sexta-feira, 27 de abril de 2018

CONTO: O BARBEIRO - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO


Conto: O BARBEIRO

    Perto de casa havia um barbeiro que me conhecia de vista, amava a rabeca e não tocava inteiramente mal. Na ocasião em que ia passando, executava não sei que peça. Parei na calçada a ouvi-lo (tudo são pretextos a um coração agoniado), ele viu-me e continuou a tocar. Não atendeu a um freguês, logo e outro que ali foram a despeito da hora e de ser domingo, confiar-lhes as caras as navalha, perdeu-os sem perder uma nota. Ia tacando para mim. Esta consideração fez-me chegar francamente a porta da loja, voltado para ele. Ao fundo, levantando a cortina de chita que fechava o interior da casa, vi apontar uma moça trigueira, vestido claro, flor no cabelo. Era a mulher dele; creio que me descobriu de dentro e veio agradecer-me com a presença o favor que eu fazia ao marido. Se não me engano, chegou a dizê-lo com os olhos. Quanto ao marido, tocava agora com mais calor; sem ver a mulher, sem ver fregueses, grudava a face no instrumento, passava a alma ao arco, e tocava, tocava…

Machado de Assis, Dom Casmurro, fragmento do capítulo 127.

Entendendo o conto:

01 – O barbeiro “amava a rabeca e não tocava inteiramente mal”. Quer dizer que o homem era:

a)   Amador e artista.

b)   Amador e profissional.

c)   Amador e razoável.

d)   Profissional e péssimo.

02 – A música do barbeiro aliviou o autor da narrativa:

a)   Da melancolia ocasional.

b)   Das agonias de seu coração.

c)   De suas dores físicas.

d)   Do tédio que sentia nesse dia.

03 – Quantos fregueses o barbeiro deixou de atender?

a)   Um.

b)   Três.

c)   Dois.

d)   Nenhum.

04 – O barbeiro preferiu perder dinheiro e tocar porque:

a)   Tinha amor à música.

b)   Nunca tinha oportunidade de tocar.

c)   Foi solicitado pelos fregueses.

d)   Sua mulher lhe pediu que tocasse.

05 – O narrador voltou para casa e:

a)   Esqueceu-se do acontecido.

b)   Lastimou que o barbeiro tivesse perdido fregueses.

c)   Achou que o barbeiro tocava muito bem.

d)   Nunca se esqueceu deste acontecimento.

06 – Quando o autor finaliza o texto com “Divina arte!”, está:

a)   Sendo desdenhoso.

b)   Sendo irônico.

c)   Sendo sincero.

d)   Se divertindo com o acontecimento.

07 – Em relação a concordância verbal. Indique a alternativa correta:

a)   Bateu duas horas no relógio da torre.

b)   É proibida entrada de pessoas estranhas.

c)   Concerta-se aparelhos de som aqui.

d)   Leem-se muitas placas erradas.

08 – “Toda a verdade dos fatos .........., ainda que ............... as revelações”.

a)   Será apurado / doa.

b)   Será apurada / doam.

c)   Serão apurada / doam.

d)   Será apuradas / doa.

09 – O narrador parou na calçada. Aparentemente o motivo foi a música. O texto, no entanto, nos revela a verdadeira causa de sua atitude. Qual foi?

      O narrador parou na calçada com o intuito de ouvir o barbeiro porque a música tocada o acalmava (estava com o coração agoniado).

10 – Explique a expressão: “Perdeu-os sem perder uma nota.”

      A expressão significa que o barbeiro preferiu a música à freguesia. É de se notar, porém, o jogo de palavras: perdeu os fregueses, que lhe pagariam o serviço, sem perder a nota da música. O duplo significado que pode adquirir o vocábulo nota (nota musical e nota=dinheiro), dentro da frase nos leva a entender que, para o homem, a música era muitíssimo mais importante do que o dinheiro, naquele momento.

11 – Qual o título do texto?

      O título do texto E “O barbeiro”.

12 – Encontre no texto as palavras em negrito e encontre o significado delas no dicionário:

      Rabeca: Instrumento de quatro cordas, violino.

     Trigueira: que tem cor de trigo maduro; moreno, escuro.

13 – Onde se passa a história?

      A história se passa na barbearia.

14 – Quem amava a rabeca e não tocava inteiramente mal?

      O barbeiro.

15 – Por que o barbeiro não atendeu aos clientes?

      O barbeiro não atendeu aos clientes pois tocou para o personagem da história.

16 – Mesmo sendo domingo quem procurou o barbeiro para barbear-se?

      Os clientes.

17 – Quem ia tocando para um amigo?

      O barbeiro.

18 – Quem apareceu na loja? Descreva-a.

      A mulher do barbeiro é uma moça trigueira de vestido claro e flor no cabelo.

19 – Quem era a moça trigueira?

      A Mulher do barbeiro.

20 – Sem ver a mulher e os fregueses como o barbeiro tocava?

      Tocava com mais calor, grudava a face no instrumento, passava a alma ao arco, tocava e tocava.

 

 

 

 

 


POEMA: O MONSTRO DO RIO NEGRO - JOSÉ CAMELO M.RESENDE - COM GABARITO

POEMA: O MONSTRO DO RIO NEGRO


   Há muitos homens no mundo
   que dizem terem lutado, 
   com lobisomens valentes
   que andam correndo fado
   e sempre, sempre nas lutas,
   vitórias têm alcançado.

  Outros... dizem com certeza
  que têm lutado também, 
  com muitas "burras de padre"
  e têm saído bem
  porém isto são bichinhos, 
  que não espantam ninguém.

  Eu quisera ouvir um homem
  dizer-me que resistiu,
  ao Monstro do Rio Negro 
  e triunfado saiu 
  para eu lhe dizer na cara: 
  você desta vez mentiu.

  Porque o monstro em que falo 
  no mundo ainda não nasceu,
  vivente que resistisse 
  à força  do corpo seu 
  e quem com ele agarrar-se, 
  pode jurar que perdeu.

  O monstro do Rio Negro
  o seu pai foi um pajé, 
  que viveu no Rio Negro
  regendo a tribo Maué 
  o Brasil ainda não era, 
  uma nação como é.

  Seu corpo tem com certeza
  dez metros de comprimento
  a barriga é encarnada
  e o lombo é pardacento
  e tem quatro asas negras
  pra voar qualquer momento. 

  Essas asas são de couro
  porém de um couro tão forte, 
  que não há dentes de bicho 
  que possam fazer-lhe corte 
  e não há ponta de aço, 
  que nelas não se entorte. 

  Tem uma força assombrosa 
  capaz de erguer o mundo, 
  a fera que ele agarrar perde
  a vida num segundo
  que seja em cima da terra, 
  ou dentro do mar profundo.

  Pois tem cem palmos 
  ou mais a sua circunferência,
  o seu casco tem um metro 
  de grossura; e a consistência
  é de bronze; e já por isto,
  ninguém lhe põe resistência. 

  Tem um lodo em todo corpo
  e o bicho que mordê-lo, 
  a língua fica queimada redonda 
  como um novelo
  e os dentes se desmancham,
  já como bolas de gelo.

  Seus chifres são do tamanho
  dos chifres dum boi de carro, 
  duros como diamante 
  e sujos da cor de barro 
  as unhas são como os chifres, 
  dum veado ou dum chibarro.

  Tem quatro unhas maiores 
  – em cada pé possui uma,
  cujas unhas são de rosca 
  da forma de uma verruma 
  e o bicho que ele perfurar
  com elas: não se apruma.

  Pois as unhas onde ferem
  aparece de repente, 
  e gangrena com o tétano
  portanto não há vivente 
  que possa ganhar vitória, 
  com esse monstro valente.

  Seus olhos são como brasas
  tendo o tamanho dum tacho
  fitando para o vivente
  o vivente vai-se abaixo
  com uma légua ele atrai, 
 qualquer bicho fêmea, ou macho. (...)

        José Camelo de Melo Resende. In: Manoel Cavalcanti Proença (org.). Literatura popular em verso. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: Edusp/Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1986. PP.238-240.


Vocabulário:
fado: destino
encarnada: da cor da carne, vermelha
chibarro: pequeno bode
gangrena: morte e apodrecimento dos tecidos em qualquer parte do organismo.

Entendendo o texto:
01 – Após analisar as estrofes do poema, marque a informação falsa:
       A – ( ) A quarta estrofe declara que o Monstro do Rio Negro é invencível.
       B – ( ) O monstro é também descrito fisicamente na sexta estrofe.
       C – ( ) Na segunda estrofe, de certa forma, o eu-lírico subestima a ferocidade das "burras de padre."
       D – (X) Há uma comparação, na décima primeira estrofe, entre o tamanho dos chifres do Monstro do Rio Negro e o do diamante.
       E – ( ) A oitava estrofe afirma que o Monstro do Rio Negro vence tanto animais terrestres quanto aquáticos.

02 – Assinale o verso em que o vocábulo UM desempenhe função gramatical de numeral:
       A – ( ) "Eu quisera ouvir um homem" 
       B – ( ) "o seu pai foi um pajé,"
       C – ( ) "porém de um couro tão forte," 
       D – (X) "o seu casco tem um metro" 
       E – ( ) "redonda como um novelo" 

03 – Identifique a relação estabelecida pelo conectivo destacado no verso abaixo:
 "pra voar qualquer momento."
       A – ( ) causa
       B – (X) finalidade
       C – ( ) consequência
       D – ( ) direção
       E – ( ) lugar.

04 – A ideia de matéria não pode ser estabelecida pela preposição de na opção:
       A – (X) "com muitas ‘burras de padre’" 
       B – ( ) "Essas asas são de couro" 
       C – ( ) "e não há ponta de aço," 
       D – ( ) "é de bronze; e já por isto," 
       E – ( ) "já como bolas de gelo." 

05 – Identifique, nos versos abaixo, o único que exclui-se de registrar uma consequência sofrida por um ser que entre em confronto com o Monstro do Rio Negro:
       A – ( ) "perde a vida num segundo" 
       B – ( ) "e os dentes se desmancham," 
       C – ( ) "e gangrena com o tétano" 
       D – (X) "Seus olhos são como brasas" 
       E – ( ) "o vivente vai-se abaixo" 


TEXTO: AS RAINHAS DO RÁDIO - MARCOS NAPOLITANO - COM GABARITO


Texto: AS RAINHAS DO RÁDIO

    “Um ano antes da eleição de Getúlio Vargas [...] houve uma outra eleição bastante disputada: a de ‘Rainha do Rádio’. Se o cargo não era tão fundamental para os destinos da nação, como o de presidente da República, a eleição movimentou as paixões populares tanto quanto a eleição presidencial. O concurso de Rainha do Rádio havia sido reorganizado em 1948 pela Associação Brasileira do Rádio e, naquele ano, a cantora Dircinha Batista havia sido eleita.
        Mas foi em 1949 que a coisa pegou fogo. A favorita da Marinha, Emilinha Borba (Emília Savana da Silva Borba), ovem cantora de origem pobre do subúrbio do Rio de Janeiro, perdeu a eleição para a paulista Marlene (Vitória Bonaiutti de Martino). Na verdade, a eleição era feita a partir da compra de cupons, parte integrante das populares revistas de rádio da época, e a Antarctica, empresa de refrigerantes, compara os cupons para a eleição da cantora Marlene.  Os fãs das duas cantoras, ambas contratadas da Rádio Nacional, a maior emissora da época, iniciaram uma rivalidade histórica, amplamente estimulada pelos meios de comunicação e que até hoje é lembrada pelos mais velhos. Emilinha Borba só viria a ser eleita em 1953, depois de uma ampla mobilização de seu fã-clube, que conseguiu reunir um milhão de votos.
        Mas, como e por que uma simples eleição simbólica [...] conseguia movimentar tantas paixões? A resposta pode estar na importância que o rádio tinha na vida das massas urbanas.
        A sociedade brasileira, sobretudo nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, assistia a um considerável processo de urbanização desde as primeiras décadas do século XX. Mas foi na segunda metade dos anos 1940 que este processo se intensificou [...]. Obviamente, não se pode falar de urbanização no Brasil sem citar dois fenômenos correlatos: migração (do norte para o sul e do interior para a capital) e industrialização. Os migrantes, seja das áreas rurais do centro-sul, seja do Nordeste como um todo, se tornarão a base social das novas camadas populares urbanos [...]. Para todo esse conjunto [...] de população, que fornecia os contingentes de mão de obra para as indústrias que se instalavam no país, o rádio tinha um papel fundamental. Ele era fonte de informação, de lazer, de sociabilidade, de cultura. Estimulava paixões [...] não só individuais, mas, sobretudo, coletivas”.

         NAPOLITANO, Marcos. Cultura Brasileira: utopia e massificação
                                 (1950-1980). São Paulo: Contexto, 2001. p. 12-13.
                                                                              (Repensando a História).

Entendendo o texto:
01 – O autor aponta uma diferença e uma semelhança entre as eleições presidenciais e a de Rainha do Rádio. Quais são elas?
     Ele afirma que a eleição de “Rainha do Rádio” não é tão importante quanto a de presidente da República para os rumos da nação, mas movimenta paixões populares tanto quanto a eleição presidencial.

02 – Explique de que modo a cantora Marlene venceu a eleição para a Rainha do Rádio em 1949.
     Naquela época, as eleições para Rainha do Rádio se faziam não pelo voto direto das pessoas, mas pela compra de cupons. A cantora cujos cupons fossem mais vendidos ganhava. A empresa paulista Antártica comprou então um grande número de cupons da cantora Marlene, o que determinou sua vitória.

03 – Como Marcos Napolitano explica o envolvimento das massas urbanas nas eleições de Rainha do Rádio?
       Para Marcos Napolitano, o Brasil, especialmente a região centro-sul do país, passava por um processo intenso de urbanização, marcado por industrialização e migrações. As pessoas deixavam a zona rural e deslocavam-se para cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, em busca de empregos nas indústrias que se formavam. Essas pessoas tinham de se adaptar a uma situação. É aí que entra o rádio, um meio de comunicação de massa que, naquele momento, levava informação, entretenimento e atrações com as quais eles podiam se identificar. Desse modo, tal como hoje muitas pessoas se identificam com os times de futebol (dizendo “sou Flamengo”, “sou Palmeiras” ou “sou São Paulo”), naquela época havia pessoas que se identificavam com uma cantora ou com outra, experimentando assim a sensação de fazer parte de algo maior, de uma torcida que gostava da mesma cantora e demonstrava isso por meio de gestos, gritos, aplausos, etc.

TEXTO: O CAMINHO PARA A PAZ - DEMÉTRIO MAGNOLI - COM GABARITO

Texto: O CAMINHO PARA A PAZ

     “Os palestinos estão na Palestina porque esta é a sua terra, e a única terra natal do povo palestino [...]. Os judeus israelenses estão em Israel porque não há nenhum outro país no mundo a que os judeus, como povo, poderiam chamar seu lar. Como indivíduos, sim, mas não como povo, não como nação. Os judeus foram expulsos da Europa, exatamente da mesma forma que os palestinos foram inicialmente expulsos da Palestina e, em seguida, dos países árabes. Os palestinos tentaram, involuntariamente, viver em outros países árabes. Foram rejeitados, às vezes até humilhados e perseguidos, pela chamada “família árabe”. Tomaram conhecimento, da maneira mais dolorosa, de sua ‘palestinidade’, pois não eram desejados como libaneses, como sírios, como egípcios ou como iraquianos. Eles tiveram de aprender, pelo caminho mais difícil, que são palestinos e este é o único país em que eles podem segurar-se. [...].
        O que precisamos é de um compromisso doloroso. Porque ambos os povos amam o país, porque judeus israelenses e árabes palestinos têm raízes históricas e emocionais profundas, diferentes, mas profundas, no país [...]. Se há algo a esperar, isso é um divórcio justo e razoável entre Israel e Palestina. E os divórcios nunca são felizes, mesmo quando são justos. Especialmente esse divórcio específico, que será um divórcio bastante engraçado, porque as duas partes que se divorciam ficarão definitivamente no mesmo apartamento. Ninguém vai se mudar. Como este é muito pequeno, será preciso decidir quem fica com o quarto A e quem fica com o quarto B, e o que se fará em relação à sala de estar [...]. Muito inconveniente. Mas melhor do que o inferno vivo que todos enfrentando agora naquele país amado. Palestinos que são diariamente oprimidos, assediados, humilhados, que passam privações por causa do cruel governo militar israelense O povo israelense, que é diariamente aterrorizado por ataques terroristas impiedosos e indiscriminados contra civis, homens, mulheres, crianças, adolescentes, consumidores num shopping. Qualquer coisa é preferível a isto! Sim, um divórcio razoável”.

                             MAGNOLI, Demétrio. (org.). História das guerras.
                                     3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 449-50.

Entendendo o texto:
01 – Segundo Amós Oz, o que é a Palestina para palestinos e judeus?
     É a terra onde ambos devem viver. Isso fica evidente nos trechos: “Os palestinos estão na palestina porque esta é a sua terra, e a única terra natal do povo palestino” e “Os judeus estão em Israel porque não há nenhum outro país no mundo a que os judeus [...] poderiam chamar seu lar”.

02 – Você considerou Amós Oz imparcial ao descrever o drama judeu e o palestino?
     Resposta pessoal do aluno.

03 – Debatam, reflitam e opinem: vocês concordam com a tese do “divórcio justo e razoável” defendida por Amós Oz? Justifiquem.
     Resposta pessoal dos alunos em grupos.


TEXTO: BARACK OBAMA: PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS - ÂNGELA PIMENTA- COM GABARITO

Texto: BARACK OBAMA: presidente dos Estados Unidos

         Seu nome é esperança.

    “Barack Obama tem data marcada para começar a governar a maior economia do mundo – 20 de janeiro de 2009 –, mas, aconteça o que acontecer, seu nome já foi escrito na História. Eleito graças às aspirações por mudança do povo americano, Obama não tem alternativa senão a transformação radical da maior potência econômica do planeta. Seu governo terá necessariamente de ser de ruptura com o passado. E isso não é uma previsão – é a lógica. Aos 47 anos, Barack Obama terá em mãos um país humilhado por seus próprios erros e esperançoso em sua história capacidade de recuperação e inovação. O próprio senador democrata é a primeira manifestação dessa capacidade. Nunca um político negro havia se candidatado à Presidência dos Estados Unidos, uma sociedade que 40 anos atrás acreditava na segregação racial. Pois Obama, um desconhecido ativista de Illinois, concorreu – e ganhou. Era de supor que ele, como tantos outros negros americanos bem-sucedidos, levasse a bandeira racial para conquistar parte do eleitorado. Mas Obama sabia que não iria a lugar algum com divisões. Desde o início, apelou a cada americano – branco ou negro, pobre ou rico, liberal ou conservador. Essa enorme capacidade de agregar, a descoberta de um desejo latente por mudança e um brilhantismo midiático deram-lhe a vitória nas urnas.
        [...].
                           PIMENTA, Ângela. In: Revista Exame, edição 934,
                                                        Ano 42, n. 25, 31 dez. 2008. Disponível em:
                               http://portalexameabrilcom.br/.
Acesso em: 5 mar.2009.

Entendendo o texto:
01 – Segundo o texto, qual foi a estratégia usada por Obama durante a campanha eleitoral?
     Obama buscou o voto de todos os americanos, brancos ou negros, ricos ou pobres, e manteve um tom conciliador nos seus discursos, enfatizando que queria governar os Estados Unidos da América no Norte.

02 – Debatam, reflitam e opinem: Barack Obama e sua equipe conseguiram enfrentar a crise mundial iniciada em 2008?
     Resposta pessoal dos alunos: A questão visa estimular o debate; sugerimos pedir aos alunos que façam um levantamento das ações do governo Barack Obama para tirar o país da recessão. Inicialmente, o governo Obama mostrou capacidade de articulação política, conseguindo apoio da maioria no Congresso e aprovando em 14/02/2009 um pacote milionário de estimulo à economia, no valor US$ 78 BILHÕES.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

FILME(ATIVIDADES): MOGLI - O MENINO LOBO - JON FAVREAU - COM ATIVIDADES GABARITADAS

Filme(atividades): MOGLI - O MENINO LOBO

Data de lançamento: 14 de abril de 2016 (1h 46min)
Direção: Jon Favreau
Gêneros: AventuraFamíliaFantasia
Nacionalidade: EUA

SINOPSE E DETALHES
Não recomendado para menores de 10 anos.
        A trama gira em torno do jovem Mogli (Neel Sethi), garoto de origem indiana que foi criado por lobos em plena selva, contando apenas com a companhia do urso Baloo (Bill Murray) e da pantera negra Bagheera (Ben Kingsley), sem nenhum contato com humanos. O menino é amado pelos animais, mas visto como uma ameaça pelo temido tigre Shere Khan (Idris Elba), que está decidido a matá-lo. Com a família de lobos ameaçada, Mogli decide se afastar. Baseado na série literária de Rudyard Kipling.

 Entendendo o filme:
01 – Qual a situação inicial do filme Mogli, O Menino Lobo?
      Mogli vivia com os lobos na floresta.

02 – Qual é o conflito que dá desenvolvimento a história do filme?
       O medo de ser perseguido pelo tigre, e acabou descobrindo sua história.

03 – Por que gostamos do filme tanto desta história? E por que ela emociona e inspira pessoas de qualquer idade?
      Pela grandiosidade de sua mensagem: uma história de respeito pelo nosso meio ambiente e pelos seres que vivem nele, recheada de aventuras e com uma mensagem profunda sobre a amizade e o espírito de luta, que tanto agrada as crianças.

04 – De acordo com o filme; “Nenhum dos habitantes da selva gosta de ser perturbado, e todos estão prontos para expulsar os intrusos. Depois disso, Mogli também aprendeu o ‘lema do caçador’, o que diz o lema?
      Diz, então cace, mas para procurar comida, e não por prazer.

05 – Em Mogli, O Menino Lobo, qual é a mensagem que traz para os seres humanos?
      Os humanos podem tirar partido do seu lado racional, uma diferença chave em relação às outras espécies. Infelizmente, esta capacidade lógica enaltece os motivos pessoais acima dos benefícios para a nossa espécie e para as que nos rodeiam. Nos esquecemos de que não somos donos da natureza que nos rodeia, que somos apenas seus hóspedes.

06 – No filme: A família é muito mais do que ser do mesmo sangue; por quê?
      Porque o pequeno Mogli chegou à selva protegido pela pantera Baguera e foi adotado pela loba Raksha, que o criou como membro da alcateia. Os animais da Selva sabem que ele é humano e que em teoria não é responsabilidade deles, no entanto decidiram tomar conta dele mesmo assim.

07 – “Não importa onde você vá e como eles te chamem. Você sempre será meu filho.” Quem disse esta frase?
      Raksha. Mogli sente que esta é a sua mãe, a que lambeu as suas feridas, a que se preocupou com ele, a que o aconselhou e o guiou por caminhos seguros para que não se ferisse. Sem ser mãe de sangue nem da mesma espécie, Raksha exemplifica perfeitamente como tem que ser criada uma criança feliz: com amor, ternura e educação. 

08 – Para você qual o desfecho da história de Mogli? Conte um pouco sobre o final do filme.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Quando ouvimos dizer, a natureza está aí fora, desfrute-a e seja feliz, o que devemos fazer?
      Se há algo que devemos apreciar é a beleza e os recursos que a natureza nos presenteia. Um luxo de vida, saúde e alegria que nos dá calma e tranquilidade, que oferece uma ajuda para estruturar as nossas ideias e capta os momentos mais importantes da nossa vida.

10 – Como é o tempo do filme? Seria ele cronológico ou psicológico?
      O tempo passado. É psicológico.

11 – Por que o tigre tem um rancor que destrói vidas?
      A personagem de Shere Khan é a de um tigre que teve uma má experiência com os humanos, precisamente com o pai de Mogli, e para ele todos os humanos são seus inimigos. Ele avisa os animais da selva que devem odiar Mogli, pois o “filhote humano” vai crescer e deixar de ser uma criança, e quando isso acontecer será tão cruel como o resto dos humanos.

12 – Por que o filme é um aprendizado tanto para as crianças como para os adultos, quando falamos do rancor de Shere Khan, em querer matar o filhote humano, custe o que custar?
      Porque ensina que não devemos guardar e nem ter rancor de nada e nem de ninguém, é um fardo muito pesado.

13 – Ser fiel e honesto na sua amizade até o final, é o que o filme nos mostra, quem eram seus melhores amigos?
      Não há nada melhor nessa vida do que ter amigos, e se tivermos a sua companhia em um ambiente tão autêntico como a selva ou a natureza, esses vínculos serão muito mais fortes. Seus fiéis amigos o Urso Balu e a Pantera Banguera.

14 – Mogli, O Menino Lobo. O que pensa com relação aos conhecimentos humanos que tem?
      Mogli sabe que os seus conhecimentos como humano podem ser usados tanto para melhorar como para destruir o ecossistema inteiro, e não está disposto a destruir o meio onde ele e seus amigos vivem.



CONTO: COMO UM FILHO QUERIDO - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

CONTO: Como um filho querido
             Marina Colasanti

        Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casados, nunca quis ela se separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 anos, a sobremesa louvada compôs sobre a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda data em que o júbilo se fizesse necessário.
        Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o conciliábulo apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície. Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de adoção, tornando-se ele legalmente incorporado à família, com direito ao prestigioso sobrenome Silva, e nome Hermógenes, que havia sido do avô.

COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados.
Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p.57.16.
Entendendo o texto:

01 – Ao ler o texto com atenção, aponte a alternativa que demonstra o motivo em que esposa e marido foram ao tabelião:
A) Registrar os 40 anos de casamento do marido e esposa.
B) Fazer o devido registro do Bolo com nome e sobrenome da família.
C) Receber enfim a esposa, o sobrenome do marido.
D) Presentear o cartório com um delicioso bolo confeitado.

02 – Assinale a alternativa que indique o significado para palavra “Júbilo”, expressa no texto:
A) Grande vanglória.
B) Grande desapego.
C) Grande favor.
D) Grande contentamento.

03 – Repare no fragmento:
        “E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície.”
Podemos compreender por “ato solene”:
A) Ato feito com aparato e pompa.
B) Ato feito com rapidez e clareza.
C) Ato feito com destreza.
D) Ato feito com intenção.

04 – Ao lermos o final do texto, constatamos que o sobrenome “Silva” é tratado como prestigioso.
Isso significa que:
A) Tem relativa importância, por se tratar do avô.
B) Tem grande importância, uma vez que tinha sido do avô.
C) Tem média importância uma vez que foi do avô.
D) Não tem grande importância, mas era do avô.

05 – Aponte a alternativa que traz o correto significado da palavra “Conciliábulo”, expressa no texto:
A) Lugar para apaziguar as coisas.
B) Local escuro e adequado às discussões de casais.
C) Ambiente externo à residência.
D) Assembleia secreta em que se conspira.