sábado, 30 de janeiro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): TE DESEJO VIDA - FLÁVIA WENCESLAU - COM GABARITO

                                                 Música(Atividades): Te Desejo Vida

                                                            Flávia  Wenceslau

Eu te desejo vida, longa vida

Te desejo a sorte de tudo que é bom

De toda alegria, ter a companhia

Colorindo a estrada em seu mais belo tom

 

Eu te desejo a chuva na varanda

Molhando a roseira pra desabrochar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

 

Eu te desejo a paz de uma andorinha

No voo perfeito contemplando o mar

E que a fé movedora de qualquer montanha

Te renove sempre e te faça sonhar

 

Mas se vier as horas de melancolia

Que a lua tão meiga venha te afagar

E que a mais doce estrela seja tua guia

Como mãe singela a te orientar

 

Eu te desejo mais que mil amigos

A poesia que todo poeta esperou

Coração de menino cheio de esperança

Voz de pai amigo e olhar de avô

Coração de menino cheio de esperança

Voz de pai amigo e olhar de avô

 

Eu te desejo vida, longa vida

Te desejo a sorte de tudo que é bom

De toda alegria, ter a companhia

Colorindo a estrada em seu mais belo tom

 

Eu te desejo a chuva na varanda

Molhando a roseira pra desabrochar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

 

Eu te desejo a paz de uma andorinha

No voo perfeito contemplando o mar

E que a fé movedora de qualquer montanha

Te renove sempre e te faça sonhar

 

Mas se vier as horas de melancolia

Que a lua tão meiga venha te afagar

E que a mais doce estrela seja tua guia

Como mãe singela a te orientar

 

Eu te desejo muito mais que mil amigos

A poesia que todo poeta esperou

Coração de menino cheio de esperança

Voz de pai amigo e olhar de avô

 

Eu te desejo a chuva na varanda

Molhando a roseira pra desabrochar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

E dias de sol pra fazer os teus planos

Nas coisas mais simples que se imaginar

                                                         Composição: Flavia Wenceslau

Entendendo a canção:

01 – Que tema é abordado nessa canção?

      A esperança de uma vida longa e alegre.

02 – A canção pode ser considerada um hino a vida? Por quê?

      Sim, pois é repleta de desejos bons, como: vida longa, sorte, chuva na varanda, dias de sol, paz de uma andorinha e outros.

03 – Mas se vier as horas de melancolia, que sugere o eu lírico?

      “Que a lua tão meiga venha te afagar / E que amais doce estrela seja tua guia / Como mãe singela a te orientar”.

04 – Em que estrofe o eu lírico se refere as pessoas de uma família?

      Na sexta estrofe.

05 – Identifique a opção que completa corretamente o enunciado a seguir. Pode-se afirmar que canção cumpre seu objetivo, pois...

a)   Simplesmente passa as informações.

b)   Provoca emoções e reflexões.

c)   Serve de diversão.

d)   Modifica o comportamento.

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): LEMBRO DE NÓS DOIS - BIOLLO Ft. Maycon & Vinícius - COM GABARITO

 Música(Atividades): Lembro de Nós Dois

                                                       Biollo Ft. Maycon & Vinícius

Lembro de nós dois sentados na calçada

Lembro da gente conversando, altas gargalhadas

Lembro de nós dois no telefone várias madrugadas

Eu lembro do dia que aceitou ser minha namorada

 

Lembro de nós dois andando de mãos dadas

E eu lembro de que eu sempre te deixava na porta da sua casa

Lembro dos planos para o casamento

Eu lembro das brigas bobas sem fundamento

Eu lembro e choro, eu lembro e choro

 

Beautiful girl, this is not a goodbye

Beautiful girl, isso não é um adeus

 

De repente aquela música toca

Olhos enchem de água, coração desabafa

Lembro do sorriso, lembro do seu jeito

Lembro dos seus olhos, lembro do seu cheiro

Eu lembro dos seus abraços, da sua voz, lembro de tudo

 

Beautiful girl this is not a goodbye

Beautiful girl, isso não é um adeus

 

Fiz essa canção simples pra dizer

Tem coisas que só Deus pode responder pra nós

Só entende de lágrimas quem já chorou

Só quem sente a dor sabe o que ela causou

 

Beautiful girl, this is not a goodbye

Beautiful girl, isso não é um adeus

                                                 Composição: Robson Biollo

Entendendo a canção:

01 – Que tema é abordado na canção?

      O eu lírico fala da saudade de sua amada.

02 – Que verso da canção expressa mais claramente o entusiasmo e paixão do eu lírico pela sai amada?

      “Os olhos enchem de água, coração desabafa”.

03 – Há efeitos sonoros na canção?

      Sim, há aliteração (repetição de um fonema ou palavra).

04 – Onde há aliteração na canção?

      Na repetição no início dos versos “Lembro...”.

05 – Como se sente o eu lírico na primeira estrofe?

      Se sente feliz, desabrochando para o amor, e se sentindo correspondido.

     

 

MÚSICA(ATIVIDADES): ANTIGA VIOLA - TONICO E TINOCO - COM GABARITO

 Música(Atividades): Antiga Viola

                                                       Tonico e Tinoco

A minha antiga viola
Feita de pau de pinheiro
É minha eterna lembrança
Do meu tempo de violeiro
A saudade do catira
Do meu sertão brasileiro

Corta-jaca recortado
Alembro dos mutirão
O xote alembro as gaucha
O churrasco no galpão
As moda de viola é triste
Faz sofrê quem tem paixão

O baião é lá do Norte
Paulista é o cateretê
Quando escuto a Cana Verde
Alembro de Tietê
Numa festa do Divino
Que eu me encontrei com você

A valsa é uma serenata
Na janela da morena
O rasqueado faz lembrá
O cantar das siriema
Do tempo de boiadeiro
Nas madrugada serena

Cantei muitos desafio
Já fui cabra fandangueiro
Na congada já fui rei
Em todo sertão mineiro
Hoje só canto a saudade
Do folclore brasileiro

Composição: Tonico.

Entendendo a canção:

01 – A letra da canção revela que, entre tantas funções da língua, ela contribui para a preservação da identidade nacional sertaneja. No texto, o que caracteriza linguisticamente essa identidade?

a)   O uso de adjetivos qualificadores das experiências do enunciador.

b)   O emprego de palavras contrárias à destruição da natureza.

c)   As escolhas lexicais caracterizadoras da fala coloquial.

d)   As palavras sugestivas do caráter romântico do homem sertanejo.

e)   A marca pronominal indicativa de um interlocutor feminino.

02 – Que ritmos de músicas são citados na canção?

      Recortado, catira, fandango, xote, baião, cateretê, valsa, rasqueado e congada.

03 – Como foi feita a antiga viola?

      Feita de pau de pinheiro.

04 – O poeta fala de que povo brasileiro?

      Gaúcho, nordestino, paulista e mineiro.

05 – Transcreva o verso que lembra as tradições do gaúcho.

      “O xote alembro as gaúchas / O churrasco no galpão...”.

06 – De que o poeta tem saudades?

      Do tempo de violeiro, dos fandangos, do sertão brasileiro.

 

 

POEMA: SOB O CÉU TODO ESTRELADO - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

 Poema: Sob o Céu Todo Estrelado

                 Manuel Bandeira

As estrelas, no céu muito límpido, brilhavam,
divinamente distantes.
Vinha de caniçada o aroma amolecente dos jasmins.
E havia também, num canteiro perto, rosas que
cheiravam a jambo.


Um vaga-lume abateu sobre as hortênsias e ali ficou
luzindo misteriosamente.
A parte as águas de um córrego contavam a eterna história
sem começo nem fim.
Havia uma paz em tudo isso…
(Era de resto o que dizia lá dentro o meio adágio de HaydnTudo era tudo isso era tão tranquilo… tão simples…
E deverias dizer que foi o teu momento mais feliz.

    Antologia poética. Rio de Janeiro, José Olympio, 1978.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 13-4.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Amolecente: que faz amolecer, que enternece.

·        Caniçada: armação feita com bambu para sustentar uma trepadeira.

·        Córrego: riacho, pequeno rio.

·        Luzir: brilhar.

02 – Em “Sob o céu todo estrelado”, o poeta descreve um lugar. Vamos examinar como ele faz isso:

a)   Que elementos o poeta percebe pela visão?

Estrelas que brilham, um vaga-lume sobre hortênsias.

b)   O que é percebido pelo sentido do olfato?

O aroma dos jasmins e das rosas.

c)   O que ele ouve?

O som das águas de um córrego e o de uma música.

03 – A que o poeta compara o som das águas do córrego?

      Ao som da voz de uma pessoa contando uma história.

04 – Releia:

        “A parte as águas de um córrego contavam a eterna história
sem começo nem fim.”

a)   Na sua opinião, a que história o poema se refere?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: provavelmente, o poema alude ao incessante correr das águas, que entretanto não são sempre as mesmas. O fluxo pode simbolizar o próprio ciclo da vida.

b)   Um rio pode contar uma história?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Contar uma história é um ato próprio do ser humano.

05 – Leia:

        “E deverias dizer que foi o teu momento mais feliz”.

        Considerando que o poeta descreve uma paisagem vista por ele mesmo, converse com seus colegas: a quem o poeta se dirige no último verso?

      A ele próprio, que foi quem percebeu a paz, a tranquilidade e a simplicidade do lugar.

06 – No caderno, faça uma comparação entre a paisagem descrita no poema e a mostrada na foto que abre esta unidade, considerando:

a)   O período do dia.

Foto: dia; poema: noite.

b)   O rio.

Foto: um grande rio poluído que atravessa uma cidade; poema: um córrego.

c)   As sensações que um lugar e outro transmitem.

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

 

REPORTAGEM: A PLANTA DA FELICIDADE - JOGENDRA SAKSENA - COM GABARITO

 Reportagem: A planta da felicidade            

Jogendra Saksena

     Na Índia, uma arte popular para todas as estações

        Na Índia as artes populares tradicionais inspiram-se frequentemente nas crenças religiosas. No estado de Rajasthan, a sudoeste de Délhi, nas férteis planícies pontilhadas pelos célebres palácios e fortalezas rajput, a arte do mehndi – pintura de mãos para mulheres – integra-se no ciclo de festas e cerimônias.

        Durante séculos as mulheres da Índia e do Oriente Médio usaram mehndi (ou henê) para decoração, mas as mulheres da comunidade Vaixía, do Rajasthan, destacam-se por usá-lo para cobrir de desenhos artísticos as palmas das mãos, os dedos dos pés e até os pés. Esses enfeites variam conforme a ocasião – casamentos, nascimentos ou festas como o Holi e o Gangur.

        O henê é uma planta muito cultivada na África e no sudoeste da Ásia para ornamento e para tintura. É empregado para tingir os cabelos, para pintar animais e tingir peles. Também serve como adstringente nas doenças da pele, em queimaduras e contusões.

        Desde os tempos bíblicos s mulheres do Egito e da Índia usam o creme de henê para pintar de vermelho-alaranjado as unhas e diversas partes das mãos e dos pés, a fim de realçar sua beleza. A cor se mantém por três ou quatro semanas.

        [...]

        Acredita-se que a pintura de mehndi tivesse chegado à Índia com os muçulmanos, mas na verdade começou muito antes, antes mesmo do período Gupta (350 a.D.). As antigas pinturas murais de Ajanta-Ellora mostram cenas de decoração com mehndi; numa cena vê-se uma princesa de Pataliputra repousando semi-adormecida sob uma árvore, enquanto uma amiga lhe decora os pés e as mãos com desenhos feitos com mehndi.

        [...] Hoje essa ornamentação corporal tornou-se um complexo de desenhos geográficos e florais que continua a ser indispensável em algumas regiões, mas que em outras já desapareceu.

        O mehndi, sob a forma de folhas, é amassado, reduzindo a pó e misturado com caldo de limão, água açucarada e algumas gotas de óleo de parafina. O resultado é uma pasta escura, cuja cor persiste muito tempo. As mãos e os pés são muito bel lavados com besan (farinha de grão-de-bico) ou sabão.

        Os belos desenhos são feitos com palito, com arame fino ou mesmo com o dedo indicador. A pasta é aplicada em riscos delgados, e a pessoa que a aplica não de tocar a pele que está pintando. Quando o desenho está pronto, espera-se que seque e penetre na pele.

        Aplicando-se pasta de calcário sobre henê vermelho obtêm-se desenhos brancos em fundo vermelho: é o método batik. Para manter a intensidade da cor vermelha, as mãos são esfregadas com óleo de sésamo ou de mostarda e depois lavados. Os desenhos mantêm-se por duas ou três semanas. Há também desenhos já prontos, que podem ser aplicados com rapidez, mas desaparecem mais depressa. É preciso tempo e dedicação para fazer pintura com mehndi; o trabalho leva de quatro a oito horas no caso de uma noiva.

        O mehndi dá sorte no casamento. Quanto mais escuro o vermelho na palma da mão de uma mulher, mais ela é amada pelo marido. Como a arte do mehndi simboliza a durabilidade do amor entre marido e mulher, só pode ser praticada por mulheres casadas, para as quais é símbolo do estado matrimonial. Solteiras e viúvas não podem ostentar esses desenhos, mas as mulheres mortas são ornadas com mehndi como se fossem noivas. Moças e rapazes solteiros não podem untar os pés com mehndi porque dá azar. Mulher grávida não pode usar o mehndi.

        Acredita-se que Lakshimi, deusa da sorte e da felicidade, esteja presente nos desenhos feitos com mehndi. Um sinal feito com mehdi na fronte de uma pessoa atrai boa sorte, como também dá sorte oferecer mehndi aos deuses e deusas para aplica-los, pedir-lhes favores ou afastar maus espíritos. As decorações com mehndi são indispensáveis nas mãos e nos pés das noivas durante a cerimônia do casamento.

        [...]

        Os desenhos de mehndi dividem-se em várias categorias: estações, festas, cerimônias e miscelânea. Esta última categoria serve para enriquecer os desenhos específicos e limitados que se fazem para as festas e cerimônias. Neles são representados muitos costumes e crenças populares.

        Bicchu (escorpião) é um símbolo do amor e um desenho muito popular, especialmente no verão. O papagaio também é um símbolo importante nas canções populares de Rajasthan; representa o mensageiro das heroínas. O pavão, notável por suas muitas cores, é o companheiro querido das mulheres sepradas dos maridos. Também são representados objetos da vida cotidiana: gulodices, roupas, flores e objetos usados em jogos, como chakaris (brinquedos que giram como piões). Os keris (mangas verdes), as castanhas-d’água e o lótus são motivos frequentes.

        Desenhos onde aparecem o sol, a lua, estrelas e keri representam o casamento perfeito que dura a vida inteira. As flores simbolizam a felicidade; as mangas verdes são a virgindade e a chegada do verão. O pavão, o papagaio e o escorpião são símbolos do amor.

        As estações do ano na Índia são o verão, as chuvas e o inverno. O verão e a estação das chuvas duram das festas Holi às festas Deepavali, ou seja, de março a outubro. O mehndi é apropriado ao verão porque refresca e amacia as mãos. Tem também propriedades medicinais apreciadas durante a estação chuvosa. Os bijanis (leques), em centenas de variedade, são motivo popular próprio para o verão, por simbolizarem o ar fresco e um alívio para o calor.

        Na estação das chuvas os desenhos são mais numerosos, mais trabalhados e até mais exuberantes do que no verão e no inverso. É a época em que a decoração com mehndi atinge sua maior beleza. Desenham-se keri e chopar (jogo parecido com o gamão). Laharia – onda do mar ou de rio – reflete os sentimentos de alegria e excitação próprios da época e do espírito da estação. É também a estação do mela, das feiras, dos festivais; muitas mulheres passam tempo no jardim, brincando em balanços. Os sentimentos próprios dessa estação se exprimem nas vestimentas vibrantes, onde se misturam as cores do arco-íris, e nas formas do laharia e dos keni. Tudo isso se encontra nos desenhos feitos com mehndi. Vários desenhos são inspirados no ghevar, espécie de guloseima que os irmãos oferecem às irmãs nos dias de festa.

        Como o mehndi tem características refrescantes, o inverno é a estação que lhe é menos favorável. Nessa época há menos desenhos. [...]

        A arte do mehndi está profunda e intimamente ligada à vida popular e até originou provérbios. “Mão pintada com mehndi” refere-se a uma pessoa que procura fugir do trabalho. Também se diz que “o mehndi só produz cor quando é amassado sobre uma pedra”. Isso quer dizer que só com sofrimento se adquire experiência da vida.

        O mehndi fornece um quadro verdadeiro da vida do povo e esclarece aspectos de sua mentalidade. A beleza, o encanto e a riqueza dessa tradição estão muito bem resumidos nestes versos de um poeta urdu: “Resolvi agora escrever os desejos do meu coração sobre as folhas do mehndi. Quando ela vier colher estas folhas, colocará a mão sobre elas, lerá minha mensagem e saberá meu segredo”.

   O Correio. Rio de Janeiro, ano 5, n. 4, 1977.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 233-6.

Entendendo a reportagem:

01 – Para que você possa compreender bem a origem da pintura corporal de que fala o texto lido, faça as seguintes atividades:

a)   Em um atlas geográfico mundial, localize a Índia e Délhi, uma importante cidade desse país.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Em um mapa da Índia, localize o estado de Rajasthan, que fica a sudoeste de Délhi.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Compare os resultados de sua pesquisa com os encontrados por um colega.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Dividimos a seguir o texto em seis partes. Escreva em seu caderno quais parágrafos podem constar de cada parte:

·        Localização no espaço e no tempo da arte do mehndi – pintura de mãos para mulheres;

Do 1° ao 6° parágrafos.

·        A técnica do mehndi;

Do 7° ao 9° parágrafos.

·        As crenças associadas ao mehndi;

10° e 11° parágrafos.

·        As categorias e os símbolos do mehndi;

Do 12° ao 14° parágrafos.

·        Mehndi e as estações do ano;

Do 15° ao 17° parágrafos.

·        Mehndi e a cultura popular.

18° e 19° parágrafos.

03 – Pesquise em um dicionário as palavras do texto cujo significado você desconhece. Lembre que você poderá encontrar mais de um significado para cada palavra procurada. Anote apenas o significado mais adequado, considerando a frase em que ela está.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O título e a chamada de reportagem estão adequados à reportagem? Comente um pouco sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O título e a chamada são uma síntese das ideias expressas na reportagem.

05 – Vamos fazer uma nova divisão do texto, desta vez em três partes:

·        Apresentação do assunto (do 1° ao 66° parágrafo);

·        Desenvolvimento (do 7° ao 17° parágrafo);

·        Conclusão (18° e 19° parágrafos).

        Crie um intertítulo para a segunda e outro para a terceira parte. Compare seus intertítulos com os criados por seus colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

HISTÓRIA: O VELHO LOBO-DO-MAR (FRAGMENTO) - R.L. STEVENSON - COM GABARITO

 História: O velho lobo-do-mar (Fragmento)

               R. L. Stevenson

        O squire Trelawney, o Dr. Livesey e os outros cavalheiros tendo pedido para que eu escrevesse sobre a Ilha do Tesouro, lance por lance, do começo até o fim, não deixando nada de fora a não ser a localização da ilha, e isso apenas porque há nela um tesouro ainda não retirado, pego de minha pena no ano da graça de 17... e recuo até a época em que meu pai possuía a estalagem Almirante Benbow e em que o velho marinheiro moreno, com um corte de sabre, veio hospedar-se sob nosso teto.

        Lembro-me dele como se fosse ontem, de como foi aproximando-se devagar da porta da estalagem, de seu baú de marujo vindo atrás num carrinho de mão; um homem alto, forte, pesado, de pele amorenada; um rabo-de-cavalo seboso caía sobre os ombros de seu casaco azul manchado; as mãos, cheias de calos e cicatrizes, as unhas pretas e quebradas; o corte de sabre de um lado do rosto era de um branco lívido, sujo. Lembro-me dele olhando a enseada e assoviando para si mesmo, como costumava fazer, e súbito entoando aquela velha canção do mar que, depois, ele cantou tantas vezes:

        Quinze homens sobre o baú do morto

        Yo-ho-ho, e uma garrafa de rum! No mais alto de uma voz trêmula, velha, que parecia ter sido modulada e triturada nas barras do cabrestante. Então bateu na porta com um pedaço de vara igual a uma estaca que carregava e, quando meu pai apareceu, pediu com rispidez um copo de rum. Quando foi servido, bebeu lentamente, como um bom apreciador, demorando-se a saboreá-lo e olhando sempre à sua volta para os rochedos e espiando nossa tabuleta.

        -- É uma enseada jeitosa – disse, por fim. – E um boteco agradavelmente situado. Muita gente, companheiro?

        Meu pai disse-lhe que não, muito pouca gente, o que era mesmo uma pena.

        -- Bem – ele disse –, para mim isto é uma cabine. Você aí, camarada – gritou para o homem que empurrava o carrinho. – Traga meu baú para cá e o leve para dentro. Vou ficar aqui algum tempo – continuou. – Sou um homem simples; rum, bacon e ovos é tudo que quero e ficar vendo daqui de cima passar os navios. Como é que deve me chamar? Pode me chamar de capitão. Ah, já sei em que é que... está aqui. – E jogou na soleira três ou quatro moedas de ouro. – Pode me avisar quando eu já tiver gasto – disse, olhando ameaçadoramente como um comandante.

        E, de fato, apesar das roupas ruins e do jeito grosseiro de falar, não tinha a aparência de um simples marinheiro; parecia mais um capitão de navio, acostumado a ser obedecido ou a intimidar. O homem que trouxe o carrinho disse-nos que a diligência o deixara de manhã diante do Royal George; que ele perguntara sobre as estalagens que existiam ao longo da costa e ouvindo falar bem da nossa, suponho, que fora descrita como isolada, escolhera-a para sua residência. E isso foi tudo que pudemos saber sobre nosso hóspede.

        Ele era um homem silencioso por hábito. Passava os dias rondando a enseada ou sobre os rochedos, com um telescópio de metal; à noite, sentava-se a um canto da sala de estar perto do fogo e bebia rum forte misturado com água. Na maioria das vezes não respondia quando falavam com ele, apenas olhava de modo rápido e feroz, e a soprar pelo nariz como um fole; e nós e as pessoas que vinham à nossa casa logo aprendemos a deixa-lo a sós. Todo dia, quando voltava de seu passeio, perguntava se algum marinheiro tinha passado pela estrada. No início, pensamos que era o desejo de companhia de alguém de seu meio que o fazia perguntar, mas por fim começamos a desconfiar que ele desejava evita-los. Quando algum marujo parava no Almirante Benbow (como ainda hoje alguns fazem, tomando a estrada costeira para Bristol), ele o olhava através das frestas da porta antes de entrar na sala; e sempre mantinha-se calado como um rato quando havia alguém assim. Para mim, pelo menos, o caso já não tinha mais segredo, pois eu, de certo modo, partilhava de seus alarmes. Um dia chamou-me de lado e me prometeu uma moeda de prata de quatro pence no primeiro dia de cada mês se eu ficasse “de olho num marujo com uma perna só” e o avisasse quando ele aparecesse. Muitas vezes, quando chegava o primeiro dia do mês e eu lhe pedia meu pagamento, ele apenas soprava pelo nariz e me fazia baixar a vista; mas antes que a semana terminasse ele sempre mudava de ideia, dava-me a moeda de quatro pence e repetia suas ordens sobre “o marujo com uma perna só”.

        Como esse personagem assombrava meus sonhos, eu nem sei dizer-lhe. Nas noites de tempestade, quando o vento sacudia os quatro cantos da casa e a rebentação zoava ao longo da enseada e contra os rochedos, eu ficava a vê-lo de mil formas e com mil expressões diabólicas. Ora a perna era cortada até o joelho, ora até os quadris, ora era um tipo monstruoso de criatura que sempre tivera uma perna só, bem no meio de seu corpo. Vê-lo saltar e correr e perseguir-me entre as sebes e sobre o fosso era o pior dos pesadelos. E assim, no fim de contas, eu pagava muito caro pelos quatro pence mensais, sob a forma dessas fantasias abomináveis.

        Mas, embora eu tivesse aterrorizado com a ideia do marujo de uma perna só, era eu quem tinha menos medo do próprio capitão do que qualquer outro que o conhecia. Havia noites em que ele tomava bem mais rum com água do que sua cabeça podia aguentar; e aí algumas vezes sentava-se e cantava as suas velhas, perversas, rudes canções de marujo, sem ligar para ninguém; mas às vezes pedia copos para os outros e forçava seus trêmulos convivas a ouvir suas histórias ou a acompanha-lo, fazendo coro para sua cantoria. Ouvi muitas vezes a casa estremecer com seu “Yo-ho-ho, e uma garrada de rum!”; todos o acompanhavam por amor à vida, com medo de morrer ali mesmo, e cada um cantando mais alto que o outro, para evitar reprimendas. Pois nesses acessos ele era o mais tirânico companheiro que jamais se viu; dava murros na mesa para impor silêncio a todos; ficava tomado pela raiva a uma pergunta qualquer ou às vezes porque ninguém perguntava e, desse modo, julgava que sua plateia não estava seguindo a história. Nem permitia também que ninguém saísse da estalagem enquanto não estivesse caindo de bêbado e fosse cambaleando para a cama.

        Mas eram suas histórias o que mais assustava as pessoas. Eram terríveis histórias, essas; sobre enforcamentos e andar em cima da prancha e tempestades no mar e sobre Tortuga e façanhas selvagens e lugares nos mares da Espanha. Pelo que contava, devia ter passado sua vida entre alguns dos mais perversos homens que Deus colocava sobre o mar; e a linguagem em que contava essas histórias chocava nossa simples gente do campo quase tanto quanto os crimes que descrevia. Meu pai estava sempre dizendo que a estalagem iria arruinar-se, pois logo as pessoas deixariam de vir para não serem tiranizadas e humilhadas e irem para a cama tremendo; mas eu acreditava de fato que sua presença nos fazia bem. Na época, as pessoas estavam apavoradas, mas lembrando direito elas bem que gostavam daquilo; era uma bela excitação numa tranquila vida no campo; e havia até mesmo uma parte dos mais jovens que achava que o admirava, chamando-o de “um verdadeiro lobo-do-mar” e um “autêntico marinheiro da velha-guarda” e outros nomes assim, e dizendo que aquele era o tipo de homem que tinha tornado a Inglaterra temível nos mares.

        [...]

        A Ilha do Tesouro. São Paulo, Ática, 1997.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p.217-220.

Entendendo a história:  

01 – No texto lido, qual é o significado da expressão lobo-do-mar? A quem ela é atribuída?

      No texto, “lobo-do-mar” significa marinheiro experiente, que conhece bem todos os detalhes de sua profissão. A expressão é atribuída ao velho marinheiro que se intitula “capitão” e se hospeda na estalagem Almirante Benbow.

02 – Qual é o significado da expressão ano da graça? Por que existem reticências depois de 17?

      A expressão “ano da graça” tem origem religiosa e é utilizada para indicar um ano determinado depois do nascimento de Cristo. As reticências foram empregadas porque o narrador não quis precisar para o leitor o ano exato em que se passaram os fatos que pretende narrar.

03 – Faça uma lista de palavras e expressões cujo significado você desconhece. Se não puder deduzi-lo do próprio texto, pesquise num dicionário. Lembre que nos dicionários as palavras podem apresentar mais de um significado. Anote apenas o adequado para cada palavra ou expressão na frase em que ela aparece.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Quem narra a história da Ilha do Tesouro?

      O filho do dono da estalagem Almirante Benbow, que é um narrador-personagem.

05 – Quais aspectos físicos do marinheiro o narrador selecionou para descrevê-lo?

      Homem alto, forte, pesado, de pela amorenada; um rabo-de-cavalo seboso caído sobre os ombros; mãos calosas e com cicatrizes; unhas pretas e quebradas; um corte de sabre de um lado do rosto.

06 – Quais aspectos do modo de ser do marinheiro o narrador selecionou para descrevê-lo?

      Ríspido, autoritário, modo grosseiro de falar, silencioso, preferia o isolamento, desconfiado em relação aos desconhecidos. Gostava de cantar canções do mar e de contar histórias de terror numa linguagem rude, que despertava medo em seus interlocutores.

07 – A descrição do velho marinheiro permite ao leitor visualizá-lo? Leve em conta suas respostas às questões 5 e 6 para chegar a uma conclusão e comente sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

08 – De seu ponto de vista, qual aspecto do marinheiro mais chamava a atenção dos que visitavam a estalagem e do narrador e pode despertar também a curiosidade do leitor?

      O seu gosto por contar histórias de terror. Essa característica do marinheiro pode criar no leitor a expectativa de que a história que vai ler certamente envolve aventuras e façanhas no mar.

09 – Quais fatos do texto permitem ao leitor imaginar que o marinheiro esperava alguém?

      Ele passava os dias rondando a enseada ou sobre os rochedos, com um telescópio de metal. Depois, ofereceu dinheiro para o filho do dono da estalagem (e narrador da história) para que ele o avisasse a respeito da chegada de um marujo com uma perna só.

10 – O marujo que talvez apareça na estalagem é amigo do “capitão” ou pode haver um conflito entre eles? Justifique sua resposta com elementos do texto.

      Pode haver um conflito entre eles. O fato de o “capitão” ter oferecido dinheiro para que o filho do dono da estalagem vigiasse a chegada desse marujo comprova a possibilidade de um conflito.

11 – Informe-se sobre o que é uma enseada e, em seu caderno, desenhe-a cercada de rochedos.

      Resposta pessoal do aluno.

12 – O texto que você leu é um trecho do 1° capítulo de um livro chamado A Ilha do Tesouro. Em sua opinião, este é um bom início? Comente um pouco sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

     

HISTÓRIA: ULISSES CONTRA O CICLOPE (FRAGMENTO) - TRAD.E ADAPT. MARQUES REBELO - COM GABARITO

 História: Ulisses contra o ciclope (Fragmento)

             Trad. E adapt. Marques Rebelo

    Em sua obra Odisséia, o poeta grego Homero conta que, em tempos muito distantes, houve uma longa guerra entre dois povos: os gregos e os troianos. Dentre os guerreiros gregos, destacava-se Odisseu, hoje mais conhecido como Ulisses, que muito contribuiu para a vitória de seu povo. Com a destruição de Tróia, Ulisses quis voltar para Ítaca, uma das ilhas gregas, da qual era rei. Mas nessa viagem, que durou dez anos, encontrou inúmeras dificuldades, já que Posêidon, o deus do mares e protetor de Tróia, prometera vingar os troianos e impedir que Ulisses retornasse a seu reino. Contando com a proteção de Atena, a deusa da sabedoria, o herói viveu muitas aventuras: encontros com deuses, sereias, monstros. O texto a seguir narra um episódio em que a coragem e a inteligência de Ulisses são postas à prova: ele chega a uma ilha habitada por gigantes devoradores de gente, os ciclopes.

        [...] Certo dia, quando o sol se punha, Ulisses deu com uma ilha deserta, onde uma mansa praia favorecia seguro abrigo.

        [...]

        Entraram no barco e remaram em direção à ilha. Lá chegando, Ulisses escolheu doze dos mais valentes homens da tripulação e desembarcou para explorar o lugar. Levava um saco de couro de bode cheio do generoso vinho que o sacerdote de Apolo em Ísmaros lhe oferecera para salvar a si e a família, quando a cidade fora atacada. Era um vinho sem igual: bastava juntar uma medida dele a vinte de água para se obter uma bebida maravilhosa. Levava também uma razoável porção de trigo tostado, por pressentir que talvez precisasse de alimento.

        Vagaram algum tempo até que encontraram uma gruta, que parecia ser a moradia de um precavido pastor. Havia baias para os carneiros e cabritos, cestos cheios até a borda de cereais e cântaros de leite encostados nas paredes.

        [...]

        Anoitecia quando o ciclope voltou. Era um gigante imenso, o olho na testa muito aberto e encimado por espessa sobrancelha. Vinha trazendo às costas um enorme feixe de troncos de pinheiro para alimentar seu fogo. Jogou-o estrondosamente no chão, recolheu o rebanho, após o que vedou a entrada com uma pedra tão grande que vinte carroças mal poderiam carregá-la. [...] E, então, reanimou o fogo com uns poucos troncos de pinheiro. As chamas se elevaram logo e o clarão denunciou os gregos que se haviam escondido no fundo da caverna, quando viram o gigante entrar.

        –– Quem são vocês? Mercadores ou piratas? – gritou.

        –– Nós não somos piratas, senhor – respondeu Ulisses –, mas gregos que retornam de Tróia, onde lutamos pelo grande Rei Agamenon, cuja fama se espalha por todos os cantos do mundo. Rogamos que nos receba com hospitalidade que os deuses recompensam.

        [...]

        O gigante não disse uma palavra, mas lentamente agarrou dois dos homens, com a facilidade com que Ulisses teria agarrado dois cachorrinhos, lançou-os ao chão, despedaçou-os e devorou-os inteiramente, entrecortando a deglutição com grandes goles de leite. Terminando de comê-los, deitou-se entre os carneiros e caiu no sono.

        Ulisses raciocinou: poderia matar aquele monstro enquanto ele estava adormecido, furando-lhe o coração com sua forte espada; mas, se assim fizesse, morreriam todos, pois não tinham forças para remover a descomunal pedra que impedia a saída. E deixou a noite passar com o coração pesado de aflição.

        Bem cedo o ciclope despertou, ordenhou as ovelhas, devorou mais dois homens e saiu para as pastagens, levando o seu rebanho, mas recolocando a pedra na boca da gruta.

        Ulisses passou muitas horas imaginando como poderia safar-se e safar seus companheiros. E afinal armou um plano. Havia na gruta um tronco de oliveira, ainda verde, que o ciclope usaria como bordão, depois de tê-lo convenientemente secado com fumaça. Ulisses tirou uma boa acha de pau, aguçou-a numa das suas pontas, endureceu-a no fogo e escondeu-a. À noitinha o gigante regressou e comeu mais dois homens. Quando acabara de comê-los, Ulisses dirigiu-se a ele com o saco de vinho na mão e disse:

        –– Agora que acabou de cear prove este vinho, senhor. Veja que coisas maravilhosas trazíamos no nosso navio. Mas ninguém trará coisas iguais para esta ilha se for tão cruel com os estrangeiros. O gigante tomou o saco, entornou um bom trago, gostou imensamente do vinho e disse:

        –– Quero mais.  É uma bebida magnífica. Acho que é a que deuses bebem no Olimpo. Mas diga qual é o seu nome, pois desejo lhe dar um presente como todo hóspede merece.

        –– Meu nome é Ninguém –respondeu Ulisses. –Agora me dê o presente.

        –– Meu presente é muito simples: você será comido por último. – E dito isto, o ciclope tombou num sono de bêbado.

        Aí, Ulisses dirigiu-se a seus homens:

        –– Sejam valentes, rapazes! Chegou a hora de nos livrarmos desta prisão.

        Puseram a acha no fogo até que ela, embora verde, ficasse incandescente e assim a enfiaram no olho do ciclope e ela chiou na órbita como ferro em brasa dentro d’água.  É preciso dizer que Ulisses fê-la girar como se girasse uma chave na fechadura. O gigante deu um pulo, arrancou a acha fumegante e soltou tão alto e medonho uivo que todos os ciclopes da ilha, que estavam dormindo, acudiram para ver o que sucedera.

        –– Que diabo tem você para fazer tal escarcéu a ponto de nos acordar? – perguntaram do lado de fora. –– Será que estão lhe roubando ou estão lhe ferindo?

        –– Ninguém me feriu! – berrou o gigante.

        –– Se ninguém lhe feriu, foram então os deuses que o fizeram e contra eles de nada valemos.

        E os ciclopes se retiraram. Ulisses não pôde deixar de sorrir quando viu que os havia enganado dando um nome trocado, mas não atinara ainda de que maneira ele e os companheiros iriam escapar.

        O ciclope sentara-se à entrada da gruta, barrando a passagem e apalpando os carneiros para evitar que os estrangeiros tentassem escapulir escondidos no meio deles. Ulisses, então, depois de muitos tratos à bola, arquitetou um plano para fuga.  O ciclope, felizmente, havia levado para dentro da gruta os carneiros maiores, que habitualmente deixava do lado de fora. Ulisses arrebanhou alguns deles e utilizando varas de vime, ligou-os três a três. O carneiro do meio levava um homem convenientemente amarrado na barriga e os outros, um de cada lado, ajudaram a escondê-lo. Só que Ulisses ficou desamarrado, pois não podia atar-se a si próprio, mas como era astucioso, resolveu prontamente a sua dificuldade. Como havia um carneiro maior do que os outros, agarrou-se a ele, segurando a lã com unhas e dentes.

        Assim que rompeu o dia, os rebanhos deixaram a caverna como de costume; o ciclope ia apalpando-os quando passaram perto dele, mas não descobriu nenhum dos homens. Ao apalpar o carneiro maior, estranhou:

        –– Que houve? Nunca ficou para trás, pelo contrário, sempre foi você o primeiro a desabalar pelo pasto de manhã e o primeiro a correr para o aprisco de tardinha... Será que está perturbado com o olho do seu dono que o vil Ninguém furou? Ah, se você pudesse falar e me dizer onde está aquele miserável! Eu arrebentaria a cabeça dele contra a pedra! – e deixou o animal sair.

        Tão depressa Ulisses se viu longe do ciclope, desprendeu-se do carneiro, desamarrou os companheiros e correram todos para o lugar onde tinham deixado o barco, virando-se várias vezes na corrida para se certificarem de que o gigante não os perseguia. [...] E, sem dizer palavras, chegaram a bordo e logo remaram com quanta força tinham.

                   A Odisséia. Trad. E adapt. Por Marques Rebelo. Rio de Janeiro, Ediouro, 1971. Col. Clássicos para o Jovem Leitor.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 28-34.

Entendendo a história:

01 – Agora voltando ao texto “Ulisses contra o ciclope”. Quais são as características que fazem de Ulisses um herói?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ulisses superou um obstáculo que parecia intransponível por meio da astúcia, da inteligência, do espírito de liderança, da coragem de tomar decisões e de correr riscos.

02 – Que semelhanças e diferenças você notou entre Ulisses, herói da mitologia grega, e os heróis modernos da ficção, isto é, criados pela imaginação?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Nesse episódio, Ulisses não demonstra possuir nenhum tipo de poder mágico, os chamados superpoderes, comuns entre os heróis modernos. As características que lhe permitem vencer o perigo são humanas, e não sobrenaturais.

03 – Com um colega, tente descobrir o significado das palavras destacadas nos trechos abaixo. Se necessário, usem o dicionário. Depois, copie os trechos no caderno, substituindo os termos destacados por outros de mesmo sentido. Faça nas frases os ajustes necessários:

a)   “[...] encontraram uma gruta, que parecia ser a moradia de um precavido pastor”.

Moradia: morada, casa, habitação;

Precavido: prevenido.

b)   “[...] recolheu o rebanho, após o que vedou a entrada com uma pedra tão grande que vinte carroças mal poderiam carrega-la”.

Vedar: fechar; Mal: a custo, dificilmente.

c)   “Bem cedo o ciclope despertou, ordenhou as ovelhas, devorou mais dois homens e saiu [...]”.

Ordenhou: tirar o leite.

d)   “Havia na gruta um tronco de oliveira, ainda verde, que o ciclope usaria como bordão, depois de tê-lo convenientemente secado com fumaça”.

Oliveira: árvore cujo fruto (as azeitonas) são usadas na alimentação humana;

Bordão: cajado, bastão (usado pelos pastores para conduzir o rebanho);

Convenientemente: de forma conveniente, adequada.

04 – Identifique no texto e copie no caderno trechos que informem:

a)   Como era a alimentação dos viajantes e dos habitantes da ilha.

“Levava também uma razoável porção de trigo tostado [...]”, “[...] cestos cheios até a borda de cereais e cântaros de leite encostados nas paredes”.

b)   De que forma iluminavam suas moradias.

“E, então, reanimou o fogo com uns poucos troncos de pinheiro”.

c)   Algumas das atividades realizadas pelos homens naquele tempo.

“Quem são vocês? Mercadores ou piratas?”, “Nós não somos piratas, senhor [...], mas gregos que retornam de Tróia, onde lutamos pelo grande Rei Agamenon [...]”.

05 – Por que Ulisses concluiu que não deveria matar o ciclope enquanto ele dormia?

      Porque o ciclope era o único que poderia remover a descomunal pedra que vedava a entrada da gruta; se ele morresse, os gregos permaneceriam presas lá e morreriam.

06 – Leia:

        “–– Ninguém me feriu! – berrou o gigante.

        –– Se ninguém lhe feriu, foram então os deuses que o fizeram e contra eles de nada valemos.

        E os ciclopes se retiraram.”

a)   A quem o ciclope se refere quando diz que Ninguém o feriu?

A Ulisses, que enganara o gigante dizendo-lhe que se chamava Ninguém.

b)   Quem, entretanto, os outros ciclopes imaginaram que havia ferido o gigante?

Os outros ciclopes entenderam que pessoa alguma o atacara, portanto o ferimento só poderia ter sido obra dos deuses.

c)   Na sua opinião, por que os ciclopes dizem que contra os deuses eles nada valiam?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: No pensamento dos gregos antigos, acreditavam que os deuses controlavam o destino dos homens.

07 – Ulisses, com um pedaço de pau incandescente, furou e cegou o único olho do ciclope. Ainda assim os gregos teriam que passar pelo gigante, que barrava a entrada da gruta e apalpava os carneiros que saiam, verificando se os prisioneiros não se escondiam neles. Explique no caderno, com suas palavras, que plano o herói arquitetou para fuga.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Utilizando varas de vime, Ulisses juntou alguns carneiros, três a três; em cada grupo de três carneiros, o do meio levava um homem amarrado na barriga. Quanto ao próprio Ulisses, agarrou-se ao maior dos carneiros. Quando de manhã, os carneiros deixaram a caverna, os viajantes viram-se livres.

08 – Releia:

        Entraram no barco e remaram em direção à ilha. Lá chegando, Ulisses escolheu doze dos mais valentes homens da tripulação e desembarcou para explorar o lugar.”

a)   Em que pessoa gramatical estão os verbos destacados nesse trecho?

Na terceira pessoa gramatical.

b)   Pode-se dizer então que, nesse texto, o narrador é uma personagem da história? Ou ele é um observador que não participa dos fatos narrados?

O narrador é um observador que não participa da história.

c)   Que tempo verbal predomina nesse trecho da narrativa? Por que, na sua opinião, esse tempo é o mais usado nesse trecho?

O pretérito perfeito do indicativo. O narrador usa esse tempo verbal porque está relatando fatos passados, totalmente concluídos.

09 – Em que espaço se passam os fatos narrados? Copie no caderno trechos do texto em que há descrição desses locais.

      Os fatos narrados acontecem na praia e em uma gruta de uma ilha deserta. “Certo dia, quando o sol se punha, Ulisses deu com uma ilha deserta, onde uma mansa praia favorecia seguro abrigo”, “Vagaram algum tempo até que encontraram uma gruta, que parecia ser a moradia de um precavido pastor. Havia [...] nas paredes”.

10 – Quais são as personagens principais de “Ulisses contra ciclope”? Escreva no caderno um parágrafo caracterizando-as. Procure dar detalhes significativos sobre elas. Empregue substantivos acompanhados de adjetivos.

      Ulisses e o ciclope. Sugestão: “O ciclope é um gigante imenso, forte, com um olho muito aberto na testa e sobrancelha espessa. Ulisses, o herói, é inteligente e esperto”.

11 – Em diversos momentos do texto o relato do narrador é interrompido pelo discurso direto, isto é, pela transcrição das falas das personagens. Nesses momentos, é como se o narrador desse a palavra às personagens, deixando-as falar. Transcreva no caderno um trecho em que ocorra discurso direto. Depois, de sua opinião: a presença de discurso direto em uma narrativa enriquece ou empobrece o texto?

      Resposta pessoal do aluno.

12 – As narrativas de aventuras contêm, em geral:

·        Uma situação inicial, em que são apresentados as personagens e o espaço onde a ação ocorre;

·        Um ou mais obstáculos à ação do herói, estabelecendo-se um conflito entre ele e seu antagonista (adversário);

·        Diversos momentos de ação, um dos quais apresenta maior emoção, mantendo o leitor em clima de suspense: é o clímax;

·        Um desfecho, após o clímax, momento em que tudo se resolve.

Identifique no texto lido:

a)   A situação inicial: Ulisses e seus companheiros chegam à ilha e encontram a gruta do ciclope gigante.

b)   O clímax: Surge o gigante, que fecha a porta da gruta com uma pedra e devora alguns gregos.

c)   O obstáculo: Os gregos, prisioneiros na gruta, serão devorados pelo ciclope. Para salvar a si e a seus companheiros, Ulisses terá que arquitetar um plano.

d)   O desfecho: Os gregos já saíram da gruta amarrados aos carneiros. Ulisses, entretanto, ainda não se salvou. O gigante apalpa o último carneiro, ao qual Ulisses está agarrado, e o herói corre o risco de ser descoberto e morrer.

e)   O conflito entre o herói e seu antagonista: Ulisses consegue sair da gruta e desamarra os companheiros. Todos correm para o barco e remam com força para longe da praia.