quinta-feira, 10 de maio de 2018
CRÔNICA: A PISCINA - FERNANDO SABINO - COM GABARITO
SERMÃO: DISCURSO POLÍTICO-RELIGIOSO - Pe. ANTÔNIO VIEIRA - COM GABARITO
TEXTO: CAÇADORES SÃO PRESOS NO PARQUE NACIONAL - GAZETA DO PARANÁ - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO
terça-feira, 8 de maio de 2018
FÁBULA: A HISTÓRIA DA RENOVAÇÃO DA ÁGUIA - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO
Alce um lindo voo para uma nova vida de sonhos e realizações.
POEMA: O OUTRO BRASIL QUE VEM AI - GILBERTO FREYRE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
10 – Julgue os itens abaixo,
em relação à compreensão e a interpretação do texto.
(V) O texto é uma apologia ao
patriotismo, cujas exigências se baseiam inicialmente no trabalho e no amor à
prática e a seu povo.
(V) De tom otimista, revela a crença
do escritor em um Brasil mais justo e democrático.
(F) Com “Todo brasileiro poderá...”
(l. 14), “Todo brasileiro e não apenas...” (l. 15), o poema expõe o seu desejo
de que a equidade sempre supere as desigualdade.
(V) As qualidades necessária para se
chegar à presidência do país deixam de ser a cultura e a cor da pele e passam a
ser os valores intrínsecos a um cidadão patriota.
(F) Ao se referir aos “Brasis”
(l.32), Gilberto Freyre alude às tão diferentes realidades que formam este
país.
11 – Julgue os itens
seguintes, em relação à semântica e a estilística.
(V) A passagem do verso “de outro
Brasil que vem aí” (l. 4), para “Desse Brasil que vem aí” (l.71), no quarteto
repetido que abre e encerra o poema salienta o desejo de que a mudança esperada
esteja em andamento.
(V) O termo “boreais” (l. 12) alude à
cor mestiça das mulheres brasileiras.
(F) “Qualquer” (l. 17) tem, no texto,
conotação pejorativa.
(V) A ação de cada profissional no
seu trabalho é realçada no poema pelas formas pleonásticas e cognatas de verbos
no infinitivo (l. 26-27) e no gerúndio (l.40 a 48).
(F) As “mãos” (l. 30, 31, 33 e 50)
metonimicamente representam o labor e a solidariedade dos brasileiros.
(V) O termo “sindicais” (l. 66) está
associado à consciência de classe dos trabalhadores brasileiros.