sábado, 27 de janeiro de 2018

CONTO: DOMINGO EM PORTO ALEGRE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


CONTO: DOMINGO EM PORTO ALEGRE

        Enquanto Luíza termina de pôr a criançada a jeito, ele confere o dinheiro que separou e o prende num clipe. Tudo em ordem para o grande dia. Passa a mão na bolsa das merendas e se apresenta na porta do quarto.
        --- Tá na hora, pessoal.
        --- Já vai, já vai – diz a mulher.
        Marina quer levar o bruxo de pano, Marta não consegue afivelar a sandalinha, Marietinha quer fazer xixi e Luíza se multiplica em torno delas.
        --- Espero vocês lá embaixo.
        Luíza se volta.
        --- Por favor, vamos descer todos juntos.
        Todos juntos, como uma família, papai e mamãe de braços dados à frente do pequeno cortejo de meninas de tranças.
        Chama um carro – o passeio de táxi também faz parte do domingo. As meninas vão com a mãe no banco de trás. Na frente, ele espicha as pernas, recosta a nuca, que conforto um automóvel e o chofer não é como o do ônibus, mudo e mal-humorado, e até puxa conversa.
        --- Dia bonito, não?
        --- Pelo menos isso.
        --- É, a vida tá dureza...
        Dureza é apelido e do Alto Petrópolis ao Bom Fim viajam nesse tom, tom de domingo e na sua opinião não é verdade que esse país já tá com a vela?
        Na calçada, Luíza lhe passa o braço e comenta que o choferzinho era meio corredor. Ele concorda e acha também que era meio comunista.
        E caminham.
        Nas vitrinas do Bom Fim vão olhando os ternos de sala, as mesinhas de centro, ao quartos que sonham comprar um dia. Luíza se encanta num abajur dourado, que lindo, ficaria tão bem ao lado da poltrona azul. E caminham. As garotinhas de mãos dadas e o pai e a mãe troteando atrás, contentes, como se as semanas vencidas e as vincendas não passassem de um sonho mal e cada coisa de suas vidas estivesse em seu lugar, bem ajustada, bem sentada, como aquele abajur ao lado da poltrona azul.
        Atravessam a avenida e ali está, verde e cheiroso, o Parque da Redenção. As garotinhas correm e á vão brincando de pegar, buliçosas, risonhas, e até Luíza, na Redenção, fica um pouco bonita. Os olhos dela se movem mais rapidamente, as mãos se umedecem e as faces recobram nuanças juvenis.
        Papai compra passes para o carrossel e acomoda a meninada. Fora do cercado uns quantos casais admiram seus filhos, como se agarram, não caem, como são lindos e gorduchinhos e a vovó ia gostar tanto de ver. Os recém-chegados se orgulham também dos seus, como rodam e rodam, dão gritinhos de prazer e nervosas risadinhas. Luíza se ergue na ponta dos pés, saltita, ele vislumbra o peito no decote e gaba suas estremeções de gelatina. Encosta-se nela com súbita volúpia, mas o carrossel dá a última volta e Luíza precisa correr, Marietinha á vem pendurada no pescoço do cavalinho.
        Hora da merenda.
        Mamãe faz uma distribuição criteriosa de sanduíches, copinhos, guardanapos. Comem. Conversam sobre as maravilhas do parque e viste como estão caros os churros uruguaios? Mariana vai pegar o último sanduíche e Marta avança.
        --- É meu.
        --- Não, é meu!
        E se empurram e já choramingam, mas Luísa fala na roda-gigante, ficam todas louquinhas e lá se vão mastigando mortadela e interjeições.
        Das alturas, entre as copas das grandes árvores, Luíza chama:
        --- Meu bem, aqui.
        Ele abana. E as meninas chamam:
        --- Pai, pai.
        Abana também, e se finge que se assusta à passagem de seus bancos voadores, quase se finam de tanto rir.
        Comem pipocas, amendoim torrado, percorrem alamedas de arbustos e namorados, brincam de esconde-esconde no Recanto Chinês e andam todos no trenzinho – é uma pintura quando ele vai costeando o lago, vendo-se de cima os barquinhos de pedal.
        Começa a escurecer e eles vão retornando pelos caminhos da Redenção, vão chegando perto da avenida e do corredor dos ônibus. E vão ficando sérios, intimidados sem saber por quê.
        Na parada, agrupam-se e pouco ou nada falam, até que veem assomar no corredor, roncando, soltando fumaça negra, o dragão de lata.
        --- Qual é aquele? – pergunta Luíza. – Alto Petrópolis?
        Ele aperta os olhos.
        --- Acho que é.
        Mas não é. E por instantes eles ficam se olhando, sorrindo, querendo acreditar que o domingo ainda não terminou.

          FORACO, Sérgio. Majestic Hotel. Porto Alegre: L&PM, 1991. p. 47-50.

Entendendo o texto:

01 – Que tipo de narrador conta a história?
       Um narrador observador em terceira pessoa.

02 – Neste conto, o espaço é um elemento significativo crucial. Por quê?
       Porque aas ações se passam nas ruas da cidade.

03 – Note que o conto muda repentinamente de tom. Em que ponto da narrativa isso acontece?
       No 30º parágrafo (começa a escurecer...): o passeio chega ao fim, as personagens vão para o ponto do ônibus" "[e] vão ficando sérios, intimidados sem saber por quê”.

04 – Observe um dado interessante quanto à fala das personagens: ela aparece ora na forma de diálogo, ora em discurso indireto (“... comenta que o choferzinho era meio corredor. Ele concorda e acha também que era meio comunista.”) e ora diretamente mesclada com a fala do narrador. Localize exemplos deste último caso ao longo do texto.
         parágrafo: “Na frente, ele espicha as pernas, que conforto um automóvel e o chofer não é como o ônibus, mudo e mal-humorado, e até puxa conversa”.
        16º parágrafo: “Luíza se encanta num abajur dourado, que lindo, ficaria tão bem ao lado da poltrona azul.”
        18º parágrafo: “Fora do cercado uns quantos casais admiram seus filhos, como se agarram, não caem, como são lindos e gorduchinhos e a vovó ia gostar tanto de ver.”

        20º parágrafo: “Conversam sobre as maravilhas do parque e viste como estão caros os churros uruguaios?

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

MUSICA(ATIVIDADES): DIÁSPORA(DRAMA DOS REFUGIADOS) - TRIBALISTAS - COM GABARITO

Música(Atividades): Diáspora
              Tribalistas

Acalmou a tormenta
Pereceram
Os que a estes mares ontem se arriscaram
E vivem os que por um amor tremeram
E dos céus os destinos esperaram

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Como os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu...

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Deus Ó Deus onde estás
Que não respondes
Em que mundo em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus

Há dois mil anos te mandei meu grito
Que embalde desde então corre o infinito
Onde estás senhor Deus

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Com os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
                 Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte

Entendendo a canção:
01 – Que tema é abordado nesta canção?
      O drama dos refugiados, que atravessam a história, ou seja, a questão das migrações no mundo.

02 – Nos versos:
      “Atravessamos o mar Egeu
       O barco cheio de fariseus
       Como os cubanos, sírios, ciganos
       Como romanos sem Coliseu...

       Atravessamos pro outro lado
       No rio vermelho do mar sagrado
       Os center shoppings
       Superlotados
       De retirantes refugiados.”

Aqui fica nítida que preocupação?
      Preocupação com um dos maiores dramas do mundo contemporâneo: a diáspora moderna. Os casos citados são exemplos polêmicos.

03 – No entanto, a canção não se trata de uma comparação simplista entre Cuba (rio vermelho / center shoppings) e Síria (mar sagrado / superlotados), pois a ação se centra em que?
      Nos desencontros e na separação de pessoas promovida por forças externas aos que sentem a necessidade de fugir.

04 – Que análise podemos fazer da segunda estrofe?
      Que vivemos num mundo onde o indivíduo é abandonado a própria sorte, a conexão com o universo (Deus) é a forma de busca de conforto existencial em uma situação limite.

05 – Antunes cita um trecho de vozes d’África de Castro Alves na canção com que intensão?
      “Deus Ó Deus onde estás
       Que não respondes
       Em que mundo em qu'estrela tu t'escondes
       Embuçado nos céus


       Há dois mil anos te mandei meu grito
       Que embalde desde então corre o infinito
       Onde estás senhor Deus.”
      De dar maior historicidade para o drama dos refugiados ao trazer a própria realidade brasileira para este contexto.

06 – Como é sintetizado o significado de diáspora?
      Como a dispersão de povos, por motivos políticos ou religiosos, mostrando um mundo com fronteiras.

07 – Análise geograficamente a letra da canção.
      Os trechos se referem ao atual estado que estão países com problemas políticos e religiosos, e que para sair desse territórios conflituosos, principalmente aos asiáticos partindo para Europa (Mar Egeu), e consequentemente perdendo membros da família em busca de oportunidades num outro lugar para um novo recomeço.





TEXTO: O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO - JOSTEIN GAARDER- COM GABARITO


Texto: O mito da caverna de Platão

    Platão nos conta uma parábola [...]. Nós a conhecemos por alegoria da caverna. Vou contá-la com minhas próprias palavras.
    Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxeleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.
Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido à abundância de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores. Ele vê o Sol brilhando no céu e entende que o Sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.
Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.

                                                                             Jostein Gaarder

                                          Texto extraído do livro O Mundo de Sofia.

Entendendo o texto:
01 – O que significaria o grupo de pessoas presas dentro da caverna subterrânea?
      As pessoas que não questionam seus próprios limites e aceitam as coisas como definitivas e imutáveis.

02 – Como estão agrilhoadas (com grilhões, algemas), as pessoas da caverna se habituam com a ideia de que fora da caverna há apenas um 'teatro de sombras'. Que sentindo amplo, figurado, pode estar sendo representado pelos 'grilhões' que impedem as pessoas da caverna de se moverem?
      Esses grilhões são as barreiras da mente das pessoas que não deixam ela questionar ou raciocinar.

03 – Um dos habitantes da caverna, movido pela curiosidade ou pelo desejo de encontrar uma explicação para o que via, consegue sair desse mundo de sombras. Como se definiria esse tipo de pessoa que sai das sombras em busca da luz?
      Uma pessoa que não é passiva, porque busca conhecimento e liberdade.

04 – No início, a realidade confunde o habitante que sai da caverna e ele não consegue distinguir nem entender o que representam as figuras além do muro. O que pode representar a luz forte depois do muro alto e que parece, em primeiro momento, obscurecer a visão do habitante da caverna? 
      O conhecimento que existe fora da caverna.

05 – Qual é o significado das 'sombras' que dominam os habitantes que continuam dentro da caverna?
      A ignorância pela falta do conhecimento.

06 – O caminho para atingir a luz está repleto de desafios, mesmo assim o habitante avança em direção a ela. O que acontece, então, quando a sua visão se torna completa?
      Ele passa a conhecer o mundo e tudo o que nele existe, questionando as coisas e buscando explicação.

07 – No último parágrafo, o habitante é descrito não somente como um indivíduo livre, mas também feliz. Por que isso acontece?
      Porque ele se torna verdadeiramente livre por entender o mundo e sua realidade.

08 – O 'feliz habitante' se lembra então das pessoas que ainda estão presas dentro da caverna, isso o incomoda e ele volta ao mundo das sombras. Como se pode analisar essa atitude ou modo de agir, tendo em vista que ele já havia conseguido sua liberdade?
      Ele demonstra preocupação com os outros, além de generosidade.

09 – Que mensagem a reação das pessoas da caverna, que matam o 'feliz habitante', transmite?
      O novo sempre assusta as pessoas, por ser desconhecido, daí ninguém quer sair de sua zona de conforto.


POEMA: TECENDO A MANHÃ - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

POEMA: TECENDO A MANHÃ
                 João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã;
Ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
E o lance a outro; de um outro galo
Que apanhe o grito que um galo antes
E o lance a outro; e de outros galos
Que com muitos outros galos se cruzem
Os fios de sol de seus gritos de galo,
Para que a manhã, desde uma teia tênue,
Se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
Se erguendo tenda, onde entrem todos,
Se entretendendo para todos, no toldo
(A manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si: luz balão.

                          MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. In:_______.
       Poesias completas. 2. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. p. 19-20.

Entendendo o texto:

01 – Qual é o assunto do poema?
       É o tecido da manhã, feito por gritos de galos.

02 – Transcreva do poema todas as expressões que designam a manhã.
       Teia tênue, tela, tenda, toldo, toldo de um tecido tão aéreo, luz balão.

03 – Ocorrem no poema várias aliterações em t e d. O que elas podem significar?
       O entrechocar dos fios de um tecido que está sendo feito: a manhã, tecido aéreo.

04 – Quais as conotações possíveis para galo, manhã e o ato de tecer.
       Galo = homem; manhã = futuro. Note que se pode ler no poema “a manhã” = “amanhã”; ato de tecer = a solidariedade, a união entre os homens, de cuja ação (gritos) resulta o futuro.


POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
                 Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
Vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
É doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
Este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
Este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
Este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

             ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do itabirano.
                                In:_____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro,
                                                                       Aguilar, 1967. p. 101-2.


Porosidade: caráter do que é poroso; a qualidade de ter poros; permeabilidade.

Entendendo o poema:

 

01 – Como o autor caracteriza Itabira, sua terra natal

       Como uma tranquila e monótona cidade interiorana.

 

02 – Em que verso o poeta manifesta o orgulho de ser itabirano? Transcreva-o.

       “Principalmente nasci em Itabira.”

 

03 – O que o poeta herdou de Itabira?

       Sua tristeza, seu orgulho, sua vontade de amar e seu hábito de sofrer.

 

04 – Houve uma mudança na vida profissional do poeta. Transcreva o verso que comprova essa afirmativa.

       “Hoje sou funcionário público.”

 

05 – “Mas como dói!”. Qual é a causa dessa dor?

 

       O fato de Itabira só existir na lembrança do poeta e ser apenas um retrato na parede.

06 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

 

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

 

07 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

08 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

     b) “Funcionário público”.

         c) “Apenas”.

         d) “Fotografia”.

         e) “Parede”.

09 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

10 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semi -rural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

11 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

b)   “Funcionário público”.

c)   “Apenas”.

d)   “Fotografia”.

e)   “Parede”.

12 – Assinale o verso que melhor o explica o título do poema:

a)   “Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro”.

b)   “Noventa por cento de ferro nas calçadas”.

c)   “Este São Benedito do Velho Santeiro Alfredo Duval”.

d)   “De suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes”.

13 – Assinale a alternativa que melhor expressa uma relação de causa e consequência:

a)   “Alguns anos Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira.”

b)   “Itabira é apenas uma fotografia na parede. / Mas como dói!”

c)   “Oitenta por cento de ferro nas almas. / E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.”

d)   “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público.”

14 – Assinale a única alternativa correta:

a)   No poema, delineia-se o impulsivo erótico que é, no entanto, reprimido.

b)   O orgulhoso faz com que o poeta renegue sua terra natal.

c)   O poeta, ao se tornar funcionário público, abandona a postura crítica.

d)   O poeta expressa seu entusiasmo por ser Itabirano.

 

 

 

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

POEMA: TOADA DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: TOADA DO AMOR
                 Carlos Drummond de Andrade

E o amor sempre nessa toada:
Briga perdoa, perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
A gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
Para perdoar,
Amor cachorro bandido trem.
Mas, se não fosse ele, também
Que graça que a vida tinha?

Mariquita, dá cá o pito,
No teu pito está o infinito.


                                     ANDRADE, Carlos Drummond de. Toada do amor.
      In: _____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967. p. 55-6.

Toada: qualquer cantiga de melodia simples e monótona.

Entendendo o texto:

01 – Já no título e no primeiro verso, o poeta refere-se à monotonia das relações amorosas por meio do emprego de uma palavra. Que palavra é essa?
        Toada.

02 – Essa ideia da monotonia e da rotina aparece enfatizada pela repetição de alguns verbos. Que verbos são esses?
        Brigar e perdoar.

03 – Apesar dessa rotina, não devemos lamentar a nossa sorte. Por quê?
        Porque esquecemos tudo aquilo que acontece na nossa vida.

04 – O amor aparece caracterizado pelo emprego de três substantivos. Quais são eles?
        Cachorro, bandido, trem.

05 – Apesar d o amor ter uma série de inconvenientes, é ele que dá sentido à vida. Transcreva os versos do poema que comprovam essa afirmativa.
        “Mas, se não fosse ele, também que graça que a vida tinha”.

06 – O amor não só dá sentido à vida como pode ser de uma duração, extensão ou intensidade extremas. Que versos do poema podem ter essa conotação?

        “Mariquita, dá cá o pito, no teu pito está o infinito”.