domingo, 3 de junho de 2018

LENDA: COMO A NOITE APARECEU - LENDAS TUPIS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Lenda: Como a Noite Apareceu

         No princípio não havia noite. Dia, somente havia em todo tempo. A noite estava adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falavam.
         A filha da Cobra-Grande – contam – casara-se com um moço.
         Esse moço tinha três fâmulos fiéis. Um dia, ele chamou os três fâmulos e disse-lhes. – Ide passear, porque minha mulher não quer dormir comigo.
         Os fâmulos foram-se, e então ele chamou sua mulher para dormir com ele. A filha da Cobra-Grande respondeu-lhe:
         – Ainda não é noite.
         O moço disse-lhe:
         – Não há noite; somente há dia.
         A moça falou:
         – Meu pai tem noite. Se queres dormir comigo, mande buscá-la, pelo grande rio.
         O moço chamou os três fâmulos; a moça mandou-os à casa de seu pai, para trazerem um caroço de tucumã.
         Os fâmulos foram, chegaram, à casa da Cobra-Grande. Esta lhes entregou um coco, tucumã, muito bem fechado e disse-lhes:
         – Aqui está; levai-o.  Não o abrais, senão todas as coisas se perderão.
         Os fâmulos foram-se, estavam ouvindo barulho dentro do coco de tucumã. Eram cri-cri de grilo, coaxos de sapo, hu-hus de corujas, bichos que só cantam à noite e não eram conhecidos por eles.
         Quando já estavam longe, um dos fâmulos disse a seus companheiros.
         – Vamos ver que barulho será este?
         O piloto disse:
         – Não; do contrário nos perderemos. Vamos embora, eia, remai!
         Eles foram-se e continuaram a ouvir aquele barulho dentro do coco de tucumã, e não sabiam que barulho era.
         Quando já estavam muito longe, ajuntaram-se no meio da canoa, acenderam fogo, derreteram o breu que fechava o coco e abriram-no. De repente tudo escureceu
         O piloto então disse:
         – Nós estamos perdidos; e a moça, em sua casa, lá sabe que nós abrimos o coco de tucumã!
         Eles seguiram viagem.
         A moça, em sua casa, disse então a seu marido:
         – Eles soltaram a noite; vamos esperar a manhã.
         Então todas as coisas estavam espalhadas pelo bosque se transformaram em animais e pássaros.
         As coisas que estavam espalhadas pelo rio se transformaram em patos e em peixes.
         Do paneiro gerou-se a onça; o pescador e sua canoa se transformaram em pato: da cabeça do pescador, nasceram a cabeça e o bico do pato; da canoa, o corpo do pato; do remo, as pernas do pato.
         A filha da Cobra-Grande, quando viu a estrela d'alva, disse a seu marido:
          – A madrugada vem rompendo. Vou dividir o dia da noite.
         Então ela enrolou um fio, e disse-lhe:
         – Tu serás cujubin. Assim ela fez o cujubin: pintou a cabeça do cujubin de branco, com tabatinga; pintou-lhe as pernas de vermelho com urucu e, então, disse-lhe.
         – Cantarás para todo sempre quando a manhã vier raiando.
         Ela enrolou o fio, sacudiu cinza em riba dele, e disse:
         – Tu serás inhambu, para cantar nos diversos tempos da noite e de madrugada.
         De então para cá todos os pássaros cantaram em seus tempos, e de madrugada, para alegrar o princípio do dia.
         Quando os três fâmulos chegaram, o moço disse-lhes:
         – Não fostes fiéis – abristes o caroço de tucumã, soltastes a noite e todas as coisas se perderam, e vós também, que vos metamorfoseastes em macacos de boca preta, devido a fumaça, e risca amarela, pela cera derretida, e andareis para todo sempre pelos galhos dos paus.
         E assim, a filha da serpente pode finalmente se deitar e todos os seres puderam dormir.
Lenda pertencente à série "Lendas Tupis", publicada em
O Selvagem, Nacional, Coleção Brasiliana.

Entendendo a lenda:
01 – A serpente entregou tucumã aos três fâmulos. O que era o tucumã?
      É uma fruta de uma palmeira amazônica.

02 – Que conselho foi dado aos três índios que foram buscar a noite?
      Aqui está; Levai-o. Não o abrais, senão todas as coisas se perderão.

03 – Por que os fâmulos desobedeceram às ordens da serpente?
      Porque eles ouviam barulho dentro do coco.

04 – Um dos índios convenceu os companheiro a abrir o coco de tucumã. Imagine e escreva o que ele fez ou falou para levá-los a tomara essa atitude.
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Quando a noite escapou, a filha da serpente deparou-se com um grande problema. Que problema era esse?
      A transformação das coisas e dos animais.

06 – De que forma a filha da serpente conseguiu resolver o problema?
      Na madrugada, ela dividiu o dia da noite.

07 – Os fâmulos desobedientes sofreram um castigo. O que aconteceu com eles?
      Eles foram transformados em macacos de boca preta.

08 – Se você fosse a filha da serpente como agiria com os desobedientes?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Nesse texto existem algumas informações reais. Para você quais são elas?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Releia este trecho:
            “No princípio não havia noite. Dia, somente havia em todo tempo. A noite estava adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falavam.”
a)         Copie todos os verbos desse trecho.
Havia, estava e falavam.

b)         Esses verbos indicam presente, passado ou futuro?
Indicam passado.

c)         Copie o trecho conjugando os verbos no futuro.
“No princípio não haverá noite. Dia, somente havia em todo tempo. A noite estará adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falará.”

d)         Copie o trecho novamente, conjugando os verbos no presente.
“No princípio não noite. Dia, somente havia em todo tempo. A noite está adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas fala.”

11 – Reproduza a história através da ilustração.
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Produza um texto como seria a vida se existisse só o dia ou só a noite.
      Resposta pessoal do aluno.



TEXTO: ENTREVISTA - VEJA E ALBERTO MANGUEI - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: “Entrevista”


        O ensaísta canadense Alberto Manguei, autor de Uma História da Leitura, explica por que a palavra escrita é a grande ferramenta para entender o mundo.
        Veja – Numa época em que predominam as imagens, por que a leitura ainda é importante?
        Manguei – A atual cultura de imagens é superficialíssima, ao contrário do que acontecia na Idade Média e na Renascença, épocas que também eram marcadas por uma forte imagética. Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas pela publicidade. Elas captam a nossa atenção por apenas poucos segundos, sem nos dar chance para pensar. Essa é a tendência geral em todos os meios visívos. Assim, a palavra escrita é, mais do que nunca, a nossa principal ferramenta para compreender o mundo. A grandeza do texto consiste em nos dar a possibilidade de refletir e interpretar. Prova disso é que as pessoas estão lendo cada vez mais, assim como mais livros estão sendo publicados a cada ano. Bill Gates, presidente da Microsoft, propõe uma sociedade sem papel. Mas, para desenvolver essa ideia, ele publicou um livro. Isso diz alguma coisa.
                                                                  (Veja, 7 de julho de 1999)
Entendendo o texto:
01 – ... a palavra escrita é a grande ferramenta para entender o mundo; o item abaixo que representa o papel da palavra escrita no entendimento do mundo é o de:
a) instrumento
b) motivo
c) objetivo
d) modo
e) processo

02 – ... a palavra escrita é a grande ferramenta para entender o mundo; o item abaixo em que o vocábulo grande apresenta o mesmo valor semântico que possui nesse segmento do texto é:
a) Por um grande tempo pensou-se que o livro iria ser substituído pelo computador.
b) Bill Gates tem grande interesse em mostrar a inutilidade da palavra escrita no mundo moderno.
c) O computador ainda tem uma grande estrada a percorrer até atingir a importância do livro.
d) O entrevistado Alberto Manguei é um dos grandes conhecedores do valor da língua escrita.
e) Os computadores mais modernos atingem grandes preços no mercado.

03 – O item abaixo em que o elemento destacado tem seu valor semântico corretamente indicado é:
a) …a grande ferramenta PARA entender o mundo – meio
b) …explica POR QUE a palavra escrita… – finalidade
c) …por que a leitura AINDA é importante? – concessão
d) …épocas TAMBÉM marcadas por uma forte imagética. – acréscimo
e) …ASSIM COMO mais livros estão sendo publicados a cada ano. modo.

04 – Numa época em que predominam as imagens…; a época a que se refere o repórter é:
a) indeterminada
b) a dos dias de hoje
c) a da Idade Média e da Renascença
d) a de um passado próximo
e) hipotética.

05 – Na pergunta do repórter há uma oposição implícita entre imagens e leitura porque:
a) os livros teóricos não possuem ilustrações.
b) imagens só estão presentes em livros infantis.
c) a leitura só é a possibilidade de criar imagens.
d) as imagens independem de leitura.
e) as letras não possuem sentido sem imagens.

06 – Segmento do texto que NÃO mostra, direta ou indiretamente, uma visão negativa da cultura de imagens é:
a) a atual cultura de imagens é superficialíssima…
b) essa é a tendência geral em todos os meios visívos.
c) elas captam a nossa atenção por apenas poucos segundos…
d) …sem nos dar chance para pensar.
e) Bill Gates, presidente da Microsoft, propõe uma sociedade sem papel.

07 – Considerando que os vocábulos imagética e visívos aparecem há pouco tempo nos dicionários da língua portuguesa, isto pode significar que:
a) são vocábulos erradamente criados pelo autor do texto.
b) tais vocábulos são traduções inadequadas de vocábulos estrangeiros.
c) representam realidades ainda ausentes de nosso cenário cultural.
d) se trata de neologismos já reconhecidos oficialmente.
e) os dicionários atuais não estão atualizados.

08 – Segundo o que se depreende da resposta do entrevistado, em termos de cultura de imagens, a época moderna, em relação à Idade Média e à Renascença:
a) é bem mais superficial no tratamento das imagens.
b) prefere imagens profanas, ao invés de religiosas.
c) apresenta semelhanças nas imagens publicitárias.
d) mostra idênticas preocupações formais.
e) possui tecnologia bem mais avançada.

09 – Pense, por exemplo, nas imagens veiculadas…; o termo sublinhado é muitas vezes confundido com vinculadas, seu parônimo. O item abaixo em que se empregou erradamente um vocábulo por seu parônimo é:
a) O deputado dedicou seu mandado à defesa da língua escrita.
b) Os monges medievais viviam imersos em leituras.
c) Os livros medievais tinham as páginas cosidas umas às outras.
d) Os livros imorais eram queimados pela Inquisição.
e) Os valores dos livros passam despercebidos a muitos.

10 – Essa é a tendência geral em todos os meios visivos; os meios visivos a que alude o entrevistado incluem certamente:
a) a pintura, a fotografia e o desenho
b) a televisão, o cinema e a fotografia
c) a pintura, a televisão e o cinema
d) o cinema, a fotografia e a pintura
e) o desenho, a pintura e a televisão.

11 – A frase final do entrevistado – Isso diz alguma coisa – refere-se à:
a) pouca importância do livro diante da importância do computador no mundo moderno
b) contradição entre o pensamento e a ação de Bill Gates
c) valorização da leitura através dos tempos
d) desvalorização das imagens no mundo da Microsoft
e) necessidade de novas pesquisas sobre o valor da leitura.

12 – Ideia que NÃO está contida no texto lido é:
a) A cultura de imagens na atualidade é menos profunda que em épocas anteriores.
b) As imagens publicitárias não levam à reflexão pois duram pouco em nossas mentes.
c) A compreensão integral do mundo só ocorre por meio da língua escrita.
d) Apesar da atual cultura de imagens, a leitura vê crescido o seu número de adeptos.
e) Uma sociedade sem papel, como propõe Bill Gates, é impossível.




CRÔNICA: "O PARTO E O TAPETE" - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO


Texto: “O parto e o tapete”


RIO DE JANEIRO – Big nem era minha, era de um cunhado.
        Naquele tempo eu ainda não gostava de cachorros, pagando por isso um preço que até hoje me maltrata. Mas, como ia dizendo, Big não era minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara.
        De repente, Big procurou um canto e entrou naquilo que os entendidos chamam de “trabalho de parto”. Alertado pela cozinheira, que entendia mais do assunto, telefonei para o veterinário que era amigo do cunhado. Não o encontrei.
Tive de apelar para uma emergência, expliquei a situação, 15 minutos depois veio um veterinário. Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.
        Providenciei um, que estava desativado, tivera alguma nobreza, agora estava puído e desbotado. O veterinário deitou Big em cima, pediu uma cadeira e um café. Duas horas se passaram, Big teve nove filhotes e o veterinário me cobrou 90 mil cruzeiros, eram cruzeiros naquela época, e dez mil por filhote.
        Valiam mais – tive de admitir.
        No dia seguinte, com a volta do cunhado, chamou-se o veterinário oficial. Quis informações sobre o colega que me atendera.
        Contei que ele se limitara a pedir um tapete e pusera Big em cima. Depois pedira um café e uma cadeira, cobrando-me 90 mil cruzeiros pelo trabalho.
        O veterinário limitou-se a comentar: “Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional!”. Como? A ciência que cuida do parto dos animais se limita a colocar um tapete em baixo?
        “Exatamente. Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe”.
        Nem sei por que estou contando isso. Acho que tem alguma coisa a ver com a sucessão presidencial. Muitas especulações, um parto complicado, que requer veterinário e curiosos. Todos darão palpites, todos se esbofarão para colocar o tapete providencial que receberá o candidato ungido, que nascerá por circunstâncias que ninguém domina.
        E todos cobrarão caro.

                              Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 19-12-01.

Entendendo o texto:
01 – A associação entre o episódio narrado e a sucessão presidencial apoia-se:
a) no argumento de que dos dois nascerá algo de grande valia e importância.
b) na ideia de que, num e noutro caso, cumprem-se rituais que pouco interferem nos fatos, mas que têm alto preço.
c) no fato de que sempre se estendem tapetes aos líderes poderosos que estão por vir.
d) na suposição de que as emergências são iguais por mais diferentes que pareçam.
e) na constatação de que a sucessão requer o envolvimento de especialistas e muita precisão.

02 – Observe as frases I e II, extraídas do texto.
I. “Big nem era minha, era de um cunhado.”
II. “Big não era minha, mas estava para ter ninhada, e meu cunhado viajara.”
É correto dizer que o narrador:
a) em I, sugere estar desobrigado em relação ao animal; em II, faz ressalva a essa desobrigação.
b) em I, afirma ser estranho ao animal; em II, reitera sua indiferença em relação a este.
c) em I, exprime desprezo pelo animal; em II, manifesta um mínimo de consideração pelo destino deste.
d) em I, nega ter vínculos com o animal; em II, critica o cunhado que se ausentou, deixando Big aos cuidados de outrem.
e) em I, mostra-se longe de ter responsabilidade pelo animal; em II, invoca a responsabilidade do legítimo proprietário.

03 – Ao afirmar “tive de admitir” (final do 3º parágrafo), o narrador dos fatos está indicando que:
a) constatou a verdadeira importância do profissional que assistira Big, em seu trabalho de parto.
b) tomou consciência de que pagará mais do que valiam os filhotes de Big no mercado.
c) se curvou ao argumento empregado pelo veterinário para justificar o preço de seu serviço.
d) se estarreceu com o valor que um filhote pode atingir e com o preço que cobram os veterinários.
e) pagou pelos filhotes um preço justo, já que valiam mais do que dez mil cruzeiros.

04 – “Se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo e cobraria mais caro, moro longe.” O significado do período acima está corretamente expresso em:
a) Mesmo que tivesse me encontrado, eu faria o mesmo cobrando mais caro, portanto moro longe.
b) Caso tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, mas cobraria mais caro, pois moro longe.
c) Embora tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, porém cobraria mais caro; moro longe, pois.
d) Desde que tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, pois cobraria mais caro, contanto que moro longe.
e) Salvo se tivesse me encontrado, eu faria o mesmo, porque cobraria mais caro, mesmo morando longe.

05 – A palavra que expressa corretamente o significado de ungido, em…  “Colocar o tapete presidencial que receberá o candidato ungido” …, é:
a)   Sacrificado
b) usurpado
     c) surgido
     d) proposto
     e) sagrado.

06 – A frase que traz implícita a ideia de mudança de situação é:
a) Naquele tempo eu ainda não gostava de cachorros.
b) Nem sei por que estou contando isso.
c) Examinou Big, achou tudo bem, pediu um tapete.
d) Quis informações sobre o colega que me atendera.
e) Ótimo! Você teve sorte, chamou um bom profissional.





TEXTO: POR QUE SUAMOS FRIO QUANDO SENTIMOS MEDO?


Texto: Por que suamos frio quando sentimos medo?

        Descubra de onde vem esta reação inesperada do seu corpo a situações de risco.
        Você está fazendo um passeio pela floresta e, de repente, um urso faminto sai da caverna correndo na sua direção. Seu coração quase salta pela boca e os pelinhos do seu braço ficam todos em pé. Suas pernas parecem que ganham um motorzinho e você corre como um atleta. Ao mesmo tempo, uma onda gelada percorre o seu corpo e você sua frio. Tudo isso foi disparado pelo medo, que pegou você no susto!
        Tudo bem, você pode não topar com um urso na floresta, mas um cachorro feroz em uma rua deserta talvez, não é mesmo? O suor frio é apenas uma das muitas reações de nosso organismo diante de uma situação de estresse ou ameaça.
        Em consequência do medo, o nosso corpo sofre uma revolução. De maneira resumida, o cérebro sinaliza para o coração que é hora de acelerar, bombeando mais sangue – ah! e com muita adrenalina (substância que prepara o corpo para grandes esforços) – para os músculos, a fim de que eles funcionem melhor. Enquanto isso, por conta do excesso de sangue direcionado aos músculos, os órgãos do abdome e a pele passam a receber menos sangue, e é essa a razão pela qual a gente sente a sensação de frio na barriga, a pele gelada pelo suor e começa a tremer – brrrr!
        Essa mudança brusca no funcionamento do corpo nos prepara para fugir ou lutar, exatamente como acontecia com os homens das cavernas. Naquele tempo, eles precisavam conviver com animais enormes, como os ursos pré-históricos. Se eram pegos, ainda tinham alguma chance de escapar, por conta da pele molhada de suor, que ficava mais escorregadia, facilitando a fuga.
        Hoje, não precisamos mais fugir de ursos, mas outras situações nos fazem suar frio de medo, não é mesmo?
Rafael Freire.

                                    
Entendendo o texto:
01 – Identifique o objetivo de quem escreveu o texto lido:
a) narrar uma história.
b) expor uma opinião.
c) confrontar uma ideia.
d) apresentar uma explicação.

02 – Na passagem “Descubra de onde vem esta reação inesperada do seu corpo a situações de risco [...]”, o autor deseja:
a) emocionar o leitor.
b) convidar o leitor.
c) divertir o leitor.
d) aprender com o leitor.

03 – Assinale a parte do texto em que o autor apresenta as reações do organismo, em decorrência do medo, de modo coloquial:
a) “Seu coração quase salta pela boca e os pelinhos do seu braço ficam todos em pé.”
b) “[...] o cérebro sinaliza para o coração que é hora de acelerar, bombeando mais sangue [...]”
c) “[...] muita adrenalina ...para os músculos [...]”
d) “[...] os órgãos do abdome e a pele passam a receber menos sangue [...]”

04 – Localize o trecho em que o autor define o “suor frio”:
      “O suor frio é apenas uma das muitas reações de nosso organismo diante de uma situação de estresse ou ameaça.”

05 – A informação, inserida nos parênteses, consiste em:
a) uma exemplificação
b) uma observação
c) uma dedução
d) uma definição.

06 – Aponte os referentes do pronome “eles” nas frases a seguir:
a)   “[...] a fim de que eles funcionem melhor.”
(x) os músculos
( ) os órgãos do abdome
b)   “[...] eles precisavam conviver com animais enormes [...]”
(x) os homens das cavernas
( ) os ursos pré-históricos

07 – O termo sublinhado funciona como um verbo em:
( ) “[...] um urso faminto sai da caverna correndo na sua direção.”
( ) “Suas pernas parecem que ganham um motorzinho e você corre como um atleta.”
(x) [...] uma onda gelada percorre o seu corpo e você sua frio.”

TEXTO: BEIJA-FLORES - BALÉ NO AR - COM INTERPRETAÇÃO E GABARITO


Texto: Beija-flores - balé no ar


    Eles são exibidos, inventam piruetas, vão de um lado para o outro numa velocidade incrível, conseguem parar no ar e até voar para trás. Temos a impressão de assistir a um balé. A única diferença é que os atores desse espetáculo não têm pernas e braços e sim asas. Estamos falando dos beija-flores!
        Durante o dia, dificilmente eles pousam para descansar. O rápido bater das asas e as acrobacias durante o voo fazem com que os beija-flores gastem muita energia. Eles a repõem se alimentando: quando dizemos que estão beijando as flores, na verdade estão sugando o néctar, uma substância açucarada que fica no cálice das flores e é a refeição favorita dessas pequenas aves. (...)
        E quem vê os beija-flores fazendo estripulias no ar nem imagina que cada um tenha seu próprio território determinado pela área de alimentação.
        Pobre do beija-flor que invadir o espaço do outro.
        Vai precisar de muita coragem para enfrentar uma briga feia, porque entre eles o lema é “amigos, amigos, territórios à parte”!
        Em sua área, o beija-flor não só se alimenta, mas também toma banho em córregos, na chuva ou nas folhas molhadas pelo orvalho. Depois, ele se seca ao sol e, à noite, abriga-se nas folhagens para dormir. Nas noites muito frias, a temperatura de seu corpo diminui e ele descansa totalmente imóvel. Esse fenômeno é chamado hibernação. (...)
        Os beija-flores podem viver de cinco a oito anos, mas saiba que eles se encontram ameaçados pela destruição de seus ambientes naturais. Nas cidades, o plantio de flores ricas em néctar, como hibiscos e gravatás, e o uso de garrafinhas com água açucarada em parques e jardins simples que permitem a presença de um beija-flor.
        Se você quiser receber uma visita dele, basta ter uma dessas garrafinhas penduradas na varanda da sua casa ou até mesmo na janela do seu quarto.
        Anote aí a receita: misture de quatro a seis partes de água com uma parte de açúcar não refinado. A cada dois dias, jogue fora a mistura anterior, lave a garrafinha e prepare uma nova.

Adaptado do artigo originalmente publicado na Ciência Hoje das Crianças 74 escrito por: Ana Beatriz de Aroeira Soares, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Fernanda Marques


 Entendendo o texto:
01 – O texto acima é de natureza:
a) jornalística
b) científica
c) didática
d) publicitária

02 – Segundo o texto, o que acontece quando dizemos que os beija-flores estão “beijando as flores”?
      Segundo o texto, os beija-flores não “beijam as flores”. Eles sugam/extraem o néctar do cálice das flores para se alimentar.

03 – De acordo com o texto, cada beija-flor tem o seu espaço. O que ele faz em seu espaço?
      Em seu espaço, o beija-flor se alimenta; banha-se em córregos, na chuva ou nas folhas molhadas pelo orvalho. Na sequência, seca-se ao sol e, ao anoitecer, abriga-se nas folhas para repousar. Nas noites muito frias, a temperatura corporal do beija-flor diminui. Assim, ele hiberna, ou seja, descansa completamente imóvel.

04 – Aponte o fato que ameaça a existência dos beija-flores:
      A destruição do ambiente natural dos beija-flores ameaça a existência da espécie.

05 – Identifique a finalidade da receita que compõe o final do texto:
      A receita, ao final do texto, tem a finalidade de orientar as pessoas para o preparo de uma água com açúcar, que servirá de alimento para os beija-flores.

06 – O autor do texto expõe uma opinião sobre os beija-flores em:
a) “Eles são exibidos, inventam piruetas, vão de um lado ... numa velocidade incrível [...]”
b) “Durante o dia, dificilmente eles pousam para descansar.”
c) “O rápido bater das asas e as acrobacias durante o voo fazem com que os beija-flores [...]”
d) “Depois, ele se seca ao sol e, à noite, abriga-se nas folhagens para dormir.”

07 – Em todas as alternativas, retoma-se a palavra “beija-flores” por meio de um pronome pessoal, exceto em:
a) “Eles a repõem se alimentando [...]”
b) “[...] é a refeição favorita dessas pequenas aves.”
c) “[...] porque entre eles o lema é ‘amigos, amigos, territórios à parte’!”
d) “[...] que eles se encontram ameaçados pela destruição de seus ambientes naturais.”

TEXTO: O MEIO AMBIENTE EM PRIMEIRO LUGAR - GILENO JÚNIOR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: O meio ambiente em primeiro lugar - Gileno Júnior




Em um pequeno vilarejo havia um jovem aventureiro, que se chamava Pedro. Ele era um rapaz esperto que adorava o meio ambiente, passava a maior parte do dia na floresta, subindo em árvores, brincando com os animais. Pedro não tinha medo de nada, de nenhum animal e adorava nadar em um rio que ficava perto de sua casa.
Certo dia, Pedro estava andando pela floresta, quando viu um movimento estranho, e depois um tiro e um grito de um animal, muito curioso ele foi lá olhar.
Quando chegou ao local do tiro, viu muitos homens, todos armados e com motosserras, cortando as árvores, matando e capturando animais.
Pedro chegou à frente deles e disse:
─ Por que estão fazendo isso com os animais e com as árvores?
─ Pegue ele! Falou o líder do bando.
Pedro correu e os homens foram atrás. Preparados para atirar, o líder do bando disse:
─ Não atirem! Ele será nosso refém! Pois a polícia está atrás de nós!
No tempo em que ele estava conversando, Pedro subiu em uma árvore e se escondeu. A polícia chegou e prendeu o bando.
Pedro, um jovem aventureiro, que amava o meio ambiente, arriscou sua vida por ele.

Entendendo o texto:
01 – A partir da leitura do texto, podemos dizer que:
a) Pedro passava a maior parte do tempo em casa.
b) Pedro não gostava de animais.
c) Pedro não gostava da floresta.
d) Pedro não sabia nadar.
e) Pedro adorava o meio ambiente.

02 – O que ficava perto da casa de Pedro?
a) o rio que ele nadava.
b) a casa de um amigo seu.
c) a casa de sua avó.
d) um lago muito profundo.
e) o rio com muitos peixes.

03 – O que ficava perto da casa de Pedro?
a) o rio que ele nadava.
b) a casa de um amigo seu.
c) a casa de sua avó.
d) um lago muito profundo.
e) o rio com muitos peixes.

04 – Pedro vivia na floresta, brincava com os animais e subia em árvores. O que aconteceu, de repente, que mudou essa tranquilidade?
     Aqui o aluno deve responder a parte do conflito do conto em que Pedro viu um movimento estranho, depois ouviu um tiro e um grito de um animal. Quando foi ver o que era, havia muitos homens cortando as árvores, matando e capturando animais.

05 – Por que o bando decidiu não atirar em Pedro após capturá-lo?
      Porque a polícia estava atrás do bando, e os homens queriam o Pedro como refém deles.

06 – Como Pedro conseguiu fugir do bando de homens?
      Quando eles estavam conversando distraídos, Pedro subiu em uma árvore e se escondeu.

07 – O que aconteceu após Pedro se esconder na árvore?
      A polícia chegou e prendou o bando.

08 – Pedro tinha algum tipo de medo? Explique. 
      Pedro era um jovem aventureiro que não tinha medo de nada.

09 – Quem é que falou “Pegue ele!”.
      Quem falou “Pegue ele” foi o líder do bando.

10 - Você gostou da história? Explique por que respondeu sim ou não.  
      Resposta pessoal do aluno.