espiritual no mesmo instante.
        Procedentes de especiais momentos da evolução, incontáveis, inevitavelmente, encontram-se em patamares diferentes, que explicam as diversas aspirações que os tipificam.
        Felizes aqueles que já compreendem os impositivos da existência terrena, após vencerem os impulsos agressivos que lhes conferiam a sensação de dominadores do mundo e que o sentido exclusivo da vilegiatura carnal seria conquista dos prazeres e das sensações que mais os agradam.
        Aqueles que são mais fisiológicos do que psicológicos, detêm-se nas faixas das paixões primevas e, mesmo quando a consciência se lhes desperta, prosseguem vivenciando um período de transição, que ainda lhes não permite uma visão perfeita da realidade. Embora ansiando por algo melhor, competem, quando deveriam cooperar, malsinam os companheiros, quando lhes cabia o dever de os auxiliar, porque a predominância do ego torna-os ambiciosos e prepotentes.
        Não sabem servir com abnegação, sem servir-se, retirando os lucros do orgulho e da presunção, que lhes constituem a moeda retributiva. Podem mesmo desejar ser melhores, no entanto, os impulsos afligentes que resultam dos conflitos e dos complexos de inferioridade que os acompanham de existências pretéritas, transformam-nos em inimigos de todos aqueles que supõem lhes farão sombra…
        São infelizes, disfarçados de joviais, humanitários e bondosos, na hipocrisia em que vivem, ocultando os sentimentos inferiores.
        Desse modo, transformam-se em adversários perversos dos demais que não lhes compartem as ideias e que pensam pretenderem excluir.
* * *
        Adversidade é lição para a vida e adversários são mestres que proporcionam o treinamento no bem, sem o concurso do aplauso ou da bajulação habituais, dificultando o trabalho honorável do servidor fiel.
        Esses irmãos infelizes que se propõem envenenar-te os sentimentos com a sua pertinaz perseguição, merecem compaixão ao invés de reproche ou de animosidade.
        Se é verdade que não lhes deves facultar um relacionamento pusilânime, não é justo devolveres os seus pensamentos enfermiços com outros do mesmo gênero.
        Sofres, porque gostarias de servir sem a presença desse tipo de tribulação.
        Choras, porque os teus são anseios de construção do amor em toda parte, e, no entanto, sentes o amargor da calúnia que te antecede os passos, da maledicência que te aturde quando lhes tomas conhecimento, ou da zombaria depois que vais adiante…
        O melhor comportamento em tais circunstâncias é não valorizar o mal nem aquele que se te fez mau.
        Concede-lhe o privilégio de ser como se encontra, mas impõe-te o dever de ser fiel ao compromisso com Jesus, que também experimentou iguais ofensas sem dar-lhes a menor importância.
        Gastas tempo e preocupação mental com esses companheiros que te vigiam e acusam, que te acompanham com insistência e infernizam os momentos em que trabalhas e quando repousas.
        Ficas indagando como conduzir-te, desde que, se silencias ao mal e ao descalabro que reinam, acusam-te de omisso, mas se levantas a voz e proclamas a verdade, taxam-te de intolerante e mendaz…
        Desse modo, faze o que deves e comporta-te conforme estabelece o teu programa ante a consciência do dever.
        Esses adversários dos teus objetivos não são apenas opositores teus, mas, sem dar-se conta, dAquele a quem procuras servir, que os entende e concede-lhes tempo para a reabilitação.
        Aprende, portanto, com os inimigos, fraternidade legítima, compreensão gentil, exercitando sempre a compaixão.
        Na aduana da caridade, a misericórdia e o amor dão-se as mãos, a fim de ensejarem à virtude máxima a ocasião de expressar-se.
        Constituam-te estímulo o serviço desses mestres desconhecidos, apurando-te mais, qualificando-te melhor, a fim de produzires com segurança na seara da elevação espiritual da humanidade.
        Ninguém atravessa o rio carnal sem experimentar a correnteza violenta sobre a qual navega o Espírito.
        Todos os homens e mulheres afeiçoados ao bem pagaram o pesado tributo da diferença entre eles o os que os cercavam, a época em que viveram e naquela pela qual anelavam, e é graças a eles que percorres os atuais caminhos por onde segues em júbilo e dores, porém, fixado na meta que te fascina.
* * *
        O mundo ainda não tem condições de compreender e aceitar o compromisso da iluminação íntima como primeiro passo para a marcha a scensional.
        Por enquanto, somente aqueles que se fizeram fortes e decididos conseguem ultrapassar as barreiras das dificuldades, colocando marcos na senda escura, de maneira a facilitar a jornada espiritual dos que virão depois.
        Todo desbravador carrega as marcas da sua audácia de aventureiro do progresso. Abrem picadas na densa mata, traçam roteiros nos mares bravios, alçam-se aos céus ampliando os espaços e caminham sobre acúleos, quebrando-os, assim preparando a senda para o porvir…
        Exulta, portanto, por teres adversários, mestres desconhecidos, a seres adversário de quem quer que seja.

Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 2 de junho de 2010, em Istambul, Turquia. Em 22.11.2010.


TEXTO: PEDRO MALASARTES E O LAMAÇAL COLOSSAL - ANA MARIA MACHADO - COM GABARITO

Texto: PEDRO MALASARTES E O LAMAÇAL COLOSSAL
                         
          Ana Maria Machado
  VOCÊ CONHECE O PEDRO MALASARTES? 

Se não conhece, pode ir se preparando porque ele pode aparecer aqui a qualquer hora.
        Ele não esquenta lugar, está sempre indo de um canto para outro. Fica um tempinho trabalhando numa fazenda, sai e vai para outro emprego num sítio, daí a pouco já está numa vila vendendo umas coisas na feira... Quando a gente menos espera, Pedro já está de novo na estrada, a caminho da cidade ou de outra fazenda onde possa ter uma oportunidade melhor. Muda toda hora, sempre em busca de um trabalho mais bem pago, de um patrão que trate bem, de um negócio mais interessante. Por isso, em cada história ele está fazendo alguma coisa diferente. E sempre procurando dar um jeito de se defender, garantir um prato de comida e não ser explorado. Mesmo que, para isso, acabe enganando alguém.
        [...]
                            Ana Maria Machado. Pedro Malasartes e o lamaçal colossal.
In: ____ Histórias à brasileira: Pedro Malasartes e outras.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 11.
Entendendo o texto:
01 – No texto, foi possível conhecer como Pedro Malasartes se porta diante de algumas situações de sua vida. Com base nessas informações. Como é sua personalidade?
      Pedro Malasartes luta por sua sobrevivência e não se apega aos locais em que vive: está sempre mudando em busca de seu bem-estar. Por isso, é uma pessoa astuta e desapegada dos lugares e das pessoas.

02 – Quantas orações há no trecho em destaque? Como são classificadas essas orações?
      Tem quatro. Orações coordenadas.

03 – No trecho: “[...] sai e vai para outro emprego num sítio [...]”, não há um sinal de pontuação separando as orações. Qual palavra relaciona essas orações? Como ela é classificada?
      A letra E. Conjunção coordenativa aditiva.

04 – De que forma o emprego de orações coordenadas contribui para a construção da personalidade de Pedro Malasartes?
      Com ou sem conjunção, as orações expõem uma ideia ou ação que se justapõe à outra, traçando um perfil do personagem.


TEXTO: O MUNDO DO CIRCO COMO VOCÊ NUNCA VIU - TANIA MENAI - LAS VEGAS - COM GABARITO

Texto: O Mundo do Circo como você nunca viu

       As apresentações do CIRQUE DU SOLEIL já foram vistas por 50 milhões de pessoas, mas nunca no Brasil. Nossa repórter conta como são os quatro shows que o grupo mantém em Las Vegas, entre eles o KÀ, 165 milhões de dólares
                                                               Tania Menai, de Las Vegas

        Pegue um show de ballet, adicione música, humor, nado sincronizado, teatro, trapézio, acrobacia e capoeira. Coloque bastante dinheiro, coordenação e harmonia. Bata tudo no liquidificador. Pronto. Aqui está o Cirque du Soleil, a maior e mais espetacular companhia arte performática no mundo. Não, você nunca vi nada igual. Nenhuma outra companhia jamais ousou fazer algo parecido do que se vê nos shows dessa trupe interacional que roda o mundo e que fez de seu presidente um dos homens mais ricos do planeta.
        Sem jamais ter usado animais, o Cirque du Soleil (em português, Circo do Sol) já mostrou sua cara para mais de 50 milhões de pessoas, sendo que 7 milhões só no ano passado. Desde sua criação em 1984, na província de Quebéc, Canadá, a companhia já rodou o mundo aportando 250 vezes em 100 cidades – nenhuma brasileira. “Eles vêm de fora desse mundo”, definiu o americano Edward Fosner, um senhor de 91 anos que já viu muito da vida – e o Cirque du Soleil mais de oito vezes. E todos, em Las Vegas, destino número um para quem planeja uma viagem especialmente para assistir à trupe. É a única cidade em que o grupo mantém quatro espetáculos fixos.
        E é em Las Vegas que o Cirque está apresentando o mais impressionante show que já montou, o Ká. Inaugurado há um ano, é considerado, por sua grandiosidade, recursos tecnológicos, proposta conceitual e produção cênica, um espetáculo de outro mundo. Épico da companhia, a produção do Ká, inspirada em artes marciais, consumiu nada menos que 165 milhões de dólares para ser montada no maior hotel da Terra, o MGM Grand, que abriga mais de 5 mil quartos.
        Os criadores inovaram nas áreas de pirotecnia, multimídia e na arte de construção de bonecos. Nesse espetáculo, oito brasileiros dividem a cena com mais 75 artistas internacionais. Tudo no Ká é grandioso. A começar pelo teatro, instalado especialmente para o show. Todas as suas 1950 poltronas são equipadas com duas caixas acústicas, que tornam os efeitos sonoros cristalinos. A boca de cena é um vão enfumaçado: nele, os artistas voam, jogam-se e atuam sobre um palco móvel retangular que gira em vários sentidos, servindo de chão ou de parede, dependendo da cena. As fantasias foram feitas por 70 profissionais, que somaram 35 mil horas nesse projeto – cada uma teve um molde exclusivo para cada artista, incluindo as 15 perucas e os 400 pares de sapato. Em certo momento, um barco de quase 1 tonelada surge balançando no meio de um maremoto, todo manipulado pelos artistas, que se movem para todos os lados e se penduram em seu mastro.
        Encabeçando a trupe até hoje está o engolidor de fogo, acordeonista e perna-de-pau quebecois Guy Laliberté. Hoje com 46 anos e, merecidamente, figurinha fácil nas listas de bilionários divulgadas anualmente por revistas americanas, é ele o CEO da companhia. Laliberté, com sua visão e audácia, fez do Cirque du Soleil uma multinacional privada que emprega hoje 3 mil pessoas. Pelo mundo, são 700 artistas. Todos eles são avaliados pela direção dentro e fora do palco: não basta ter talento se não houver pontualidade e disciplina. Na sede, em Montréal, trabalham1600 profissionais criando e montando os espetáculos. O time para lá de eclético, inclui a parte técnica, designers, empresários, tradutores, maquiadores, costureiros, figurinistas, coreógrafos, músicos, fisioterapeutas, médicos, massagistas, professores, diretores e o que mais se possa imaginar. Trata-se de uma torre de babel totalizando 40 nacionalidades e 25 idiomas. Mas no palco não se fala nenhum deles. Derrubando qualquer barreira de comunicação cultural, os trapezista, malabaristas, atores e palhaços se expressam com gestos, caretas e, sempre, muito bom humor.

        DIMENSÕES MONUMENTAIS

        O preço dos ingressos para ver os espetáculos do Cirque em Las Vegas varia entre 60 e 150 dólares – e uma coisa é certa: o que se vê na ribalta, nos trapézios e nos ares justifica cada centavo. “Recrutamos os melhores atletas e artistas circenses em todos os continentes”, diz Callie de Quevedo, uma das porta-vozes da companhia. “Depois disso, eles ainda passam por um treinamento de seis meses em Montréal, no Canadá. Muitos são cortados nesta fase. Quem está no show é, de fato, o créme-de-la-créme no que faz”. Ela conta que muitos são campeões mundiais de ginástica olímpica, outros foram premiados pelo mundo em diversos festivais circenses, de teatro ou de dança. No começo, há 21 anos, a equipe contava com 73 circenses apaixonados que ganharam fama se apresentando na festa de 450 anos de independência canadense. O Cirque jamais usou animais em seus espetáculos.
                                          Tania Menai. O mundo do circo como você nunca viu.
               Viagem e turismo. São Paulo: Abril, n° 124, fev. 2006. p. 98-100.
Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo.

·        Performática: atuação com desempenho notável.
·        Épico: de intensidade fora do comum, fantástico, desmedido, grandioso, memorável.
·        Pirotecnia: arte ou técnica de usar fogos ou explosivos.
·        CEO: da expressão em inglês chief executive officer, que significa diretor executivo.
·        Eclético: composto por profissionais de diversas áreas.
·        Ribalta: palco.

02 – Além de informar, a reportagem lida apresenta outra finalidade. Identifique-a.
      Divulgar o Cirque du Soleil.

03 – Em um texto, o título é produzido com uma intenção. Analise o título do texto e explique com que objetivo ele foi produzido.
      Apresentar o assunto e destacar um aspecto importante sobre o que está sendo abordado.

04 – Ao falar sobre o espetáculo Ká, a autora ressaltou que ele foi produzido de maneira grandiosa. Do que foi descrito sobre ele, o que mais chamou sua atenção?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Releia o seguinte trecho da reportagem:
        “[...] a maior e mais espetacular companhia de arte performática do mundo. Não, você nunca viu nada igual. Nenhum outro grupo circense jamais ousou fazer algo parecido com o que se vê nas apresentações dessa trupe internacional. [...] com sua visão e audácia [...] o que se vê na ribalta, nos trapézios e nos ares justifica cada centavo.”

        Esse trecho revela uma visão pessoal ou impessoal da autora em relação aos fatos publicados? Explique.
      Embora tenha exposto informações, ele também apresenta uma visão pessoal da autora.

06 – No último parágrafo, há um intertítulo ou entretítulo: “Dimensões monumentais”. Analise-o e escreva com que função esse recurso é empregado.
      Para destacar um outro aspecto do assunto abordado.

07 – No texto, foram reproduzidas falas de algumas pessoas. Por que em textos como esse é importante empregar esse recurso?
      Porque a transcrição das falas comprova e reforça aquilo que o(a) autor(a) está comentando.

08 – Segundo o texto, o Cirque du Soleil é “a maior e mais espetacular companhia de arte performática do mundo”. Que aspectos contribuíram para que Tania Menai afirmasse isso?
      A quantidade de pessoas envolvidas, a quantidade dos profissionais, a dedicação e a disciplina dos artistas, as diversas artes e espetáculos que são apresentados em diferentes países, entre outros.

09 – Em um trecho do texto, é dito que “Nenhum outro grupo circense jamais ousou fazer algo parecido com o que se vê nas apresentações dessa trupe internacional [...]”. Qual é o diferencial do Cirque du Soleil que encanta tanto o público?
      A grandiosidade, os recursos tecnológicos, a proposta conceitual, a produção cênica, a não utilização de animais em seus espetáculos e, principalmente, o fato de ter os mais qualificados profissionais das diversas artes.

10 – O texto revela que o Cirque du Soleil “Trata-se de uma Torre de Babel, com 40 nacionalidades e 25 idiomas.” Você acha que isso funcionaria em uma companhia que praticasse outras artes, como o teatro? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – No início da reportagem, a autora apresenta como o show do Cirque du Soleil é posto, por meio de uma linguagem característica de uma receita, gênero instrucional. Qual é o efeito de sentido que o emprego dessa linguagem confere ao texto?
      Que para obter o espetáculo que o circo oferece, é necessário juntar a miscelânea de ingredientes elencados no início da reportagem.

12 – Observe o trecho:
        “O time, para lá de eclético, inclui parte técnica, designers, empresários, tradutores, maquiadores, costureiros, figurinistas, coreógrafos, músicos, fisioterapeutas, médicos, massagistas, professores, diretores e o que mais se possa imaginar.”

a)   Com que sentido a palavra eclético foi empregada nesse contexto?
Com sentido de ser composto por profissionais de diversas áreas.

b)   Por qual outra palavra eclético poderia ser substituída sem alterar o sentido do texto?
Por variado.

13 – Observe o trecho a seguir.
            “Não, você nunca viu nada igual.”
a)   A quem a autora do texto se dirige?
Ao leitor.

b)   Com que intenção isso é feito?
Para chamar a atenção para o que está sendo dito, destacando que o show do Cirque du Soleil refere-se a algo inédito. Além disso, tem caráter de propaganda, pois busca veicular a ideia de que o Cirque é sublime, maravilhoso.

14 – O que Callie de Quevedo, uma das porta-vozes da companhia, quis dizer com a expressão em destaque na frase a seguir? Copie no caderno a afirmativa correta.
        “Quem está no show é, de fato, o crème de la crème no que faz.”
a)   Ela quis destacar que quem participa do show são os melhores profissionais de diversas áreas.
b)   Ela quis destacar que quem participa do show são os profissionais mais antigos do circo.
c)   Ela quis destacar que quem participa do show são os profissionais amadores e com pouca experiência.

15 – Releia os trechos a seguir:
        “Eles vêm de fora deste planeta” [...].
        [...] “é considerado, por sua grandiosidade, recursos tecnológicos, proposta conceitual e produção cênica, um espetáculo de outro mundo.” [...].

Com que sentido as expressões destacadas foram empregadas nesses trechos?
      Para dizer que a atuação dos artistas e os espetáculos são tão incríveis que parecem não ser realizados por seres humanos comuns.

16 – Os pré-requisitos básicos para fazer parte do grupo de artistas que integra o Cirque du Soleil é ter talento, pontualidade e disciplina.
a)   Em sua opinião, por que essas características são importantes?
Porque além do talento, que é muito importante, se a pessoa não for responsável e não souber seguir regras, Ela colocará em risco o trabalho de todos, pois o sucesso do Cirque du Soleil depende da harmonia do trabalho em equipe.

b)   E no dia-a-dia, essas características também devem ser valorizadas? Por quê?
Sim. Pois em qualquer grupo social de que a pessoa faça parte, como a família ou trabalho, ela precisa agir, principalmente, com disciplina e pontualidade para não prejudicar a si e aos outros com quem convive.

17 – Em um trecho é dito que “O Cirque jamais usou animais em seus espetáculos”. Em sua opinião, por que isso é importante?
      É importante porque muitas vezes, os animais são maltratados e colocados em risco, além de estarem fora de seu habitat natural.