Texto: Arraias são animais
perigosos
O
apresentador nadava acima dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a
arraia atingiu-o no peito com seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na
hora.
As arraias, que vivem tanto no mar
quanto em rios, são mansas e só atacam quando se sentem ameaçadas. Foi o que
aconteceu com a que matou o apresentador de TV australiano Steve Irwin, “o
caçador de crocodilos”, em setembro. Apesar de a polícia não ter liberado o
vídeo que Steve fazia quando morreu, há relatos de que a arraia de ferrão se
assustou com a presença dele e do cinegrafista. O apresentador nadava acima
dela e o cinegrafista por baixo. Encurralada, a arraia atingiu-o no peito com
seu ferrão. Steve, ferido no coração, morreu na hora. “Não dá para saber
exatamente qual a espécie que atacou Irwin, mas todas elas agem de maneira
semelhante”, afirma o zoólogo Hugo Ricardo Santos, da Universidade Estadual do
Rio de Janeiro.
Existem 39 espécies de arraias com
ferrão – ele equipa todos os peixes com a aparência clássica de uma arraia,
chata e com cauda em forma de chicote. Esses animais são encontrados em toda a
costa brasileira e na maioria de nossos rios.
A vítima da ferroada sente uma dor
aguda e sofre um ferimento de cicatrização difícil, de consequências como
necroses (morte de tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim,
acidentes fatais com humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital
seja atingido ou que a pessoa seja muito sensível à peçonha.
Assim, é bom ficar longe delas. Evite
nadar quando a maré está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e
com poucas ondas são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos,
vítimas comuns desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não
dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir
sem que ninguém saia ferido.
O jornalista Luís Indriunas teve o pé
direito ferroado por uma arraia em 1999, no Pará.
Luís Indriunas. Revista
Superinteressante. São Paulo.
Abril, ed. 231, out.
2006. p. 50.
Entendendo o texto:
01 – Esse texto foi
publicado em uma seção da revista chamada “SuperRespostas”.
a) O
texto responde objetivamente à pergunta “arraias são animais perigosos”?
Explique.
Não, apenas traz informações, como os possíveis efeitos de ataques
ou como evita-los, para que o leitor tire sua conclusão.
b) Com
base na leitura desse texto, o que você responderia se lhe perguntassem se as
arraias são perigosas?
Resposta pessoal do aluno.
02 – Das alternativas
abaixo, copie em seu caderno aquelas que correspondem a tópicos abordados no
texto.
a) Classe
a que pertencem.
b) Dimensões
de cada espécie.
c) Habitat.
d) Aparência
das espécies mais conhecidas.
e) Aparência das espécies com ferrão.
f) Consequências da ferroada.
g) Incidência de mortes depois de uma ferroada.
h) Precauções para evitar ferroadas.
03 – Qual pode ser a razão
de não terem sido abordados todos os tópicos?
A pergunta que
motivou o texto diz respeito especificamente ao perigo representado pelas
arraias aos seres humanos; por isso, o texto fala de características desses
animais que tenham relação com os acidentes em que ocorrem ferroadas.
04 – No final do texto, o
autor adverte o leitor. Releia o trecho.
“[...]
ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia,
que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.”
a)
A quem se refere o pronome ninguém?
À arraia e à pessoa que tenha entrado na água.
b)
Se uma pessoa pisar na arraia, ou seja, se a
arraia for ferida, qual é a probabilidade de a pessoa também ser ferida?
Pode-se entender que a arraia sempre rege com uma ferroada aos
pisões acidentais; então, numa situação dessas é grande a probabilidade de a
pessoa ser ferida.
c)
O uso do pronome ninguém permite ao leitor perceber
um pouco da visão de mundo do autor. Como você imagina que ele considera a
relação entre as pessoas e os animais?
Pode-se imaginar que ele respeita os animais e que deseja
evitar-lhes sofrimento desnecessário.