CRÔNICA: Café na avenida: certo ou errado?
Angélica Larissa Ferreira
Um fato estranho aconteceu em minha cidade. O prefeito interditou a avenida
principal para secagem de café, provocando muita polêmica.
Um cafeicultor pediu um espaço ao prefeito alegando que a colheita estava
atrasada por causa da chuva, como a safra foi muito grande ele já não possuía
espaço sufi ciente para secar café.
Segundo ele, se o prefeito não cedesse um espaço, ele teria que parar com a safra e demitir duzentos trabalhadores rurais.
Algumas pessoas estão revoltadas com a atitude do prefeito, mas outras consideram que ele está certo.
Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas, porque é candidato à reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou o trânsito; que a população não foi avisada com antecedência e que essa atitude abre precedentes para outros produtores solicitarem o mesmo benefício, caso fiquem em dificuldades.
Os que são favoráveis dizem que a medida impediu a demissão dos trabalhadores, que a avenida é larga o sufi ciente para ser usada em mão dupla e que será utilizada por pouco tempo, aproximadamente trinta dias.
Eu penso que com a pista interditada havia possibilidade de acontecer acidentes, visto que a interdição da avenida não foi mesmo comunicada com antecedência à população. Esta avenida é uma das mais movimentadas de minha cidade, pois dá acesso ao distrito industrial, à usina de açúcar e álcool e à rodovia estadual próxima, portanto não deveria estar sendo usada dessa forma.
Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros terreiros para secar café ou tentar encontrar outra solução sem incomodar os cidadãos, pois acredito que dinheiro não é problema para ele, já que como foi publicado no jornal da cidade o cafeicultor é o maior produtor da região.
Apesar de algumas pessoas garantirem que o decreto do prefeito é legal, porque está previsto na lei orgânica do município em seu artigo 94, o promotor de justiça afirmou que “a medida é juridicamente discutível”.
Portanto, sou contra a colocação do café na avenida porque privilegia alguns em detrimento de outros, abre precedentes e atrapalha o trânsito da cidade.
Disponível em: .Acesso em: 12 nov. 2020.
Angélica Larissa Ferreira, aluna da professora Maria Ângela Tidei,
da E. E. Professora Laura Rebouças de Abreu,
participante do Prêmio Escrevendo o Futuro.
ENTENDENDO O TEXTO
01. No trecho “a medida é juridicamente discutível’’, o termo destacado
refere-se à
(A) reeleição do prefeito.
(B) interdição da avenida
(C) lei orgânica do município.
(D) demissão dos trabalhadores.
A avenida principal foi
interditada para a secagem de café.
03. Por que um cafeicultor
solicita o espaço ao prefeito?
O cafeicultor alegou que a colheita
estava atrasada devido à chuva e que não tinha espaço suficiente para secar o
café devido à grande safra.
04. Quantos trabalhadores
rurais o cafeicultor afirmaram que teriam que deixar se não conseguissem espaço
para secar o café?
O cafeicultor afirmou que teria que
deixar cem trabalhadores rurais.
05. Quais são os argumentos
das pessoas que são contra a atitude do prefeito?
As pessoas contra a
atitude do prefeito argumentaram que ele agiu por interesses políticos devido à
reeleição, que a medida atrapalhou o trânsito, que a população não foi avisada
antecipadamente e que isso poderia abrir precedentes para outros produtores.
06. Por que as pessoas
desenvolvidas à medida do prefeito acreditam que ela é válida?
As pessoas a favor
da medida do prefeito afirmam que ela evitou a demissão dos trabalhadores, que
a avenida tem largura suficiente para uso em mão dupla e que a interdição seria
temporária, cerca de trinta dias.
07. Qual é a preocupação do
autor em relação à interdição da avenida?
O autor está
preocupado com a possibilidade de ocorrerem acidentes devido à interdição não
comunicada anteriormente à população, considerando que a avenida é uma das mais
movimentadas da cidade.
08. Por que o autor acredita
que o cafeicultor poderia encontrar outras soluções?
O autor sugere que o
cafeicultor, considerado o maior produtor da região, poderia ter construído
outros terreiros para secar o café ou encontrar alternativas que não
incomodassem os cidadãos.
09. Qual é o argumento
utilizado por algumas pessoas para afirmar que o decreto do prefeito é legal?
Algumas pessoas
alegam que o decreto do prefeito é legal porque está previsto na lei orgânica
do município, mais especificamente no artigo 94.
10. O que o promotor de
justiça afirmou sobre a medida do prefeito? O promotor de
justiça afirmou que “a medida é juridicamente discutível”.
11. Qual é a opinião do autor
sobre a situação?
O autor é contra a
colocação do café na avenida, argumentando que isso favorece alguns em
detrimento de outros, abre precedente e causa transtornos ao trânsito na
cidade.