sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

TEXTO: ARRAIAS SÃO ANIMAIS PERIGOSOS - LUÍS INDRIUNAS - COM GABARITO

Texto: Arraias são animais perigosos


       O apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na hora.

      As arraias, que vivem tanto no mar quanto em rios, são mansas e só atacam quando se sentem ameaçadas. Foi o que aconteceu com a que matou o apresentador de TV australiano Steve Irwin, “o caçador de crocodilos”, em setembro. Apesar de a polícia não ter liberado o vídeo que Steve fazia quando morreu, há relatos de que a arraia de ferrão se assustou com a presença dele e do cinegrafista. O apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na hora. “Não dá para saber exatamente qual a espécie que atacou Irwin, mas todas elas agem de maneira semelhante”, afirma o zoólogo Hugo Ricardo Santos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
        Existem 39 espécies de arraias com ferrão – ele equipa todos os peixes com a aparência clássica de uma arraia, chata e com cauda em forma de chicote. Esses animais são encontrados em toda a costa brasileira e na maioria de nossos rios.
        A vítima da ferroada sente uma dor aguda e sofre um ferimento de cicatrização difícil, de consequências como necroses (morte de tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim, acidentes fatais com humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital seja atingido ou que a pessoa seja muito sensível à peçonha.
        Assim, é bom ficar longe delas. Evite nadar quando a maré está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e com poucas ondas são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos, vítimas comuns desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.
        O jornalista Luís Indriunas teve o pé direito ferroado por uma arraia em 1999, no Pará.
      Luís Indriunas. Revista Superinteressante. São Paulo.
Abril, ed. 231, out. 2006. p. 50.
Entendendo o texto:

01 – Esse texto foi publicado em uma seção da revista chamada “SuperRespostas”.
a)   O texto responde objetivamente à pergunta “arraias são animais perigosos”? Explique.
Não, apenas traz informações, como os possíveis efeitos de ataques ou como evita-los, para que o leitor tire sua conclusão.

b)   Com base na leitura desse texto, o que você responderia se lhe perguntassem se as arraias são perigosas?
Resposta pessoal do aluno.

02 – Das alternativas abaixo, copie em seu caderno aquelas que correspondem a tópicos abordados no texto.
a)   Classe a que pertencem.
b)   Dimensões de cada espécie.
c)   Habitat.
d)   Aparência das espécies mais conhecidas.
e)   Aparência das espécies com ferrão.
f)    Consequências da ferroada.
g)   Incidência de mortes depois de uma ferroada.
h)   Precauções para evitar ferroadas.

03 – Qual pode ser a razão de não terem sido abordados todos os tópicos?
      A pergunta que motivou o texto diz respeito especificamente ao perigo representado pelas arraias aos seres humanos; por isso, o texto fala de características desses animais que tenham relação com os acidentes em que ocorrem ferroadas.

04 – No final do texto, o autor adverte o leitor. Releia o trecho.
        “[...] ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.”
a)   A quem se refere o pronome ninguém?
À arraia e à pessoa que tenha entrado na água.

b)   Se uma pessoa pisar na arraia, ou seja, se a arraia for ferida, qual é a probabilidade de a pessoa também ser ferida?
Pode-se entender que a arraia sempre rege com uma ferroada aos pisões acidentais; então, numa situação dessas é grande a probabilidade de a pessoa ser ferida.

c)   O uso do pronome ninguém permite ao leitor perceber um pouco da visão de mundo do autor. Como você imagina que ele considera a relação entre as pessoas e os animais?
Pode-se imaginar que ele respeita os animais e que deseja evitar-lhes sofrimento desnecessário.



quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

FILME(ATIVIDADES): OS ESTAGIÁRIOS - SHAWN LEVY - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): OS ESTAGIÁRIOS

Data de lançamento 30 de agosto de 2013 (2h 00min)
Direção: Shawn Levy
Gênero Comédia
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES
Não recomendado para menores de 12 anos
        Billy (Vince Vaughn) e Nick (Owen Wilson) são grandes amigos e trabalham juntos como vendedores de relógios. Eles são pegos de surpresa quando seu chefe (John Goodman) fecha a empresa, por acreditar que o negócio esteja ultrapassado. Com problemas financeiros, eles conseguem a inscrição em uma seleção de estágio no Google. Mesmo sem terem a garantia que serão contratados, eles partem para a sede da empresa e lá precisam lidar com a diferença de idade entre eles e os demais competidores.

Entendendo o filme:
01 – Qual o grande desajuste no Processo de Atração dos candidatos Billy e Nick frente aos demais candidatos para trabalhar no Google desde que resolveram se aplicar para ser estagiários?
      O grande desajuste no Processo de Atração dos candidatos Billy e Nick em frente aos demais candidatos é fato deles terem mentindo sobre a formação deles, e também pelo fato dos dois serem mais velhos.

02 – Quais habilidades interpessoais é possível reconhecer em cada um deles, dê exemplos das situações demonstradas no filme.
      Resolver conflitos, liderança e trabalho em equipe. Resolver conflito: na entrevista, quando os colocaram na situação do liquidificador. Liderança e Trabalho em equipe: No jogo de Quadribol, quando estão perdendo o jogo, Billy lidera o grupo dando exemplos pessoais, e assim eles começam a trabalhar em equipe e melhoram no jogo.

03 – Tais habilidades interpessoais foram realmente checadas em algumas das etapas que se submeteram durante o Processo de Recrutamento e Seleção para estagiários?
      Quando fala que eles encolheram e caíram dentro do liquidificador e assim eles têm que descobrir o que fazer. Nessa parte podemos ver a habilidade resolver conflito, quando eles tiram proveito da situação e conseguem solucionar o problema.

04 – Comportamento de Billy e Nick era previsível dentro do ambiente da empresa? Por que?
      Sim, pois eles tinham acabado de sair da zona de conforto deles, e estava indo para um mercado totalmente diferente do que eles conviviam. O fato deles não estarem realmente estudando e nunca ter tido contato com aquele ambiente tecnológico, também mostra que estava evidente o comportamento deles.

05 – É possível afirmar que eles estavam Satisfeitos no Trabalho, Envolvidos com o Trabalho e demonstravam Compromisso Organizacional?
      Sim, Apesar de eles estarem em um novo ambiente, eles se mostraram um bom compromisso no quesito de tentar conseguir a vaga de estágio. Eles tiveram algumas dificuldades, mas nem por isso desanimaram.
Eles estavam satisfeitos, pois eram produtivos, dessa forma também estavam envolvidos, pois tentavam dar o máximo de si para conseguir cumprir as tarefas, mesmo não sabendo exatamente como conseguir. Isso leva ao compromisso organizacional, já que eles estavam empenhados e sempre tentavam chegar ao objetivo proposto.

06 – Qual é a ideia central do filme?
      A ideia central do filme é a aventura pela qual passaram dois homens que foram estagiar para a Google, mesmo sem qualificações para isso.

07 – Como os protagonistas Billy e Nick se comportam na busca pelo emprego?
      Billy e Nick precisam ambos de emprego. Então, desesperados, resolvem tentar um estágio na Google, o que foi imprudente, visto que não possuíam as qualificações necessárias para isso.

08 – Faça um breve comentário sobre a influência das tecnologias e o conhecimentos para o desenvolvimento do profissional.
      Hoje em dia, em quase todos os trabalhos é necessário ter alguns conhecimentos tecnológicos, dado que o mundo está a evoluir e com isso as empresas mudam a sua maneira de conectar com outras empresas e vários clientes de todo o mundo. Ou seja, a tecnologia é sinal de evolução na maneira de trabalho, por isso qualquer pessoa que pense trabalhar para uma empresa do gênero da Google deve considerar os seus conhecimentos acerca deste tema.

09 – Os personagens passaram por dificuldades profissionais e tiveram que recomeçar do zero e arriscar em um trabalho que poderia não dar certo. Se você estivesse na mesma situação dos personagens o que você faria?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Eu arriscaria, mas estudava antes de começar o estágio, para saber pelo menos o básico.

10 – Billy e Nick entraram na Google sem nenhuma formação e tiveram que estudar muito e aprender algo novo para conseguir realizar os desafios propostos. Qual a importância do aprendizado contínuo e de se manter sempre informado para o profissional da atualidade? 
      O mundo é um local de evolução constante. Tudo muda a cada segundo, e nós temos de mudar se quisermos acompanhar aquilo que nos rodeio. Porém, mudar não é necessariamente mau. Aprender coisas novas ao longo da nossa vida é o que faz dela colorida e cheia de sensações novas e vibrantes. Se não fosse necessário ir à descoberta do desconhecido, mais valia ficarmos sentados numa cadeira até às morte, porque a vida seria apenas um relógio com os ponteiros a andar.


FÁBULA: O CAMPONÊS E A SERPENTE - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: O Camponês e a Serpente
           Esopo

        Não há boa ação capaz de desfazer os efeitos já consumados de uma má ação...
 
        Um agricultor, homem simples do campo, caminhava pela sua pequena propriedade numa bucólica manhã de inverno a examinar seu plantio, quando, sobre o chão ainda coberto pela neve da noite anterior, viu uma Serpente que jazia completamente enrijecida e congelada pelo intenso frio.
        E embora soubesse o quanto aquela Serpente poderia ser mortal, ainda assim, comovido pelo estado da pobre criatura, pegou-a com cuidado, e com a intenção de aquecê-la e salvar sua vida, colocou-a no bolso do seu casaco.
        E em pouco tempo, a Serpente, aquecida naquele confortável ambiente que a protegia do frio, foi recuperando suas forças. Ao sentir-se viva outra vez, colocou a cabeça para fora do bolso do sobretudo daquele homem que lhe salvara a vida e mordeu seu braço. E ao sentir a inesperada picada, o lavrador logo se deu conta da gravidade daquele ferimento. E caindo desfalecido pelo efeito do mortal veneno, sabia que apenas poucos minutos de vida lhe restavam.
        E em seu último suspiro, ergueu com dificuldade a cabeça, e disse: 
        -- “Aprendi com o meu trágico destino, que nunca deveria apiedar-me de alguém que por natureza já nasceu mau...”
        Moral da História 1: Do ponto de vista de um ingrato, não há boa ação que o favoreça, nem benfeitor que o apeteça...
        Moral da História 2: Maldade de berço não se corrige com reza nem terço...
                                                                          Fábula de ESOPO

Entendendo a fábula:

01 – Explique o que é fábula?
      Narrativa curta contendo lição de moral. Os personagens são animais que agem como se fossem pessoas.

02 – Quem é o autor da fábula “O Agricultor e a Serpente”?
      ESOPO.

03 – O que você entendeu ao ler essa fábula? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.

04 – No dicionário, procure o significado das seguintes palavras:
- Bucólica: Poesia pastoril, écloga.
- Plantio: Efeito de plantar, plantação.
- Enrijecido: Enrijar.
- Lavrador: Aquele que trabalha na lavoura.
- Gravidade: Quantidade de grave.
- Desfalecido: Tirar as forças, enfraquecer.
- Apeteça: Desejar, ter apetite de.

05 – Qual foi a reação da Serpente quando acordou?
      Colocou a cabeça para fora do bolso do casaco e mordeu o braço do homem.

06 – O agricultor se arrependeu de ter ajudado a Serpente?
      Sim. Porque a cobra deu como agradecimento a sua mordida mortal.

07 – Qual é a moral da fábula?
      “Maldade de berço não se corrige com reza, nem terço.

08 – De acordo com o texto, explique estas expressões com suas palavras:
a)   “E embora soubesse o quanto aquela Serpente poderia ser mortal...”
Que mesmo ele sabendo que poderia ser morto, ainda assim quis ajudar.

b)  “Ao sentir-se viva outra vez...”
Ela achou que podia tudo, se sentiu a poderosa.





CRÔNICA: "CHATEAR" E "ENCHER" - PAULO MENDES CAMPOS - COM GABARITO

Crônica: Chatear” e “encher”
             Paulo Mendes Campos

        Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório de  qualquer na cidade.
        — Alô, quer me chamar por favor o Valdemar?
        — Aqui não tem nenhum Valdemar.
        Daí a alguns minutos você liga de novo.
        — O Valdemar, por obséquio. 
        — Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
        — Mas não é do número tal?
        — É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
        Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
        — Por favor, o Valdemar já chegou?
        — Vê se te manca palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
        — Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
        — Não chateia.
        Daí a dez minutos, ligue de novo.
        — Escute uma coisa: o Valdemar não deixou pelo menos um recado?
        O outro dessa vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
        Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
        — Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar! Alguém telefonou para mim?

                   Paulo Mendes Campos, in Para gostar de ler – Crônicas

Entendendo a crônica:

01 – Na crônica são construídas relações envolvendo narrador e personagens. Sobre o assunto, assinale a afirmativa correta:

a)   A fala – É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar, sinaliza o início da perda de paciência da pessoa que atende ao telefone.
b)   Desde o início do texto, a pessoa que telefona mostra-se irritada com quem fala.
c)   O uso do artigo o antes de Valdemar revela o distanciamento entre Valdemar e a pessoa que o procura.
d)   O autor cria uma relação lúdica entre Valdemar e os funcionários do escritório.
e)   A presença da datilógrafa é motivo para que o funcionário que atende ao telefone mantenha, durante a conversa, comportamento polido.
02 – Quais são as dicas dadas no texto para chatear quem atende o telefone?
      Ligar várias vezes, dizendo a mesma coisa.

03 – Quando a situação descrita deixa de chatear e passa a encher quem atende, segundo o narrador?
      Quando o atendente percebe que está sendo passado por idiota, bobo.

04 – A situação descreve um trote por telefone. Explique com suas palavras o que é um trote.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É uma tentativa de ridicularizar, zombaria.

05 – Releia este trecho.
        “O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.”
a)   Por que as coisas ditas por quem recebe o trote são impublicáveis?
Porque são palavrões, besteiras.
b)   Onde não poderiam ser publicadas?
Na crônica.
c)   O que a pessoa que recebia o trote estava sentindo naquele momento.
Estava com muita raiva, por estar atrapalhando o seu serviço.

06 – No início da conversa pelo telefone as repostas de quem atende são educadas. No decorrer das ligações essa relação se mantém ou se modifica? Por quê?
      Se modifica. Porque a pessoa começou a chatear com aquela brincadeira.

07 – Você já recebeu um trote ou conhece alguém que recebeu? Você acha essa história possível de acontecer no dia a dia?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Assinale as alternativas que melhor explicam as características de uma crônica.

(X) O cenário onde os acontecimentos se desenvolvem são espaços familiares aos personagens.

(  ) O humor é uma característica marcante.


(  ) Os acontecimentos não se referem a fatos comuns ao dia a dia das pessoas.

(X) Os personagens são seres humanos normais como qualquer um de nós.

(X) As crônicas narram fatos comuns ao dia a dia.


POEMA: CASO PLUVIOSO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: Caso pluvioso
                Carlos Drummond de Andrade

A chuva me irritava.
Até que um dia descobri que Maria é que chovia.
A chuva era Maria.
E cada pingo de Maria ensopava o meu domingo.
E meus ossos molhando, me deixava
Como terra que a chuva lavra e lava.
Eu era todo barro, sem verdura…
Maria, chuvosíssima criatura!
Ela chovia em mim, em cada gesto,
Pensamento, desejo, sono, e o resto.
Era chuva fininha e chuva grossa,
Matinal e noturna, ativa…Nossa!
Não me chovas, Maria, mais que o justo
Chuvisco de um momento, apenas susto.
Não me inundes de teu líquido plasma,
Não sejas tão aquático fantasma!
Eu lhe dizia em vão – pois que Maria
Quanto mais eu rogava, mais chovia.
E chuveirando atroz em meu caminho,
O deixava banhado em triste vinho,
Que não aquece, pois água de chuva
Mosto é de cinza, não de boa uva.
Chuvadeira Maria, chuvadonha,
Chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!
Eu lhe gritava: Para! e ela chovendo,
Poças d’água gelada ia tecendo.
Choveu tanto Maria em minha casa
Que a correnteza forte criou asa
E um rio se formou, ou mar, não sei,
Sei apenas que nele me afundei.
E quanto mais as ondas me levavam,
As fontes de Maria mais chuvavam,
De sorte que com pouco, e sem recurso,
As coisas se lançaram no seu curso,
E eis o mundo molhado e sovertido
Sob aquele sinistro e atroz chuvisco.
Os seres mais estranhos se juntando
Na mesma aquosa pasta iam clamando
Contra essa chuva estúpida e mortal
Catarata (jamais houve outra igual).
Anti-petendam cânticos se ouviram.
Que nada! As cordas d’água mais deliram,
E Maria, torneira desatada,
Mais se dilata em sua chuvarada.
Os navios soçobram. Continentes
Já submergem com todos os viventes,
E Maria chovendo. Eis que a essa altura,
Delida e fluida a humana enfibratura,
E a terra não sofrendo tal chuvência,
Comoveu-se a Divina Providência,
E Deus, piedoso e enérgico, bradou:
Não chove mais, Maria! – e ela parou.

                           Carlos Drummond de Andrade. Viola de bolso. São Paulo: Companhia das Letras.
Entendendo o poema:

01 – O verbo chover normalmente é utilizado para designar um fenômeno da natureza; por isso, é classificado como impessoal e é utilizado em orações sem sujeito. No entanto, no poema ele é empregado com um papel diferente. Identifique em cada um dos versos a seguir o sujeito a que o verbo chover se refere.
a)   “Até que um dia descobri que Maria é que chovia.” Maria.
b)   “Ela chovia em mim, em cada gesto,” ela.
c)   “Não me chovas, Maria, mais que o justo” tu (desinencial).
d)   “Quanto mais eu rogava, mais chovia.” Maria.

02 – Interprete: Por que o eu lírico transfere a Maria os atributos da chuva?
      Porque ele sente a presença de Maria na vida dele como uma chuva ininterrupta, permanente, que o inunda e tira sua tranquilidade.

03 – Crie uma frase em que o verbo chover seja impessoal.
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Para realçar a expressividade no texto, o autor emprega palavras como “chuvadeira”, “chuvadonha”, “chuvinhenta”, “chuvil” e “pluvimedonha” na intenção de:
     a) ressaltar termos em desuso na língua.
     b) reforçar a recorrência de termos com sentidos semelhantes.
     c) suprir a necessidade de um sentido ideal para termos existentes.
     d) especificar novos conceitos por meio da renovação vocabular.
     e) incorporar novos termos ao léxico da língua.

05 – Você já deve ter ouvido frases como estas:
A gente brigamos muito.
A gente saímos na frente.

Agora responda:
a)   Qual é o sujeito dessas orações?
A gente.

b)   Qual é o núcleo desse sujeito?
Gente.

c)   Na norma-padrão da língua, construções como essas são consideradas inadequadas. Explique por quê?
Porque o verbo não concorda com o sujeito em número e pessoa.

d)   Levante hipóteses: Por que popularmente se usa o verbo no plural, mesmo o sujeito estando no singular?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque “a gente” dá ideia de mais de uma pessoa.

e)   Reescreva as frases de acordo com a norma-padrão.
A gente briga muito – Nós brigamos muito.
A gente saiu na frente – Nós saímos na frente.