terça-feira, 6 de junho de 2017

TROVADORISMO/ ATIVIDADE/EXERCÍCIO DE LITERATURA- COM GABARITO

PERÍODO LITERÁRIO: TROVADORISMO/ ATIVIDADE/EXERCÍCIO DE LITERATURA- COM GABARITO

TEXTO
1.          “A Prosa Portuguesa, que ensaia literariamente seu aparecimento em fins do século XIV e princípios do século seguinte, surge representada, nesse primeira época, pelas novelas de cavalaria e pelos tratados doutrinais de caráter religioso; uma, literatura de ficção, importada; outra, literatura apologética e didática; aquela, mais importante do que está, do ponto de vista estético: mas, ambas, produção anônima. Conquanto tenhamos notícia da existência de livros de cavalaria escritos em português, hoje perdidos e alguns esperando sair do ineditismo sepulcral das bibliotecas, dessa primeira época literária só podemos mencionar “A Demanda do Santo Graal”, pois o “Livro de José de Arimateia” permanece inédito na Torre do Tombo; do “Merlim”, bem como do “Tristão”, apenas se sabe terem existido na livraria do rei D. Duarte e a novela do “Amadis de Gaula” só a conhecemos através da versão espanhola de 1508, feita por Garci Ordóñez de Montalvo, não obstante pareça tratar-se de tradução decalcada sobre um original português.
2.          “A Demanda do Santo Graal”, cujo autor revela consistir numa tradução de um original francês, não exprime com absoluta pureza os ideais da vida cortesã guerreira e sentimental da cavalaria medieval, pois a sua arquitetura e o seu espírito aparecem comprometidos por um simbolismo religioso heterodoxo (…). O fato de Galaaz – o cavaleiro eleito de Deus – recusar constantemente os combates cavaleirescos que põem à prova apenas a força pessoal e o fato de Lançarote – considerado a fina flor da cavalaria universal – não ter sido aceito na câmara do Santo Graal em virtude de seus amores clandestinos com a Rainha Genebra (mulher do rei Artur), revelam a intenção ascética do autor da novela a condenar a cavalaria pela cavalaria e reprovar pela base a galantaria palaciana.
3.          Tal simbolismo não se revela no “Amadis de Gaula” (…) aqui. Amadis é o protótipo criado pela cavalaria medieval, o cavaleiro em pleno exercício de suas façanhas, liquidando monstros e malvados, tendo como fulcro de suas aventuras o objeto amado, e amando segundo o ritual e o espírito que vivificou as cortes da Europa feudalizada.”
(SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa. Vol. I, 3ª Edição, 1968, Difusão Europeia do Livro, São Paulo.)
______________________________________
VOCABULÁRIO:
Apologética – que encerra justificativa, defesa ou louvor a algo
Heterodoxo – oposto aos ou desviado dos princípios doutrinários
Ascética – prática de devoção e penitência
Fulcro – suporte, apoio, amparo
Ineditismo – não publicado ou impresso; nunca visto pela maioria das pessoas
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Marque a única alternativa correta no conjunto das cinco apresentadas.
O texto acima transcrito afirma que:
1. a (   ) é nos fins do século XIV e inícios do século XV que surgem as novelas de cavalaria e a prosa doutrinária.
b (   ) só a partir de fins do século XIV e início do seguinte é que podemos falar de prosa literária em Portugal.
c (   ) os tratados doutrinais de caráter religioso são literatura de ficção e as novelas de cavalaria são literatura apologética e didática.
d (   ) os tratados doutrinais de caráter religioso são importados, isto é, não têm origem portuguesa.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.

2. a (   ) além de os tratados religiosos e novelas de cavalaria não apresentarem valor literário, ambos são produções anônimas.
b (   ) esteticamente, a literatura apologética é mais importante do que as novelas de cavalaria.
c (   ) esteticamente, as novelas de cavalaria são mais importantes do que a literatura apologética e didática.
d (   ) autoria anônima é uma característica sempre presente nas primeiras obras literárias em prosa de qualquer literatura.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.

3. a (   ) muitos documentos em prosa das primeiras atividades literárias portuguesas estão inéditos, e outros estão perdidos.
b (   ) entre os documentos perdidos, encontra-se “José de Arimateia”.
c (   ) “José de Arimateia” “Merlim” encontram-se inéditos na Torre do Tombo.
d (   ) “A Demanda do Santo Graal” permanece inédita na Torre do Tombo, por isso pode ser mencionada.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.

4. a (   ) “A Demanda do Santo Graal”, “José de Arimateia” “Merlim” pertencem ao ciclo bretão.
b (   ) na biblioteca de D. Duarte havia uma cópia de “Merlim”, obra hoje perdida.
c (   ) o mais antigo exemplar conhecido da “Amadis de Gaula”, em português, data de 1508.
d (   ) nada, na versão espanhola de “Amadis de Gaula”, publicado por Garci Ordóñez de Montalvo, nos faz suspeitar da existência de um original português.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.

5. a (   ) “A Demanda do Santo Graal” reflete com fidelidade absoluta os ideais da vida cortesã, guerreira e sentimental da cavalaria medieval.
b (   ) nenhum tradutor de “A Demanda do Santo Graal” declara a nacionalidade dos originais.
c (   ) porque consiste na tradução de um original francês, A Demanda do Santo Graal não documenta os ideais da cavalaria medieval.
d (   ) Amadis de Gaula permanece inédito na Torre do Tombo.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.

6. a (   ) não há simbologia religiosa na versão que conhecemos de A Demanda do Santo Graal.
b (   ) A Demanda do Santo Graal pode ser comparada. a uma obra de arquitetura, pelo seu espírito comprometido por um simbolismo religioso.
c (   ) Galaaz é considerado a flor da cavalaria medieval.
d (   ) através da punição de Lançarote e do comportamento de Galaaz, percebe-se a intenção ascética do autor da novela.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta

7. a (   ) Lançarote era considerado a flor da cavalaria medieval devido a seus amores clandestinos com a mulher do Rei Artur.
b (   ) Galaaz e Lançarote são personagens de Amadis de Gaula.
c (   ) Lançarote não foi aceito na câmara do Graal.
d (   ) a galantaria palaciana e o ideal guerreiro de vida são incentivados em A Demanda do Santo Graal.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta

8. a (   ) Amadis de Gaula reflete as mesmas intenções ascéticas de moralização da cavalaria de A Demanda do Santo Graal.
b (   ) O personagem Amadis  tem o mesmo comportamento de Galaaz.
c (   ) Amadis, como personagem, age como protótipo da cavalaria medieval.
d (   ) Galaaz e Lançarote são cavaleiros eleitos de Deus.
e (   ) nenhuma das alternativas acima é correta.



SUJEITO E PREDICADO- COM GABARITO

ATIVIDADES/EXERCÍCIOS –SUJEITO E PREDICADO
1. Nas orações: “Fiquei em casa.” e “Necessita-se de ajuda.” temos, respectivamente, sujeito:
a. (   ) indeterminado e indeterminado
b. (   ) simples e simples
c. (   ) oculto e indeterminado
d. (   ) simples e inexistente
e. (   ) indeterminado e inexistente
2. Aponte a oração em que o sujeito é simples:
a. (   ) Você e ele também são importantes.
b. (   ) Fala-se muito.
c. (   ) Há muitas vagas.
d. (   ) Chegaram ele e o irmão.
e. (   ) Apareceu no bairro um novo circo.
3. Assinale a oração sem sujeito:
a. (   ) Iremos à festa.
b. (   ) Chove muito nesta cidade.
c. (   ) Regressaram os trabalhadores.
d. (   ) Perdeu-se uma boa oportunidade.
e. (   ) Estou aqui.
4. Em: “Construiu-se a ponte”, o sujeito é:
a. (   ) indeterminado
b. (   ) simples (se)
c. (   ) inexistente
d. (   ) composto
e. (   ) simples (a ponte)
5. Assinale a única oração que não possui sujeito:
a. (   ) Os tomates caíram sobre ele.
b. (   ) Queixou-se da prova.
c. (   ) Havia saído o aluno.
d. (   ) Não existe essa possibilidade.
e. (   ) Neva muito na Europa.
6. Assinale a alternativa que tem oração sem sujeito:
a. (   ) Existe um povo que a bandeira empresta.
b. (   ) Embora com atraso, haviam chegado.
c. (   ) Existem flores que devoram insetos.
d. (   ) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.
e. (   ) Há de haver recurso desta sentença.
7. Assinale a alternativa que indica o termo da oração que está fora do padrão de construção na língua portuguesa (sujeito + predicado + complementos) na estrofe abaixo:
“Lembro-me que, em certo dia,
Na rua, ao sol de verão,
Envenenado morria
Um pobre cão.”
a. (   ) objeto direto: um pobre cão
b. (   ) sujeito: um pobre cão
c. (   ) sujeito: certo dia
d. (   ) predicado: lembro-me
e. (   ) predicativo do sujeito: me
8. Identifique, nas orações abaixo, o sujeito e seu núcleo e classifique-o:
a) A menina distraída perdeu o anel.
Sujeito ___________: ________________________
Núcleo do sujeito: ___________________________
b) O cachorro barulhento e o papagaio tagarela chamam a atenção.
Sujeito ___________ : _____________________
Núcleo do sujeito:________________________________________
c) Os alunos deram um duro na prova.
Sujeito ____________ : ______________
Núcleo do sujeito: _________________________________________
d) O motorista novo errou o caminho.
Sujeito ______________: __________________
Núcleo do sujeito: ____________________________
e) Ali vêm os meus amigos.
Sujeito __________: __________________________
Núcleo do sujeito: _____________________________
f) Divertiam-se muito as crianças.
Sujeito ____________: __________________________
Núcleo do sujeito :_______________________________
g) Nosso time venceu a partida.
Sujeito ______________: ___________________________
Núcleo do sujeito: __________________________________
h) A torcida, animada, aplaudia os atletas.
Sujeito ____________: ________________________
Núcleo do sujeito:______________________________
9. Transforme o sujeito simples em sujeito composto, usando a palavra entre parênteses, e fazendo as adaptações necessárias na frase:
a) A mãe estava eufórica. (filhos)
b) O terreno é nosso. (casa)
c) A jabuticabeira está carregada de frutos. (abacateiro)
d) O jasmim perfuma o ar. (cravo)
e) A casa é nossa. (cachoeira)
f) O vale é verde. (montanha)
g) O filho concordou. (filha)
h) Desculpou-se o rapaz. (moça)
10. Escreva nos parênteses – OSS para oração sem sujeito; SC para sujeito composto; SS para sujeito simples; SI para sujeito indeterminado; SO para sujeito oculto.
a. (     ) A escola ficava num morro.
b. (     ) Os meninos e as meninas estavam no pátio.
c. (     ) Venta
d. (     ) e chove.
e. (     ) Há muitos trabalhadores na fábrica.
f. (     ) A abelha e o beija-flor sugam o néctar das flores.
g. (     ) Faz dois meses
h. (     ) que cheguei.
i. (     ) Já faz três anos.
j. (     ) Roubaram os documentos.
k. (     ) Gosto da natureza.
11. Transforme os sujeitos compostos em sujeitos simples, sem alterar o sentido da frase:
a) Eu e você iremos à festa.
b) Eu e tu faremos a tarefa.
c) Eu e ele discutimos bastante.
d) Tu e ela voltastes cedo.
e) Tu e eles obtivestes sucesso.
f) Ele e ela vivem discutindo.
12. Retire da frase o que se pede entre parênteses:
a) Helena defendeu Henrique. (sujeito)
b) O velho pátio estava vazio. (núcleo do sujeito)
c) Minha joia desapareceu. (predicado)
d) Tu era conscienciosa. (sujeito)
e) Você acertou. (predicado)
f) O rapaz desistiu. (predicado)
g) A pulseira nova sumiu. (núcleo do sujeito)
h) Os cochichos eram muitos. (núcleo do sujeito)
_______________________________________
GABARITO:
Questões:    1. c       2. e        3. b         4. e       5. e        6. e        7. b
Questão 8.
a) Sujeito simples: a menina distraída      Núcleo do sujeito: menina
b) Sujeito composto: o cachorro barulhento e o papagaio tagarela    Núcleo do sujeito: cachorro, papagaio
c) Sujeito simples: os alunos         Núcleo do sujeito: alunos
d) Sujeito simples: o motorista novo        Núcleo do sujeito: motorista
e) Sujeito simples: os meus amigos       Núcleo do sujeito: amigos
f) Sujeito simples: as crianças         Núcleo do sujeito: crianças
g) Sujeito simples: nosso time        Núcleo do sujeito: time
h) Sujeito simples: a torcida        Núcleo do sujeito: torcida
Questão 9.
a) A mãe e os filhos estavam eufóricos.
b) O terreno e a casa são nossos.
c) A jabuticabeira e o abacateiro estão carregados de frutos.
d) O jasmim e o cravo perfumam o ar.
e) A casa e a cachoeira são nossas.
f) O vale e a montanha são verdes.
g) O filho e a filha concordaram.
h) Desculparam-se o rapaz e a moça.
Questão 10.
a. ( SS )  b. ( SC )   c. ( OSS )   d. ( OSS )  e. ( OSS )  f. ( SC )    g.( OSS )   h. ( SO )    i. ( OSS ) j. ( SI )  k. ( SO )
Questão 11.
a) Nós iremos à festa.
b) Nós faremos a tarefa.
c) Nós discutimos bastante.
d) Vós voltastes cedo.
e) Vós obtivestes sucesso.
f) Eles vivem discutindo.
Questão12.
a) Helena
b) pátio
c) desapareceu
d) Tu
e) acertou
f) desistiu
g) pulseira
h) cochichos


TEXTO: NOSSAS CIDADES - L.LOBO - PARA O ENSINO MÉDIO COM GABARITO

TEXTO: NOSSAS CIDADES

        Nossas cidades não são uma selva da asfalto e concreto; são enormes zoológicos humanos, onde vivemos em condições que não são naturais para a nossa espécie e onde corremos perigo também de enlouquecer de tensão, de adoecermos de civilização, pelo nariz, pela boca, pelos ouvidos.
        Você, por exemplo, respira de 20 mil a 30 mil vezes por dia, inspirando de cada vez mais ou menos meio litro de ar. Cerca de 30% desse ar enche 350 milhões de minúsculos compartimentos no pulmão, onde o sangue troca o venenoso dióxido de carbono por oxigênio, sem o qual a vida é impossível. Nas grandes cidades, o ar contém centenas de toxinas que prejudicam o desenvolvimento normal das células. Os gases que escapam dos veículos a gasolina, por exemplo, impedem a perfeita oxigenação do sangue e provocam alergias, doenças do coração e câncer. O monóxido de carbono é assimilado pelos glóbulos vermelhos 200 vezes mais depressa que o oxigênio. E o chumbo, derivado do tetraetileno de chumbo, é prejudicial acima de 100 milionésimos de grama por metro cúbico de ar, concentração que já existe em qualquer cidade de tamanho médio no Brasil.
        E a água que bebemos? Os rios, principal fonte de água potável, são usados como canais de esgoto e despejo. A vida animal, na maior parte dos rios que abastecem as grandes cidades, já não existe, porque a vida é impossível, não está para peixe. Este líquido clorado, recuperado, da nossa era higiênica tem pouca coisa a ver com a água potável, de nascente, digna de peixe e de homem. Estações de tratamento, filtros, toda a química disponível não consegue esconder que estamos bebendo um líquido que supre as nossas necessidades vitais, mas que é chamado água apenas por hábito.
        Além disso, estamos ficando surdos. Em cada cem cariocas (ou paulistas, ou gaúchos), dez têm problemas de audição e cinco foram vítimas da poluição sonora. Hoje em dia há duas vezes mais pessoas surdas do que há dez anos, e a gente da cidade só ouve sons a partir de 36 decibéis, 10 na melhor hipótese, enquanto o homem do campo ouve ruídos d até 1 decibel.
        Dor de cabeça, fadiga excessiva, nervosismo, distúrbios de equilíbrio, afecções cardíacas e vasculares, anemias, úlceras de estômago, distúrbios gastrintestinais, neuroses, distúrbios glandulares, curto circuitos nervosos, tudo isso pode ser provocado pelo barulho das grandes cidades. E nem é preciso que seja barulho excessivo, porque, na maior parte das vezes, ele já é incômodo e contínuo.
        Enjaulados, enquanto não fizemos desse zoológico um jardim mais verde, mais limpo, mais saudável, menos neurótico, a única solução é sairmos de vez em quando para respirar ar puro, beber água de verdade, ouvir o silêncio, sentir os cheiros da vida e reconquistar a tranquilidade perdida.    
                           
                                                  LOBO, L. Turismo em foco. Ano IV, n. 19. p. 19.

Afecção: doença.
Anemia: diminuição de hemoglobina do sangue, fraqueza, debilidade.
Decibel: unidade de medida da intensidade do som.
Dióxido de carbono: substância tóxica derivada do carbono.
Inspirar: fazer o ar entrar nos pulmões, oferecer uma base, um fundamento; criar disposição para determinada ação.
Monóxido de carbono: substância tóxica derivada do carbono.
Tensão: corrente elétrica; esticamento, rigidez; estado de ansiedade ou angústia, estresse.
Tetraetileno de chumbo: substância tóxica derivada do chumbo.
Toxina: substância tóxica segregada por seres vivos.

1 – Algumas palavras desse texto são polissêmicas, isto é: podem ter significados completamente diferentes, conforme o texto. Por exemplo: tensão e inspirar.
a)     Indique o significado da palavra tensão, em cada uma das frases seguintes.
- O pessoal estava em silêncio, mas a tensão era evidente: alguma coisa estava por acontecer.
Estado de ansiedade ou angústia.
- O funcionário da empresa morreu há pouco, eletrocutado por um cabo de alta tensão.
Corrente elétrica.
- A tensão da corda era tal, que se romperia ao menor esforço.
Esticamento, rigidez.

b)    Indique o significado da palavra inspirar, em cada uma das frases seguintes:
- A novela foi inspirada no livro de Rubem Fonseca.
Ter como base.

- Nossa respiração tem dois movimentos: inspirar e expirar.
Fazer entrar o ar nos pulmões.

- Pouca coisa o inspira, nesta etapa da vida.
Criar disposição para fazer alguma coisa.

c)     Qual a diferença entre polissemia e conotação?
A polissemia de uma palavra está dicionarizada. Isso quer dizer que todos os falantes podem saber que em um contexto manga significa fruta, em outro, significa parte de roupa que cobre o braço ou parte dele, ou espaço usado para criar gado.
A conotação pode acontecer com qualquer palavra, e sua percepção não chega a todos os falantes, ou não chega da mesma maneira.

2 – A estrutura do texto é bastante clara. Cada parágrafo constitui uma parte dele e colabora com um dado para a construção do significado do texto. Indique abaixo a ideia central de cada um deles.
1º parágrafo: Os problemas de nossas cidades.
2º parágrafo: A poluição do ar.
3º parágrafo: A poluição das águas.
4º parágrafo: A poluição sonora e a surdez.
5º parágrafo: A poluição sonora e outras doenças.
6º parágrafo: Solução para o homem: sair de vez em quando para o campo.

3 – Releia o primeiro parágrafo do texto. A ordem das últimas palavras é importante para a estrutura do texto? Por quê?
       A ordem das palavras define a ordem em que os tipos de poluição aparecerão no texto.

4 – O autor prefere definir as nossas cidades como “zoológicos humanos”, e não como “selva de asfalto e concreto”. Qual é a diferença entre as expressões, na sua opinião?
       No zoológico, os humanos estão presos, “fora de seu espaço verdadeiro”. A selva sugere uma liberdade que o autor quer dizer que não existe.

5 – “As cidades estão definitivamente condenadas”.
       Você acha que essa frase sintetiza a sua compreensão do texto? Justifique.
       Resposta pessoal.

6 – Indicamos a seguir algumas características da linguagem do texto. Extraia dele um exemplo de cada característica apresentada.
a)     Diálogo direto com o leitor.
- Você, por exemplo...
- E a água que bebemos?

b)    Uso de termos técnicos.
- Dióxido de carbono, tetraetileno de chumbo.
- Afecções cardíacas, decibéis.

c)     Preocupação com números e estatísticas.
- 20 mil ou 30 mil.
- A partir de 10 decibéis.
- Em cada cem cariocas, dez têm problemas...

d)    Elementos de humor.
- A vida é impossível, não está para peixe...
- Água potável, de nascente, digna de peixe e de homem.

7 – O primeiro parágrafo do texto é baseado numa metáfora. Qual é, e em que expressão ela ressurge, no último parágrafo?
       A metáfora é “Nossas cidades são zoológicos humanos”, que, no último parágrafo, está subentendida no adjetivo “enjaulados”.

8 – O texto tende a algum exagero. Indique pelo menos um exemplo disso.
       O que o texto diz sobre a água, e sobre o que escutamos e o que escuta o homem do campo, tudo é um pouco exagerado: o som de um decibel é o leve farfalhar de uma folha de papel, ou de uma árvore. Quem ouve isso? A própria enumeração longuíssima de doenças, no penúltimo parágrafo, parece ter a intenção de nos impressionar pelo exagero. (É claro que ela poderia ser até maior).

9 – Qual é, na sua opinião, o objetivo principal do autor do texto: informar, divertir, convencer o leitor? Justifique sua posição.
       Esperamos que você tenha percebido que o uso dos termos técnicos, a lógica tão bem estruturada, os exageros em torno da água e da audição, tudo tem o objetivo de convencer o leitor de que ele deve, o quanto antes, sair algumas vezes (não para sempre!) da cidade grande. Quer dizer: fazer turismo (ecológico!). Veja o nome da revista que divulga o texto: Turismo em Foco.


MÚSICA(ATIVIDADES): BAIÃO- LUIZ GONZAGA / INTERPRETAÇÃO COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): BAIÃO

                                                                       LUIZ GONZAGA
“Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor prestar atenção
Morena chegue pra cá
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião.

Eu já dancei balanceio
Chamego, samba e xerém
Mas o baião tem um quê
Que as outras danças não têm
Quem quiser é só dizer
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião.

Eu já dancei no Pará
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém
Por isso quero afirmar
Com toda convicção
Que sou louco pelo baião”.
                                                                       Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

1 – De que assunto trata a música?
       Do baião.

2 – Quais as características desse texto?
       É uma letra de música, com forma de poema. Escrita em versos, reunidos em estrofes.

3 – Que outros ritmos são mencionados no texto?
       O balanceio, chamego, samba e xerém.

4 – Quais os ritmos mais dançados em sua região?
       Resposta pessoal: O rock, o samba e o forró.

5 – Escreva um convite para uma festa junina ou para um forró.
       Resposta pessoal. Dependendo da audiência e da ocasião, o convite, o suporte muda totalmente.

6 – Que tipo de informações você utilizou para redigir esse convite? Em que tipo de interlocutores pensou ao escrever o convite? Você utilizou algum modelo de convite?
       Frases que chamem atenção e animem o povo, utilizando palavras inclusive que são usadas pelo grupo. Horário dia, local e quem vai tocar. A partir de modelos que já li. O convite é endereçado a todos os que queiram se divertir dançando no sábado.



domingo, 4 de junho de 2017

SONETO DE FIDELIDADE - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO


SONETO DE FIDELIDADE
                    Vinícius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto



E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

                 MORAES, Vinícius de. Soneto de fidelidade. In: Antologia poética.
                                                   4. ed. Rio de Janeiro. Ed. do Autor 1967. p. 96.

Entendendo o poema

01 – Nesse consagrado poema, qual o sentimento evidenciado?
      O sentimento evidenciado no poema é o amor intenso a ser compartilhado, tanto na alegria quanto na tristeza, e por isso, fiel.

02 – Na 2ª estrofe, o eu lírico afirma que vai dedicar-se à pessoa amada nos mais diferentes momentos da vida. Quais são esses momentos?
      Os momentos tristes, alegres e comuns da vida.

03 – O que representa uma chama? Como podemos associar essa palavra ao amor para compreendermos, o verso “que não seja imortal, posto que é chama”?
      O amor é como uma chama quente, ilumina, pode queimar, mas apaga, termina.

04 – O que você entende por “Mas que seja infinito enquanto dure”?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Relacionando o conteúdo do poema com a realidade atual, você acha que é possível alguém ser tão fiel a outrem como nos coloca o poeta? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Interprete esses dois versos: Por que, de acordo com o texto, a morte é a angústia de quem vive, e a solidão é o fim de quem ama?
      Sugestão: Quem vive teme a morte. A solidão é o fim de quem ama, pois a vida só faz sentido quando se ama.

07 – O poema se intitula “Soneto de Fidelidade”. Qual ou quais dos itens seguintes traduzem melhor o conceito de fidelidade e de amor no texto?
a)   Fidelidade é entrega total à pessoa amada e renúncia a outras possibilidades amorosas.
b)   Fidelidade é uma exclusividade amorosa que deve durar para sempre.
c)   O amor não é eterno, mas, enquanto dura, deve-se ser fiel a ele de forma intensa e qualitativamente infinita.
d)   Só há fidelidade no amor quando ele é infinitamente duradouro, embora ele possa um dia acabar.


08– O que é um soneto?
       É um poema constituído por dois quartetos e dois tercetos.

09 – Além da função poética, que outra função da linguagem aparece com evidência no texto lido? Justifique sua resposta transcrevendo um verso do poema.
       Função emotiva. “Eu possa me dizer do amor (que tive) ...”, entre outros.

10 – Na primeira estrofe, o que se propõe o eu lírico?
       Propõe-se ser atento e zeloso.

11– O zelo do eu lírico desdobra-se, na segunda estrofe, em quatro comportamentos específicos. Utilizando apenas verbos no infinitivo, indique tais comportamentos.
       Viver, cantar, rir, chorar.

12 – Na primeira estrofe, o amor está relacionado mais a razão que ao sentimento. Destaque a palavra que conota essa ideia.
       Pensamento.

13 – O pronome que do terceiro verso da primeira estrofe tem valor causal, consecutivo ou temporal?
       Valor consecutivo.


14 – Observe a construção do texto, o tipo de composição, a métrica dos versos, o vocabulário e a sintaxe. Identifique a que representantes da tradição literária – clássicos, românticos, realistas, simbolistas – o poema está ligado, justificando com elementos do texto.
      O poema está ligado à tradição clássica, uma vez que fazem uso do soneto, do verso decassílabo e têm uma sintaxe e um vocábulo apurado.

15 – A beleza do poema se deve, em grande parte, ao emprego de recursos sonoros e de imagens construídas a partir de comparações, metáforas, antíteses e outras figuras. Destaque do texto um exemplo de polissíndeto e outro de pleonasmo.
      Polissíndeto: “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto”; Pleonasmo: “Rir meu riso”.

16 – No texto, o eu lírico jura fidelidade à pessoa amada, seja nos momentos de dor, seja nos de alegria. A respeito dos tercetos do poema:
a)   Explique o que significam, para o eu lírico, a morte e a solidão.
Ambas se equivalem, pois implicam a separação da pessoa amada, o que resulta em desilusão, frustação, morte interior.

b)   Dê uma interpretação coerente ao emprego dos parênteses no verso: “Eu posso me dizer do amor (que tive)”.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Talvez o eu lírico esteja extraindo um conceito particular de amor, baseado em sua experiência pessoal.

c)   Interprete a metáfora presente no verso: “Que não seja imortal, posto que é chama”.
Como uma chama, o amor queima e ilumina, mas pode se apagar, pois tem duração finita.

d)   Dê uma interpretação coerente ao paradoxo “Que seja infinito enquanto dura”, empregado pelo eu lírico para expressar seu conceito de fidelidade.
A palavra infinito é empregada com valor qualitativo, e não temporal. Assim, para o eu lírico, fidelidade é sinônimo de entrega total, mesmo que numa relação passageira.

17 – Nas duas primeiras estrofes, o poeta fala do amor no presente. Como ele quer viver o amor? Assinale as alternativas corretas, segundo a visão do poeta.
(   ) Sem muito zelo, curtindo os bons momentos;
(X) Com atenção, com intensidade; louvando-o;
(   ) Com preocupação, medo de uma traição; inquietação;
(X) Com encanto; rindo com seu contentamento;
(   ) Chorando com seu pensar.

18 – Trabalhando com vozes verbais. Assinale a alternativa correta.
a)   Passando “Dou uma rosa com amor” para a voz passiva, temos:
(X) Uma rosa é dada por mim com amor.
(   ) Uma rosa será dada com amor por mim.
(   ) Deram uma rosa com amor.
(   ) Com amor, eu dou uma rosa.
(   ) Eu, com amor, poderei dar uma rosa.

b)   A oração correspondente a: “Escreveram-me muitas cartas nas férias” é:
(   ) Muitas cartas eram escritas nas férias.
(   ) Muitas cartas são escritas nas férias.
(   ) Muitas cartas seriam escritas nas férias.
(X) Muitas cartas foram escritas nas férias.
(   ) Muitas cartas serão escritas nas férias.

19 – Use as letras (A); (B) e (C) para relacionar as frases abaixo apenas às orações com sujeito indeterminado:
A - Pedro falou bem da escola.
B - Meu pai comeu muito bem naquele restaurante.
C – A menina vivia feliz ali.

(B) Comeram caqui na feira.
(A) Falaram bem da escola.
(C) Viviam felizes ali.
(B) Come-se bem em Minas Gerais.
(C) Vivo feliz ali.
(A) Falou-se muito da escola.

(B) Comeu-se caqui na feira.



CRÔNICA: O RATO E O CANÁRIO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE -COM GABARITO


CRÔNICA – O RATO E O CANÁRIO
                      Carlos Drummond de Andrade

        Homem com fome, o que é comum; sem comida para satisfazer sua fome, o que também não é raro. Aparência modesta, mas digna; barba por fazer; cara de necessidade. Levava uma sacola. Passou pelo restaurante também simpático modesto, com qualquer coisa de simpático – a cor das paredes, talvez – e entrou. Foi direto ao gerente, na caixa:
        --- Desculpe... Se lhe disser que há cinco dias eu não como propriamente, só estarei falando verdade. Mas o senhor não vai acreditar.
        --- Por que não?
        --- Sinto que é compreensivo.
        --- Também já passei dias sem levar um bocado a boca, e sei que não é nada divertido.
        --- Então eu queria lhe pedir...
        Não precisou explicar. O gerente chamou o garçom.
        --- Sirva alguma coisa a esse senhor. Por conta da casa.
        E voltou-se para o recém-chegado:
        --- Hoje é o meu dia de ajudar o próximo. Aniversário da minha santa mãezinha, que Deus tenha.
        O homem sentou-se, comeu lentamente, saboreando o prato simples que uma senhora desconhecida e falecida lhe despachava do céu. Acabando, voltou à caixa:
        --- Claro que não posso te pagar, o amigo sabe. Mas agradecer de coração, isso eu posso.
        --- De nada, ora essa.
        --- Mas não vou embora sem lhe provar e alguma maneira minha gratidão. Tenho aqui uma curiosidade, que o senhor vai apreciar.
        Tirou da sacola um piano minúsculo e um ratinho, e disse a este:
        --- Toque, Evaristo.
        Evaristo não se fez de rogado, e executou um trecho de Pour Elise com bastante sensibilidade.
        --- É fantástico! – exclamou o gerente. – Nunca vi coisa igual.
        --- Tem mais. O senhor ainda não viu o meu canarinho.
        Surgiu da sacola um canário-da-terra, dócil à convocação.
        --- Aquela modinha, Sizenando.
        Com acompanhamento de piano por Evaristo, Sizenado atacou É a Ti. Flor do Céu, arrancando discreta lágrima do gerente.
        --- Que beleza! Mas o senhor, não leve a mal eu perguntar, com esse tesouro nas mãos, precisa viver desse jeito?
        --- Ah, meu amigo, não posso, não devo explorar esses inocentes. Como é que iria mercantilizar os dons do Evaristo e do Siza, que considero meus filhos, de tanto que eu gosto deles?
        Diante do gerente boquiaberto, o homem retirou-se com a sacola e seu conteúdo. Foi andando pela rua. De repente estacou, preocupado.
        --- Eu não devia ter feito isso com um cara tão generoso, que me matou a fome.
        Voltou ao restaurante, onde o gerente o recebeu com surpresa:
        --- Esqueceu alguma coisa? Não vai me dizer que, cinco minutos depois, está novamente com o estômago vazio? Ou pensou melhor, e quer me vender os dois artistazinhos e mais o pianito?
        --- Nada disso. Vim por uma questão de consciência.
        --- Como disse?
        --- Questão de consciência. O senhor foi tão legal comigo...
        --- E daí?
        --- Daí que eu não tinha o direito de fazer o que fiz.
        --- E que fez o amigo senão me regalar com o seu par de artistas que me fizeram subir água aos olhos?
        --- Por isso mesmo. O senhor se comoveu com a audição, mas não é justo que continue iludido num ponto fundamental.
        --- Cada vez percebo menos. Desembuche, homem!
        --- O seguinte. Eu enganei o senhor. O Siza não canta coisa nenhuma, é um canário bobo, faz aquela figuração toda, mas quem canta mesmo é o Evaristo, que é ventríloquo!
        Este caso me foi contado por um amigo merecedor de crédito, mas fico na dúvida se não será criação de algum escritor, adaptada ao modo de ser carioca. Neste caso, que o autor me perdoe o avanço em sua obra.

                                        ANDRADE, Carlos Drummond de. O rato e o canário.
                                     In: Boca de luar. Rio de Janeiro. Record. 1984, p. 96-9.

Bocado: porção de alimento.
Pour Elise: conhecida composição musical de Beethoven.
Regalar: alegrar, causar prazer.
Ventríloquo: aquele que sabe falar sem abrir a boca, de modo que a voz parece sair de outra fonte que não ele.

1 – O narrador atribui a mesma característica ao homem faminto e ao restaurante. Qual?
       A modéstia.

2 – “... saboreando o prato simples que uma senhora desconhecida e falecida lhe despachava do céu.” Explique essa passagem do texto.
       O dono do restaurante considerou que ajudar um faminto seria uma homenagem ao aniversário de sua falecida mãe.

3 – O fato narrado no texto é real ou fictício? Por quê?
       Trata-se de um fato fictício, pois ratos e canários não apresentam as habilidades que lhes são atribuídas na narrativa.

4 – Releia as linhas 43 e 44 e depois o penúltimo parágrafo do texto. A fala final do faminto é esperada pelo leitor ou constitui um “final-surpresa”?
       Constitui um final-surpresa, pois o fato ainda mais inacreditável do que já era.

5 – Para se comunicar, as personagens desse texto utilizam exclusivamente a língua falada: elas dialogam. Transcreva fragmentos das falas do homem faminto que indiquem: julgamento, simples informação, ordem.
       Julgamento: “Sinto que é compreensivo”;
       Simples informação: “Desculpe... Se lhe disser que há cinco dias eu não como propriamente, só estarei falando verdade. Mas o senhor não vai acreditar”.
       Ordem: “Toque, Evaristo”.

6 – O texto prende a atenção do leitor e reserva a ele duas surpresas. Quais?
       Primeiro, a apresentação feita pelos “artistas”. Depois, o final inesperado.