domingo, 1 de agosto de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA

                                                     Gilberto Gil

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é a ferida acesa

Uma beleza, uma podridão

O fogo eterno e a morte

A morte e a ressurreição

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é o cristal de lágrima

Da lavra da solidão

Da mina, cujo mapa

Traz na palma da mão

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis

Dessa semana santa

Entre parênteses

Desse divino oásis

Da grande apoteose

Da perfeição divina

Na Grande Síntese

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

(Todas as letras. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

p. 261. © Gege Edições Musicais – Brasil e América do Sul/

Preta Music – Resto do mundo.

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.280-281.

 

Entendendo a canção

1. A letra da canção se propõe a refletir sobre um dos temas mais inquietantes de toda a história da humanidade: a raça humana e suas origens.

a) Que palavras ou expressões do texto comprovam a busca das origens?

Entre outras, “Uma semana/Do trabalho de Deus” e “Gênesis.

b) A abordagem do tema é, portanto, científica ou mítica.

Mítica.

 2. Observando a estrutura sintática das estrofes, notamos que quase todas elas são semelhantes.

Veja a 1ª estrofe, que também é o refrão:

“A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

a)   Identifique a função sintática dos termos a raça humana e uma semana do trabalho de Deus.

A raça humana: sujeito; uma semana do trabalho de Deus: predicativo do sujeito.

 

b)   Classifique o predicado dessa oração.

         Predicado nominal

c)   Que outras estrofes apresentam uma estrutura sintática semelhante?

          2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 7ª

d)   Qual é a única estrofe que apresenta uma estrutura sintática completamente diferente?

          6ª estrofe

3. Ao conceituar a raça humana, o eu lírico faz uso de uma linguagem figurada, metafórica, como neste verso: “A raça humana é a ferida acesa”.

a) Qual é a função sintática do termo a ferida acesa?

    predicativo do sujeito

b) Que outras metáforas são empregadas na 2ª estrofe com a mesma função sintática?

“Uma beleza, uma podridão”, “O fogo eterno e a morte”, “A morte e a ressurreição”.

c) Sobre a metáfora ferida acesa, Gil comenta: “Eu adorava essa expressão do Caetano Veloso, ‘ferida acesa’ [da canção ‘Luz do Sol’: ‘Marcha o homem sobre o chão / Leva no coração uma ferida acesa’], e resolvi transpô-la, traduzi-la para o contexto de ‘A raça humana’, ‘Ferida acesa’: como se o pus fosse luz...”. Explique as associações que Gil faz entre ferida acesa, pus e luz.

Se é ferida, então tem pus, parte da podridão e da morte. Mas, se está acesa, então tem luz, vida.

4. Observe este trecho da canção: “A raça humana risca, rabisca, pinta / A tinta, a lápis, carvão ou giz / O rosto da saudade”.

a) Qual é a predicação dos verbos riscar, rabiscar e pintar?

São verbos transitivos diretos.

b) Logo, que tipo de predicado essas orações possuem?

Predicados verbais.

5. Como conclusão de estudo, compare estes dois trechos quanto ao sentido e ao tipo de predicado:

I. “A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

II. “A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis”

Em seguida, indique os itens que traduzem afirmações apropriadas sobre o texto:

a) São empregadas duas estruturas sintáticas distintas, com diferentes finalidades: o predicado nominal é empregado quando se quer conceituar a raça humana: “A raça humana é [...]”; o predicado verbal, com verbos transitivos, quando se quer dizer o que a raça humana faz.

b) Os verbos de ligação facilitam a construção das metáforas, que desempenham a função sintática de predicativo do sujeito, o núcleo do predicado verbal.

c) Tanto nas estrofes em que predomina o predicado nominal (o que o homem é) quanto naquela em que predomina o predicado verbal (o que o homem faz), tudo lembra o Gênesis, o que comprova a abordagem mítica do tema.

d) A “Grande Síntese” a que faz referência o texto é a raça humana.

e) A “semana santa” a que faz referência o texto é a semana da criação do mundo.

REPORTAGEM: O LADO NEGRO DO FACEBOOK - ALEXANDRE DE SANT -SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 REPORTAGEM: O LADO NEGRO DO FACEBOOK


Ele vigia os seus passos, mexe com a sua cabeça, transforma você em cobaia de experiências. Conheça as verdades que a maior rede social da história da humanidade não quer que você descubra.

                                                                                                                                             Reportagem de Alexandre de Sant

O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem – e 936 milhões entrassem todo santo dia (só no Brasil, 59 milhões). Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Ele tem mais adeptos do que a maior das religiões (a católica, com 1,2 bilhão de fiéis), e mais usuários do que a internet inteira tinha dez anos atrás. Em suma: é o meio  de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que o uso frequente do Facebook produz alterações físicas no cérebro. Quando estamos nele, ficamos mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.

No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e  de Leuven (Bélgica) recrutaram 82 usuários do Facebook. Durante duas semanas, eles enviaram perguntas via SMS, cinco vezes por dia, para os voluntários. As perguntas eram “como você está se sentindo agora?”, “como você avalia a sua vida?” e “quanto tempo você ficou no Facebook hoje?”. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente perceba conscientemente.

Já deve ter acontecido com você. Sabe quando a gente está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook,

achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer.

E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais  assustador. Durante 30 anos, pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universitários.

Cada voluntário tinha de dizer se concordava ou discordava de afirmações como: “eu tento entender como meus amigos se sentem” e “eu geralmente me preocupo com pessoas menos favorecidas do que eu”. São perguntas criadas para medir o grau de empatia de uma pessoa – o quanto ela se importa com as outras. Em 2010, os cientistas publicaram os resultados. Os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. E essa tendência fica mais intensa a partir dos anos 2000, período que coincide com a ascensão das redes sociais. A explicação disso, segundo o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline.

Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo.

Em 2012, um estudo da Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista ela tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos. Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser o contrário.

Junte a indiferença com o narcisismo e a competição e você chegará ao terceiro elemento negativo das redes sociais: o ódio. Em tese, as redes sociais deveriam nos aproximar uns dos outros. Afinal, usamos nossos nomes reais, postamos fotos verdadeiras e sabemos se uma pessoa tem amigos em comum conosco. Como explicar, então, que pessoas que jamais brigariam na vida real – sobre futebol, sobre política, sobre qualquer assunto – fiquem se xingando no Face? E que isso seja tão comum?

Não existe uma resposta direta. Mas existem algumas pistas muito boas. Em 2013, pesquisadores da Universidade Benihang, na China, analisaram 70 milhões de posts do Weibo, rede social chinesa que mistura características do Twitter e do Facebook. Usando um software que lia palavras-chave, eles classificaram cada post como alegre, triste ou irritado – e viram como ele se propagava pela rede. As mensagens irritadas eram as que se espalhavam mais rápido, e chegavam mais longe: eram replicadas por pessoas a até três níveis de separação do autor (o amigo do amigo do amigo repetia o post).

“Quando a pessoa está online, há uma desinibição. Ela fica mais solta”, afirma o psicoterapeuta Cristiano Nabuco, do grupo de pesquisas em dependência tecnológica da USP. Isso acontece, segundo ele, por causa da distância física. Como não estão frente a frente, as pessoas se sentem mais à vontade para trocar acusações e insultos.

“Isso potencializa a agressão, porque eu posso fazer uma ofensa e dez pessoas vão lá e me ajudam na ofensa, vira um grupo  ofendendo uma pessoa”, explica Ana Luiza Mano, do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC-SP.

E isso pode ter consequências profundas. Segundo o Mapa da Violência 2014, um estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, o número de suicídios entre adolescentes brasileiros cresceu 36,7% entre 2000 e 2012 (o dobro do aumento nas demais faixas etárias). O estudo não acusa as redes sociais. Mas o período em que os suicídios crescem coincide com a ascensão delas.

Se você se sentir mal por causa do Facebook, basta se desconectar ou colocar o celular no bolso, certo? Não é tão fácil assim. Porque as redes sociais mexem com o núcleo accumbens, uma região que fica no meio do cérebro e regula o chamado “sistema de recompensa”. Quando fazemos alguma coisa agradável – comemos algo gostoso e calórico ou fazemos sexo, por exemplo –, esse sistema libera dopamina, um neurotransmissor que nos dá prazer. É a forma de o cérebro nos dizer que aquilo (comer bem ou se reproduzir) é vital para nossa sobrevivência, e, por isso, devemos repetir sempre que possível. Trata-se de um mecanismo ancestral, que se desenvolveu muito antes da internet. Em 2013, um estudo da Universidade Livre de Berlim descobriu que ganhar likes no Face ativa esse mesmo sistema. Cada “curtida” que recebemos provoca uma liberação de dopamina, como as que temos ao comer e fazer sexo.

“A sensibilidade do núcleo accumbens leva a mudanças de comportamento no mundo real”, explica, no estudo, o neurocientista Dar Meshi. Por isso, o Facebook é tão irresistível.

Só que abusar dele é perigoso. Pode  literalmente deformar o cérebro. Em 2012, um grupo de cientistas chineses analisou 17 adolescentes viciados em internet – que ficavam conectados pelo menos 5h30 por dia e tinham problemas na vida social por causa disso. As imagens dos exames revelaram anormalidade no córtex orbitofrontal, região que nos ajuda a controlar impulsos, e no corpo caloso, que conecta os dois hemisférios do cérebro. Segundo o estudo, os danos eram similares aos encontrados em viciados em álcool e cocaína.

As redes sociais estão mexendo conosco. Inclusive de propósito – como quando o Facebook realizou uma experiência secreta e polêmica, em que as cobaias foram os próprios usuários.

[...]

É comum ver usuários do Facebook desconfiados com a política da empresa, ou temerosos de que ela tenha informações demais. Se você é um deles, há uma boa maneira de buscar respostas: solicitar o download de todas as informações que o Facebook coletou sobre você. Eu fiz isso, é fácil [...]. Recebi um pacote de arquivos que totalizavam 28 megabytes. [...]

O mergulho nos meus dados ficou entre o fascinante e o perturbador. O mais esquisito é que concordei em dar todo esse acesso ao Facebook “Ao clicar em Abrir uma conta, você concorda com nossos Termos, incluindo nosso Uso de Cookies”, diz o texto. Quase ninguém o lê: apenas 7% dos usuários, segundo uma pesquisa de 2011. No caso do Facebook, o documento oficial tem mais de 23 mil caracteres – mais do que essa reportagem –, e passa de 80 mil somando os subitens. Ou seja, é dificílimo de ler. Isso não é exclusividade do Facebook. Os contratos que você “assina” ao se inscrever nos serviços online sempre são longos e tortuosos. Talvez porque não existam para serem lidos – mas para que as empresas tenham poderes enormes sobre você. E porque, mesmo sabendo disso, e de tudo que o Facebook faz, você dificilmente vai parar de usá-lo. Eu não vou.

(Superinteressante, ed. 348.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.256-60.

Fonte da imagem- https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.tecmundo.com.br%2Ftutorial%2F60973-facebook-fazer-encontrar-post-antigo-voce.htm&psig=AOvVaw3MnvyakoUIWH6QxwjMTnrF&ust=1627931547831000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCPCsmuXDkPICFQAAAAAdAAAAABAF

1.  ENTENDENDO A REPORTAGEM


C   1. Como a notícia, a reportagem também é um gênero jornalístico. Em que suportes você observa a ocorrência de reportagens?

Em jornais, revistas, TV.

 2. Nos itens que seguem estão relacionados alguns dos objetivos das reportagens. Identifique na reportagem lida trechos e situações correspondentes a cada um.

a) Tratar do fato com mais profundidade, ampliando o enfoque dado a ele por meio de dados estatísticos, mapas, gráficos, fotografias, etc.

“um lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem – e 936 milhões entrassem todo santo dia (só no Brasil, 59 milhões)” / “Quase ninguém o lê: apenas 7% dos usuários, segundo uma pesquisa de 2011.” / “o número de suicídios entre adolescentes brasileiros cresceu 36,7% entre 2000 e 2012.

 b) Dar a conhecer o ponto de vista que o autor da reportagem tem sobre o fato.

A começar pelo título e pelo subtítulo da reportagem. Além disso, o trecho “Mas essa história também tem um lado ruim”, entre outros. Entre outros, os pesquisadores de diversas universidades do mundo (Estados Unidos, Bélgica, China, Alemanha) e do Brasil (USP, PUC).

c) Apresentar a voz ou o ponto de vista de autoridades a respeito do assunto.

Entre outros, os pesquisadores de diversas universidades do mundo (Estados Unidos, Bélgica, China, Alemanha) e do Brasil (USP, PUC).

 3. Como vimos anteriormente, entre os gêneros jornalísticos há aqueles que priorizam a informação e os que priorizam o comentário. Quanto à reportagem, ela é considerada um gênero que se ocupa tanto da informação quanto do comentário.

Localize na reportagem lida trechos representativos desses dois aspectos.

Entre outras possibilidades, é exemplo de papel informativo da reportagem o trecho inicial do texto, que traz informações sobre o número de usuários do Facebook. E do papel opinativo o trecho: “Ele vigia os seus passos, mexe com a sua cabeça, transforma você em cobaia de experiências”.

4. A reportagem lida apresenta aspectos positivos e negativos das redes sociais.

a) Além do número de pessoas que conseguem reunir, que pontos o autor relaciona como positivos nas redes sociais?

A aproximação dos amigos, a conquista de novas amizades e o conhecimento do que ocorre em nossos grupos sociais.

b) Que aspectos negativos são apontados pelas pesquisas?

Alterações físicas no cérebro dos usuários. Além disso, eles se tornam mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos com o sentimento dos outros e mais infelizes.

c) Como é explicada, no texto, a sensação de infelicidade do usuário?

É explicada pela chamada “inveja subliminar”, causada pela divulgação, pelos amigos de rede, de momentos de felicidade, como viagens, amores, festas, sem levar em conta o esforço feito por eles para conseguirem esses momentos.

5. Segundo o texto, a união da indiferença em relação aos sentimentos do outro com o narcisismo e a competição apresenta uma grave consequência.

a) Qual é ela?

O ódio.

b) Que hipótese o texto apresenta para o surgimento desse sentimento?

A distância física entre as pessoas leva à desinibição, o que provoca uma radicalização das ofensas, agravada pela formação de grupos atacando uma pessoa. Daí, também, o agravamento do número de suicídios de jovens após o incremento das redes sociais.

 6. É comum os jornais e revistas utilizarem uma linguagem impessoal, buscando apresentar uma suposta neutralidade. Apesar disso, há situações em que o jornalista explicita suas opiniões sobre o assunto de que trata, como no caso da reportagem lida. Veja:

“Se você se sentir mal por causa do Facebook,

basta se desconectar ou colocar o celular no

bolso, certo? Não é tão fácil assim.”

 a)   Que razão baseada em estudos científicos o jornalista aponta  para justificar a dificuldade em se desconectar?

Segundo pesquisas, as redes sociais mexem com uma região do cérebro que regula o chamado “sistema de recompensa” que libera dopamina, um neurotransmissor responsável pelo prazer.

 b)   De acordo com o texto, em que medida a busca incessante do prazer proporcionado pelas redes sociais pode ser maléfica ao usuário?

De acordo com pesquisas, pode haver uma deformação do cérebro, dano semelhante ao encontrado em dependentes de álcool e cocaína.

 7. Além de informar o leitor, uma reportagem pode apresentar, também, sugestões para protegê-lo. Em relação à quantidade de dados do usuário arquivados pelo Facebook, o repórter apresenta uma orient.ação e um alerta.

a) Qual é a orientação?

Solicitar o download de todas as informações que o Facebook coletou sobre o usuário.

b)Qual é o alerta?

Tudo que o Facebook fizer com os dados do usuário é com sua permissão, dada no momento em que clica em “Abrir uma conta”.

8. A reportagem termina da seguinte forma: “E porque, mesmo sabendo disso, e de tudo o que o Facebook faz, dificilmente você vai parar de usá-lo. Eu não vou”. Explique a aparente contradição dessa afirmação.

O jornalista dá a entender que o poder de sedução das redes sociais é tanto que, mesmo com todo o conjunto de informações negativas

a respeito do Facebook, é quase impossível o usuário se desconectar dele.

9. Observe a linguagem empregada na reportagem em estudo.

a) Que características ela apresenta? Indique-as.

• clara, objetiva, direta, impessoal e visando à neutralidade jornalística.

• pessoal e extremamente coloquial, com uso de gírias e  expressões típicas de um determinado grupo social, com o posicionamento exclusivo do jornal.

• clara, objetiva, direta, pessoal, com abertura para a presença de diferentes vozes e pontos de vista e acessível à maioria dos leitores.

• poética, com uso de alegorias e emprego de palavras pouco usuais na língua, sem um posicionamento claro a respeito do tema abordado.

b)Que variedade linguística ela adota?

A norma culta.

 c)   Nas formas verbais, que tempo predomina? Em que pessoa?

Predomina o presente do indicativo, na 3» pessoa do singular.

 d)   Levante hipóteses: Por que, diferentemente da notícia, esse tempo verbal predomina na reportagem?

Resposta pessoal. Sugestão: Provavelmente porque as reportagens têm em vista a ampliação do enfoque sobre os fatos, ao buscar diferentes versões para eles. O presente do indicativo produz no leitor a impressão de que novas versões ou interpretações dos fatos podem surgir, isto é, de que a discussão sobre o assunto continua em aberto.

QUADRO: AS PENEIRADORAS DE TRIGO - GUSTAVE COURBET - COM GABARITO

 QUADRO/TELA: AS PENEIRADORAS DE TRIGO

Observe atentamente o quadro seguinte, de Gustave Courbet, pintor francês que introduziu o Realismo na pintura.

                             As peneiradoras de trigo (1854), de Gustave Courbet.

 Entendendo o texto

1. A propósito do ambiente retratado no quadro, responda:

a) Como ele se caracteriza?

Trata-se de um ambiente simples, talvez um cômodo de uma casa destinado ao processo de seleção e armazenagem do trigo.

b) Trata-se de um ambiente próprio da zona rural ou da zona urbana? Justifique sua resposta com elementos do quadro.

Da zona rural, pois o trigo é recém-colhido. O título da pintura reforça essa ideia.

 2. Observe as personagens que compõem a cena.

a) O que elas estão fazendo?

Elas estão trabalhando, peneirando o trigo.

b) Levante hipóteses: Que vínculos pode haver entre elas?

Resposta pessoal. O mais provável é que pertençam à mesma família (mãe, filha e filho), mas também é possível que pertençam à mesma comunidade.

c) Para elas, o que representa o trigo?

Representa o resultado de um trabalho e, ao mesmo tempo, garantia de sobrevivência.

3. As primeiras telas de Courbet escandalizaram os salões de arte parisienses, por causa dos temas que abordavam, até então inéditos.

a) Na hierarquia social, que posição ocupavam as personagens retratadas no quadro?

Ao lado dos operários, que viviam nas cidades, os camponeses formavam a camada mais humilde da população.

b) Apesar da condição social das personagens, o quadro desperta algum sentimento de piedade ou compaixão nos espectadores?

Ao contrário, as personagens expressam dignidade e altivez, como se elas se orgulhassem do trabalho que fazem.

4. Certa vez perguntaram a Courbet se ele era capaz de pintar um anjo. E ele respondeu: “Jamais poderei pintar um anjo, porque nunca vi nenhum”.

a) Qual é o princípio realista presente nessa resposta do pintor?

O princípio da objetividade, isto é, o projeto de retratar a realidade como ela é.

b) Na sua opinião, o quadro põe em prática esse princípio realista? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Sugestão: Em arte, não existe objetividade total. Apesar disso, comparando a pintura de Courbet com as pinturas do Romantismo, pode-se dizer que predomina a objetividade nesse quadro.

5. Observe as cores em destaque no quadro. Que relação elas têm com o tema abordado pelo pintor?

As cores ocre e vermelho sugerem o trigo e a terra, respectivamente, reforçando a atmosfera telúrica, natural, campestre. Sugerem energia, força, disposição.

6. Em primeiro plano, destaca-se uma moça.

a) O que sugerem os movimentos dela?

Ela representa a força de trabalho dos camponeses ou dos trabalhadores em geral, sua grandeza, seu poder de transformação da natureza.

b) Interprete: O que a moça representa nesse quadro?

Ela representa a força de trabalho dos camponeses ou dos trabalhadores em geral, sua grandeza, seu poder de transformação da natureza.

7. Um dos traços do Realismo é a crítica social.

Considerando-se o contexto da época, o quadro faz uma crítica à sociedade de então? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal. Sugestão: Indiretamente sim, pois, ao fazer o elogio da vida humilde e digna dos trabalhadores, o quadro acaba por fazer uma crítica à vida luxuosa dos salões frequentados pela burguesia.

NOTÍCIA: NAVIO NEGREIRO NAUFRAGADO NO SÉCULO XVIII É ENCONTRADO NA ÁFRICA DO SUL - VEJA.COM. - COM GABARITO

 NOTÍCIA: Navio negreiro naufragado no século XVIII é encontrado na África do Sul

A embarcação deixou a África em 1794 com até 500 escravos que trabalhariam nos engenhos do Maranhão, mas afundou após 24 dias de viagem

01/06/2015

Pesquisadores encontraram no Cabo da Boa Esperança, região costeira da África do Sul, os vestígios de um navio negreiro português que naufragou com até 500 escravos a bordo. Nesta terça-feira, os membros do Museu de História e Cultura Afro-americanas da fundação Smithsonian, dos Estados Unidos, e do Museu Iziko, da África do Sul, realizarão uma cerimônia para confirmar a descoberta e honrar a memória dos 212 homens que morreram no acidente.

Segundo os registros históricos, a embarcação havia partido de Moçambique no dia 3 de dezembro de 1794 rumo ao Estado do Maranhão, onde os negros cativos deveriam ser vendidos para trabalhar nos engenhos de açúcar. O barco, cujo nome era São José Paquete África, naufragou após 24 dias de viagem.

O achado, segundo o jornal The New York Times, é fruto de mais de uma década de trabalho de pesquisadores que almejavam encontrar restos de qualquer navio negreiro que pudessem ajudar a contar melhor a história das mais de 12 milhões de pessoas que foram capturadas no continente africano e vendidas como escravas nas colônias europeias. Após anos de pesquisas, a descoberta começou a tomar forma em 2011, quando foram encontrados arquivos em que o capitão português Manuel João detalhava o que havia acontecido com a embarcação. O documento mostra que o navio tentou se aproximar da costa sul-africana para fugir de fortes ventos em alto-mar, mas se chocou contra pedras e ficou preso entre dois corais. A tripulação, ciente de como escravos eram valiosos na época, tentou salvá-los, mas somente a metade foi retirada com vida do navio.

(Disponível em: Veja.Com de 01/06/2015. Acesso em: 15/11/2015.

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.183/184.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Faventurasnahistoria.uol.com.br%2Fnoticias%2Fgaleria%2Fem-imagens-o-horror-do-navio-negreiro.phtml&psig=AOvVaw048S4LXCBTuOddSiHZXGb4&ust=1627916031473000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCICZ3_yJkPICFQAAAAAdAAAAABAD

 

Entendendo o texto

 

1. A notícia, assim como a entrevista, a reportagem e o editorial, é um gênero jornalístico.

a) Qual é o objetivo de uma notícia?

Relatar acontecimentos recentes, fatos novos que despertam o interesse do público em geral.

b) A que tipo de público uma notícia se dirige?

Ao público em geral.

2. Entre os gêneros jornalísticos, há aqueles que priorizam a informação e aqueles que priorizam o comentário. Os textos que priorizam a informação se ocupam de divulgar um fato novo, um acontecimento; os textos que priorizam o comentário se ocupam de expressar uma opinião, um julgamento.

a) De que a notícia se ocupa: de informação ou de comentário?

De informação.

b) A notícia em estudo confirma sua resposta à questão anterior?

Resposta pessoal. Sugestão: Sim.

3. Uma notícia geralmente compõe-se de duas partes: lead (lê-se “lide”) e corpo. O lead consiste normalmente no primeiro parágrafo da notícia e é a parte que apresenta um resumo feito em poucas linhas, no qual são fornecidas respostas às questões fundamentais do jornalismo: o que (fatos), quem (personagens/pessoas), quando (tempo), onde (lugar), como e por quê. Na notícia em estudo, identifique no primeiro parágrafo:

a) o fato principal;

 O encontro de vestígios do navio negreiro português São José Paquete África, que naufragou, e a cerimônia de confirmação do encontro e de homenagem às vítimas do acidente.

b) as pessoas ou instituições envolvidas;

Os pesquisadores do Museu de História e Cultura Afro-Americanas, dos EUA, e do Museu Iziko, da África do Sul; vítimas do naufrágio.

c) quando;

A cerimônia de confirmação do resultado das pesquisas e de homenagem às vítimas seria realizada em 2 de junho de 2015, referente ao naufrágio ocorrido em 1794.

d) onde;

Provavelmente nas instituições envolvidas e no local do acidente, na África do Sul.

e) por que o fato aconteceu.

Porque foram encontrados, depois de muitas pesquisas, artefatos que provam a ocorrência e indicam o local do naufrágio, provavelmente em razão de tempestades na região.

4. O corpo da notícia é a parte que apresenta o detalhamento do lead, fornecendo ao leitor novas informações em ordem cronológica ou de importância.

Na notícia em estudo:

a)   Que parágrafo constitui o corpo da notícia?

         O último parágrafo.

b) Que detalhes o corpo da notícia apresenta em relação a:

• tempo e finalidade da pesquisa;

Mais de uma década, para encontrar restos de navios negreiros e contar a história de mais de 12 milhões de africanos escravizados.

• documentos de apoio.

Arquivos em que o capitão português Manuel João detalha o ocorrido, com a fuga dos fortes ventos e o choque contra pedras e corais, resultando na morte de metade dos escravos a bordo.

POEMA: CHÃO - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

 Poema: Chão


   Roseana Murray

Meu universo é um chão

de terra,

aí fermentam as palavras,

os símbolos, os sons

com que me unto

todos os dias para atravessar

a ponte entre a poesia e as horas.

(Poemas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. p. 40.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.170.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpixnio.com%2Fpt%2Fpaisagens%2Fterreno%2Flama-padrao-chao-chao-seco-deserto-o-solo-o-terreno-baldio&psig=AOvVaw0bOgupHB5ucRE6Fr_OtSdv&ust=1627913744301000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCND8p8qBkPICFQAAAAAdAAAAABAD

 

Entendendo o poema

1.   A que atividade o eu lírico do poema se dedica diariamente?

A fazer poesia, para o que utiliza palavras, símbolos, sons.

     2. Identifique as preposições empregadas no poema e o valor semântico de cada uma delas no contexto.

de: matéria; com: instrumento; para: fim; entre: lugar

3. A preposição para, além do valor semântico de finalidade, também pode expressar:

• movimento em direção a um ponto;

• lugar para onde se é mandado;

• lugar para onde se vai com a intenção de permanecer;

• direção ou sentido;

• objetivo, utilidade;

• tempo em que algo será feito.

O que a preposição para destacada em cada uma das frases a seguir expressa?

a)   Prestou concurso para juiz.

objetivo, utilidade

b)   O poeta foi degredado para a África.

Lugar para onde se é mandado 

c)Partiu para os Estados Unidos.

lugar para onde se vai com a intenção

d)   Deixou as tarefas para o dia seguinte.

tempo em que algo será feito

e)   Olhou para os lados.

direção ou sentido

f)   Encaminhou-se para a porta.

movimento em direção a um ponto

 

CRÔNICA: DE DOMINGO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 CRÔNICA: DE DOMINGO

                 Luís Fernando Veríssimo

 — Outrossim…

— O quê?

— O que o quê?

— O que você disse.

— Outrossim?

— É.

— O que é que tem?

— Nada. Só achei engraçado.

— Não vejo a graça.

— Você vai concordar que não é uma palavra de

todos os dias.

— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.

— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.

— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.

— “Ônus”.

— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.

— “Resquício” é de domingo.

— Não, não. Segunda, no máximo terça.

— Mas “outrossim”, francamente…

— Qual é o problema?

— Retira o “outrossim”.

— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um

que usa “outrossim”. Tem que saber a hora certa. Além do dia.

— Aliás, uma palavra que uso pouco é “aliás”.

— Pois você não sabe o que está perdendo. “Aliás” é ótimo. Muito bom também é “não

obstante”.

— “Não obstante”! Acho que essa eu nunca usei.

— “Não obstante” é de sábado.

— Quais são as outras palavras de domingo?

— Bem, tem “bel-prazer”.

— “Bel-prazer” é fantástico.

— “Trâmites”, “paulatino” ou “paulatinamente”, “destarte”…

— “Amiúde” é de domingo?

— Não, meio de semana. De domingo é “assaz”.

— Mas o que é que você estava dizendo?

— O que era mesmo? Eu parei no outrossim…

— Não. Eu não aceito outrossim.

— Como, não aceita?

— Não quero. Outrossim, não. Usa outra palavra.

— Mantenho o outrossim.

— Então é fim de papo.

— Você vai me tirar o outrossim da boca? Eu tive um trabalho danado para arranjar uma frase

para encaixar o outrossim e agora não posso usar?

— Pra cima de mim, não.

— Deveras, eu…

— Deveras não!

— Mas deveras é de domingo.

— Não. Retira o deveras. Retira o deveras!

(Novas comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 158-9.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.156-157.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.portalentretextos.com.br%2Fpost%2Fno-pais-do-outrossim&psig=AOvVaw29_DRE78l8TRgfmAlQugOf&ust=1627906996327000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCJjw6rjoj_ICFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo o texto

1.    A crônica é construída com base no diálogo entre duas personagens. O que motiva a discussão entre elas?

A simpatia ou antipatia que elas têm por certas palavras.

2. As personagens mencionam várias palavras de pouco uso. Associe as duas colunas, relacionando as palavras da primeira coluna ao sentido que elas têm:

a) óbice                                        1. realmente, de fato

b) desiderato                                2. bastante, suficientemente

c) resquício                                  3. vontade, capricho

d) outrossim                                 4. empecilho, estorvo

e) não obstante                            5. igualmente, do mesmo modo

f) assaz                                        6. o que se deseja, aspiração

g) deveras                                    7. resto, resíduo

h) bel-prazer                                 8. apesar de, embora

i) amiúde                                      9. com frequência

a-4; b-6; c-7; d-5; e-8; f-2; g-1; h-3; i-9.

 3. As personagens associam as palavras a dias de semana. Releia este trecho:

“— Ah, não é. Aliás, eu só uso [outrossim] domingo.

— Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.”

No contexto, qual é a diferença entre uma palavra “de domingo” e uma palavra “de segunda - feira”?

Palavra “de domingo” dá a entender uma palavra bonita, especial, que provoca um efeito positivo; já palavra “de segunda-feira“ conota uma palavra feia, pesada, desagradável.

4. Observe estes trechos do texto:

“eu só uso domingo

“uma palavra que eu uso pouco”

“acho que essa eu nunca usei.”

a)   Que advérbios acompanham o verbo usar nesses trechos? Classifique-os, de acordo com o valor semântico que têm no contexto.

          domingo, advérbio de tempo; pouco, advérbio de intensidade; nunca, advérbio de tempo.

b)   Considerando o tema da discussão, o que justifica o emprego de advérbios com esse valor semântico?

Como a discussão gira em torno de quanto e de quando se usam certas palavras, é natural que haja no texto advérbios de intensidade e de tempo.

5. Observe as palavras destacadas nestes trechos:

“Mantenho o outrossim.”

“Retira o deveras.”

“‘Aliás  é ótimo.”

Embora todas elas sejam originalmente advérbios, no contexto desempenham outro papel gramatical.

a)   Qual é esse papel?

O de substantivo.

b)   Justifique sua resposta anterior, levando em conta cada um dos empregos.

          Nos dois primeiros trechos, os advérbios foram substantivados pelo artigo o; no terceiro, aliás tem a função de sujeito, ou seja, uma função nominal.

6. Observe o emprego da palavra deveras neste trecho:

“— Pra cima de mim, não. — Deveras, eu... — Deveras não!”

a)   Levando em conta as intenções dos interlocutores, responda: Qual é o sentido da palavra deveras em cada situação?

Na 1ª situação, a personagem ia comentar, confirmando, o que dissera anteriormente; por isso, tem o sentido de “realmente”, “de fato”. Já na 2ª situação, a outra personagem se refere à palavra deveras, recusando-a, pois provavelmente não gosta dela.

b)   Qual é o papel morfológico da palavra deveras em cada um desses empregos?

Na 1ª situação, é advérbio; na 2ª, é substantivo.

 7. Um advérbio pode exprimir uma circunstância relativa a um verbo e também um ponto de vista a respeito de uma afirmação. No texto, em quais das situações abaixo o advérbio se refere a uma afirmação?

a) “Acho que essa eu nunca usei.”

b) “— Deveras, eu...”

c) “— Mas ‘outrossim’, francamente...”

8. Como conclusão de estudo, assinale a alternativa falsa em relação ao texto lido.

a) O texto tem caráter metalinguístico, uma vez que promove uma reflexão sobre a língua e sobre sua capacidade de produzir sentidos.

b) Há, no texto, um grande número de advérbios, o que se justifica pelo fato de as personagens discutirem quando, como e por que usam certas palavras.

c) O texto revela que o brasileiro conhece mal sua própria língua, pois não domina plenamente o vocabulário e o valor expressivo das palavras.

d) O texto mostra que, embora a língua tenha uma natureza social, o uso que se faz dela envolve escolhas pessoais e subjetivas.