domingo, 17 de março de 2024

GRAMÁTICA: PRONOME - CLASSIFICAÇÃO - PRONOME PESSOAL - COM GABARITO

 Gramática: Pronome – Classificação – Pronome Pessoal

        Leia as frases:

        André é bom pescador. Ele pescou três peixes.

        Márcia e Luís estão conversando. Eles são bons amigos.

        A palavra André é um substantivo, um nome. A palavra ele refere-se ao nome André.

        As palavras Márcia e Luís são substantivos. A palavra eles refere-se aos nomes Márcia e Luís.

        Ele e eles são chamados pronomes pessoais.

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        Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoas que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa.

        Os pronomes classificam-se em: Pronome pessoal, Pronome relativo. Pronome possessivo, Pronome indefinido, Pronome demonstrativo e Pronome interrogativo.

        Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas.

1ª pessoa – quem fala.

2ª pessoa – com quem fala.

3ª pessoa – de que ou de quem se fala.

        Os pronomes pessoais são:

        Caso reto – eu; tu; ele, ela; nós; vós; eles, elas.

        Caso oblíquo – me, mim, comigo; te, ti, contigo; o, a, lhe, se, si, consigo; nos, conosco; vos, convosco; os, as, lhes, se, si, consigo.

        Nos pronomes pessoais estão incluídos também os pronomes de tratamento.

        Os pronomes de tratamento são usados na comunicação com governadores, reis, príncipes, pessoas especiais.

Entendendo a gramática:

01 – Reescreva as frases, substituindo os substantivos destacados por pronomes pessoais do caso reto.

a)   Vera é minha amiga.

Ela é minha amiga.

b)   Marcos e Paulo viajaram.

Eles viajaram.

c)   O carro é vermelho.

Ele é vermelho.

d)   As lojas estão fechadas.

Elas estão fechadas.

02 – Complete as frases com pronomes pessoais do caso reto.

a)   Eu estudo a lição.

b)   Ele/ela andou de trem.

c)   Eles/elas estudam a lição.

d)   Tu cantas na pracinha.

e)   Nós ouvimos a música.

f)     Eles/elas viajaram de avião.

03 – Substituía o substantivo destacado pelo pronome oblíquo correspondente.

a)   Observe: Marta comprou o livro. Marta comprou-o.

·        José levou a irmã. José levou-a.

·        Lúcia vendeu as blusas. Lúcia vendeu-as.

·        Roberto vendeu as casas. Roberto vendeu-as.

·        Eu encontrei os livros. Eu encontrei-os.

·        Vera lavou os copos. Vera lavou-os.

·        Ela carregou a panela. Ela carregou-a.

b)   Observe: Vou comprar o lápis. Vou compra-lo.

·        Vou vender o caderno. Vou vende-lo.

·        Preciso lavar a roupa. Preciso lavá-la.

·        Vou carregar a boneca. Vou carrega-la.

·        Quero costurar as blusas. Quero costura-las.

·        Vou puxar o carrinho. Vou puxá-lo.

·        Vou enrolar os presentes. Vou enrolá-los.

04 – Substitua as expressões destacadas pelos pronomes oblíquos lhe ou lhes.

a)   Ofereci a ela uma flor. Ofereci-lhe uma flor.

b)   Dei a ele um presente. Dei-lhe um presente.

c)   Disse a elas toda a verdade. Disse-lhes toda a verdade.

d)   Dei a Vera e a André um cartão. Dei-lhes um cartão.

e)   Mandei a eles uma carta. Mandei-lhes uma carta.

05 – Reescreva as frases, substituindo as palavras em destaque por pronomes retos ou oblíquos.

a)   Os artistas pintaram o muro e iluminaram o muro.

Eles pintaram o muro e iluminaram-no.

b)   Cristina jogou água em Totó e deu banho nele.

Ela jogou água em Totó e deu-lhe banho.

c)   Os alunos viram a professora e quiseram falar com ela.

Eles viram a professora e quiseram falar-lhe.

d)   O filho ofereceu flores à mãe.

Ele ofereceu-lhe flores.

06 – Use corretamente eu ou mim para completar as frases.

a)   Entre mim e Isabela não há nada.

b)   Trouxeram os livros para eu ler.

c)   Houve uma conversa entre mim e Vera.

d)   Deixaram tudo para eu fazer.

e)   Não faças nada sem mim.

07 – Dê as abreviações dos pronomes de tratamento abaixo.

  Vossa Senhoria: V. S ª.

·        Vossa Santidade: V. S.

·        Meritíssimo: usado por extenso.

·        Vossa Alteza: V. A.

·        Vossa Eminência: V. Emª.

·        Ilustríssimo: Ilm°.


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GRAMÁTICA: PRONOMES POSSESSIVOS - DEMONSTRATIVOS - RELATIVOS - INDEFINIDOS - INTERROGATIVOS - COOM GABARITO

 Gramática: Pronomes Possessivos – Demonstrativos - Relativos – Indefinidos – Interrogativos

        Leia:

        Meu gatinho gosta de leite e o seu gosta de carne.

        As palavras meu e seu são pronomes possessivos.

        Pronomes possessivos são aqueles que indicam ideia de posse.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbqKWm6FSFs5QmdlmHZUw0eiC__D28FK1K09FgfrBeFPkA5tmneZGlruhu7vA34YdazD8q7q70PHgV7FCxIMPbjoRKD-k4fG-rEiGBa2ecHyTsp0KutejlJDFHANmpEJKBq_84w_mbVudxuwPoA4H0JZ7umPgXLZzVci5To89RPfd7ikc4QmMxtNBJD0Q/s320/PRONOMES.jpg


        Os pronomes possessivos são:

Singular – 1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas.

                  2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas.

                  3ª pessoa: seu, sua, seus, suas.

Plural – 1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas.

              2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossas.

              3ª pessoa: seu, sua, seus, suas.

        O pronome possessivo concorda em número e gênero com a coisa possuída.

        Pronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição de um ser qualquer em relação a outro ser.

        Os pronomes demonstrativos são: esta, essa, aquela; estas, essas, aquelas; este, esse, aquele; estes, esses, aqueles; isto, isso, aquilo.

        Empregamos:

·        Este, esta, estes, estas, isto – próximo da pessoa que fala.

·        Esse, essa, esses, essas, isso – próximo da pessoa com quem se fala ou coisa pouco distante.

·        Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo – próximo da pessoa de quem se fala ou coisa muito distante.

        Se o pronome demonstrativo se referir a um ser qualquer no tempo, podemos emprega-lo assim:

·        No presente – este, esta, estes, estas, isto.

·        No passado ou futuro pouco distante – esse, essa, esses, essas, isso.

·        No passado muito distante – aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

        Pronomes relativos são aqueles que se referem a um nome, a uma palavra que vem antes deles. Exemplo: A história que eu li é interessante.

        O pronome que está se referindo à palavra história: a história a qual eu li é interessante.

        São pronomes relativos: o qual, os quais, a qual, as quais; cujo, cujos, cuja, cujas; quanto, quantos, quantas; que, quem, onde.

        Pronomes indefinidos são aqueles que se referem à terceira pessoa, de modo vago, indeterminado, impreciso.

        São pronomes indefinidos: algum, alguma, alguns, algumas; nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas; todo, todos, toda, todas; outro, outra, outros, outras; muito, muita, muitos, muitas; pouco, pouca, poucos, poucas; certo, certa, certos, certas; vários, varias; tanto, tanta, tantos, tantas; quanto, quanta, quantos, quantas; qualquer, quaisquer; alguém, ninguém; nada, cada, outrem, algo.

        Pronome interrogativo é aquele usado nas orações interrogativas.

        São pronomes interrogativos: que, quem, qual; quanto, quais, quanta; quantas, como, onde.

Entendendo a gramática:

01 – Leia as orações abaixo, sublinhe e pinte em vermelho os pronomes possessivos e em amarelo os pronomes demonstrativos.

a)   O garoto me explicou toda esta história.

b)   Nossos cadernos pertencem a esta sala.

c)   Tudo isso é fácil de explicar.

d)   Aquele garoto comeu todo o meu lanche.

e)   Ele era o seu melhor amigo e meu colega predileto.

f)     Aquilo que você fez desagradou nossos pais.

02 – Crie frases com os pronomes interrogativos que você escolher.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Complete, usando este ou esse.

a)   Este livro que está comigo é novo.

b)   Esse caderno que está com você é amarelo.

c)   Este relógio que ganhei está parado.

d)   Esse jogo que está com você é interessante.

e)   Pegue esta cadeira que está comigo.

f)     Pegue esse lápis que está junto de você.

04 – Complete, usando o pronome demonstrativo adequado.

a)   Vera e Lia são boas alunas; aquela escreveu uma historinha e esta uma poesia.

b)   Isto que eu ganhei é um relógio e aquilo que está nas mãos de Rosinha é um rádio.

c)   Estes são os meus sonhos: estudar e viajar.

d)   Esse livro que está com você é uma biografia.

e)   Aquele garoto que mora perto de você é meu irmão.

f)     Aquilo que conversei com você na semana passada é segredo.

05 – Sublinhe os pronomes relativos.

a)   Aquele garoto, cujo pai é deputado, é meu grande amigo.

b)   Eu o conheci no bairro em que titia morava.

c)   Foi Marcelo quem me falou sobre você.

d)   Não sei qual a razão de tanta vaidade.

06 – Nas frases seguintes, relacione os termos destacados de acordo com:

(a)  Pronome relativo.

(b)  Pronome indefinido.

(c)  Pronome demonstrativo.

(d)  Pronome possessivo.

(b) Nenhum aluno compareceu.

(c) Aquele garoto é inteligente.

(b) Ninguém está satisfeito.

(c) Este menino está doente.

(a) Não conheço a menina a quem se refere.

(d) O seu mapa está errado.

(d) Não recebi nosso dinheiro.

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

CRÔNICA: CABEÇAS-DE-VENTO - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

  Crônica: Cabeças-de-Vento

                                       Walcyr Carrasco

 UM DOS MAIORES SUSTOS de minha vida aconteceu exclusivamente por culpa minha. Trabalhava em um escritório em uma pequena travessa do bairro dos Jardins. Recebi um amigo, conversamos. Saímos de noitinha. Chuviscava; Corremos até o carro. Tentei abrir, não conseguia. Um carro entrou na rua em disparada. Brecou rangendo os pneus. Quatro rapazes mal-encarados saíram às pressas, deixando as portas abertas. Não tive dúvidas: íamos ser assaltados. O escritório fechado. Rua vazia. Gelei. Um dos sujeitos parou a dois metros. Os outros formaram um arco atrás dele.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_HWp7PnJUgllfb6hSDlwcWtlLFQBMLpMuTI-UIjHJu30VkWLaM8AEhvOW19EsIqXKHvtYBMPKuLQQNT69-seC6qcgOQVWzWYEFD_3z2k3oPpZ_2XCilUfEjmTJjYFwWJmB_PXV6g7kRcBNEo57RCTKUkBJF2Kjwi0M3-E4DhJ7Flz6Z-Mqqaqgng5AhY/s320/CABE%C3%87A.jpg


— Boa noite — rosnou.

— Boa noite — gemi de volta.

         — Largue o carro — gritou ele.      

Tremi. Era mesmo um bando de ladrões. Eu e meu amigo imóveis de medo.

— Vamos, largue o carro! — insistiu o mal-encarado.

— Mas... é meu -— consegui dizer, quase em lágrimas, abraçando o capo. — E seu coisa nenhuma. É meu.

Ergueu o punho, ameaçador. Já ia responder quando olhei para o lado. Lá estava meu carro, estacionado a poucos metros. Quem estava tentando levar o automóvel alheio era eu! Constrangidíssimo, tentei explicar:

— Ih! Acho que me enganei. O meu é aquele lá.   

 Quem poderia acreditar? O meu era azul, o dele marrom. Pior: de modelos completamente diferentes. Meu amigo babava com o vexame. Fugimos às pressas, antes de levarmos uma surra. Certamente o sujeito e a turma vão contar a vida toda como certa vez afugentaram dois perigosos ladrões com a boca na botija.

Carros são um prato ótimo para distraídos. Dia desses um amigo entrou na garagem do prédio, que tem dois pavimentos. Horrorizado, descobriu que seu carro estava todo enlameado.

— Alguém deve ter usado escondido! Só pode ser o garagista!

Cheio de raiva, pegou uma mangueira. Lavou. Arrumou pano velho para enxugar. Quando chegou na frente, notou parte da pintura descascada.

   — Ainda por cima devem ter raspado na parede. E muita safadeza. 

Já estava prestes a chamar o síndico. De repente descobriu que tinha lavado o carro de outra pessoa. Pior, de um modelo diferente do seu! Simplesmente errara o pavimento da garagem, caminhara até onde julgara ser sua vaga e o resto ficou por conta da distração. Tenho uma amiga experta em distrações culinárias. Convida para um churrasco e esquece de comprar a carne. Certa vez preparou um jantar para dez pessoas. Só eu fui. Ficou arrasada. Lá pelas tantas, ligou para um convidado.

— Por que você não veio no meu jantar?

— O quê? Você não avisou!

Tinha esquecido de convidar. Tenho um amigo tão distraído que, em certo dia de chuva, ficou de dar carona a uma companheira na saída do trabalho.

Ofereceu.

— Vou até o estacionamento, tiro o carro e pego você na porta.

A amiga sorriu, agradecida. São raros os cavalheiros hoje em dia. Pois bem:

o "cavalheiro" chapinhou até o estacionamento. Pegou o carro e saiu. A moça aguardava na porta. Ele passou por ela distraidamente, deu tchauzinho e foi embora. A coitada pensou que fosse brincadeira. Quarenta minutos depois percebeu que havia algo errado. Foi obrigada a sair na chuva, no escuro, até um ponto de ônibus Só no dia seguinte, quando estava prestes a levar uns tapas, ele percebeu o engano. — Ih... eu esqueci que você estava me esperando! Se dirijo, às vezes viro na rua errada, sem pensar. Principalmente quando estou acostumado com um caminho e esqueço que vou para outro lugar. Levanto para dar um telefonema urgente, paro para tomar um café e quando lembro passou o horário comercial. Meu amigo Cláudio, um distraído contumaz, jura que é genético. Certa vez, nos bons tempos do centro da cidade, seu avô e sua avó foram assistir a uma ópera no Teatro Municipal. Ela, com casaco de peles e joias, elegante como era de praxe. O casal saiu caminhando. A rua Xavier de Toledo estava em obras, cheia de tapumes e buracos bem fundos. A avó caiu dentro de um deles. O marido nem percebeu. Distraído, foi para casa, sentou-se para ler o jornal. Horas depois a mulher apareceu. Suja de barro até os cabelos. O casaco de pele destruído. Ele espantou-se: — Onde é que você estava?

Hoje em dia daria divórcio. Na época, ela contentou-se em rugir. De tudo, uma lição se aprende. Quando se fala em distraídos, sem dúvida a tragédia anda ao lado da comédia.

Entendendo o texto

01. Qual foi o motivo do susto vivenciado pelo protagonista na crônica?

a) Ele foi perseguido por ladrões.

b) Ele se enganou pensando que ia ser assaltado.

c) Ele perdeu seu carro.

d) Ele viu um acidente de carro.

    02. O que o protagonista abraçou quando os supostos ladrões ordenaram que largasse?

         a) Um poste

         b) Seu amigo

         c) Uma árvore

         d) O capô de um carro

   03. Por que o amigo do protagonista ficou horrorizado ao encontrar seu carro na garagem do prédio?

         a) Estava todo enlameado.

         b) Estava amassado.

         c) Estava com os pneus furados.

         d) Estava bloqueando a saída.

  04. O que o amigo do protagonista descobriu quando chegou na frente do carro que estava lavando?

        a) A pintura estava descascada.

        b) O pneu estava murcho.

        c) O motor estava falhando.

        d) O carro não era o seu.

  05. Qual foi a distração culinária da amiga do protagonista mencionada na crônica?

       a) Esqueceu de comprar carne para o churrasco.

       b) Preparou um jantar para dez pessoas e só o protagonista apareceu.

       c) Não avisou os convidados sobre o jantar.

       d) Esqueceu de acender o fogão.

  06. O que o amigo distraído do protagonista esqueceu de fazer quando prometeu dar carona para a companheira de trabalho?

       a) Tirar o carro do estacionamento.

       b) Encontrar a companheira na porta do trabalho.

       c) Voltar para buscá-la após estacionar o carro.

       d) Ligar para avisar que estava a caminho.

  07. Qual é a principal causa das distrações do protagonista quando dirige?

        a) Ele costuma se distrair com o celular.

        b) Ele tem problemas de visão.

        c) Ele se perde facilmente.

        d) Ele está sempre atrasado.

   08. O que aconteceu com a avó do amigo distraído do protagonista durante uma ida ao Teatro Municipal?

       a) Ela perdeu seu casaco de pele.

       b) Ela ficou presa em um buraco na rua.

       c) Ela foi atropelada.

       d) Ela se perdeu no caminho.

  09. Qual foi a reação do marido da avó do amigo distraído quando ela voltou para casa suja de barro?

       a) Ele ficou muito preocupado.

       b) Ele riu da situação.

       c) Ele não percebeu.

       d) Ele pediu o divórcio.

  10. Qual é a lição que se aprende com as histórias de distrações na crônica?

       a) Distrações podem resultar em tragédias.

       b) Distrações são sempre engraçadas.

       c) É importante prestar atenção aos detalhes.

       d) É inevitável cometer erros por distração.

 

CRÔNICA: O CASAMENTO - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: O Casamento

                 Walcyr Carrasco

 

ENTRO NA SACRISTIA embalsamado em um terno preto. O botão está perigosamente apertado sobre minha barriga. Tremo à ideia de que possa estourar como uma rolha de champanhe quando eu estiver sobre o altar. Serei padrinho de casamento de meu amigo Rodrigo. Sou o primeiro a chegar. Precavido, corro para o toalete. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaO_0qfbVCg2LTqCb0C8QDP8c_dkPCqmdu-o25oaEMefGxphRKMGns8RX90rdRFXAWRA1-rGHq_11GHvFyWNN9KAFg76d3fx61tkQR8Zu4hQ69_q0Cz2mS6acWyXydKM4lQRCfbox5c1Lg7EoyscrWXGJqMn-J8F0HDBtwK9_-dVeWFoqRi3lKREeF0SM/s320/TERNO.jpg


Ando fazendo uma dieta sem sal: Diurética. Ai, que medo! Busco o masculino. Só encontro o feminino. Tranco-me lá dentro, já que ninguém está vendo. Quando saio, há uma fila de mulheres na porta. Disfarço. Os outros padrinhos chegam. Todos estão de camisa branca. Menos eu, que vim de azul. Sinto-me horrível. O noivo também chega. Abraça a todos, visivelmente emocionado. Meu amigo Murilo comenta.

— Está pingando sangue do seu queixo.

Verdade! Havia me cortado ao fazer a barba. Um grupo de madrinhas apressa-se a resolver meu problema.

— Bote o lenço! — Tire o lenço!.

— Jogue água fria!       

É duro transformar-se no centro das atenções enquanto todo mundo espera! Finalmente, estanca por si mesmo. Respiro aliviado.

Uma senhora nos chama. Deveremos entrar em cortejo, em uma ordem,

definida. Dá instruções.

— Padrinhos do noivo devem subir para o lado direito do altar!          

— Ahn?

Minha dama resolve:

— A gente segue o casal da frente. Se ele errar, erramos juntos!

         O noivo confidencia:    .

— Estou nervoso. Você não está?

      — Quem vai casar é você — respondo. — E por que eu estaria?

Não sei por quê, todos riem. Acho que de nervosismo. A mãe do noivo pede um momento. Está chorando tanto que deve refazer a maquiagem. Todos aguardam.

Saímos em cortejo. Na porta da igreja a tal senhora dá um empurrãozinho no meu cotovelo. Entro. Oh! Toda a igreja, de pé, me observa. Penso em sorrir. Mas também não posso ficar arreganhando os dentes. Tento fazer uma expressão de beatitude. Que horror! Eu e minha dama somos mais largos que o corredor! Tento manter a dignidade enquanto caminho batendo o nariz nos arranjos de flores. Subimos ao altar. Erro meu lugar, é claro. Minha amiga, Rosana, a madrinha da frente, me puxa para o local adequado. Ainda bem que não derrubei um castiçal, incendiando os vestidos das madrinhas. Mas quase.

O noivo, trêmulo. Ouve-se a marcha nupcial. Ouve-se a marcha nupcial. Ouve-se a marcha nupcial. Ouve-se.... sim, a marcha nupcial continua sendo ouvida e nada de a noiva entrar. Deve estar dando os últimos retoques na porta da igreja. Finalmente, as portas se abrem. E uma das noivas mais belas que já vi. Nervosíssima! É entregue ao noivo. Começa a cerimônia. Sermão. Minhas pernas latejam. O padrinho do outro lado está olhando exatamente atrás de mim. Olhar fixo. Será que o teto está prestes a despencar na minha cabeça? Quase viro o pescoço. Consigo me conter. Tenho uma certa dificuldade em parecer um senhor sério e bem-comportado. Entra uma menininha com as alianças. Chorando! O noivo corre para pegá-la. Entrega-a à mãe, também presente no altar.

Ouço os "sins". As alianças são trocadas. O padre canta, em Um belo momento. Os noivos choram. A cerimônia termina. Cada um deles vem nos cumprimentar. Sinto uma emoção inesperada. Quando o noivo me abraça, me chamando de amigo, o meu aperto é forte também. Vejo o quanto estão emocionados. As lágrimas escorrem. Percebo, então, como esse ritual tão antigo nos toca, e como os votos adquirem maior valor. Lá do fundo do meu coração brota o desejo sincero de que sejam muito, muito felizes!    

Entendendo o texto

01. O protagonista da crônica está se preparando para ser padrinho de casamento de quem?

a) Seu irmão.

b) Seu amigo Rodrigo.

c) Seu primo.

d) Seu colega de trabalho.

   02. Por que o protagonista está preocupado com o botão de seu terno?

         a) Porque está muito apertado e pode estourar.

         b) Porque está muito frouxo e pode cair.

         c) Porque está manchado.

         d) Porque está rasgado.

    03. Qual é o problema que o protagonista encontra ao procurar o banheiro masculino?

          a) Está trancado.

          b) Está sujo.

           c) Não consegue encontrar o banheiro masculino.

           d) Só encontra o banheiro feminino.

    04. O que acontece com o protagonista enquanto ele está no altar?

           a) Ele derruba um castiçal.

           b) Ele se perde no corredor.

           c) Ele bate o nariz nos arranjos de flores.

           d) Ele esquece as alianças.

   05. Por que a cerimônia de casamento é interrompida brevemente?

          a) Porque a noiva está atrasada.

          b) Porque o noivo está chorando muito.

          c) Porque o teto da igreja está prestes a cair.

          d) Porque o padre se enganou nas palavras.

   06. O que o protagonista sente quando o noivo o chama de amigo e o abraça?

          a) Desconforto.

          b) Alegria.

          c) Nervosismo.

          d) Tristeza.

  07. Quem é responsável por conduzir o protagonista até o local adequado no altar?

          a) O noivo.

          b) A mãe do noivo.

          c) A dama de honra.

          d) O padre.

  08. Qual é o sentimento predominante do protagonista no final da cerimônia?

          a) Frustração.

          b) Tédio.

          c) Emoção.

          d) Desconforto.

  09. O que o protagonista faz para tentar parecer bem-comportado durante a cerimônia?

          a) Sorri exageradamente.

          b) Mantém uma expressão de beatitude.

          c) Faz piadas.

          d) Ignora o que está acontecendo.

 10. O que o protagonista sente quando percebe a emoção dos noivos durante a cerimônia?

          a) Indiferença.

          b) Inveja.

          c) Empatia.

         d) Raiva.