domingo, 29 de abril de 2018

FÁBULA: O LOBO E O CORDEIRO - ESOPO - COM GABARITO

FÁBULA: O LOBO E O CORDEIRO
                  Esopo

       Aquele verão estava muito quente e um lobo dirigiu-se a um riachinho, disposto a refrescar-se um pouco. Quando se preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor e viu a grama se mexendo. Ao olhar em direção ao barulho, avistou, logo adiante, um cordeirinho, que bebia tranquilamente.
   — Que sorte! – pensou o lobo. – Vim para beber água e encontro comida também... 
       Pôs um tom severo na voz e chamou: 
   — Ei, você aí!
 — É comigo que o senhor está falando? – surpreendeu-se o cordeirinho.     – Que deseja?
 __ O que é que eu desejo? Ora, seu mal-educado! Não vê que, ao beber, você suja a minha água? Nunca ninguém ensinou você a respeitar os mais velhos? 
     — Senhor... Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além do mais, com sua licença, eu estou mais abaixo, e o senhor mais acima... A água passa primeiro pelo senhor e só depois por mim. Não é possível que eu o incomode! – respondeu o cordeirinho, com voz trêmula. 
       — Ora essa! Com a sua idade já quer me ensinar para que lado corre a água?
       — Não, de jeito nenhum, não é isso... Só queria que reparasse... 
     — Que reparar que nada! Você não me engana! Pensa que escapará, como no ano passado, quando andava por aí, falando mal da minha família? “Os lobos são assim, os lobos são assados!” Você teve muita sorte, por nunca termos nos encontrado, senão eu já teria mostrado a você como são os lobos!
       — Nem imagino quem lhe contou isso, senhor, mas é mentira. A prova é que, no ano passado, eu ainda nem tinha nascido... 
       — Pois, se não foi você, foi o seu pai! – rosnou o lobo, saltando em cima do pobre inocente e devorando-o. 

Moral: Quando uma pessoa está decidida a fazer mal, qualquer razão lhe serve, inclusive uma mentira.
                                         (Livro Fábulas de Esopo – editora Paulus).

Entendendo o texto:
01 – Desde o início, qual era a intenção do lobo em relação ao cordeiro?
       A – (X) Comer o cordeiro.
       B – ( ) Descobrir se era o cordeiro que andava sujando a água do rio.
       C – ( ) Saber se o cordeiro é quem andava falando mal dele.
       D – ( ) Fazer amizade com o cordeiro.
       E – ( ) Ensinar o cordeiro a respeitar os mais velhos.

02 – Durante toda a conversa com o lobo, o cordeiro demonstrou:
       A – ( ) aborrecimento.
       B – ( ) covardia.
       C – (X) educação.
       D – ( ) arrogância.
       E – ( ) indiferença.

03 – De acordo com o texto, por que era impossível o cordeiro sujar a água do lobo?
       A – ( ) Porque o cordeiro era muito pequeno.
       B – ( ) Porque o rio era muito grande.
       C – ( ) Porque a água do rio era totalmente poluída.
       D – ( ) Porque o cordeiro não encostava a língua na água.
       E – (X) Porque o cordeiro bebia água depois que ela já havia passado pelo lobo.


CRÔNICA: OS FILHOS DO CARVÃO - JÔ AZEVEDO, IOLANDA HUZAK E CRISTINA PORTO - COM GABARITO


CRÔNICA - OS FILHOS DO CARVÃO
 
        A professora de Serafina levou para a classe um livro que falava sobre o dia a dia das crianças que trabalham. Conheça uma das histórias desse livro contada pela própria Serafina. 

       Aposto que você não sabia que o carvão é a lenha do eucalipto queimado em fornos chamados "rabos quentes", sabia? E, se não sabia disso, também não deve saber que rabo quente é uma espécie de iglu (já viu como é a casa do esquimó?), feito de tijolo e barro, que arde e estala com o fogo aceso durante três dias. 
      Pois é. Só que, para fazer o eucalipto virar carvão, muitas crianças têm que trabalhar junto com os pais. 
    Quem contou e até mostrou tudo isso para a minha professora foi a Luciane, uma menina de 15 anos, que vive numa fazenda em Água Clara (no Mato Grosso do Sul). Ela tem mais dois irmãos adolescentes e duas irmãs pequenas. Todos trabalham com o pai numa carvoaria. Escute só o que mais ela falou:
      "O médico me proibiu de mexer com fumaça, pois já tive pneumonia. Mas meu pai não aguenta trabalhar sozinho. Desde os 7 anos, eu ajudo ele. Comecei fazendo porta de forno, depois aprendi de tudo. Tem de transportar a lenha, botar fogo, esperar esfriar e retirar o carvão. Tem tanta coisa pra se fazer numa carvoaria que, de noite, a gente dorme em pé". 
      Agora, pare um pouco e pense como deve ser horrível a gente não poder deitar em uma cama macia, cheirosa e quentinha, ainda mais quando está caindo de cansado. Pois é... Esta história dos filhos do carvão só tem fumaça e tristeza. Se eu fosse pintar, só usaria o lápis cinza. E o preto também, claro, pra pintar o carvão e o "gato". 
     Sabe o que é esse gato preto entre aspas? É o empreiteiro, o homem que contrata os carvoejadores e depois leva todos para morar em barracas, dentro das florestas onde estão os eucaliptos que vão virar carvão. 
    É ali, no meio da fumaça e longe da cidade, que famílias como a de Luciane vivem. E não é só em Água Clara. A dona Catarina disse que também em Minas Gerais, na Bahia e no Pará.
     Esta história cinza-triste me fez lembrar de amarelinha. É que minha mãe sempre me dá um pedaço de carvão quando eu quero riscar uma amarelinha na calçada. É melhor que giz, porque o preto aparece mais. 
      Será que essas crianças já brincaram alguma vez de amarelinha?

                             Serafina e a criança que trabalha, de Jô Azevedo,
                                                 Iolanda Huzak e Cristina Porto, Ática.

Após a leitura do Texto, realize o que se propõe.

01 – Apesar de estar sob restrições médicas, a jovem Luciane não deixou de trabalhar com o carvão. Que motivo ela mesma apresentou para este fato:
A – O medo de ser punida pelo "gato".
B – A impossibilidade de o pai dela realizar todo o trabalho sozinho.
C – O prazer que sente na realização desta atividade.
D – O desejo de fazer companhia aos irmãos na porta o forno.
E – A necessidade de continuar recebendo salário para contribuir com a renda familiar.

02 – “...uma menina de 15 anos, que vive numa fazenda...” 
O vocábulo grifado, no trecho acima, é um pronome relativo.
Marque a opção cujo que tenha a mesma função gramatical:
A – É o empreiteiro que contrata os carvoejadores.
B – Luciane tem um quê de tristeza.
C – Temos que proteger as crianças da exploração infantil.
D – Espero que as crianças do carvão brinquem de amarelinha.
E – Que difícil vida levam estas crianças!

CRÔNICA: A ROTA DOS TIJOLOS - CRISTINA PORTO - COM GABARITO

CRÔNICA - A ROTA DOS TIJOLOS


         De onde vêm os tijolos e blocos das paredes da sua, da minha casa?
      Grande parte deles ainda vem das olarias, geralmente, pertencentes a empresas de pequeno porte. 
       E como são feitos esses tijolos? A produção começa com a extração da argila; depois, nas olarias, são realizados os trabalhos de elaboração, processamento da mistura, conformação, secagem, queima, escolha e estocagem do produto. 
       Mas é no trabalho de empilhamento e transporte de tijolos até os fornos que grande número de crianças adolescentes trabalha. Para o transporte, eles utilizam carrinhos de mão, onde levam cerca de 56 tijolos, que pesam de 1,5 a 2 quilos quando molhados; isso significa que carregam, em média, 91 quilos por carrinho. 
     Além de despender um enorme esforço físico, essas crianças ficam expostas ao calor dos fornos, aos gases tóxicos, como o monóxido de carbono produzido pela combustão e à poeira. 
    Essa atividade pesada, monótona e repetitiva é realizada em locais precários, com piso de terra batida, que apresentam depressões e saliências. Isso tudo dificulta ainda mais a condução dos carrinhos: são muito comuns os acidentes provocados pela queda dos tijolos, que acabam atingindo as crianças. 
       As jornadas de trabalho podem chegar a 10 horas, por isso, muitos jovens não vão à escola, ou, quando vão, normalmente estão atrasados em relação à idade e ao ano que frequentam. (...).

           Cristina Porto, Iolanda Huzak e Jô Azevedo. Trabalho infantil:
             O difícil sonho de ser criança. São Paulo: Ática, 2003. p. 82.

A partir da leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

01 – Nas olarias, é comum ocorrerem acidentes provenientes das quedas de tijolos dos carinhos. Estas quedas têm por principal causa:
A – a falta de habilidades das crianças na condução dos carrinhos.
B – a sobrecarga de tijolos em cada carrinho.
C – a irregularidade e os buracos no piso de terra batida.
D – a pressa das crianças na execução da tarefa.
E – a fumaça que ofusca a visão dos pequenos trabalhadores.

02 – Marque a opção onde houve erro na indicação da ideia transmitida pelos vocábulos grifados:
 A – "...depois, nas olarias, são realizados..." (tempo)
 B – "Mas é no trabalho de empilhamento..." (adversidade).
 C – "Além de despender um enorme esforço..." (inclusão)
 D – "...aos gases tóxicos, como o monóxido de carbono..." (causa)
 E – "...por isso, muitos jovens não vão à escola..." (conclusão) 


TEXTO: MÃO DE OBRA INFANTIL - COM INTERPRETAÇÃO E GABARITO


TEXTO: Mão de obra infantil


      Calcula-se que cerca de 4 milhões de menores trabalhem no Brasil. Essa mazela social não é um fato restrito a esse país. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima em cerca de 250 milhões de crianças trabalhadoras no mundo. 
     As formas de exploração de mão de obra infantil são várias: nas carvoarias, produzindo carvão; em olarias, fabricando tijolos; nas lavouras, colhendo laranja, cortando cana-de-açúcar; nos centros urbanos, vendendo doces e limpando carros nos faróis; em ambientes domésticos, realizando as mais variadas e árduas tarefas etc. 
      Todas as formas de trabalho de menores é prejudicial, pois impede a criança de estudar e brincar, além de causar danos à sua saúde, muitas vezes, de forma irreversível.

A partir da leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

01 – Em "Calcula-se que cerca de 4 milhões de menores trabalham...", a expressão grifada só não significa:
       A – ( ) perto de.
       B – (X) exatamente.
       C – ( ) por volta de.
       D – ( ) em torno de.
       E – ( ) aproximadamente.

02 – Identifique um dos tipos de trabalho infantil que são realizados em ambiente urbano:
       A – ( ) produção de carvão.
       B – ( ) fabricação de tijolos.
       C – ( ) colheita de frutas.
       D – ( ) confecção de fibras a partir do sisal.
       E – (X) limpeza de carros em semáforos.

03 – “...além de causar danos à saúde, muitas vezes, de forma irreversível.” O vocabulário irreversível indica algo que não é reversível, que não se pode reverter. Agora, identifique o vocábulo que apresenta erro na sua significação:
       A – ( ) irreparável → que não se pode reparar.
       B – ( ) irremediável → que não se pode remediar.
       C – ( ) irrecuperável → que não se pode recuperar.
       D – (X) irritável → que não se pode irritar.
       E – ( ) irrecusável → que não se pode recusar.

sábado, 28 de abril de 2018

FILME(ATIVIDADES): MINHA MÃE É UMA PEÇA - ANDRÉ PELLENZ - COM ATIVIDADES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): MINHA MÃE É UMA PEÇA


Data de lançamento: 21 de junho de 2013 (1h 25min)
Direção: André Pellenz
Gênero: Comédia
Nacionalidade: Brasil

SINOPSE E DETALHES
Não recomendado para menores de 12 anos
        Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mulher de meia idade, divorciada do marido (Herson Capri), que a trocou por uma mais jovem (Ingrid Guimarães). Hiperativa, ela não larga o pé de seus filhos Marcelina e Juliano (Mariana Xavier e Rodrigo Pandolfo), sem se dar conta que eles já estão bem grandinhos. Um dia, após descobrir que eles consideram ela uma chata, resolve sair de casa sem avisar para ninguém, deixando todos, de alguma forma, preocupados com o que teria acontecido. Mal sabem eles que a mãe foi visitar a querida tia Zélia (Sueli Franco) para desabafar com ela suas tristezas do presente e recordar os bons tempos do passado.

Entendendo o filme:

01 – Quais os nomes dos filhos de dona Hermínia?
a)   Marcelo, Tiago e Carol.
b)   Marcelina e Pedro.
c)   Garib, Marcelina Juliano.
d)   Pedro e Gil.
e)   Garib e Mateus.

02 – Qual o nome do ex-marido de dona Hermínia?
      Carlos Alberto.

03 – Qual o grande problema da filha de dona Hermínia?
a)   Estudar muito.
b)   Comer pouco.
c)   Ser muito burra.
d)   Comer muito.
e)   Sair muito de casa.

04 – Qual atriz faz o papel da nova mulher do ex-marido de dona Hermínia?
      Ingrid Guimarães.

05 – Qual é o nome do sobrinho de Hermínia?
      André.

06 – Qual a notícia que o filho mais velho de Hermínia conta no final do filme?
a)   Ele vai ser pai.
b)   Ele vai viajar para a Coreia.
c)   Ele vai fazer intercâmbio.
d)   Ele vai virar apresentador de jornal.
e)   Ele vai fazer um filme.

07 – Por que dona Hermínia sai de casa?
a)   Por que ela ficou doida.
b)   Porque ela foi procurar trabalho.
c)   Ela descobriu que os filhos acham ela chata.
d)   Ela quer seguir carreira de cantora.

08 – Onde os filhos encontram dona Hermínia?
a)   Em um restaurante.
b)   Em um parque.
c)   Em um cinema.
d)   Em uma piscina.
e)   Na casa da tia.

09 – Qual é o maior problema quando Hermínia sai de casa?
a)   Eles não sabem fazer nada em casa.
b)   Eles não acham a chave de casa.
c)   A energia acaba.
d)   Eles brigam muito.

10 – Qual o nome da tia de Hermínia?
      Zélia.

11 – Em que mês o filme Minha Mãe é uma peça estreou?
a)   Janeiro.
b)   Agosto.
c)   Julho.
d)   Abril.
e)   Junho.

MÚSICA(ATIVIDADES): OBRIGADO MÃE - NAIARA AZEVEDO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Música(Atividades): Obrigado Mãe

                                         Naiara Azevedo
                                         Compositor: Fernando Vinhote
Pode passar o tempo que for
Não vai existir nada igual
Deus foi tão perfeito quando criou
Um ser sublime tão especial
Não importa como ela é
E nem importa de onde vem
Não importa a cor nem a religião
Importa é que todo mundo tem.

Mãe é aquela que gera, é aquela que ama
É aquela que canta canção de ninar
E que no abraço faz o medo passar
Mãe é aquela que adota, que chama de filho
Que pega na mão e te ensina a andar
Te deita no colo e ensina a amar
Muito obrigado mãe.

Qualquer coisa que eu diga, vai ser pouco demais
Só falar eu te amo mãe, vai faltar algo a mais
Quero te agradecer por me deixar nascer
Sei que você passou noites mal dormidas
Muito obrigado mãe, por ter me dado a vida.

Mãe é aquela que gera, é aquela que ama
É aquela que canta canção de ninar
E que no abraço faz o medo passar
Mãe é aquela que adota, que chama de filho
Que pega na mão e te ensina a andar
Te deita no colo e ensina a amar
Muito obrigado mãe.

Qualquer coisa que eu diga, vai ser pouco demais
Só falar eu te amo mãe, vai faltar algo a mais
Quero te agradecer por me deixar nascer
Sei que você passou noites mal dormidas
Muito obrigado mãe, por ter me dado a vida.

Entendendo a canção:

01 – Qual o título da canção?
      Obrigado mãe.

02 – Quem é o compositor e a cantora?
      Composta por Fernando Vinhote, e cantada por Naiara Azevedo.

03 – De acordo com a letra da canção, quem é o ser sublime criado por Deus?
      A Mãe, que todo mundo tem.

04 – Em que versos está a afirmação, que ser mãe é aquela que gera e cuida.
      “Mãe é aquela que gera, é aquela que ama
       É aquela que canta canção de ninar
       E que no abraço faz o medo passar.”

05 – No trecho: “Que pega na mão e te ensina a andar / Te deita no colo e ensina a amar”. Quem faz isso?
      Todas as Mães carinhosa e dedicada.

06 – O que podemos entender no verso: “Quero te agradecer por me deixar nascer”?
      É um agradecimento feito a Mãe que gerou o filho por 9 meses.

07 – Em que verso o filho agradece a Mãe por ter dado a vida?
      “Muito obrigado Mãe, por ter me dado a vida”.


     

CONTO: O SÁBIO - JOSEFA PRIETO ANDRÉS - COM GABARITO

CONTO:O Sábio


 Havia um pai que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas e inteligentes. Suas filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.
         Algumas, ele sabia responder. Outras, não fazia a mínima ideia da resposta.
         Como pretendia oferecer a melhor educação para suas filhas, as enviou para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina. Este, por sua vez, respondia a todas as perguntas que o sábio que morava no alto de uma colina. Este, por sua vez, respondia a todas as perguntas, sem hesitar.
         Já muito impacientes com essa situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia responder.
        Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e exclamou para a sua irmã:
         - Dessa vez o sábio não vai saber a resposta!
         - O que você vai fazer? Perguntou a outra menina.
         - Tenho uma borboleta azul em minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se a borboleta está viva ou está morta. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente, esmagá-la e, assim, matá-la. Como consequência, qualquer resposta que o velho nos der, vai estar errada.
          As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio que se encontrava meditando sob um eucalipto na montanha. A menina aproximou-se e perguntou:
          - Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?
          Calmamente, o sábio sorriu e respondeu:
          - Depende de você... Ela está em suas mãos.

                                                  Enviado por Josefa Prieto Andrés.
                                                   “Adaptado: Reforma Ortográfica.”
Entendendo o texto:
01 – O tema desse texto é a:
A) Curiosidade.
B) Educação.
C) Impaciência.
D) Sabedoria.

02 - O pai pretendia:
A) mandar as duas filhas embora.
B) enviar as filhas para morar com o velho.
C) educar bem as duas filhas.
D) acabar com as curiosidades das filhas.

03 - Na frase"... respondia a todas as perguntas, sem hesitar," a expressão sublinhada quer dizer:
A) de maneira confusa.
B) de maneira insegura.
C) rapidamente.
D) negativamente.

04.O pronome ela, na última linha do texto, refere-se a um elemento da narrativa. Qual?

A) À menina.

B) À mão da menina.

C) À árvore onde estava o sábio.

D) À borboleta.

E) À morte.

 




POEMA: MOTIVO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Motivo
Neste poema, o eu lírico trata 
Do significado do fazer poético.


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

MEIRELES, Cecília. Viagem.
In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1991. p. 228.

Entendendo o poema:
01 – Segundo o eu lírico, o que define um poeta?
>Como pode ser entendida a palavra instante no poema? Ela está relacionada apenas a tempo?
      Poeta é alguém que não é “alegre nem triste”, que canta “porque o instante existe” e cuja vida “está completa”. 
Ø       “Instante”, no poema, não está relacionado apenas a tempo, mas a circunstâncias especiais que o poeta muitas vezes é capaz de captar e que registra em seus poemas. 

02 – Nos versos a seguir, porque é uma conjunção explicativa. De que maneira ela retoma o sentido do título do poema?
“Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.” 
>O uso dessa conjunção gera duas possibilidades de leitura do segundo verso. Quais são elas?
      A conjunção explica qual é o motivo de o eu lírico cantar: as experiências singulares vividas a cada instante. 
> O verso pode ser interpretado como uma segunda explicação para o canto: “eu canto porque minha vida está completa”. Também pode ser lido como a consequência de o “instante” existir: a vida do eu lírico fica completa (porque o instante existe, minha vida está completa). 

03 – Explique a relação de causa e consequência estabelecida entre as informações apresentadas nos dois primeiros versos da segunda estrofe.
> De que maneira a palavra fugidias, associada à existência do “instante”, define o que é “ser poeta” para o eu lírico?
      Como é irmão das coisas fugidias, o eu lírico não sente gozo nem tormento, ou seja, como aceita o fato de tudo ser efêmero, o começar e o terminar das coisas não o abalam. 
> Os dois termos revelam que o poeta é aquele que canta o momento presente, vivido em sua plenitude. Por isso, ele se define como irmão do que é efêmero. 

04 – Qual o tempo e qual o modo em que estão todos os verbos do poema com exceção de “estarei”?
> Como o uso desse tempo verbal se relaciona ao tema do poema?
      Todos os verbos estão no presente do indicativo (canto, existe, sou, sinto, atravesso, etc.). 
> O uso do presente enfatiza a ideia do “instante” que determina o canto do presente, do instante. Por meio dos verbos, o eu lírico evidencia sua relação com o momento, que motiva o seu canto. 

05 – Na terceira estrofe, o eu lírico apresenta várias antíteses. Quais são elas e o que simbolizam no poema?
> Elas encaminham a conclusão do poema: a única certeza que o eu lírico tem sobre si mesmo. Qual é ela?
      Desmorono / edifico; permaneço / me desfaço; se fico / passo. Podemos dizer que as antíteses representam as dúvidas ou as incertezas do eu lírico, ou ainda o que ele não consegue ou não quer definir sobre si mesmo. 
> A certeza de seu canto e de que “a canção é tudo”. O eu lírico também sabe que um dia estará mudo. Podemos dizer que ele se define a partir de seu fazer poético: sugere que a única coisa que importa na sua existência é a criação poética.