domingo, 24 de junho de 2018

POEMA: BALÕEZINHOS - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

POEMA: Balõezinhos
             Manuel Bandeira


Na feira do arrabaldezinho

Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
-- "O melhor divertimento para as crianças!"
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.

No entanto a feira burburinha.
Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas,
E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.

Nas bancas de peixe,
Nas barraquinhas de cereais,
Junto às cestas de hortaliças
O tostão é regateado com acrimônia.

Os meninos pobres não veem as ervilhas tenras,
Os tomatinhos vermelhos,
Nem as frutas,
Nem nada.

Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a
única mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.
O vendedor infatigável apregoa:
- "O melhor divertimento para as crianças!"

E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um
círculo inamovível de desejo e espanto.
                                            Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira.
                                        4. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

Entendendo o texto:
01 – Pela leitura do poema, podemos concluir que se trata:
(  ) De uma feira muito calma.
(X) De uma feira movimentada.

02 – Qual é o centro de interesse dos meninos pobres?
      Os balõezinhos.

03 – O verso: “O vendedor infatigável apregoa” sugere que:
(  ) O vendedor acabou de chegar.
(X) Ele já está ali há algum tempo, anunciando repetidamente sua mercadoria.

04 – Em que estrofe o poeta retrata a classe social que comparece à feira?
      Na segunda estrofe.

05 – O poema nos deixa uma impressão geral de:
(  ) Indiferença.
(X) Tristeza e pena.

06 – Com auxílio de um dicionário, diga o significado de algumas palavras abaixo:
·        Arrabalde: Subúrbio, parte da cidade que fica longe do centro.
·        Regatear: pechinchar, discutir o preço.
·        Loquaz: falador, tagarela.
·        Acrimônia: mau humor, aspereza.
·        Apregoar: anunciar em voz alta.
·        Tenro: novo, fresco.
·        Infatigável: incansável.
·        Inamovível: firme, imóvel.

07 – Qual é o título do texto?
      Balõezinhos.

08 – Quem é o autor?
      Manuel Bandeira.

09 – Explique como o autor consegue transmitir para o leitor a imagem movimentada de uma feira.
      Ele reproduz o “burburinho” da feira, enfim “monta” um cenário diante do leitor através da descrição.

10 – Como ele transmite a ideia de que as crianças ficam fascinadas diante dos balões?
      Eles se colocam em torno do vendedor e fitam os balões com “olhos redondos”, sem se moverem, como se estivessem hipnotizados.

11 – Por que os meninos não compram os balõezinhos, já que os mesmos são a “única mercadoria indispensável”?
      Porque eles são pobres; não tem dinheiro para comprar nada.

12 – Copie os fatos na ordem em que aparecem no texto:
(4) Os meninos ficam indiferentes à movimentação da feira.
(2) Os meninos se aglomeram para observar os balõezinhos.
(3) As pessoas chegam à feira.
(5) Os meninos permanecem ao redor do vendedor.
(1) Um vendedor apregoa balõezinhos de cor.

13 – O que o autor sugere com os versos: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / E as crianças das burguesinhas ricas”?
      Resposta pessoal do aluno.

14 – O poema balõezinhos foi escrito já há algum tempo, na época em que tostão era moeda brasileira. No entanto, a situação das donas-de-casa que aparecem no texto não parece muito diferente da situação atual. Que verso do texto vem comprovar essa afirmação?

      “O tostão é regateado com acrimônia”.



TEXTO PARA SÉRIES INICIAIS - A TERRA - COM GABARITO

Texto - A terra

     O velho Diamante e a jovem Safira foram colocados lado a lado. O Diamante mantinha seu brilho radiante e falou para a Safira que eles tinham algo em comum: a Terra. A Safira impressionada, quis saber por que o Diamante dizia isso. E ele respondeu:
        - Do elemento Terra saem cristais, metais e outros materiais maravilhosos. Como nós, todos os seres são polidos pela Terra. Até as pessoas. E quanto melhores eles se tornam, mais puro e inteligentes vão ficando, como belos diamantes e belas safiras. Pena que muitos se quebrem, perdendo seu brilho e também a bondade. A jovem Safira concordou, mas perguntou:
        - E será que tem conserto?
        O experiente diamante respondeu:
        - Sempre tem conserto. Mas eles precisam saber que o elemento Terra também pede ajuda aos elementos: Ar, Água e fogo.
        - E o velho e resplandecente diamante, ainda brilhante, terminou sua explicação dizendo:
        - O elemento Terra faz o equilíbrio entre o Ar, a Água e o Fogo. E quando um belo diamante é lapidado, ele se torna eterno.
                                                                   Camila Pereira de Farias.
Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto?
      A Terra.

02 – O que são polidos pela Terra?
      Cristais, metais e outros materiais maravilhosos.

03 – Do que o diamante tinha pena?
      Que muitos diamantes e belas safiras se quebrem, perdendo seu brilho e também a bondade.

04 – Quando a jovem Safira pergunta se tem conserto o que o diamante diz?
      Que sempre tem conserto.

05 – O diamante disse que a Terra faz o equilíbrio entre o que?
      O Ar, a Água e o Fogo.

TEXTO PARA SÉRIES INICIAIS - AVENTURAS NOS SETES MARES - COM GABARITO


Texto - Aventuras nos setes mares

      O menino Tamir adorava aventuras. Quando ele cresceu, herdou uma fortuna e comprou uma caravela! Convidou muitos amigos para formar a tripulação do navio e partiu pelos sete mares. Mas quando se deparou com outro navio, quis mostrar sinal de amizade. Porém, naqueles tempos antigos, não podia haver amizade entre navios de bandeiras diferentes. E a outra caravela começou a atirar. Foram muitos tiros. O mastro principal caiu e a maioria das velas rasgaram ou foram perfuradas.
        Ainda bem que a tripulação que Tamir escolheu sabia lutar como ninguém. Puseram para correr o navio inimigo. Tamir, reconhecendo o valor de seus tripulantes, condecorou cada um deles com belas medalhas no peito. Mas aprendeu, de um jeito bem difícil, que naqueles tempos se devia ter muito cuidado nos mares. Então, ele levantou a bandeira pirata.
        Os navios mantiveram distância de Tamir. E aí, ele pôde navegar tranquilo com muitas mercadorias para vender em vários países diferentes.

                                                                    Camila Pereira de Farias.
Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto?
      Aventuras nos sete mares.

02 – O que o menino Tamir adorava?
      Aventuras.

03 – O que Tamir fez quando cresceu e herdou uma fortuna?
      Comprou uma caravela.

04 – Quando viu outro navio, o que Tamir fez?
      Quis mostrar amizade.

05 – Por que foi importante Tamir escolher uma tripulação que sabia lutar?
      Porque o outro navio começou a atirar contra eles.

06 – Como Tamir reconheceu o valor de seus tripulantes?
      Condecorou cada um deles com belas medalhas no peito.


sábado, 23 de junho de 2018

FILME(ATIVIDADES): O SHOW DE TRUMAN - PETER WEIR - SINOPSE COM QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): O SHOW DE TRUMAN
Data de lançamento 30 de outubro de 1998 (1h 43min)
Direção: Peter Weir
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES
        Truman Burbank (Jim Carrey) é um pacato vendedor de seguros que leva uma vida simples com sua esposa Meryl Burbank (Laura Linney). Porém algumas coisas ao seu redor fazem com que ele passe a estranhar sua cidade, seus supostos amigos e até sua mulher. Após conhecer a misteriosa Lauren (Natascha McElhone), ele fica intrigado e acaba descobrindo que toda sua vida foi monitorada por câmeras e transmitida em rede nacional.

Entendendo o filme:

01 – Que questões são abordados no filme?
      No filme se estabelece uma relação entre a filosofia e o cinema, no qual Truman participa de um reality show sem saber, transmitido 24 horas por dia onde todos os figurantes estão cientes da encenação, menos o personagem principal.

02 – O filme tem por seu maior objetivo criticar como a sociedade atual se comporta. De que forma?
      Por meio dos fatos vivenciados por Truman, percebemos referências claras a vários maus aspectos do mundo globalizado, como a manipulação de massas através dos meios de comunicação e marketing.

03 – Que frase a mulher de Truman diz que nos leva a refletir sobre as consequências desse tipo de pensamento.
      “... para mim a minha vida particular e a pública são iguais.”

04 – Como eram as relações sociais e afetivas de Truman?
      Eram todas falsas. Sua mãe, seu pai, sua esposa, seu amigo eram falsos.

05 – O que seria uma sociedade “tevecêntrica”?
      Na sociedade moderna a TV também ocupa um lugar de destaque. Atualmente as famílias se reúnem diante da TV, na sala, onde é proibido falar, ela é o centro das atenções.

06 – Podemos dizer que todos nós somos Trumans?
      Resposta pessoal do aluno.


POESIA PARA SÉRIES INICIAIS - PÉ DE FLOR - MARIA DINORAH - COM GABARITO

Poesia: PÉ DE FLOR
             Maria Dinorah


O passarinho
Fez um buraquinho
Na parede
Do prédio do vizinho.

Nada de verde
Pra fazer seu ninho
Junto à caixa-d’água.

Tanto cimento
Já lhe dava mágoa

Mas o vizinho
Descobriu o ninho,
E pôs ao lado
Um pé de flor.

O passarinho
Com um sorrisinho,
Disse baixinho:
“Obrigado vizinho”
Maria Dinorah - Coração de Papel - Editora Moderna.

Entendendo a poesia:
01 – Qual é o título da poesia?
      Pé de flor.

02 – Quantas estrofes tem a poesia?
      A poesia possui 5 estrofes.

03 – Quantos versos tem a poesia?
      O texto tem 17 versos.

04 – Quais são os personagens da história?
      Os personagens da história são o passarinho e o vizinho.

05 – Quem fez um buraquinho no prédio do vizinho?
      O passarinho.

06 – Junto de que o passarinho estava querendo fazer seu ninho?
      Ele queria fazer o ninho junto a caixa d’água.

07 – O que dava no passarinho quando via tanto cimento?
      Ele ficava magoado.

08 – Quem descobriu o ninho?
      O vizinho descobriu o ninho.

09 – O que fez o vizinho ao lado do ninho?
      Ele plantou um pé de flor.

10 – Escreva cinco palavras do texto que tenham as letras nh.
      Passarinho, buraquinho, vizinho, ninho, sorrisinho ou baixinho.






TEXTO: UM MUNDO SEM PLANTAS? EDITH BERCHTOLD - COM GABARITO

Texto: Um mundo sem plantas?


       Você já imaginou um mundo sem plantas? Você andando de um lado para outro ao longo das ruas e só vendo pedras, prédios, carros, lojas e fábricas? Ainda que fossem bonitos, teria a impressão de estar faltando algo. Mas, será que as plantas são apenas enfeites?
    As plantas estão presentes na nossa vida diária, mas, na maioria das vezes, nem nos damos conta. (...) pegue lápis e papel. Faça uma lista das coisas que você está vendo e que foram feitas a partir de plantas. Quais coisas encontrou? Peça a um amigo ou a uma outra pessoa que esteja perto que faça o mesmo. Compare as listas. Que tal você se saiu?
        Além das frutas, legumes e verduras que comemos, as geleias, os pães, o chocolate, o açúcar e muitas outras delícias vêm das plantas. Até mesmo a carne que comemos existe por causa delas, como o boi com seu capim e a galinha com o milho. Viu só? isso sem falar nos papéis, móveis e no próprio oxigênio. Tudo isso existe graças a elas. Se não fossem as plantas, nós e os outros animais não estaríamos aqui, agora.
        Na verdade, vivemos num imenso jardim. Vamos passear por ele?

                              Edith Berchtold. De mãos dadas com a natureza.
                                                    Rio de Janeiro: Salamandra, 1991.
Vocabulário:
Ainda que: mesmo que, embora.
Impressão: sensação.
Algo: alguma coisa.
Dar-se conta: perceber.
Graças: devido, por causa de.

Entendendo o texto:

01 – Vamos ler as frases abaixo:
a)   “As plantas estão presentes na nossa vida diária.”
b)   “No meu aniversário, ganhei muitos presentes.”
As palavras destacadas tem significados diferentes nas frases acima. Mostre que você compreendeu estas diferenças construindo novas frases:
      Resposta pessoal do aluno.

02 – A palavra você nas frases abaixo, mostra que o autor:
      Você já imaginou...”
      Você andando...”
(   ) Gosta de falar sozinho.
(   ) Chama a atenção de quem destrói a natureza.
(X) Está dirigindo a quem lê o texto.

03 – Na frase: “Além dos frutos...”, a palavra além sugere que:
(   ) Só as frutas vêm das plantas.
(X) As plantas nos dão frutos e muito mais.
(   ) As frutas estão fora da natureza.

04 – Qual parágrafo (ou parte do texto) mais chamou sua atenção? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Em que o 4° parágrafo se opõe ao 1° parágrafo?
      O 1° parágrafo descreve um mundo sem plantas e o 4° parágrafo diz que o mundo é um imenso jardim.

06 – Você já imaginou um mundo sem plantas? Como seria?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Explique por que o bife e o frango que você tanto aprecia à mesa dependem das plantas.
      Porque os bois e os frangos não sobrevivem se não houvesse pastos, capim, milho e ração para alimentá-los. Tudo isso provém de plantas.

08 – As plantas são apenas enfeites das ruas? Explique que outras finalidades elas têm.
      As plantas não são apenas enfeites de ruas. Elas servem ainda para melhorar a qualidade do ar, sombrear, atrair pássaros, etc.

TEXTO: JOANA BANANA VIRA JOANA BACANA - CRISTINA PORTO - COM GABARITO


Texto: Joana Banana vira Joana Bacana

        Na manhã seguinte a notícia já corria pelos corredores do colégio e da cidade.
        -- Vocês souberam da última? O Espelunca inscreveu uma menina na ponta-esquerda! É a Joana, aquela menina nova que se mudou para cá faz pouco tempo.
        -- Ah, essa não! Estou pagando pra ver esse campeonato! Pelo jeito vai ser o mais divertido dos últimos tempos!
        É ... o pessoal do Espelunca precisou até mudar o local de treinamento para se livrar dos curiosos, que queriam, a todo custo, ter uma ideia do desempenho da camisa onze.
        Como foram os treinamentos? Como Joana se comportou dentro do time? Se ela se adaptou ao esquema tático e técnico armado por seu Manoel? Ah, isso ninguém ficou sabendo... Tudo foi feito no maior segredo do mundo!
        E o grande dia chegou, finalmente!
        Joana entrou, começou devagar, esquentou, acelerou, correu, chutou, caiu, a plateia vaiou, ela se levantou, continuou, driblou, perdeu a bola, recuperou, a plateia aplaudiu, Joana se animou, passou a bola, recebeu, passou, recebeu, passou, recebeu e ... GOOOOL! Gol de Joana Banana, num lindo passe de Duda.
        Mas foi só depois do jogo que Joana deixou de ser Banana.
        Algumas vozes começaram, outras continuaram, até que um coro forte se formou:
        Joana Bacana! Joana Bacana! Joana Bacana!

                                   Cristina Porto, Joana Banana. São Paulo: Melhoramentos.
Entendendo o texto:

01 – Qual é o título do texto?
      Joana Banana vira Joana Bacana.

02 – Quem é o autor?
      Cristina Porto.

03 – Na sua opinião, o futebol é um esporte também para mulheres? O que você acha de meninas jogarem futebol no time dos meninos? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Quem é o Espelunca? E quem foi inscrito na ponta-esquerda?
      É o time de futebol. Foi a menina Joana.

05 – Como Joana se comportou dentro do time?
      Joana entrou, começou devagar, esquentou, acelerou, correu, chutou, caiu, a plateia vaiou, ela se levantou, continuou, driblou, perdeu a bola, recuperou, a plateia aplaudiu, Joana se animou, passou a bola, recebeu, passou, recebeu, passou, recebeu e ... GOOOOL!

06 – Quem deu um lindo passe, para que Joana pudesse marcar o gol?
      Foi a Jogadora Duda.

07 – Após o jogo, qual foi o nome que deram a Joana Banana?
      Joana Bacana! Joana Bacana! Joana Bacana!
     

RESENHA: CONTAS DA SELVA - HORÁCIO QUIROGA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Resenha: Quiroga escreve para crianças de forma inusitada 
                          Michel Laub

        A ficção infanto-juvenil costuma ser avaliada com certa condescendência, mais comprometida com a formação do cidadão que com a do leitor. 
        Não é difícil perceber os resultados desse paternalismo: histórias politicamente corretas, com temas que tentam aproximar a literatura da "realidade cotidiana" ou despertar a consciência para a diversidade social, étnica e religiosa do mundo, frequentemente ganham elogios e adoções em escolas na mesma medida em que sua estética insossa é ignorada. 
        Diante de um cenário assim, é promissor o lançamento de uma coletânea como "Contos da Selva" (1918), do uruguaio Horacio Quiroga (1878-1937). Anunciado como infanto-juvenil, mas talvez mais próximo das narrativas para crianças, o livro chama atenção por abdicar de um caráter utilitário, que emprestaria às suas histórias uma pregação ecológica ou um sentido moral. 
        Quiroga obtém esse resultado, quase sempre, experimentando com as convenções da fábula e do causo. No primeiro caso, em textos como "O Papagaio Pelado", cujo protagonista se vinga de uma onça que o atacou indicando seu paradeiro a um caçador, tem-se os bichos que falam e agem como humanos, mas não a lição edificante no desfecho. No segundo, a verossimilhança e coerência narrativa do causo são abandonadas em textos como "As Meias dos Flamingos", talvez a mais inusitada de todas, em que pássaros entram fantasiados num baile de cobras e passam o resto da vida pagando pelo erro. 
        Resta saber se ambas as soluções, cuja originalidade é louvável, mas externa à fruição estética das histórias, são suficientes para garantir o valor literário de "Contos da Selva". A resposta é difícil, até porque há contos que fogem à regra aqui descrita, como "A Abelhinha Malandra", fábula tradicional e previsível, ou "A Tartaruga Gigante", sem a densidade que transforma o relato em literatura. 
        Por outro lado, há qualidades inegáveis na prosa de Quiroga: o classicismo elegante, que ficaria bem num texto contemporâneo, e a generosidade descritiva, que torna acessível o mundo então pouco explorado de bichos e plantas das províncias argentinas -lugares onde o autor viveu muitos anos. 
        Somada a isso, a capacidade de comover em construções simples como "A Gama Cega", sobre um veado salvo por um caçador, ou "História de Dois Filhotes de Quati e de Dois Filhotes de Homem", que mostra uma convivência terna entre as espécies, dão ao livro um balanço positivo. Não para transformá-lo num clássico, mas o bastante para ser lido com interesse quase um século depois de sua publicação. 

Disponível em: 

Entendendo a Resenha:
01 – A respeito da resenha, responda: 
a)   Qual é a obra resenhada? 
O livro Contos da Selva.

b)   Quem é o autor dessa obra? 
O uruguaiano Horacio Quiroga.

c)   A que público ela se destina?
A obra é dirigida ao público infanto-juvenil, mas o autor da resenha a considera mais voltada para o infantil.

d)   Quem é o autor da resenha? 
Michel Laub.

02 – Segundo o autor da resenha, a ficção infanto-juvenil tem sido avaliada por um único ângulo. 
a)   Qual é o principal critério de avaliação da ficção infanto-juvenil?
O critério didático, moralizador.

b)   Segundo esse critério, como seria um bom livro infanto-juvenil? 
Seria aquele composto de "histórias politicamente corretas, com temas que tentam aproximar a literatura da 'realidade cotidiana' ou despertar a consciência para a diversidade social, étnica e religiosa do mundo".

c)   O autor da resenha considera esse um bom critério? Por quê? 
Não. Ele considera que há muita condescendência e paternalismo nesse critério; o autor o considera limitador.

03 – A obra resenhada pode ser considerada um exemplo do que comumente se avalia como boa ficção infanto-juvenil? Explique sua resposta. 
      Não, pelo contrário, a obra resenhada abre mão da pregação ecológica ou de apresentar um sentido moral.

04 – Além de comentar o conteúdo normalmente presente na ficção infanto-juvenil, o autor da resenha também avalia a estética que predomina nesses livros. Qual é a opinião dele sobre isso? 
      Segundo o autor, a ficção infanto-juvenil em geral uma "estética insossa".

05 – No quarto parágrafo, o resenhista afirma que o escritor obtém certo resultado "experimentando com as convenções da fábula e do causo". 
a)   O que é convencional no gênero fábula? E no gênero causo? 
Convenções da fábula: animais que falam, desfecho moralizante, narrativa curta.
Convenções do causo: presença de humor, transmissão oral, criação popular, possibilidade de estar baseado no fato real.

b)   Se um autor "faz experimentos" com essas convenções, o que, na prática, ele deve estar fazendo?" 
O escritor provavelmente está mexendo no que é característico daquele gênero, alterando um pouco sua estrutura, mas não a ponto de o gênero deixar de ser reconhecido.

06 – A que o autor se refere ao empregar as expressões indicadas a seguir? 
a)   "No primeiro caso" e "No segundo" (quarto parágrafo) 
Ao experimentar com as convenções da fábula;
Ao experimentar com as convenções do causo.

b)   "ambas as soluções" (quinto parágrafo) 
A experimentação com as convenções da fábula e com as do causo.

07 – No quinto parágrafo, o autor afirma que as soluções são originais, mas que essa originalidade é "externa à fruição estética das histórias". Qual das alternativas a seguir explica o que se deve entender por isso?
I. Que os textos (apesar do conteúdo surpreendente) não foram escritos de modo a chamar a atenção pela beleza de sua forma. 

II. Que as criações originais que o contista pensou para as histórias tiveram de ser explicadas fora do texto. 
08 – O autor da resenha afirma que o livro não tem qualidades para ser considerado um clássico. Que livros clássicos para o público infanto-juvenil você conhece? 
      Alguns clássicos infanto-juvenis: A volta ao mundo em 80 dias, de Júlio Verne; Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain; Caninos brancos, de Jack London; Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, entre outros.

09 – Escolha a declaração que reflete, de modo geral, a avaliação do autor. 
I. Não recomenda a obra, apontando exclusivamente seus pontos fracos. 
II. Recomenda a obra, apontando apenas seus pontos fortes. 
III. Recomenda a obra, apontando seus pontos fortes e fracos.