Mostrando postagens com marcador MILLÔR FERNANDES. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MILLÔR FERNANDES. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 12 de abril de 2019

FÁBULA: O GRANDE SÁBIO E O IMENSO TOLO - MILLÔR FERNANDES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O grande sábio e o imenso tolo
                Millôr Fernandes

        Por um acaso do destino, um velho e sábio professor e um jovem e estulto aluno se encontraram dividindo bancos gêmeos num ônibus interestadual. O estulto aluno, já conhecido do sábio professor exatamente por sua estultície, logo cansou o mestre com seu matraquear ininterrupto e sem sentido. O professor aguentou o quando pôde a conversa insossa e descabida. Afinal, cansado, arranjou, na sua cachola sábia, uma maneira de desativar o papo inútil do aluno. Sugeriu:
        -- Vamos fazer um jogo que sempre proponho nestas minhas viagens. Faz o tempo passar bem mais depressa. Você me faz uma pergunta qualquer. Se eu não souber responder, perco cem pratas. Depois eu lhe faço uma pergunta. Se você não souber responder, perde cem. 
        -- Ah, mas isso é injusto! Não posso jogar esse jogo – disse o aluno, provando que não era tão tolo quanto aparentava -, eu vou perder muito dinheiro! O senhor sabe infinitamente mais do que eu. Só posso jogar com a seguinte combinação: quando eu acertar, ganho cem pratas. Quando o senhor acertar, ganha só vinte.
        -- Está bem – concordou o professor – pode começar.
        -- Me diz, professor – perguntou o aluno, o que é que tem cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?
        O professor, sem sequer pensar, respondeu:
        -- Não sei; nem posso saber! Isso não existe.
        -- O senhor não disse se devia existir ou não. O fato é que o senhor não sabe o que é – argumentou o aluno – e, portanto, me deve cem pratas.
        -- Tá bem, eu pago as cem pratas – concordou o professor pagando -, mas agora é minha vez. Me diz aí: o que é que tem cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?
        -- Não sei – respondeu o aluno. E, sem maior discussão, pagou vinte pratas ao professor.

        Moral: A sabedoria, nos dias de hoje, está valendo 20% da esperteza.

                                       Millôr Fernandes
Entendendo a fábula:
01 – Quem são os personagens dessa fábula?
      O professor sábio e o aluno estulto.

02 – Onde se passa a história?
      Dentro de um ônibus interestadual.

03 – Qual foi a proposta feita pelo professor ao aluno?
      Que eles iriam fazer uma disputa de perguntas e respostas.

04 – De acordo com a fábula, qual seria o valor a pagar, para quem não acertar a resposta?
      O professor pagaria 100 pratas e o aluno pagaria 20 pratas.

05 – Quem fez a pergunta primeiro? Qual foi?
      Foi o aluno. O que é que tem cabeça de cavalo, seis patas de elefante e rabo de pau?

06 – Quantos parágrafos possui a fábula?
      Possui 11 parágrafos.

07 – Qual o título da fábula?
      O grande sábio e o imenso tolo.

08 – Você concorda com a moral da história? Qual seria a sua?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Todas ações da fábula se passam no mesmo dia? Explique.
      De acordo com o texto, não tem condições de prever, pois, não aparece data e tempo de viagem.



terça-feira, 27 de novembro de 2018

FÁBULA: A GALINHA REIVINDICATIVA - MILLÔR FERNANDES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: A GALINHA REIVINDICATIVA
               MILLÔR FERNANDES


        Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo de um quintal e, entre bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias.
        -- Ainda bem que você está satisfeito – disse a galinha – E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu galinha, posso estar satisfeita? Não posso. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho ovo. A patroa se quiser que arranje outra para esses ofícios. Comigo não, violão!
        O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivanas e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto: -- “A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo só serve mesmo é pra panela”!
        MORAL: Um trabalho por jornada mantém a faca afastada.

 Millor Fernandes. Fábulas fabulosas, editora nórdica
Entendendo a fábula:
01 – Qual é o título do texto?
      A Galinha reivindicativa.

02 – Escreva o significado do adjetivo atribuído à galinha de acordo com a atitude dela no texto.
      Adjetivo reivindicativa: ela queria a vida do galo.

03 – Escreva no quadro as características de cada uma dos personagens.
Características da galinha = Nova, revoltada.             
Características do galo = Velho, cansado.

04 – Explique o significado da expressão:
a) Comigo não, violão!
      Significa a uma recusa para alguma atividade ou algo impossível de ser concretizado.

05 – Com certeza você já ouvir alguém falar para outra pessoa “está chocando”, em que sentido esta expressão está sendo usada?
      Que está apresentando oposição; sendo contrário.

06 – Cite quais eram os ofícios específicos da galinha e que ela reclamava em fazê-los.
·        Pôr ovos todos os dias.
·        Chocar os ovos todo semestre.
·        Criar os pintinhos.

07 – Segundo a galinha como é levar uma vida de galo? O que ela quis dizer com isso?
      É levar uma vida de tranquilidade sem ter fazer muita coisa, diferente da vida da galinha.

08 – Escolha a alternativa que demonstra o comportamento da galinha em relação ao que ela acha da vida do galo:
a) (  ) sente ciúme e inveja do jeito que o galo vive.
b) (X) afirma de modo positivo que a vida dele é boa.
c) (  ) usa de ironia para dizer que ele não faz nada de importante.

09 – Qual é o tema que a fábula aborda?
      Aborda a revolta e indignação da vida de uma galinha.

10 – Em sua opinião a galinha tinha motivos para reivindicar seus direitos? E que direitos ela queria?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Você conhece pessoas que como a galinha estão insatisfeitas com o trabalho que desempenham e reclamam em ter que cumprir com suas obrigações?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Você acha que têm profissões mais importantes e outras menos importantes? Comente
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: NÃO. Todas as profissões tem o mesmo valor dentro do teu ramo.

13 – As pessoas podem ser discriminadas pela profissão que exercem? Conhece algum caso?
      Não. Resposta pessoal do aluno.

14 – Escolha uma profissão que você considera que não é valorizada e escreva o que poderia acontecer caso ela deixasse de existir, ou melhor, se ninguém quisesse fazer esse trabalho.
      Resposta pessoal do aluno.
     

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

FÁBULA: O LOBO E O CÃO - MILLÔR FERANDES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O Lobo e o Cão
           Millôr Fernandes


        Encontrando-se um Lobo e um Cão num caminho, disse o Lobo:
        — Tenho inveja, companheiro, de te ver tão gordo, com o pescoço grosso e o cabelo luzidio; eu ando sempre magro e desgrenhado.
        Respondeu o Cão:
        — Se fizeres o que eu faço, também tu engordarás. Estou numa casa onde gostam muito de mim, dão-me de comer, tratam-me bem; e só tenho de ladrar quando sinto ladrões de noite. Por isso, se quiseres, vem comigo que terás outro tanto.
        O Lobo aceitou e lá foram. Mas no caminho disse o Lobo:
        — O que é isso, companheiro, que te vejo o pescoço esfolado?
        Respondeu o Cão:
        — Para que durante o dia não morda os que entram em casa, prendem-me com uma corrente. De noite soltam-me até de manhã, quando tornam a prender-me.
        — Não quero a tua fartura — respondeu o Lobo. — A troco de não estar preso, antes quero trabalhar e passar fome, mas ser livre.
        E dizendo isto foi-se embora.
        Moral da História: Não há prata nem ouro que valham mais do que a liberdade, e quem a estima faz o que fez este Lobo, que escolhe antes trabalhos e fome que perde-la. Comedores negligentes e sem préstimo não prezam ser livres, desde que comam o pão, e tais são representados nesta Fábula pelo Cão.
                                                                     Fábula de Esopo.
Entendendo a fábula:
01 – Quais são os personagens do Fábula?
      O lobo e o cão.

02 – O texto que você acabou de ler é:
a)   Uma crônica em que o autor trata de um assunto do dia-a-dia.
b)   Uma fábula, isto é, uma pequena história com ensinamento moral.
c)   Um conto de fadas.

03 – O lobo e o cão, sendo animais, são personagens do texto porque:
a)   Antigamente os animais falavam.
b)   Na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   O texto fala sobre eles.

04 – O autor caracteriza o lobo como sendo um animal:
a)   Inteligente, sábio.
b)   Interesseiro, ganancioso.
c)   Preguiçoso.

05 – As respostas e os argumentos que o cão apresentou ao lobo:
a)   Foram respostas com fundamentos, válidas e justas.
b)   Eram sem fundamentos.
c)   Eram respostas que o lobo não conseguia entender.

06 – O autor quis sugerir no final da história, quando o lobo desiste de acompanhar o cão, que:
a)   A liberdade é o maior dos bens e o fundamento de todos os outros.
b)   Antes estar bem alimentado, mesmo que preso.
c)   O insensato que se satisfaz com uma refeição.

07 – Por que o lobo sentiu inveja do cão?
      Porque o cão estava tão gordo, com o pescoço grosso e o cabelo luzidio.

08 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

FÁBULA: A ÁGUIA E O GROU - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

Fábula: A Águia e o Grou
          Millôr Fernandes
             
                       
        A Águia apanhou um Cágado para comer, e trazia-o pelo ar e dava-lhe picadas, mas não conseguia matá-lo porque estava muito recolhido na sua carapaça. A Águia estava a ficar furiosa com isto, mas entretanto chega o Grou, que diz:
        — A caça que apanhaste é decerto muito boa, mas não poderás saboreá-la senão por artimanha.
        A Águia propôs que, se lhe ensinasse a artimanha, repartiria com ele o que caçara. O Grou disse então:
        — Sobe acima das nuvens e de lá deixa cair o Cágado em cima de uma pedra, que quebrará a carapaça, deixando a carne descoberta.

        A Águia assim fez, e sucedendo o queriam, comeram ambos da caça.
        Moral da história: Na guerra, e em qualquer negócio, vale mais a sageza do que a força. Há negócios muito árduos que apenas se concluirão por manhã, e sem ela a força pouco ou nada vale. Foi isto que quiseram mostrar os poetas na companhia e amizade do sábio Ulisses com o valente Diomedes, porque valentia sem manha poucas ou nenhumas vezes dá fruto proveitoso a seu dono, e um conselho bom vale mais que muitos maus.
                                                                                      Millôr Fernandes
Entendendo a fábula:

01 – Quais são os personagens dessa fábula?
      A águia e o grou.

02 – Em que local se passa a história?
      Ambos os pássaros estavam no ar.

03 – Para que serve uma fábula?
(   ) Divertimento.
(   ) Informação.
(X) Ensinamento.

04 – A águia e o grou, sendo aves, são personagens do texto porque:
a)   Antigamente os animais falavam.
b)   Na história, elas agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   O texto fala sobre eles.

05 – O autor caracteriza a águia como uma ave:
a)   Ágil, pois age com desembaraço, leveza e vivacidade.
b)   Atrapalhada em suas ações.
c)   Ruim e injusta.

06 – As sugestões e os argumentos que o grou apresentou a águia:
a)   Eram sem fundamentos.
b)   Foram sugestões com fundamentos e válidos.
c)   Eram inválidos.

07 – O que aconteceu depois que a águia aceitou a sugestão do grou?
      Comeram ambos a caça.

08 – O autor quis sugerir no final da história, quando a águia e o grou comem a caça juntos que:
a)   Brigam dois, se um quer.
b)   Não há tóxico no mundo que mate tão eficientemente como a ganância.
c)   A união faz a força.

09 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TEXTO: A TINTA DE ESCREVER - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO


Texto: A tinta de escrever


        A tinta de escrever é um líquido com que a gente suja os dedos quando vai fazer a lição. A gente podia fazer a lição com lápis, mas com lápis era muito fácil e por isso a professora não deixa. Assim, a gente tem que tomar muito cuidado, porque com tinta o erro nunca mais sai. E uma coisa que eu não sei é como um vidrinho de tinta tão pequeno pode ter tanto erro de Português.
                                                                                Millôr Fernandes
Entendendo o texto:

01 – A partir do título da obra, qual você imagina ser a intenção do autor, ao escrevê-la?
      Com tantos “erros”, imitando, com exagero no desvio ortográfico, a escrita da criança, o autor parece estar querendo fazer humor, ao mesmo tempo que sugere a falta de lógica da escrita: os “erros” são todos possíveis, como representação de sons.

02 – A “composição” da criança mostra a ideia que ela faz da professora. É positiva ou negativa? Justifique.
      A criança sugere que a professora tem prazer em ver a criança errando. Seria um comportamento sádico do adulto, ou desse adulto, na visão da criança.

03 – Com que conceito de gramática a professora parece trabalhar? Justifique.
      A sugestão é que a professora trabalha a gramática normativa, uma vez que os erros é que são enfatizados.

04 – Que elementos criam o humor do texto?
      O humor está centrado na lógica ingênua da criança: os erros de português cabem no tinteiro, por exemplo.

05 – Há também uma crítica implícita, sobre o ensino de redação. Qual é?
      Parece que o autor critica essa forma antiga de trabalhar com produção de textos, dando um título, frequentemente sem relação com a vida da criança, e deixando-a sozinha com suas dificuldades de criação.


quarta-feira, 25 de julho de 2018

FÁBULA: A GENEROSIDADE DAS ELITES OU A GRATIDÃO DOS HUMILDES - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

Fábula: A generosidade das elites ou a gratidão dos humildes

                                                               Millôr Fernandes

       Um homem de ombreiras bordada a ouro foi condenado a 100 chibatadas em público, por não pagar imposto de renda. No dia anterior à sentença encheu uma bolsa com 10.000 piastras e, encontrando na rua um miserável, pediu que, em troca das 10.000 piastras, o miserável recebesse as chibatadas em seu lugar, como a lei permitia.
        O pobre-diabo achou extremamente boa a proposta (10.000 piastras!) e, no dia seguinte, estava lá, de cócoras, no centro da maior praça da cidade, para receber as chibatadas. Mas, logo nas primeiras 10, começou a chorar - viu que não resistia - e, em altos e lancinantes brados, pediu clemência a Alá. Alá surgiu como um auxiliar do chibatador, que disse ao ouvido do chibatado; "Me dás todo o dinheiro que tens e o chibatador apenas fingirá as outras 90 chibatadas". Mas que gritasse ainda mais para que o povo em volta não percebesse a barganha.
        O miserável concordou, a chibatação e os gritos continuaram até se completarem as 100 chibatadas e o povo saiu contente, porque agora, como todos tinham visto, também os poderosos eram castigados, embora por interpostas pessoas. No dia seguinte o miserável estava outra vez na sua esquina quando viu passar o potentado cujo lugar tinha tomado. Num ímpeto se atirou em frente ao homem e, ajoelhado, murmurou com os olhos em lágrimas: "Agradecido, mil vezes agradecido, meu louvado senhor; que o céu o faça cada dia mais poderoso. Se o senhor não tivesse me financiado com tanta generosidade, eu agora estaria morto com aquelas 100 chibatadas."

        MORAL: NADA QUE VEM DE CIMA ME HUMILHA.

Entendendo a fábula:
01 – Segundo a fábula “Um homem de ombreiras bordadas a ouro”, corresponde:
a)   A um rei.
b)   Aos imortais da Academia Brasileira de Letras.
c)   Corresponde ao nosso Colarinho Branco.
d)   Nenhuma das alternativas.

02 – Que sentido tem “piastras” no texto?
a)   É uma moeda histórica usada em diversas regiões da atual Itália.
b)   Não são moedas da Coréia do Sul, mas nas fábulas.
c)   Chapinha, material para alisamento capilar.
d)   Nenhuma das alternativas.

03 – Nesta frase: “... e, encontrando na rua um miserável, pediu que, em troca das 10.000 piastras, o miserável recebesse as chibatadas em seu lugar, como a lei permitia. Como seria isto em nosso país?
a)   Aqui entre nós, os pobres também pagam pelos ricos através de dinheiro barato fornecido aos ricos pelo Banco Central.
b)   A Lei dos Pobres foi criada em 1602, no final do reinado da Rainha Elizabeth, mas em nosso país nunca entrou em vigor.
c)   Já em 1834, surgiu a Segunda Lei dos Pobres na Inglaterra e no Brasil somente a 10 anos criou o FOME ZERO.
d)   Nenhuma das alternativas.

04 – De acordo com a fábula, nesta frase: “... Mas, logo nas primeiras 10, começou a chorar - viu que não resistia - e, em altos e lancinantes brados, pediu clemência a Alá.” O que Alá tem a haver com sul-coreanos?
a)   O Deus supremo da antiga Coreia. Como mestre do universo, move as estrelas, pune os que merecem ser punidos e recompensa os justos é Hananim.
b)   Os sul-coreanos creem no Buda.
c)   Alá também não tem nada a ver com a Coréia, mas fábula é fábula, repito.
d)   Nenhuma das alternativas.

         

segunda-feira, 9 de julho de 2018

CRÔNICA: A VAGUIDÃO ESPECÍFICA -MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

CRÔNICA: A Vaguidão Específica
                 Millôr Fernandes

             "As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica."
                      Richard Gehman

        -- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
        -- Junto com as outras?
        -- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
        -- Sim senhora. Olha, o homem está aí.
        -- Aquele de quando choveu?
        -- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
        -- Que é que você disse a ele?
        -- Eu disse pra ele continuar.
        -- Ele já começou?
        -- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
        -- É bom?
        -- Mais ou menos. O outro parece mais capaz. 
        -- Você trouxe tudo pra cima?
        -- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
        -- Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
        -- Está bem, vou ver como.

Entendendo o texto:
01 – O texto é um diálogo:
a)   Entre dois homens.
b)   Entre duas crianças.
c)   Entre um homem e uma mulher.
d)   Entre duas mulheres.

02 – Que palavras do texto serviram de pistas para você responder a questão anterior?
        “-- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.”
        “—Sim senhora.”

03 – Qual é a relação entre as pessoas que dialogam no texto?
      Relação de patroa e empregada.

04 – Indique palavras do texto que contribuem para dar a ideia de algo vago, impreciso.
      Isso, outras, alguém, tudo, coisas, resto.

05 – Por que o título do texto é “Vaguidão Específica”?
      Segundo Richard Gehman, vago-específica é a maneira de falar das mulheres. E o texto traz a conversa de duas mulheres.

06 – Você compreendeu que o discurso é a forma concreta da manifestação individual da língua e essa manifestação implica a intencionalidade discursiva, a qual está presente em toda interação verbal. Com base nessa informação, e após a leitura do texto o autor explora intencionalmente a indeterminação da linguagem para comprovar o quê?
      Comprovar que, uma vez que se desconheça o contexto da comunicação, a fala das personagens torna-se incompreensível.

07 – O principal tema do texto é:
a)   A clareza das ideias.
b)   A incoerência das ideias.
c)   A incerteza das ideias.
d)   A vaguidão das ideias.
e)   A consistência das ideias.

08 – Leia o texto:
        “-- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
        -- Junto com as outras?”
        A vaguidão dessa passagem do texto acontece principalmente pelo uso de:
a)   Substantivos.
b)   Artigos.
c)   Preposições.
d)   Conjunções.
e)   Pronomes.

09 – As duas mulheres se entendem porque:
a)   São amigas.
b)   Falam de fatos que ambas conhecem.
c)   São patroa e empregada.
d)   Falam de fatos incompreensíveis.
e)   Têm uma relação comercial.

10 – No trecho: “-- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.” As palavras grifadas são, respectivamente:
a)   Artigo / substantivo / substantivo.
b)   Artigo / adjetivo / advérbio.
c)   Pronome / pronome / substantivo.
d)   Pronome / adjetivo / substantivo.
e)   Artigo / pronome / pronome.

11 – Quais são as palavras utilizadas no texto para substituir as coisas ou pessoas?
      Isso, outras, alguém, aquele, ele, outro.

12 – Transcreva dois exemplos de vocativo, Justificando:
      Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
      Olha, o homem está aí.

13 – Que mensagem o texto lhe transmitiu?
      O autor faz uma sátira a partir das ideias de que as mulheres falam muito e que só elas se entendem, para percebermos a importância de se construir um texto claro, compreensível e que transmita a ideia que se deseja passar ao leitor.