sexta-feira, 15 de março de 2019

TEXTOS CURTOS PARA O ENSINO MÉDIO - COM GABARITO


PARA INTERPRETAR MELHOR!
TEXTO A


        Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de AmBev dos panetones - melindre os varejistas.
                                              (Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99)

1) As duas empresas de que fala o texto são: 
a) Bauducco e Visagis 
b) Visconti e Visagis 
c) AmBev e Bauducco 
d) Bauducco e Visconti 
e) Visagis e AmBev

2) A aproximação do Natal é a causa: 
a) da compra da Visconti 
b) do sigilo do negócio 
c) do negócio da Bauducco 
d) do melindre dos varejistas 
e) do anúncio da união.

3) Uma outra causa para esse fato seria: 
a) a primeira colocação da Bauducco na fabricação de panetones 
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional 
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones 
d) o possível melindre dos varejistas 
e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco

4) Por “aquisição à vista” entende-se, no texto: 
a) que a negociação é provável. 
b) que a negociação está distante, mas vai acontecer. 
c) que o pagamento da negociação será feito em uma única parcela. 
d) que a negociação dificilmente ocorrerá. 
e) que a negociação está próxima.


TEXTO B
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, 
disse adeus ao brilhar das açucenas 
em ter da vida alevantado o véu. 
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo 
finou-se e no infantil sorriso passou do 
berço pra brincar no céu! 
                                            (Casimiro de Abreu, in Primaveras)
5) O tema do texto é: 
a) a inocência de uma criança 
b) o nascimento de uma criança 
c) o sofrimento pela morte de uma criança 
d) o apego do autor por uma certa criança 
e) a morte de uma criança

6) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como: 
a) prosopopeia 
b) hipérbole 
c) pleonasmo 
d) metonímia 
e) eufemismo

7) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico as palavras: 
a) aurora e véu 
b) anjo e rosa 
c) granizo e sorriso 
d) berço e céu 
e) cruel e infantil

8) As palavras que respondem ao item anterior são: 
a) uma antítese em relação à vida 
b) hipérboles referentes ao destino 
c) personificações alusivas à morte 
d) metáforas relativas à criança 
e) pleonasmos com relação à dor.

9) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido 
b) sem ter morrido cedo 
c) sem ter conhecido bem a vida 
d) sem viver misteriosamente 

e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas
10) “Na aurora apenas” é o mesmo que: 
a) somente pela manhã 
b) no limiar somente 
c) apenas na alegria 
d) só na tristeza 
e) só no final.

TEXTO C
        Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
                      (José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)
11) Só não caracteriza os homens do Itamaraty: 
a) o pragmatismo 
b) a falta de sensibilidade 
c) a luta contra a ditadura 
d) a tranquilidade da vida 
e) as raízes na elite do Brasil

12) A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é: 
a) o segundo que.
b) tiveram.
c) vêm. 
d) eles.
e) o terceiro que.
13) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais: 
a) inteligência 
b) patriotismo 
c) vivência 
d) coerência 
e) grandeza

14) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de: 
a) consequência 
b) causa 
c) comparação 
d) condição 
e) tempo

15) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra “obviamente”, é: 
a) necessariamente 
b) realmente 
c) justificadamente 
d) evidentemente 
e) comprovadamente

16) Só não pode ser inferido do texto: 
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático. 
b) ter lutado contra o colonialismo é importante para a carreira de diplomata. 
c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira. 
d) ter a todo tipo vida fácil é característica comum de diplomata. 
e) há diplomatas mais sensíveis que outros.


TEXTO D
        Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil-colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.
       (Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira)
17) Segundo o texto, os historiadores: 
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia. 
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de comércio ou de festividades religiosas. 
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural. 
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava. 
e) consideram o campo mais importante que as cidades.

18) Para o autor: 
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada. 
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das cidades. 
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio. 
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia. 
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.
19) A palavra “ojeriza” significa, no texto: 
a) medo 
b) admiração 
c) aversão 
d) dificuldade 
e) angústia

20) A língua falada “voou com as suas próprias asas” porque: 
a) as cidades eram pontos de festividades religiosas. 
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal. 
c) faltavam universidades nos centros urbanos. 
d) não se seguiam normas linguísticas. 
e) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colônia portuguesa.

21) Segundo o texto, a população do Brasil-colônia: 
a) à vida do campo preferia a da cidade. 
b) à vida da cidade preferia a do campo. 
c) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade. 
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação. 
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.


TEXTO E
        Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade Gutierrez já tem pronto um estudo sobre a sucessão de 20 de seus principais executivos, quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos serão escolhidos entre 200 integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente, que já integra o conselho de administração da empreiteira mineira, deverá ir se afastando aos poucos do dia-a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que deverão ser aproveitados como consultores, a aposentadoria chegará a médio prazo.
                                        (José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
22) Se começarmos o primeiro período do texto por “A Andrade Gutierrez já tem pronto...”, teremos, como sequência coesa e coerente: 
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

23) Segundo o texto: 
a) 20 grandes executivos da empresa se aposentarão a médio prazo. 
b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62 anos. 
c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentará a curto prazo. 
d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos 58 a 62 anos. 
e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e médio prazos.

24) A empresa, no que toca à aposentadoria de seus executivos, mostra-se: 
a) precipitada 
b) cautelosa 
c) previdente 
d) rígida 
e) inflexível

25) Sobre o executivo Eduardo Andrade, não se pode afirmar: 
a) ocupa, no momento, a superintendência. 
b) é um dos conselheiros. 
c) será substituído por um dos 200 aspirantes. 
d) está se afastando dos negócios da empresa. 
e) será o primeiro dos 20 grandes executivos a se aposentar.

26) Sobre a Andrade Gutierrez, não é correto afirmar: 
a) é empresa de obras. 
b) é do estado de Minas Gerais. 
c) preocupa-se com seus funcionários. 
d) mantém-se alheia a qualquer tipo de renovação. 
e) procura manter vínculo com executivos aposentados. 


TEXTO F
Toda saudade é a presença da ausência de alguém, de algum lugar, de algo enfim. Súbito o não toma forma de sim como se a escuridão se pusesse a luzir. Da própria ausência de luz o clarão se produz, o sol na solidão. Toda saudade é um capuz transparente que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver porque se deixou pra trás mas que se guardou no coração.
                                                                              (Gilberto Gil)
27) Por “presença da ausência” pode-se entender: 
a) ausência difícil 
b) ausência amarga 
c) ausência sentida 
d) ausência indiferente 
e) ausência enriquecedora

28) Para o autor, a saudade é algo: 
a) que leva ao desespero. 
b) que só se suporta com fé. 
c) que ninguém deseja. 
d) que transmite coisas boas. 
e) que ilude as pessoas.

29) O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade antitética é: 
a) presença / ausência 
b) não / sim 
c) ausência de luz / clarão 
d) sol / solidão 
e) que veda / traz a visão 

30) Segundo o texto: 
a) sente-se saudade de pessoas, e não de coisas. 
b) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas. 
c) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins. 
d) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação que vivemos. 
e) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram em nosso passado.

31) O que se guarda no coração é: 
a) a saudade 
b) o clarão 
c) o que se deixou para traz 
d) a visão 
e) o que não se pode ver


Exercícios gerais
Qual o tipo textual de cada texto abaixo? Destaque e comente tipos diferentes dentro de um mesmo texto.
Texto 1
        “Obrigado, Deus, por esse presente, pela luta e por mais essa conquista.” Essas foram as palavras escritas pela catadora de lixo Ercília Stanciany, de 41 anos, que foi aprovada no último vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), para o curso de Artes Plásticas. Apesar de ter interrompido os estudos na infância após terminar a 4ª série do ensino fundamental, depois de adulta, ela continuou a estudar pelos livros que encontrava no lixo. A família de Ercília residia em Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas há oito anos se mudou para o Espírito Santo. Foi nessa época em que ela, sem alternativas para ajudar a sustentar a casa, resolveu ganhar a vida catando materiais recicláveis.

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/03/com-livros-achados-no-lixo-catadora-passa-em-vestibular-no-es.html

      O tipo textual é narração, pois faz um relato, conta o que aconteceu com Ercília. O trecho em vermelho é descritivo, descreve com o intuito de localizar.

Texto 2
        Nativos de gêmeos tendem a adquirir inúmeros compromissos diários e a ter uma quantidade acachapante de ideias povoando a sua cabeça. Cuidado para que não atrapalhem o bom andamento de seu dia-a-dia, pois a distração será sua ordem da semana. Para não agir de forma precipitada e acabar fazendo alguma besteira por pura falta de paciência, conte até 10 antes de responder a qualquer provocação! Talvez você precise fazer uma adaptação em seus projetos, mas persiga seus objetivos. Considere que está passando por um teste de paciência e não tome nenhuma decisão precipitada.
http://somostodosum.ig.com.br/horoscopo/gemeos.asp

      O tipo textual é injunção, prediz comportamentos e acontecimentos. O trecho em vermelho é descritivo, caracteriza os nativos de gêmeos.

Texto 3
        Uma amiga me diz que não suporta mais se olhar no espelho. Ela está se achando gorda, feia, desprezível. Antigamente, eu talvez dissesse a ela que está na hora de fazer uma dieta e dar uma ajeitada no visual, mas hoje em dia aconselho outra coisa: está na hora, isso sim, de trocar de espelho.
        Ela está apenas um pouco acima do peso ideal, e feia não é de jeito nenhum. É uma mulher inteligente, divertida, bacana. O problema é que está totalmente focada no trabalho, não tem se relacionado com ninguém. Não namora. Não quer nem pensar em seduzir ou ser seduzida, fechou pra balanço. E é justamente este o espelho que está lhe faltando pra ver-se com olhos mais generosos.

http://pensador.uol.com.br/uma_carta_para_uma_amiga

      O tipo textual é a descrição, detalha o físico e o comportamento da amiga. Porém, possui elementos narrativos, presentes nos trechos em destaque: antigamente, por exemplo, cria um encadeamento sequencial no texto, dando ideia de continuidade, de história que segue sendo contada.

Texto 4
        Nos últimos 15 anos, minha trajetória pessoal e profissional caminhou norteada, basicamente, por três conceitos: Design, Educação e Tecnologia. A questão da educação sempre foi muito forte em minha vida, pois pensava trabalhar com pessoas no papel de mediador na busca por novos conhecimentos. Foi o que me motivou a estudar informática: acreditar nas possibilidades do computador de criar uma nova linguagem de interação entre as pessoas. Quando saí do interior de São Paulo e cheguei em Curitiba para estudar Design, foi com um ideal, um tanto juvenil, que pensava em poder criar interfaces de computador, às quais qualquer pessoa, indistintamente de sua classe social ou contexto cultural, pudesse utilizar. Este ideal ainda não se realizou, mas acredito que estou no caminho, ao concluir esse Curso de Mestrado, em que examino aspectos importantes do uso da informática na educação. O tema escolhida para essa pesquisa tem, assim, relação com a formação de professores para atuarem na produção em ambientes virtuais de aprendizagem. Conforme MORAN (2000, p.11) “todos estamos experimentando que a sociedade está mudando nas suas formas de organizar-se, de produzir bens, comercializá-los, de divertir-se, de ensinar e de aprender. (...) O campo da educação está muito pressionado por mudanças, assim como acontece com as demais organizações”. Mas estas mudanças devem ser de transformação e passam pela educação, conforme escreveu FREIRE (1996, p.12) “a educação é o caminho fundamental para transformas a sociedade.”
                                    http://www.ppge.ufpr.br/teses/M07_fileno.pdf

      O tipo textual é a argumentação ou dissertação argumentativa. A autora inicia o texto com uma narração, contando sua história, porém, logo vemos que a história serviu para situar e contextualizar o tema de sua tese. Ela utiliza como argumentos para justificar sua tese, as teorias de pensadores já consagrados, faz citações.

Texto 5
        O texto injuntivo ensina como se faz alguma coisa, também dita acontecimentos e comportamentos. A linguagem é simples e objetiva e, na maioria dos casos, os verbos estão no modo imperativo ou infinitivo genérico (ex.: juntar a farinha e mexer).
      O tipo textual é a exposição ou dissertação expositiva. Seu objetivo é passar uma informação sem que o autor se posicione sobre o tema, sua presença é neutra.


Texto 6

01 – Qual o método argumentativo utilizado pelo aluno?
      O aluno utiliza dois métodos argumentativos.
O primeiro método é o dedutivo, que poderia ser simplificado no seguinte silogismo:
O computador pegou um vírus
Vírus passam facilmente
Portanto, lápis e canetas foram contaminados.
      Além disso, ele utiliza também a analogia, ele considera computador, lápis e canetas equivalentes para se fazer uma tarefa.

02 – Qual a estratégia argumentativa utilizada pelo aluno e qual a professora utilizaria para rebatê-la?
      A estratégia que o aluno utiliza é a exemplificação, mostra à professora os fatos e os utiliza para argumentar. A professora faria sua contra argumentação com a redução ao absurdo, esgotando as consequências do argumento do aluno: “se até os lápis e as canetas pegaram o vírus, como você não tem nada?”.

03 – Quais as vozes presentes na argumentação do aluno?
      Na argumentação do aluno está presente a sua voz que se justifica por não ter feito a tarefa. Está implícita também a voz da professora, questionando sobre a tarefa e pela razão de ele não ter feito.

04 – O que é a falácia?
      A falácia consiste em uma falsa analogia, ou seja, o aluno faz uma comparação falsa, porque vírus de computador não "passa" para lápis e canetas.






POEMA: SABIÁ - LIBÉRIO NEVES - COM GABARITO

Poema: SABIÁ

Você sabia
Que o sabiá
É um sábio?

Sabiá sabe assobiar.

Sabiá gorjeia
Cedinho canta
Na laranjeira.

Sabiá meio-dia
Toma banho no rio.

Sabiá de tardinha
Pia uma ladainha.

Sabiá mansinho
Sonha no seu ninho.
Libério Neves. Voa, palavra. Belo Horizonte: Formato,1995
Entendendo o poema:

01 – Segundo o poema, o que o sabiá faz em cada momento do dia? Correlacione.
(A) cedinho
(B) meio-dia
(C) de tardinha.
(C) O sabiá pia uma ladainha.
(A) O sabiá gorjeia.
(B) O sabiá toma banho no rio.
(A) O sabiá canta na laranjeira.

02 – Retire, do texto, as palavras que rimam com
a) Tardinha: Ladainha.
b) Mansinho: Ninho.

03 – Releia a estrofe do poema e observe as palavras grifadas.
      “Você sabia
       Que o sabiá
       É um sábio?”
Agora, responda:
a)    Nas palavras sabia, sabiá e sábio, todas as sílabas são pronunciadas com a mesma intensidade?
Não. Existe diferença na sílaba forte.

b)    Que diferença se percebe na pronúncia das palavras?
(Pronuncie as palavras sabia, sabiá e sábio em voz alta, para perceber a diferença).
      Sabia: sa-bi-a (trata-se de um hiato).
      Sabiá: sa-bi-á (trata-se de um hiato).
      Sábio: sá-bio (2ª sílaba contém o ditongo crescente – ia).

04 – Sublinhe, no trecho abaixo, as sílabas que são pronunciadas com mais intensidade em cada palavra.
        Sabiá é sábio.
        Sabiá sabe assobiar.

AUTOBIOGRAFIA: RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY - COM QUESTÕES GABARITADAS

AUTOBIOGRAFIA: RÚSSIA - BRASIL
                           Tatiana Belinky

        Eu não nasci no Brasil: sou imigrante. Nasci na Rússia, na então capital, que já não se chamava São Petersburgo, como quando foi fundada e construída pelo imperador Pedro, o Grande, e ainda não se chamava Leningrado – agora São Petersburgo, recuperando assim seu nome original. Quando eu nasci, dois anos depois da Revolução Russa, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, a cidade se chamava Petrogrado – “cidade de Pedro”, em russo. O país estava em plena guerra civil, havia mesmo fome na cidade, os alimentos estavam racionados, a vida era muito difícil. Então meus pais, que eram cidadãos letonianos, resolveram voltar para Riga, capital da Letônia, um dos pequenos países do Mar Báltico. E foi assim que, de um ano de idade até os dez vivi com meus pais e meus dois irmãos [...] na bonita cidade de Riga, conhecida principalmente pela madeira que exportava para o mundo inteiro, o famoso pinho-de-Riga.
        Mas também em Riga a vida não era fácil. A situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.
        [...]
        Então sou – ou fui – imigrante. Mas sou brasileira, como consta no meu “RG” – casada com brasileiro, com filhos e netos brasileiros: marido santista, filhos, netos e bisnetos paulistanos.
        [...]
        Só que eu não virei brasileira de repente, do dia para a noite, sem mais nem menos. Quando cheguei ao Brasil, tinha pouco mais de dez anos e todo um passado europeu atrás de mim: toda uma vida, todo um “caldo de cultura”. Clima, costumes, educação, idioma, até a maneira de vestir e de morar eram muito diferentes. E levei algum tempo até me “aclimatar” e acostumar com todas as coisas novas que me esperavam no Brasil, na cidade de São Paulo e, principalmente, na Rua Jaguaribe [...].
        Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo. (E, note-se que eu viajei muito, vi muitos países, coisas bonitas e interessantes...) [...]
        Viajar para o Brasil! Foi o que nos disseram papai e mamãe, naquele dia: nós íamos viajar para o Brasil, um país que ficava na América, muito longe, do outro lado do oceano. E que nós íamos navegar até lá num navio transatlântico – que coisa romântica e empolgante!
        [...]
        Papai de fato partiu antes de nós – para “apalpar o terreno” e, finalmente, três meses depois, chegou também a hora da nossa partida. [...]
        Saímos de Riga de trem noturno, até Berlim, de onde iríamos para Hamburgo, e de lá, desse velho porto alemão, embarcaríamos rumo ao Brasil.
        As despedidas na estação ferroviária de Riga foram emocionadas e emocionantes. De repente a gente se deu conta de que estávamos deixando para trás toda a nossa grande família, boa parte da qual se apinhava na plataforma: vovô e vovó, tios e tias, primos e primas, adultos e crianças – toda uma multidão de pessoas próximas e queridas, que sempre fizeram parte integrante da nossa vida – e das quais de repente íamos ficar separados e distantes, não sabíamos por quanto tempo.
        Por fim, vinte e um dia depois de alçarmos âncora em Hamburgo, chegamos! Chegamos ao Rio de Janeiro. O General Mitre entrou na Baía de Guanabara ao anoitecer e ficou fora da barra à espera da licença de ancorar até a manhã do dia seguinte. Todo mundo correu para as amuradas, e ficamos olhando de longe aquela vista incomparável: a linha harmoniosamente curva da praia de Copacabana, toda faiscante no seu “colar de pérolas”, como era chamada, carinhosamente, a iluminação da Avenida Atlântica. [...]
        O nosso primeiro contato com a paisagem brasileira foi o Rio de Janeiro, e não podia ter sido mais encantador.

BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. São Paulo: Uno Educação, 2008.

Entendendo o texto:

01 – Qual o significado de Petrogrado?
        Significa Cidade de Pedro, em Russo.

02 – Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
      Porque o país estava em plena Guerra Civil, e tinha muita fome, os alimentos racionados e a vida era muito difícil.

03 – Como era a vida em Riga?
        A vida não era fácil.

04 – Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
       Porque a situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.

05 – Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
      Porque ela já tinha vivido até os dez anos na Europa. E vindo para o Brasil teve que aprender tudo de novo.

06 – A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
      Refere-se a tudo que ela teve que aprender e acostumar num outro país: Clima, costumes, educação, idioma diferente, etc.

07 – Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
      “Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo.”

08 – Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
      Tem o sentido de afirmação e de alegria e felicidade.

09 – Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
      Tem o efeito de conhecer, verificar se é uma boa ideia mudar para aquele lugar.

10 – A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
      Refere-se ao local de onde eles partiram rumo ao Brasil.

11 – Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
·        Emocionada: é o sentimento de felicidade, de conquista.
·        Emocionante: é algo que causa emoção.

12 – No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
      Refere-se ao Navio Transatlântico.

13 – A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
      Era comparada a um colar de pérolas.

quinta-feira, 14 de março de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): CÁLIX BENTO - MILTON NASCIMENTO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Cálix Bento

                            Milton Nascimento

Ó Deus salve o oratório
Ó Deus salve o oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o cálix bento
Onde mora o cálix bento
E a hóstia consagrada
Óiá, meu Deus, e a hóstia consagrada, oiá

De Jessé nasceu a vara
De Jessé nasceu a vara
E da vara nasceu a flor
Oiá, meu Deus, da vara nasceu a flor, oiá
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador
Oiá, meu Deus, de Maria o Salvador, oiá.
                                      Composição: Tavinho Moura.
                 Milton Nascimento. Os tambores de Minas, 1998.
Entendendo a canção:
01 – Encontre na canção “Cálix Bento” marcas (palavras, expressões) que se referem ao enunciador (quem compôs a canção).
      Algumas delas referem-se diretamente ao enunciador, como os pronomes em primeira pessoa “meu”; outras, indiretamente, como o uso do imperativo.

02 – A canção de Milton Nascimento, foi produzido, portanto, para ser cantado. Ao cantar a canção, que partes dela ganham maior destaque? Explique.
      São os elementos repetidos, cantados em ritmo mais lento, são os de maior destaques.

03 – O que é possível identificar nas duas últimas estrofes da canção?
      A ligação do ser humano com a natureza. Nos versos: “De Jessé nasceu a vara”; “E da vara nasceu a flor”; “E da flor nasceu Maria”; “De Maria o Salvador”.

04 – O que representa a flor, na canção “Cálix Bento”?
      Ela representa a beleza, a perfeição, o amor, a glória, a alegria, à criação, à fertilidade e ao nascimento.

05 – Por meio da análise da canção “Cálix Bento”, o que podemos refletir?
      É possível refletir a manifestação do sagrado na música e perceber como as tradições religiosas são ressignificados sob a linguagem poética.