sábado, 10 de setembro de 2022

QUADRINHOS: MEUS BENS - FÁBIO MOON E GABRIEL BÁ - COM GABARITO

 Quadrinhos: Meus bens

 Fonte da imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimJfHN4Nr4FgoZzr-6DjgKZPo6RDqSqnPwXk6IbRzFRu5YBI1B9Lq8EZzkZtBFaK1xqUo8_fT8J1vSVDB3iS9cAhkFbXhUdOnAFj0QNpdwrNGIBP9q4bpiPjW8Ixk1CLA_EUNkzLF7w9yINWQRl5v14F1WmaifKGKbjBVNVhC-jzTh_MGpV-Rc-Qew/w346-h174/MOON.jpg

Fábio Moon e Gabriel Bá. www.10paezinhos.com.br

       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 231.

Entendendo os quadrinhos:

01 – Com que tipo de narrativa a imagem e a fala do primeiro quadrinho dialogam?

      Dialogam com as tradicionais fábulas de valor moral.

02 – Que associação o leitor deve construir entre o quadrinho superior e os outros cinco?

      O quadrinho que ocupa a posição superior apresenta uma ordem de busca do que é mais precioso, cuja resposta é dada individualmente por cada um dos personagens dos quadros inferiores, sugerindo valores pessoais.

03 – Considerando a ordem dada ao pássaro, explique por que as respostas dos cinco personagens estão centradas em substantivos.

      A expressão o que, usada na ordem, cria a expectativa de uma resposta centrada na indicação de um ser ou objeto, função exercida pelos substantivos.

04 – Dos substantivos usados nos quadrinhos da parte inferior, qual deles não pode ser classificado como concreto? Por quê?

      Memória, porque é um termo que se refere à capacidade de lembrar e, portanto, manifesta-se por meio de um ser; não tem existência autônoma.

05 – O substantivo bróder é um empréstimo lexical. Escreva no caderno a palavra que lhe deu origem e a variedade linguística em que ele ocorre.

      Bróder, derivado do substantivo inglês brother, cujo significado é “irmão”, ocorre nas variedades linguísticas dos jovens, sobretudo das áreas urbanas.

06 – A que substantivo abstrato bróder remete?

      Ao substantivo abstrato amizade.

TIRINHA: DAIQUIRI - CACO GALHARDO/FOLHAPRESS - LINGUAGEM NÃO VERBAL -COM GABARITO

 Tirinha: Daiquiri

 

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPxzbLCLMccu9wH2BX8optnwz489DuxApQH4HAifAv4qXCRkeyCJbjfH_Gur63jn9QGfMnrjaClItHCNdP4HQH46chYSgtH-U9oaQT5PAX9GRfFQQatKKEEZPTY2yg5aysazsAs6yxP4lXe4hglPvonmcDF3eVTpn4QokHc_U6t4_cpE4uQu7Qdj12/w320-h138/DAIQUIRI.jpg

CACO GALHARDO/FOLHAPRESS. Daiquiri.

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 228-9.

Entendendo a tirinha:

01 – Qual é o estado emocional da personagem Lili? De que maneira ele é explicitado pela linguagem não verbal?

      Lili está irritada, conforme sugerem os braços cruzados e a sobrancelha arqueada (primeiro quadrinho) e os braços erguidos, os olhos e a boca muito abertos, além dos traços sugestivos de voz alta (segundo quadrinho).

02 – O humor da tira se constrói sobre uma quebra de expectativa. Explique como isso é feito.

      Nos dois primeiros quadrinhos, a personagem parece muito irritada com os homens em geral, desejando afastar-se definitivamente de todos eles, mas o último quadrinho revela que essa decisão prevê um tempo de duração bastante curto.

03 – É possível dizer que o personagem Reginaldo tem um papel importante na vida de Lili? Por quê?

      Sim. Lili parece ser cortejada por vários rapazes, como sugere a expressão bando de homens, mas apenas um deles (Reginaldo) é nomeado de modo particularizado.

PEÇA TEATRAL: MÚSICA PARA CORTAR OS PULSOS - RAFAEL GOMES - COM GABARITO

 Peça teatral: Música para cortar os pulsos

        Cena 1: Nomes

        Ricardo
        O nome dele é Felipe.

        Felipe
        O nome dela é Isabela.

        Isabela
        O nome dela é Rosalind.

        Ricardo

        “Quando eu te vi/ eu te amei/ e você sorriu/ porque você soube.”

        Isabela

        “Ri das cicatrizes quem nunca foi ferido.”

        Ricardo

        “Existe amor que não seja à primeira vista?” 

        Quando o Felipe entrou na sala, eu sabia que o amaria.

        Porque eu sou fraco demais para pessoas apaixonantes e o Felipe era apaixonante. (Pausa) Depois que ele conversou comigo e saiu da sala, eu já tinha certeza.

        Felipe

        O nome disso é desalento: quando você não se interessa realmente por ninguém e se sente oco e não se sente bem porque se sente assim. Eu não sou solitário, nem tenho qualquer problema de relacionamento. Pelo contrário, eu tenho vários amigos, encontro pessoas o tempo todo. E eu acabo convivendo com um monte de meninas em volta de mim, meninas muito bonitas e interessantes, por quem eu me sinto atraído. E eu fico com elas e é legal e... E é isso. Depois eu não consigo sentir realmente mais nada.

        Eu terminei recentemente um namoro de um certo tempo. Eu gostava dela, mas era como se nunca tivesse de verdade dentro daquilo, como se nessa hora eu fosse o dublê de mim mesmo. (Tentando explicar.) Funciona assim: eu sou o galã, o personagem principal da minha vida. Eu falo o texto do jeito certo, sou verdadeiro, carismático, razoavelmente inteligente e sedutor – na verdade, eu sou tímido, mas é incrível como as pessoas se sentem atraídas por isso. Só que nas sequências de perigo sentimental, o menor que seja, eu mando chamar meu dublê. Quem vê o filme pensa que sou eu mesmo ali, vivendo aquilo. Mas eu sei que não.

        Ricardo
        O nome disso é projeção. Eu sou esse cara que se apaixona por um monte de gente, o tempo todo, mas eu juro que são coisas diferentes, de jeitos específicos. Amores dentro de mim são como meios de transporte, cada um tem o seu lugar – a água para os barcos, o céu para os aviões, as estradas para os carros... Eu namorava há dois anos quando o Felipe apareceu. E eu precisava me apaixonar de novo, porque eu sou assim... E porque existe essa coisa dentro da gente, muito grande e muito consciente, mas que a gente não controla, que nunca esquece a delícia que é começar. Então eu projetei nele todos os meus novos começos: ele era um cara descobrindo um monte de coisas que eu achava que já sabia e que me lembrava outras que eu já tinha esquecido. E eu me via nele, eu via ele em mim.

        O nome disso é identificação. Porque na verdade a gente quer preencher nossos vazios não com o que nos falta ou completa por ser diferente, mas com o que é confortavelmente familiar.

        Isabela

        O nome disso é substituição. A Rosalind é a maior das personagens esquecidas de todos os tempos. Quase ninguém sabe, mas ela está ali escondida na peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, que todo mundo conhece. Agora, quem lembra que Romeu era apaixonado pela Rosalind, antes de conhecer a Julieta, se nem ele mesmo lembra? E eu não tô falando de um tempo longo, não, eu tô falando de minutos. Ele ama a Rosalind, mas, quando a Julieta aparece, uma nova realidade surge – é um Big Bang do amor, como se não tivesse existido nada antes. Mas tinha a Rosalind. Isso não tem nem nome: a rapidez com que o Romeu simplesmente aniquila a Rosalind da cabeça dele é quase desumana. E o pior é que nós, como público, não nos preocupamos com o que sente a Rosalind, porque ela já é apresentada como um acessório na história do Romeu. Ela já nasce esquecida.

        Eu ousaria acreditar que o mundo é feito das Rosalinds, que sofrem bem mais, do que das Julietas, que se deliciam na volúpia das noites de paixão. Metade do mundo, pelo menos. A outra metade é de Romeus, que estão infinitamente confusos e em conflito entre uma e outra – sejam esses Romeus homens ou mulheres.

        Ricardo

        Dizem que o amor é cego e eu acho que essa frase tem mais de uma leitura. Ele é cego não porque não enxerga ou não percebe a natureza do que está na sua frente, mas também porque é capaz de ser seletivo e não misturar paisagens que estão lado a lado. Existem ali caminhos que não se acessam. Nem todo mundo acredita, mas eu continuei amando realmente meu namorado depois que eu também já tinha me apaixonado pelo Felipe. A água para os barcos, o ar para os aviões... Eu não sei se isso tem nome.

        Felipe

        “Se o amor é cego, ele não acerta o alvo.”

        [...]

        Isabela

        Então essa palavra “amor” na verdade define o quê? O amor nunca é só amor. O amor é um monte de outros sentimentos misturados. Que, às vezes, tem nome, às vezes não. Mas é uma mistura ilusionista, nunca um elemento puro. Como a luz branca. Ou... (jogando fora...) sei lá, a Coca-Cola!

        Felipe
        Mês passado eu fui à festa de aniversário de oito anos da minha priminha. Na hora do “com quem será” começou uma confusão enorme. Falaram vários nomes ao mesmo tempo e os meninos começaram a brigar pela posição de pretendente oficial. Aquilo se estendeu, e eu e meus outros primos mais velhos demos corda pras crianças. Só sei que em dado momento eram uns quatro em cima da garota falando coisas como “eu, eu, escolhe eu!”, “fica comigo”, “eu gosto muito mais de você”, e eles se batiam e se empurravam... Oito anos. OITO. Isso poderia fazer da minha prima a garota mais popular e cobiçada da escola, mas ela estava odiando tudo aquilo com uma sinceridade tão intensa. Claramente, o que ela mais desejava era ficar em paz. O amor, eu vi, pode doer desde cedo.

        Mas, mais do que isso, desde sempre ele vai precisar de espaço pra brotar.

        Ricardo
        Quanto tempo você precisa pra gostar de alguém? Quanto tempo você precisa pra deixar alguém?

        Isabela

        “Ora, rapaz! Incêndio a incêndio cura./ Uma dor faz minguar a mais antiga./ Desvirar do virar sara a tontura./ Um desespero a velha dor mitiga./ Deixa os olhos pegar nova infecção,/ para que da velha possas ficar são.”

        Ricardo
        O nome disso é substituição?

        Isabela
        Então o nome da Rosalind está lá escrito pra gente lembrar que tudo começa em algum lugar, tudo tem um antes. Que há coisas que passam despercebidas e pessoas que ficam pelo caminho. Eu imagino a Rosalind chegando em casa de volta do baile em que o Romeu conhece a Julieta, toda descabelada e com a maquiagem borrada, dizendo pra mãe dela: “Eu nunca mais vou amar ninguém!”.

        Foi mais ou menos isso o que eu fiz, quando Gabriel me deixou. Ele era o meu Romeu.

        Ricardo
        Romeu, Mercúcio, Rosalind, Julieta...

        Felipe
        O meu nome é Felipe.

        Ricardo
        O meu nome é Ricardo.

        Isabela
        O meu nome é Isabela. Eu tenho um coração partido e eu nunca mais vou amar ninguém.

GOMES, Rafael. Música para cortar os pulsos: monólogos sentimentais para corações juvenis. São Paulo: Leya, 2012. p. 13-21.

       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 204-7.

Entendendo a peça teatral:

01 – A primeira cena da peça apresenta ao público sentimentos íntimos de cada um dos personagens. Que sentimentos são esses?

      Felipe sofre porque nunca se apaixonou de verdade, tendo vivido apenas relacionamentos superficiais; Ricardo está apaixonado por Felipe; Isabela está magoada porque Gabriel rompeu o namoro.

02 – Em lugar de apresentar um dos personagens da peça, como fazem Ricardo e Felipe, Isabela cita Rosalind.

a)   Quem é Rosalind?

Uma personagem da peça de Shakespeare. Romeu era apaixonado por ela antes de conhecer Julieta.

b)   Na encenação, em que momento você acha que o público entende por que essa personagem ocupa a atenção de Isabela? Justifique.

No final da cena, Isabela associa explicitamente o sofrimento de Rosalind ao fim de seu namoro com Gabriel, mas é possível intuir isso antes, quando se percebe sua empatia com a personagem shakesperiana.

03 – Ao explicar seus sentimentos, Felipe faz referência a elementos que são típicos do universo do cinema. Identifique os tipos de personagem de ficção que ele cita e explique por que o representam.

      Felipe cita o galã e o dublê. Ele é o primeiro na maior parte do tempo, quando consegue a atenção das pessoas por seu charme pessoal; no entanto, assume a figura do dublê quando deseja evitar um comprometimento emocional maior.

04 – Explique a relação que Ricardo faz entre seu comportamento amoroso e os meios de transporte.

      Ricardo entende que pode experimentar vários sentimentos simultânea e separadamente, porque estes lembram os meios de transporte: cada um ocupa um espaço próprio.

05 – Embora um texto teatral seja criado para ser encenado e, portanto, não necessite de títulos, o dramaturgo optou por usá-los. Justifique a escolha de “Nomes” para a primeira cena.

      Além de propor um jogo com o nome dos personagens, que ora apresentam um ao outro ora a si mesmos, o texto trata da aplicação dos nomes “desalento”, “projeção”, “identificação” e “substituição” para explicar as experiências afetivas vividas por eles.

06 – Volte à página 205 e observe a foto desta cena feita em uma das apresentações de Música para cortar os pulsos.

a)   O subtítulo da peça é “Monólogos sentimentais para corações juvenis”. O que é um monólogo?

É uma cena de peça em que o ator fala consigo mesmo ou se dirige ao público para expressar seus pensamentos. Não há diálogo com outros personagens.

b)   O cenário e a expressão corporal dos atores na foto confirmam a ideia de que a peça é formada por monólogos? Por quê?

Embora ocupem o mesmo palco, os atores estão em espaços individualizados, marcados por cores diferentes. O corpo está voltado para a frente, sugerindo que falam para o público e não entre si, algo que é reforçado pela presença dos microfones.

c)   As falas da primeira cena também criam essa impressão? Justifique.

Sim. Nas falas, os jovens referem-se a outros personagens, mas nunca interagem com eles.

07 – Observe novamente os elementos da foto da página 205. Se você fosse o diretor da encenação, faria alguma alteração no cenário, no figurino ou na disposição dos atores? Se a resposta for positiva, indique qual(is). Se for negativa, justifique por que considerou ideal a forma escolhida.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A encenação fotografada reforça alguns aspectos importantes do texto, como a solidão dos personagens e o fato de estarem envolvidos em um processo de reflexão sobre os próprios sentimentos. As alterações sugeridas precisarão levar em conta esses aspectos.

 

ROTEIRO: COMO FAZER UM FILME DE AMOR - JOSÉ ROBERTO TORERO E LUIZ MOURA - COM GABARITO

 Roteiro: Como fazer um filme de amor

        1. Abertura. Letreiros.  

        Entram letreiros com caracteres em branco e fundo negro. Ao fundo, ouve-se uma música esquisita. De repente a música é interrompida de forma brusca e o letreiro para. Entra a voz do Narrador em off:

        Narrador      

        Não, não... Nada disso! Esses letreiros são coisa de intelectual. Isso é um filme de amor! E o público precisa saber disso desde o começo. Para começar, vamos mudar esta música (entra outra música mais suave). Assim está melhor.

        E os letreiros têm que ser mais alegres (o letreiro muda, fica com cores alegres e as letras são maiores e coloridas). Isso! Melhorou. Mas ainda está faltando mais alguma coisa... Surgem desenhos decorativos com flores em torno dos caracteres.

        Narrador

        Pronto! Isso sim é uma abertura de filme de amor.

        [...]


        2. Rua. Exterior. Dia. Multidão transita em rua movimentada.

        Narrador

        Muito bem. Agora vamos começar com a história. A primeira coisa é escolher a personagem principal. Vai ser uma mulher, é claro.

        Afinal, as mulheres são 54% do público de cinema.

        Começamos a ver em destaque entre os passantes vários rostos de mulher.

        Surge uma mulher muito gorda. A câmera segue a garota por alguns instantes.

        Narrador

        Não, essa está meio gordinha.

        Aparece uma adolescente, com jeito de estudante, mascando chiclete.

        Narrador

        Hum... Muito nova.

        Nossa personagem tem que ter uma certa... história de vida.

        Aparece uma senhora do tipo perua, muito maquiada e pele visivelmente esticada por cirurgia plástica.

        Narrador

        Falei história de vida. Não história da civilização.

        [...]

        Uma mulher de uns 29 anos, bonita porém discreta, corta, de repente, à frente da perua, andando com rapidez.

        Narrador

        É essa!

        Passamos a acompanhar a mulher em seu trajeto. Ela entra num banco de modo atabalhoado.

        3. Agência bancária. Int. Dia.

        Cena 1: Entrada do banco.

        Narrador

        Essa moça é a ideal. Bela, mas nem tanto. Jovem, mas nem tanto...

        Segura de si... Ao passar por uma porta giratória, ela se atrapalha.

        [...]

        Narrador

        ... Mas nem tanto.

        Finalmente ela consegue entrar no banco.

        Cena 2: Fila de banco.

        Narrador

        Mas ela não pode ser só bonita, tem que ter um bom coração.

        Ela está de pé na fila. O caixa chama o próximo. Ela então cede a vez a uma mulher de idade, que agradece. Então ela olha para trás e percebe que a fila, comprida, está totalmente tomada por senhoras de idade. Ela vai dando passagem às velhinhas.

        Cena 3: Caixa do banco.

        Após a última velhinha, Laura, última da fila, finalmente consegue chegar ao caixa.

        Caixa

        Bom dia, dona... Como é mesmo o seu nome?

        Laura abre a boca para falar, mas antes que diga qualquer coisa, sua imagem congela.

        Narrador

        Essa é uma boa pergunta. Como a nossa heroína vai se chamar?

        Mulher

        Urraca.

        A imagem congela. A trilha sonora para.

        Narrador

        Não! Urraca não é um nome muito romântico!

        Mulher

        Emengarda, Robervalda, Genefrósia, Sigmunda, Astrogilda, Laura...

        A cada nome ouvimos o Narrador falar “Não”.

        Depois de “Laura”, a imagem congela.

        Narrador

        Para. É isso! Laura... É um nome bonito e simples.

        A imagem volta a mover-se.

        Mulher

        Meu nome é Laura.

                                                                                                                 TORERO, José Roberto; MOURA, Luiz. Como fazer um filme de amor: roteiro. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004. p. 9-14. (Coleção Aplauso). Disponível em: http://aplauso.imprensaoficial.com.br/edicoes/12.0.812.978/12.0.8122.978.pdf.  Acesso em: 1º dez. 2015.

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 187-191.

Entendendo o roteiro:

01 – Releia o trecho inicial:

        “1. Abertura. Letreiros.

        Entram letreiros com caracteres em branco e fundo negro. Ao fundo, ouve-se uma música esquisita. De repente a música é interrompida de forma brusca e o letreiro para. Entra a voz do Narrador em off:

        Narrador

        Não, não... Nada disso! Esses letreiros são coisa de intelectual. Isso é um filme de amor! E o público precisa saber disso desde o começo. Para começar, vamos mudar esta música (entra outra música mais suave).

        Assim está melhor.

        E os letreiros têm que ser mais alegres (o letreiro muda, fica com cores alegres e as letras são maiores e coloridas). Isso! Melhorou. Mas ainda está faltando mais alguma coisa...

        Surgem desenhos decorativos com flores em torno dos caracteres.

        Narrador 

        Pronto! Isso sim é uma abertura de filme de amor.”

a)   Que aspecto da abertura planejada para o filme surpreende o espectador? Por quê?

Espera-se que os alunos apontem a presença de um narrador, visto que as obras cinematográficas apresentam as cenas diretamente.

b)   A obra pretende tratar, comicamente, os clichês dos filmes de amor. De que modo esse tratamento se mostra já nessa sequência inicial?

A mudança dos letreiros e da música é feita para se adequar às expectativas de construção de um filme romântico.

c)   Ao dizer “Esses letreiros são coisa de intelectual. Isso é um filme de amor!”, que característica o narrador estaria associando ao termo “intelectual”? Por oposição, que característica ele atribui ao público do filme?

O narrador estaria associando o termo “intelectual” a “racional” ou “objetivo”, colocados em oposição a “sentimental” ou “emotivo”, que caracterizaria o público de filmes românticos.

02 – Que tipo de informação é oferecida pelo trecho “2. Rua. Exterior. Dia. Multidão transita em rua movimentada.”? Qual é a função dessa informação no roteiro?

        O trecho indica onde se passa a cena e em que momento do dia e orienta a futura encenação da história, marcando que deve ser filmada em ambiente externo e não em estúdio.

03 – Normalmente, o roteiro traz as informações que definem o perfil dos personagens. Nesse roteiro, esse aspecto torna-se um assunto a ser explorado. Como isso é feito?

      Mostra-se ao público o processo de escolha da protagonista.

04 – Releia um trecho do roteiro:

        Narrador

        Hum... Muito nova.

        Nossa personagem tem que ter uma certa... história de vida.

        Aparece uma senhora do tipo perua, muito maquiada e pele visivelmente esticada por cirurgia plástica.

        Narrador

        Falei história de vida. Não história da civilização.”

a)   Explique o comentário “Não história da civilização”.

O comentário sugere que a mulher tem muita idade.

b)   Qual foi o efeito buscado pelo narrador com esse comentário? Como o narrador construiu o comentário em vista desse efeito?

O narrador objetivou produzir humor, graça, e o fez contrastando “história de vida”, que alude a um tempo curto, e “história da civilização”, que indica o contrário.

c)   Sobre essa sequência, o roteirista José Roberto Torero deu a seguinte explicação:

“Algumas mulheres viram o copião do filme e acharam essa piada muito grosseira. Trocamos então por ‘Mas eu preciso de alguém na idade de casar, não de fazer bodas de ouro’, o que não chega a ser delicado, mas é um pouco mais suave.”

TORERO & MOURA, op. cit., p. 11-12.

        O que a troca da fala revela sobre a produção de um filme?

      A troca sugere que os produtores se preocupam com a recepção do filme, com a maneira como ele será entendido por seus espectadores.

05 – Observe no texto os trechos iniciados com os números “1”, “2” e “3” e com “cena 1” e “cena 2”. Com base neles, explique como se organiza a apresentação do roteiro.

      Os números indicam diferentes momentos da história, marcados por diferentes cenários. As cenas indicam subdivisões dentro de um mesmo cenário.

SAMBA-ENREDO(ATIVIDADES): VIDA E OBRA DE ALEIJADINHO - BATERIA DA GRES - COM GABARITO

Samba-Enredo: VIDA E OBRA DE ALEIJADINHO

                          Bateria da GRES

Foi genial,
Realizou
Maravilhas sem igual
E de real valor,
Incomparável na escultura nacional,
Empolgando o nosso Brasil colonial.
O imortal,
Ultrapassou a sua dor
Com a arte escultural.
Foi o marco inicial da escultura nacional
Projetando o Brasil
No conceito mundial.
Este grande brasileiro,
De rude formação,
Legou ao Brasil e ao mundo inteiro
O barroco brasileiro,
Nas cidades de Congonhas, Vila Rica, Sabará
E outras mais.
Lá-lá-lá-lá, lá-lá-lá-lá, lá-lá-lá
Revivemos a época
Deste filho de Minas Gerais

Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô
Antônio Francisco Lisboa,
Aleijadinho.

VIDA e obra de Aleijadinho. Intérprete: Bateria da GRES Acadêmicos do Salgueiro (Mestre Tião da Alda). Compositores: Juca, Duduca e Bala. Disponível em: https://youtu.be/gks7cCiUvJs. Acesso em: 6 jul. 2020.

Fonte: Estações e Linguagens – Rotas da Ciência e Tecnologia – Ensino Médio – Editora Ática – 1ª edição, São Paulo, 2020. p. 28.

Entendendo o samba-enredo:

01 – Converse com a turma e o professor: Que aspectos da vida e da obra do escultor são exaltados no samba?

      O samba mostra Aleijadinho como um escultor “genial”, que projetou o Brasil mundialmente, revelando capacidade de produzir mesmo com dor.

02 – Explique o verso “de rude formação”. Para sua resposta, considere informações biográficas do verbete lido anteriormente.

      “De rude formação” significa que Aleijadinho não teve oportunidade de realizar estudos formais.

03 – O samba de enredo afirma que Aleijadinho é “imortal”. Explique o significado dessa palavra considerando o contexto dos versos.

      Aleijadinho é apresentado como um artista “genial”, “incomparável” e “marco inicial” da “escultura nacional”, capaz de projetar o Brasil “no conceito mundial”. É imortal, pois permanece vivo na memória por meio de suas obras e história.

04 – Segundo o samba de enredo, o que une as cidades mineiras de Congonhas, Vila Rica e Sabará?

      O fato de serem cidades em que o barroco mineiro se desenvolveu.

05 – Você conhece outros sambas de enredo? Sabe que tipo de assunto eles costumam abordar?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os sambas de enredo abordam assuntos com interesse social e histórico, lembrando temas nacionais, mitológicos ou problemas sociais.



  

OBRAS: AEROBATIC BALLS E FLOURISH - JOHN EDMARK - COM GABARITO

 Obras: Aerobatic Balls e Flourish

            John Edmark

Aerobatic Balls [Bolas acrobáticas aéreas], seção “Air & Water”, de John Edmark, 2011 (bolas de pingue-pongue, sistema com doze correntes de ar, plataforma metálica, dimensões variáveis – Acervo do artista).



Flourish [Florescer], série “Blooms”, de John Edmark, 2011 (plástico branco, motor, luz estroboscópica, 11,58 cm x 11,61 cm x 4,38 cm – Galeria Osher, São Francisco, Estados Unidos.

Fonte: Estações e Linguagens – Rotas da Ciência e Tecnologia – Ensino Médio – Editora Ática – 1ª edição, São Paulo, 2020. p.  19-20.

Entendendo as obras:

01 – O artista estadunidense John Edmark (1965 -) também explora a ciência em suas obras, que se movimentam obedecendo a diferentes princípios da física.

a)   Assista ao vídeo de uma de suas obras, chamada Aerobatic Balls [Bolas acrobáticas aéreas], no site do artista, disponível em: http://www.johnedmark.com/air-water1/2016/4/29/aerobatic-balls (acesso em: 1° jul. 2020).

No site há vídeos de todas as suas obras. Aerobatic Balls faz parte da seção “Air & Water” [ar e água].

b)   Qual é o significado do nome dessa obra? Ele está relacionado ao funcionamento dela?

A palavra “aerobatic”, em inglês, é uma junção das palavras “aerial” e “acrobacia” (acrobacia aérea). O nome está ligado ao comportamento das bolas de pingue-pongue, que descrevem movimentos como acrobacias. Na obra, as bolas ficam suspensas por doze correntes de ar que fazem com que fiquem em movimento constante. Os movimentos podem se alterar, variando o número de bolas e a velocidade do ar.

c)   Ainda no site do artista, assista ao vídeo da série chamada “Blooms” [Florecimento], que utiliza a proporção áurea para que a escultura de uma flor impressa em 3D desabroche. Esse efeito é causado por rotações progressivas sob uma luz estroboscópica. O que chama sua atenção nesta obra específica? Comente com os colegas.

Resposta pessoal do aluno. O vídeo está disponível em: http://johnedmark.com/phifib/2017/1/9/blooms-2. Acesso em: 2 jul. 2020.

d)   Leia a seguir um depoimento do artista acerca de seu trabalho. Depois, responda às questões.

Declaração

        Se a mudança é a única constante na natureza, ela está escrita na linguagem da geometria.

        Grande parte do meu trabalho se liga a padrões de espaço e de crescimento. Por meio de esculturas cinéticas e objetos que se transformam, eu busco oferecer ao observador estruturas surpreendentes escondidas em um espaço aparentemente amorfo.

        Embora geralmente a arte seja um instrumento de fantasia, meu trabalho é um convite para mergulhar fundo em nosso próprio mundo e descobrir o quão surpreendente ele pode ser [...].

        Eu emprego precisão matemática na concepção e produção do meu trabalho. Não faço isso com o objetivo de exibir apenas exatidão ou exaltar a tecnologia atual, mas porque estou tentando formular perguntas e respostas sobre relações espaciais, que só podem ser abordadas com construções geométricas exatas. A precisão matemática é um aliado essencial no meu objetivo de obter clareza.

        [...] Por meio do meu trabalho, eu me esforço para compartilhar a alegria da descoberta com outras pessoas em uma busca contínua pelos padrões atemporais de mudança. 

EDMARK, John. Statement. Disponível em: http://www.johnedmark.com/statement. Acesso em: 1o jul. 2020. [Livremente traduzido para fins didáticos].

 

·        De acordo com o texto, como o artista articula arte e ciência em seu trabalho? 

Segundo o depoimento, Edmark busca mostrar em seu trabalho como a compreensão geométrica da natureza pode ser tão surpreendente quanto a fantasia proposta para a arte. 

·        John Edmark usa a escultura cinética como uma das técnicas de suas obras. Você sabe o que é uma escultura cinética?

Espera-se que os estudantes percebam o movimento que há nas obras de John Edmark para responder à questão. A arte cinética é uma vertente das artes visuais cuja principal característica é a utilização de recursos visuais e técnicas que atribuem movimento ou impressão de movimento à obra.