quinta-feira, 4 de outubro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): A CARTA - ERASMO CARLOS - COM QUESTÕES GABARITADAS


Música(Atividades): A Carta

                              Erasmo Carlos
Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas
Meu amor!
Porque veio a saudade
Visitar meu coração
Espero que desculpes
Os meus errinhos por favor
Nas frases desta carta
Que é uma prova de afeição...

Talvez tu não a leias
Mas quem sabe até darás
Resposta imediata
Me chamando de "Meu Bem"
Porém o que me importa
É confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida
Mais ninguém...

Tanto tempo faz
Que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa
Que eu sonhava
E guardo a impressão
De que já vi passar
Um ano sem te ver
Um ano sem te amar...

Ao me apaixonar
Por ti não reparei
Que tu tivestes
Só entusiasmo
E para terminar
Amor assinarei
Do sempre, sempre teu...

Tanto tempo faz
Que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa
Que eu sonhava
E guardo a impressão
De que já vi passar
Um ano sem te ver
Um ano sem te amar...

Ao me apaixonar
Por ti não reparei
Que tu tivestes
Só entusiasmo
E para terminar
Amor assinarei
Do sempre, sempre teu...

Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas
Porque veio saudade
Visitar meu coração...(2x)

Escrevo-te
Estas mal traçadas linhas
Espero que desculpe
Os meu erros, por favor
Oh! Oh!
Meu amor, meu amor!
Oh! Oh! Oh! Oh!
                   Composição: Benil Santos / Raúl Sampaio

Entendendo a canção:
01 – Observe com atenção a letra da canção “A Carta”. Assinale a alternativa correta com respeito do texto.
a)   A letra da canção usa, tal como na estrutura comum do gênero carta, a 3ª pessoa.
b)   O texto enfatiza o caráter genérico do discurso amoroso e a subjetividade é logo abandonada ao longo da letra; o que importa, portanto, é a mensagem em si, objetiva e direta, caracterizando o uso da função referencial.
c)   A letra da canção é um longo pedido de desculpas pelas possíveis falhas no relacionamento do eu-lírico com seu(sua) interlocutor(a).
d)   Por abordar um gênero textual da prosa, a carta, a letra da canção acaba por abandonar a estrutura do gênero lírico.
e)   No texto, o protagonismo da mensagem é dado ao emissor, que expõe seus sentimentos e seu subjetivismo, como uma carta costuma ser apresentada; sendo assim, pode-se dizer que a função da linguagem que melhor cabe ao texto é a função emotiva.

02 – No que diz respeito ao gênero textual, assinale a proposição verdadeira sobre o texto acima.
a)   Se considerarmos que a carta é um gênero em que o autor do texto se dirige a um interlocutor específico com o qual pretende estabelecer comunicação, a música é uma carta.
b)   Por ser uma música, o texto A Carta não pode ser considerado do gênero carta.
c)   O que faz com que o texto A Carta pertença ao gênero música são as rimas.
d)   O texto não é uma carta porque não tem o local e a data onde se encontra o leitor.

03 – A finalidade discursiva do texto A Carta é:
a)   Falar do passado de alguém.
b)   Falar da vida que o locutor sonhava.
c)   Falar da falta de amor da pessoa amada.
d)   Falar do amor que o locutor sente da pessoa amada.

04 – Numa situação de ensino de escrita, dois professores de Língua Portuguesa prepõem, utilizando o texto A Carta, as seguintes atividades:
I – O professor distribui o texto entre os alunos e pede que escrevam uma carta, tendo como interlocutor alguém de quem eles gostam.
II – O professor distribui o texto entre os alunos e pede que identifiquem as características do gênero do texto.
A respeito dessas estratégias, é correto afirma que:
a)   Em um I, o professor concebe a escrita como processo.
b)   Em I e II, os professores utilizam o texto como pretexto.
c)   Em II, o professor trabalha a habilidade de planejamento.
d)   Em I e II, os professores utilizam o texto como atividade de reescrita.

05 – Conforme as necessidades expressivas de seus autores, podemos encontrar textos híbridos que aproximam traços de gêneros textuais e literários diversos. Tendo isso em vista, a letra da canção apresenta características dos gêneros
a)   Carta e poesia.
b)   Carta e memorando.
c)   Carta e diário pessoal.
d)   Poesia e diário pessoal.
e)   Poesia e artigo do opinião.

06 – O eu poético não revela o nome do destinatário da carta.

a)   Como ele se refere à pessoa a quem escreve a carta?

“Meu amor!”

b)   Que efeito de sentido tem, nesse verso, o uso do ponto de exclamação?

Expressar emoção.

07 – Do mesmo modo, o eu poético não se revela, não diz quem é.

a)   Como o remetente aparece na letra da canção?

“Do sempre, sempre teu...”.

b)   De que recurso o eu poético utilizou para ocultar o nome do remetente?

Pseudônimo.

08 – Transcreva os versos que contêm a causa inicial que o levou a escrever a carta.

      “Porque veio a saudade

       Visitar meu coração”.

09 – O eu poético revela uma dúvida e uma esperança sobre o momento após o destinatário receber a carta.

a)   Que palavra ele usa para expressar dúvida. Que dúvida é essa?

Talvez. “Talvez tu não a leias”.

b)   Que expressão é usada para revelar uma esperança? Que esperança é essa?

“Mas quem sabe até darás

 Resposta imediata”.

A esperança de chama-lo de “Meu bem”.

 

 

 

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POEMA: CANÇÃO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Canção
                CECÍLIA MERELES

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
— depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

                                 Cecília Meireles, in 'Viagem' 
Entendendo o poema:

01 – Os versos, exemplificam como a arte poética é capaz de gerar significados. A presença, no texto de figuras como navio e mar revela uma função específica da arte: explicar sensações – noções abstratas – de forma concreta, a partir de comparações com elementos facilmente representáveis. Baseando-se no texto, podemos afirmar que o produto do fazer literário da artista representa mais evidentemente o sentimento de:

a)   Dúvida.

b)   Fugacidade.

c)   Impaciência.

d)   Desilusão.

e)   Renúncia.

02 – Quais são os temas que permeiam este poema?

      A tristeza e a melancolia.

03 – O eu poético através da alegoria do navio, fala do quê?

      Fala de seus sonhos que foram abandonados no decorrer da vida e a dor inexorável que isso lhe causaria.

04 – Na primeira estrofe transitando o mundo interior do “eu”, o sujeito poético se apropria de quê?

      Da alegoria de um navio naufragando para relatar sua dor ao se desvencilhar de um desejo que, embora lhe pareça demasiado importante, lhe chegou o momento de desatar.

05 – Nos versos: “Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas entreabertas, / e a cor que escorre dos meus dedos / colore as areias desertas.”. Aqui há uma ligação entre o abstrato e o concreto. Explique.

      Há uma relação das “mãos” que tocam o “azul das ondas”, porém, o que escorre de suas mãos ao tocá-los, não é mais o azul do amor, mas, sim, o processo da morte dos sentimentos que ainda estão entre abertos.

06 – Com base no poema acima, assinale a opção CORRETA no que diz respeito à especificidade da linguagem literária.

a)   Embora o texto seja um poema, sua linguagem não revela transfiguração artística nem opacidade.

b)   Da linguagem denotativa do texto depreende-se que o poema é uma declaração de amor à pessoa amada.

c)   A palavra, de acordo com o poema, não revela toda a força do sentimento que habita o eu lírico.

d)   Sem os versos de sete sílabas e as rimas, a literariedade estaria ausente no poema.

e)   Versos como “neste perdido suspiro que te segue alucinado” revelam a dimensão literal das palavras no contexto do poema.

07 – Em qual das opções a seguir as duas palavras do poema estão sujeitas a redução do ditongo, fenômeno frequente no português falado no Brasil?

a)   “Eu” e “bateu-me”.

b)   “Guardado” e “viu”.

c)   “Louca” e “beijo”.

d)   “Depois” e “sei”.

e)   “Ninguém” e “bem”.

08 – A partir da leitura do poema, podemos notar a presença dos seguintes elementos nos versos do poeta:

a)   Inclinação para a estética neossimbolista perceptível através da utilização de elementos como mar, sonho, ondas, areias, águas, conferindo ao poema um caráter fluido e etéreo.

b)   Presença do monólogo interior, digressão e fragmentação dos versos que contribuem para a temática da existência.

c)   Preocupação com a reflexão filosófica, com os modelos clássicos, além de uma temática notadamente pessimista.

d)   Proximidade com o mundo material, temas relacionados com o cotidiano, sobretudo com as questões sociais.

09 – Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abaixo, você tem, de um lado os versos e, do outro, o nome de uma dessa figuras.

Observe:

I – “Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas entreabertas”. – Sinestesia.

II – “E a cor que escorre dos meus dedos”. – Metonímia.

III – “O vento vem vindo de longe”. – Aliteração.

IV – “A noite se curva de frio”. – Personificação.

V – “E o meu navio chegue ao fundo / E o meu sonho desapareça”. – Polissíndeto.

Considerando-se a relação verso / figura de linguagem, pode-se afirmar que:

a)   Apenas I, II e III estão corretas.

b)   Apenas I, III e IV estão corretas.

c)   Apenas II está correta.

d)   Apenas I, IV e V estão corretas.

e)   Todas estão corretas.

10 – Pode-se apontar como tema do poema:

a)   A transitoriedade das coisas.

b)   A renúncia.

c)   A desilusão.

d)   A fugacidade do tempo.

e)   A dúvida existencial.

11 – Da leitura do poema, depreende-se:

a)   A ânsia de não se expor publicamente.

b)   A constatação da fugacidade da vida.

c)   Uma crítica ao sentimentalismo exacerbado.

d)   Uma atitude de revolta diante de ideia de morte.

e)   A busca de individualidade inerente ao homem.

 

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CONTO: O DIABO E O GRANJEIRO(LENDA ALEMÃ) - COM GABARITO


Conto: O Diabo e o Granjeiro (Lenda alemã)
                 
             
    BELINKY, Tatiana
        Um pobre lavrador precisava construir a casa de sua pequena granja, mas não conseguia realizar esse sonho, pois o que ganhava mal dava para alimentá-lo, junto com sua mulher. Por mais economia que fizesse, não conseguia juntar o necessário para começar a construção.
        Um dia, estando a caminhar pelo seu pedaço de chão, mergulhado em tristes pensamentos, deu com um velho esquisito que lhe disse com voz desagradável:
        -- Pára de preocupar-te, homem. Eu posso resolver o teu problema antes do primeiro canto do galo, amanhã cedo.
        -- Como assim? – espantou-se o lavrador.
        -- Tu precisas construir a casa da granja, certo? Pois eu me encarrego de construir e entregar-te essa obra, antes do canto do galo, em troca de uma pequena promessa tua.
        -- Que promessa? Não tenho nada para te oferecer em troca de tal serviço.
        -- Não importa: o que quero que me prometas é um bem que tu tens, mas ainda não sabes. É topar ou largar.
        O pobre granjeiro pensou com seus botões: “o que é que eu tenho a perder?” e, sem hesitar mais, respondeu ao velho que aceitava o trato e fez uma promessa.
        -- Só que quero ver a casa da granja construída, amanhã, antes do canto do galo – observou, ainda meio incrédulo.
        E voltou correndo para casa, para comunicar à esposa o bom negócio que acabara de fechar. A pobre mulher ficou horrorizada:
        -- Tu és um louco, marido! Acabas de prometer àquele velho, que só pode ser o próprio diabo, o nosso primeiro filho, que vai nascer daqui a alguns meses!
        O homem, que não sabia da gravidez, pôs as mãos na cabeça, mas não havia mais nada a fazer: o pacto estava selado.
Porém a mulher, que não estava disposta a aceitá-lo, ficou pensando num jeito de frustrar o plano do diabo. E naquela noite, sem conseguir dormir, ficou o tempo todo escutando apavorada o barulho que o demônio e seus auxiliares infernais faziam, ao construírem a tal obra, com espantosa rapidez.
        A noite ia passando, aproximava-se a madrugada.
        Mas, pouco antes de o céu clarear, quando faltavam só umas poucas telhas para a conclusão da obra, a atenta mulher do granjeiro pulou da cama e, rápida e ágil, correu até o galinheiro, onde o galo ainda não despertara. Tomando fôlego, imitou o canto do galo, com tal perfeição que todos os galos da vizinhança, junto com o seu próprio, lhe responderam com um coro sonoro de cocoricós matinais, momentos antes do romper da aurora.
Como um trato com o diabo tem de ser estritamente observado, tanto pela vítima como por ele mesmo, a obra em final de construção teve de ser parada naquele mesmo instante, por quebra de contrato “antes do primeiro canto do galo”.
        E o diabo, espumando de raiva por se ver assim ludibriado e espoliado, se mandou de volta para o inferno, junto com seus acólitos, para nunca mais voltar àquele lugar.
        Mas a casa da granja permaneceu construída, para alegria do granjeiro, faltando apenas umas poucas telhas que jamais puderam ser colocadas.

O diabo e o granjeiro. In: Revista Nova Escola,
São Paulo, n. 84, mar. 1995. Disponível em:

Entendendo o conto:
01 – Que tipo de conto popular é o conto “O Diabo e o Granjeiro”, segundo a classificação de Luís da Câmara Cascudo?
      É um conto narrativo.

02 – Quem é o autor do texto?
      Tatiana Belinky.

03 – Quais são os personagens principais do texto?
      O lavrador, a esposa e o velho diabo.

04 – De acordo com o texto, quem prometeu construir a casa na granja?
      Um velho esquisito (diabo).

05 – Qual era a promessa que o velho queria em troca da construção da casa?
      O granjeiro concordou com a promessa, mesmo sem saber qual era a promessa.

06 – Qual foi a reação da mulher, quando soube da promessa? Por quê?
      Ela ficou horrorizada. Porque percebeu que tratava do filho deles que ainda ia nascer.

07 – O que a mulher fez para evitar que o velho conseguisse terminar antes da hora?
      Ela foi até o galinheiro antes de amanhecer. Tomando fôlego imitou o canto do galo, com tal perfeição que todos os galos da vizinhança contaram também, junto com o seu próprio.

08 – Considerando as seguintes afirmações:
I – O texto fornece informação que nos faz concluir que o casal era pobre.
II – O homem queria construir uma casa para ele e a mulher morarem.
III – O homem conseguiu enganar o diabo.
IV – O diabo não conseguiu terminar a obra. É correto o que se afirma em:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) nenhuma das questões.

09 – Qual é a questão principal tratada no texto?
a) Um casal que não tinha moradia.
b) Como a mulher foi enganada pelo diabo.
c) Um galo que cantou antes da hora.
d) Como o esperto diabo foi enganado.
e) Uma mulher que não acreditava no diabo.

10 – A mulher esperou, quando estava quase amanhecendo, foi para o galinheiro e imitou o canto do galo. Que consequência teve sua atitude?
a) O diabo desconfiou de tudo.
b) Ela criou coragem para agir.
c) O diabo não conseguiu cumprir com seu acordo.
d) Os galos não cantaram.
e) O diabo ficou com medo dos galos.

11 – O que significa “o diabo ser logrado”?
      Significa que o bem venceu o mal.

12 – Qual foi a vantagem que o casal teve, após o não cumprimento do contrato com o velho?
      Evitaram de entregar o seu primeiro filho.
      A casa permaneceu construída.
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CRÔNICA: HORA DE DORMIR - FERNANDO SABINO - COM GABARITO

Crônica: Hora de Dormir
                Fernando Sabino


— Por que não posso ficar vendo televisão?
— Porque você tem de dormir.
— Por quê?
— Porque está na hora, ora essa.
— Hora essa?
— Além do mais, isso não é programa para menino.
— Por quê?
— Porque é assunto de gente grande, que você não entende.

— Estou entendendo tudo.
— Mas não serve para você. É impróprio.
— Vai ter mulher pelada?
— Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã cedo.
— Todo dia eu tenho.
— Está bem, todo dia você tem. Agora desligue isso e vá dormir.
— Espera um pouquinho.
— Não espero não.
— Você vai ficar aí vendo e eu não vou.
— Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos, obedeça a seu pai.
— Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo.
— Não tenho nada ver com os outros meninos: tenho que ver com meu filho. Já para a cama.
— Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda.
— Não comece com coisa não, que eu perco a paciência.
— Pode perder.
— Deixe de ser malcriado.
— Você mesmo que me criou.
— O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?
— Falo como quiser, pronto.
— Não fique respondendo não: cale essa boca.
— Não calo. A boca é minha.
— Olha que eu ponho de castigo.
— Pode pôr.
— Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas.
—  ...
— Quem é que anda ensinando esses modos? Você está ficando é muito insolente.
— Ficando o quê?
— Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando... Quando ele falava está na hora de dormir, estava na hora de dormir.
— Naquele tempo não tinha televisão.
— Mas tinha outras coisas.
— Que outras coisas?
— Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora é tratar de dormir.
— Chato.
— Tome, para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a seu pai.
—...
— E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá.
— Amanhã eu não vou ao colégio.
— Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me comove. Anda, venha cá.
— Você me bateu...
— Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem nada. Peça perdão a seu pai e vá dormir.
—...
— Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você, você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim que se faz?
—...
— Então você não tem pena do seu pai? Vamos! Tome a bênção e vá dormir.
— Papai.
— Que é?
— Me desculpe.
— Está desculpado. Deus te abençoe. Agora vai.
— Por que não posso ficar vendo televisão? 
                                                                     (Fernando Sabino)
Entendendo a crônica:

01 – Responda:
a) Quem são as personagens do texto?
      O pai e o filho.

b) Há um narrador que apresenta as personagens e informa ao leitor quem
      O autor.

02 – Releia o seguinte trecho da conversa:
“— Por que não posso ficar vendo televisão?
— Porque você tem de dormir.
— Por quê?
— Porque está na hora, ora essa.
— Hora essa?
— Além do mais, isso não é programa para menino.
— Por quê?
— Porque é assunto de gente grande...”

Responda:
a) Qual é o motivo da discussão entre as personagens?
      É que o filho queria continuar assistindo a televisão.

b) O garoto insiste em perguntar por que não pode continuar vendo televisão. Como você explica a insistência dele?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Quais são os argumentos que o pai utiliza para convencer o filho a desligar a tevê?
      São: Hora de dormir – O programa impróprio – Assunto de adulto.

04 – O menino aceita os argumentos dados pelo pai? Justifique sua resposta.
      Não. Porque ele quer de toda maneira continuar assistindo a televisão.

05 – Releia algumas falas do menino:
“—Também vou para a cama e não durmo, pronto.”
“—Pode perder [a paciência].”
“— Falo como quiser, pronto.”
“—Não calo. A boca é minha.”
Essas falas revelam a atitude de resistência do menino em relação ao pai. Copie em seu caderno a alternativa que melhor traduz a atitude do menino:
a) O menino não aceita os argumentos, mas respeita a autoridade do pai.
b) O menino não aceita os argumentos e desafia a autoridade do pai.
c) O menino aceita os argumentos, mas desafia a autoridade do pai.
d) O menino aceita os argumentos e respeita a autoridade do pai.

06 – Copie a frase que melhor traduz a reação do pai diante da atitude do filho:
a)  Fica calmo e continua a argumentar a favor da necessidade de dormir do filho.
b) Perde a calma, mas continua a argumentar a favor da necessidade de dormir do filho.
c)  Fica calmo, mas usa as palmadas como recurso para fazer valer os seus argumentos.
d) Perde a calma e usa as palmadas como recurso para fazer valer os seus argumentos.

07 – A certa altura do texto, o menino diz:
       “—Você me bateu...” 
       Transcreva a frase do diálogo que revela o momento em que o pai bate no filho.
      “— Tome, para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a seu pai.”

08 – Releia:
“— Papai.
 — Que é?
 — Me desculpe.
 — Está desculpado. Deus te abençoe. Agora vai.”
a) Se o pai tivesse terminado nesse ponto, quem teria vencido na troca de argumento?
      O pai.

b) Entretanto, o texto não termina nesse ponto. Releia a frase final do texto e explique a que conclusão se pode chegar:
“— Por que não posso ficar vendo televisão?”
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O filho mesmo não tendo razão ainda continua insistindo a ver televisão.


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TEXTO: MENSAGEM SECRETA - EDUARDO G.KIEFFER/HILDA T.VARELA - COM GABARITO


Texto: Mensagem secreta

          
     Eduardo Gudino Kieffer / Hilda Torres Varela


        Traço estes ideogramas sobre um tablete de argila, como sempre faço por ordem do príncipe. Só que desta vez não se trata de uma encomenda do príncipe. Escrevo por mim, não por ele. Gudea não verá esta mensagem. Sofreria muito. É uma mensagem secreta, não enfeitará as estátuas, nem será conservada no templo. Eu a guardarei e a levarei comigo para o túmulo. Este é o lado obscuro da minha sabedoria e não quero que seja conhecido nem por meus soberanos, nem por meus contemporâneos.
        Gudea e eu somos amigos desde crianças. Na infância éramos iguais. Mesmo sabendo que ele era filho de reis e que eu era filho de súditos, na infância não há diferenças. O barro nos sujava, tanto a ele como a mim, a chuva molhava os dois, os dois éramos aquecidos pelo Sol. As brigas foram de irmãos, as reconciliações foram de irmãos.
        Agora já não é assim. Ele é o príncipe e, embora eu seja seu escriba favorito, a igualdade já não existe.
[...]
Escrita: das paredes ao computador. São Paulo: Ática, 1998, p. 41- 43.

Entendendo o texto:

01 – No trecho “Eu a guardarei e a levarei comigo para o túmulo.” As palavras destacadas são:
a) advérbios.
b) substantivos.
c) pronomes.
d) verbos.

02 – “Agora já não é assim. Ele é o príncipe e, embora eu seja seu escriba favorito, a igualdade já não existe.” Essa sequência é:
a) argumentativa.
b) injuntiva.
c) descritiva.
d) narrativa.

03 – Ideogramas são:
a) Sinais táteis.
b) Sinais visuais regularmente dispostos.
c) Símbolos gráficos utilizados no sistema de escrita ideográfico.
d) São as mais antigas escritas.

04 – O que mudou no relacionamento de Gudea e o narrador?
      Eles cresceram, hoje Gudea é o príncipe e ele seu escriba favorito.
      Quando crianças não existia diferenças.

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