quinta-feira, 16 de agosto de 2018

HISTÓRIA: TRANQUILA TARDE DE INVERNO ENTRE PAI, FILHA E CHOCOLATES - RUY GUERRA - COM GABARITO

História: Tranquila tarde de inverno entre pai, filha e chocolates
                Ruy Guerra

      Lisboa – Estava um frio de cão e terminava a tarde de sábado com um romance policial. A minha filha brincava sozinha com as pedras de um jogo de gamão, última mania da casa. Debaixo de um imenso edredom azul, minha mulher ganhava coragem pra enfrentar a preparação do jantar.
        -- Papai, é verdade que a gente só deve dizer a verdade?
        Dandara tem 10 anos e é um monstrinho de olhos azuis.
        Menti.
        -- É.
        -- Então por que é que no outro dia você falou para o Joaquim Pedro que ele fez bem em não ter dito a verdade?
        Tinham dado ao pai de Joaquim Pedro alguns meses de vida e ele preferira não lhe contar. Viera desabafar comigo e não me dera conta que a minha filha, que parecia absorta numa revistinha do “Cascão”, escutara a conversa.
        -- Era um caso muito especial.
        -- Quer dizer então que em casos muito especiais a gente pode mentir?
        -- Pode.
        -- Como é que a gente sabe que o caso é muito especial?
        Desconversei, perguntei o que íamos comer, Leo perguntou se estávamos de acordo com umas costeletas de borrego e seguiu para a cozinha.
        A minha filha voltou à carga.
        -- Quando, papai?
        -- Quando o quê?
        -- Quando é que a gente sabe que é um caso muito especial?
        -- Você vai entender quando crescer.
        -- Mas agora, como é que eu faço para saber quando devo mentir?
        Me senti desconfortável enquanto respondia.
        -- Na tua idade não se deve nunca mentir.
        -- Quer dizer que só adulto é que deve mentir?
        Senti que caminhava por uma senda escorregadia.
        -- É, mas nem sempre.
        -- Como é que a gente sabe quando um adulto está mentindo pra gente?
        -- Não sabe.
        -- Então agora você pode estar mentindo pra mim.
        -- Eu não estou mentindo. Não tenho motivo nenhum pra isso.
        -- Se tivesse mentindo, contava?
        -- Claro que não. Senão a mentira não servia pra nada.
        -- Se eu falar com o pai do Joaquim Pedro eu não devo mentir porque sou criança?
        -- Você não conhece o pai do Joaquim Pedro.
        -- Mas se conhecesse devia mentir, né?
        Senti-me encurralado.
        -- É.
        -- Então criança também pode mentir.
        Achei que era tempo de acabar com a conversa.
        -- Você não tem nada para fazer?
        Ela aproveitou a deixa.
        -- Posso jogar no computador?
        -- Pode.
        Ela foi.
        Suspirei, aliviado.
        Meia hora depois voltou.
        -- Papai...
        -- O que é?
        -- Sabe aquela caixa de chocolates que a tia Lalá me deu no Natal?
        -- O que é que tem?
        -- Posso comer?
        -- Só um. Daqui a pouco vamos jantar.
        -- Tá.
        Consegui mais meia hora de sossego.
        -- Papai.
        -- O que é agora?
        -- Eu comi todos.
        -- Você comeu todos os chocolates?
        -- Foi.
        -- Mass eu não disse pra comer só um?
        -- Pensei que você estava mentindo.
        -- Eu expliquei que só se mente em ocasiões muito especiais.
        -- Vai me castigar por eu dizer a verdade?
        -- Vou castigar porque me desobedeceu. Estuda a tabuada de multiplicar dos 7, dos 8 e dos 9.
        -- Agora?
        -- Agora.
        -- Depois vai passar comigo?
        -- Vou.
        Ela desapareceu de novo.
        -- Já estudei.
        -- Muito bem. Pode ir brincar.
        -- De quê?
        -- Do que quiser.
        -- Papai, eu menti. Eu não comi os chocolates.
        -- Então por que é que falou que comeu?
        -- Pra ver o que você fazia.
        -- Agora já sabe.
        Ela continuou me encarando.
        -- Papai, com quantos anos posso começar a mentir sem ser castigada?
        -- Outro dia a gente conversa sobre isso.
        -- Que dia?
        -- Não sei, outro dia.
        -- É mentira.
        -- Isso é maneira de falar com o seu pai?
        -- Você é que disse que adulto mente.
        Procurei ser didático.
        -- Escuta bem: às vezes se mente, mas só às vezes, e por questões muito, muito sérias.
        -- E comer chocolates não é uma questão muito séria?
        -- Não é tão séria assim.
        -- Então se eu comesse os chocolates não devia me castigar.
        -- E por que é que você disse que comeu?
        Os olhinhos azuis brilharam.
        -- Porque comi.
        Procurei me controlar.
        -- Chega, vamos tirar esta história a limpo. Vai buscar a caixa.
        -- Mas eu comi, papai.
        -- Vai buscar a caixa, já disse.
        A caixa estava intacta.
        -- Senta aqui.
        Ela sentou, atenta.
        -- Escuta, por que é que você anda dizendo que comeu, se não comeu?
        -- Quando você era pequeno, nunca mentiu?
        -- Não sei, não me lembro.
        -- Mas pode ter mentido, não pode?
        -- Vamos acabar com esta conversa. Contou que comeu os chocolates, foi castigada, ponto final.
        -- Mas eu não comi.
        -- Mas mentiu.
        -- Tá.
        Dandara, as perninhas no ar, seguia no tabuleiro as estratégias do manual de gamão aberto sobre o tapete.
        -- Papai, já sei abrir com 6.1, 3.1 e 4.2.
        -- Ótimo.
        Joguei o policial para o lado e liguei a televisão.
        -- Quer que eu mostre?
        -- Depois, agora deixa escutar as notícias.
        A minha filha sumiu da sala.
        Entrou no ar um programa de calouros.
        -- Dandara, está começando o programa que você gosta.
        -- Surgiu, correndo.
        -- Onde é que você estava?
        -- Comendo os chocolates.
        Os olhinhos azuis cintilavam.
        -- Comi todos.
        Fui salvo pelo gongo. Da cozinha, Leo chamou para o jantar.
        Levantei-me.
        -- Anda, vamos pra mesa.
        Chegaram as costeletas.
        -- Comam logo antes que esfrie.
        Dandara fica olhando o prato fumegante.
        -- Tou sem fome.
        Leo tem um gesto de desalento.
        -- Mas eu preparei as costeletas sem alho, do jeito que você gosta!
        Resolvi intervir.
        -- Deixa, se não quiser comer que não coma. Danda, vai buscar o vinho, vai.
        Leo aproveita a ausência.
        -- Por que é que ela não quer comer?
        -- Esquece.
        A minha filha volta com a garrafa.
        -- Posso servir?
        -- Pode.
        Os copos cheios.
        -- Papai, posso ir ver televisão?
        -- Não. Você fica aqui conosco durante o jantar.
        -- Tá.
        O monstrinho fixa a minha mulher, a vozinha mansa.
        -- Leo, quando tiver tempo, me explica quando é que se deve mentir?
        Eu, que sempre quis ter sete filhas, naquele momento teria dado a alma para não ter nenhuma.
        Pelo menos esta.
        Juro que não estou mentindo.
                                                  Ruy Guerra. O Estado de São Paulo.
Entendendo a história:
01 – Quando dizemos que o frio é de cão?
      Quando é muito frio.

02 – O que é edredom?
      Cobertor acolchoado.

03 – Monstrinho de olhos azuis é xingamento? Explique.
      É uma forma carinhosa, como se percebe pelo diminutivo e pelo texto.

04 – Qual o significado de desconversar?
      Mudar de assunto.

05 – Borrego é um animal de menos de um ano. Sua mãe é a ovelha. Como se denomina o pai?
      Carneiro.

06 – O que é voltar à carga?
      Voltar ao assunto.

07 – Explique o que é senda escorregadia em geral e o que é, no texto, caminhava por uma senda escorregadia.
      Em geral: caminho estreito escorregadio.

08 – Diga qual o sentido de Senti-me encurralado.
      No texto: ele estava ficando com dificuldade de responder.

09 – O que é ser didático?
      É ser eficiente no ensino.

10 – Qual o significado de estratégia?
      Arte de escolher os melhores meios para vencer. Sentiu-se sem saída, sem resposta.

11 – Esclareça o significado de policial em Joguei o policial para o lado e liguei a televisão.
      É o romance policial.

12 – O que é gesto de desalento?
      Gesto de desânimo.

13 – A expressão teria dado a alma significa o quê?
      Teria dado tudo, faria até o impossível para.

14 – Exponha sua opinião sobre dizer sempre a verdade.
      Resposta pessoal do aluno.

15 – Qual a sua opinião sobre a menina Dandara?
      Resposta pessoal do aluno.

16 – Como você pode saber se alguém está mentindo-lhe?
      Resposta pessoal do aluno.
 

TEXTO: REPÚBLICA: O QUE MUDOU? COLEÇÃO TEMPO DE APRENDER - COM GABARITO

Texto: República: O que mudou?

    A Constituição de 1891 representou um avanço em muitas áreas, mas ainda havia muito a ser conquistado. Por exemplo, o voto feminino e o dos analfabetos ainda não era permitido. Isso em um país com maioria absoluta de analfabetos. A cidadania continuava a ser privilégio de poucos.
        O Brasil continuou sendo um país de latifundiários, que não precisavam mais da monarquia. Os governos republicanos serviram bem aos interesses dos grandes proprietários de terras. Aliás, a defesa da República e dos ideais de John Locke servia de fachada para reprimir qualquer movimento que não tivesse o controle do Estado republicano. Os jornais direcionavam a opinião popular contra movimentos rebeldes, chamados pela imprensa de monarquistas e contrários às liberdades republicanas.
        Foi o que aconteceu no Sertão baiano, quando fazendeiros da região, apoiados pela Igreja Católica, manifestaram insatisfação contra um certo Antônio Conselheiro que, ao fundar a vila de Canudos, conseguiu reunir dezenas de milhares de sertanejos, questionando a legitimidade da República e pondo em risco o poder dos latifundiários locais.
        Canudos transformou-se, com o auxílio da imprensa, em uma ameaça aos ideais republicanos. A sua população, predominantemente mestiça, também serviu de alerta para os “perigos” da miscigenação, aprofundando os preconceitos das elites “brancas”. A opinião pública exigiu a destruição de Canudos, legitimando o massacre de milhares de sertanejos. Após o governo republicano ter enviado milhares de soldados à localidade e promovido uma série de combates violentos, que duraram de 1896 a 1897, a comunidade foi exterminada e os poucos sobreviventes foram degolados.
        A primeira fase da História republicana ficou conhecida como República Velha (1889-1930). Apesar do predomínio dos grandes fazendeiros, foi uma época de crescimento da burguesia urbana, do movimento operário e de crescentes disputas pelo poder nas zonas eleitorais em todo o país.
        As disputas eleitorais exigiam a compra de espaço na imprensa, com o fim de conquistar a simpatia do eleitorado. Os jornais, dependendo de quem lhes comprava a opinião, tratavam de endeusar ou destruir candidatos à cargos políticos.
        Fora a imprensa operária, a grande imprensa burguesa organizava-se para defender os “altos padrões” da elite branca brasileira. As rebeliões populares, em geral eram atribuídas pelos jornais a “desordeiros” e, de forma pejorativa, a negros e mulatos.
      Em 1926, o recém-fundado Partido Democrático utilizava os jornais Estado de São Paulo e Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo) para defender a oposição aos governos controlados pelas elites agrárias, sobretudo os cafeicultores de São Paulo. A grande imprensa, nas mãos da burguesia urbana, preparava-se para o confronto que poria fim à República Velha.
        As forças de oposição estavam unidas na Aliança Liberal, uma aliança política efetuada em 1929 entre grande parte dos opositores aos paulistas, que controlavam o governo federal. A Aliança lançou a candidatura de Getúlio Vargas às eleições presidenciais de 1930.
        A disputa era travada também por intermédio da imprensa. Buscava-se conquistar o apoio popular necessário para concretizar a deposição do último presidente da República Velha, Washington Luís.
        Em 24 de outubro de 1930, foi deposto o então presidente. O Diário da Noite abriu a primeira página com a manchete: “Viva o Brasil! Viva a República nova e redimida!”.
        Em 03 de novembro, Getúlio Vargas recebia o poder. Iniciava-se o governo provisório.
                                    Coleção Tempo de Aprender. Edimar Araújo Silva e
                                                                    José Wagner de Melo Costa Souza.
Entendendo o texto:
01 – Como ficou conhecido o período da História do Brasil entre 1889 e 1930?
      República Velha.

02 – Copie do texto uma frase que mostre que, na República Velha, ainda havia muitos direitos a serem conquistados.
      “O voto feminino e o dos analfabetos ainda não era permitido. Isso em um país com maioria absoluta de analfabetos.”

03 – Qual era o grupo mais poderoso do Brasil durante a República Velha?
      Os fazendeiros.

04 – Qual classe social estava em crescimento nesse período?
      A burguesia urbana.    

05 – De maneira geral, como se comportou a imprensa durante a República Velha?
      Os jornais, dependendo de quem comprava a sua opinião, tratavam de endeusar ou destruir candidatos a cargos políticos. Fora a imprensa operária, chamavam os participantes das rebeliões populares de desordeiros e, de forma pejorativa, de “negros” e “mulatos”.

06 – Qual foi o papel da imprensa na derrubada da República Velha?
      Através dela, buscava-se conquistar o apoio popular necessário para concretizar a deposição do último presidente da República Velha, Washington Luís.

07 – Por que fazendeiros e o governo republicano se opuseram à existência de Canudos?
      Porque o seu líder, Antônio Conselheiro, questionava a legitimidade da República e punha em risco o poder dos latifundiários locais.

08 – Como reagiu a opinião pública diante das notícias publicadas na imprensa?
      Acabou exigindo a destruição de Canudos, legitimando o massacre de milhares de sertanejos.



POEMA: CLASSIFICADOS POÉTICOS - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

Poema: Classificados Poéticos
           Roseana Murray


Menino que mora num planeta
azul feito a cauda de um cometa
quer se corresponder com alguém
de outra galáxia.
Nesse planeta onde o menino mora,
as coisas não vão tão bem assim:
o azul está ficando desbotado.
e os homens brincam de guerra.
É só apertar um botão
que o planeta Terra vai pelos ares...
Então o menino procura com urgência
alguém de outra galáxia
para trocarem selos, figurinhas
e esperanças.



Habitante de outra galáxia
aceita corresponder-se com o menino
do planeta azul.
O mundo desse habitante é todo
feito de vento e cheira a jasmim.
Não há fome nem há guerra
e, nas tardes perfumadas,
as pessoas passeiam de mãos dadas
e costumam rir à toa.
Nessa galáxia ninguém faz a morte,
ela acontece naturalmente
como o sono depois da festa.
Os habitantes não mentem
e por isso os seus olhos
brilham como riachos.
O habitante da outra galáxia
aceita trocar selos e figurinhas
e pede ao menino
que encha os bolsos de esperanças,
e não só os bolsos, mas também as mãos
e os cabelos, a voz, o coração,
que a doença do planeta azul
ainda tem solução.
                                                                    Roseana Murray.
Entendendo o poema:
01 – Com quem o menino do planeta Terra quer se corresponder?
      Quer se corresponder com alguém de outra galáxia.

02 – Por que ele tem pressa em trocar correspondência com alguém de outra galáxia?
      Porque o planeta onde vive as coisas não vão bem, o azul está ficando desbotado e os homens brincam de guerra.

03 – E aqui no seu país, quais são os maiores problemas enfrentados? Cite, no mínimo, cinco: 
      Desemprego, violência, poluição, saúde e educação.

04 – Usando o maior número possível de adjetivos, caracterize os dois lugares, descrevendo-os:
·        Planeta azul – azul desbotado, homens brincando de guerra.
·        Outra Galáxia – feito de vento, cheira a jasmim, não há fome nem guerra e tardes perfumadas.

05 – Por que o menino procura com urgência alguém de outro galáxia?
      Para trocarem selos, figurinhas e esperanças.

06 – O habitante da outra galáxia pede o que ao menino?
      Que encha os bolsos de esperanças, as mãos, os cabelos, a voz, o coração, que a doença do planeta azul ainda tem solução.

07 – Escreva 05 coisas que você pode fazer para melhorar o planeta em que mora.
·        Não jogar lixo nas ruas.
·        Não fazer queimadas.
·        Plantar mais árvores.
·        Usar menos os carros.
·        Não poluir os rios e mares.

08 – Trabalhando as palavras. Escreva o significado destas palavras:
·        Desbotado: Que perdeu a vivacidade da cor original.
·        Galáxia: conjunto de planetas, estrelas, gás, etc.
·        Urgência: Necessidade imediata, pressa. Caso ou situação muito grave.

09 – Retire do texto:
a)   Duas palavras com encontro vocálico.
Feito – cauda.

b)   Duas palavras com encontro consonantal.
Planeta – brincam.

c)   Uma palavra com dígrafo.
Guerra.

10 – Na frase: “... brilham como riachos.”, o que o autor está se referindo?
      Refere-se a honestidade e sinceridade do povo de outra galáxia.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PAZ - CLAUDINHO & BUCHECHA - COM GABARITO

ATIVIDADES DA Música: Paz

                          Claudinho & Buchecha

Ninguém se respeita
Ninguém tem direitos
Ninguém se aceita
E Ninguém é perfeito
Afinal de contas
O que mais é preciso mudar?

Eu com a minha raça
Você na sua crença
Entre tantas cores
Qual a diferença?
É preciso todas, para o arco-íris brilhar

Aviões caindo
Irmãos se separando
Bombas explodindo
Crianças chorando
Mas que mundo é esse
Que a gente tá tentando salvar?

Refrão:

A gente tá querendo paz, paz
O mundo precisa de paz, paz,
De objetivos iguais mais
Amor dentro do coração.
A gente tá querendo paz, paz
Mais uma chance pra paz, paz,
Que os sentimentos de paz, paz
Acabem num abraço de irmão.

Uns acendem velas
Outros cantam hinos
Uns batem tambores
Outros tocam sinos
Mas todos se ajoelham
Porque a intenção é igual.

Uns trocam palavras
Outros usam livros
Uns carregam armas
Outros ficam vivos
A eterna luta
Que existe entre o bem e o mal.

Uns fazem banquetes
Outros comem lixo
Quem será o homem?
Quem será o bicho?
Mas que mundo é esse
Que a gente tá tentando salvar?

Refrão:

A gente tá querendo paz, paz
O mundo precisa de paz, paz,
De objetivos iguais mais
Amor dentro do coração.
A gente tá querendo paz, paz
Mais uma chance pra paz, paz,
Que os sentimentos de paz, paz
Acabem num abraço de irmão.

A gente tá querendo paz, paz
O mundo precisa de paz, paz,
De objetivos iguais mais
Amor dentro do coração.
A gente tá querendo paz, paz
Mais uma chance pra paz, paz,
Que os sentimentos de paz, paz
Acabem num abraço de irmão.

Entendendo a canção:
01 – Na letra da música, qual o efeito da repetição da palavra “Ninguém”?
      O efeito é dar ênfase e tornar mais expressiva a mensagem. É considerada figura de construção – Anáfora.

02 – Em “É preciso todas para o arco-íris brilhar” a que se refere o termo sublinhado? Qual o significado desse verso?
      Refere-se as cores. Porque no arco-íris, as cores aparecem sempre na mesma ordem e cada uma tem um significado próprio.

03 – Qual a ideia expressa pelo termo sublinhado em “Uns acendem velas / Outros cantam hinos / Uns batem tambores / Outros tocam sinos / Mas todos se ajoelham / Porque a intenção é igual.” Justifique.
      Devemos respeitar todas as religiões. Conscientes de que Deus não escolhe religião. E o seu amor estende as mãos para todos os filhos. Somos todos irmãos uns dos outros em humanidade.

04 – Além da paz, de que mais o mundo precisa, segundo o texto?
      O mundo precisa de amor. Ainda que o mundo pareça cruel e injusto, nunca deixe de lutar pela bondade, mesmo que suas ações pareçam pequenas frente ao ódio dos outros, escolha o amor. Escolha ter paz no seu coração.

05 – Qual o tema do texto?
      A busca pela paz e harmonia interior, porque há muita carência disso nos dias modernos. A regra são as aflições decorrente de uma rotina agitada.
        

FILME(ATIVIDADES): REI ARTHUR - ANTOINE FUQUA - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): REI ARTHUR
Data de lançamento 17 de setembro de 2004 (2h 06min)
Direção: Antoine Fuqua
Gêneros HistóricoAção
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES

        Arthur (Clive Owen) é um líder relutante, que deseja deixar a Bretanha e retornar a Roma para viver em paz. Porém, antes que possa realizar esta viagem, ele parte em missão ao lado dos Cavaleiros da Távola Redonda, formado por Lancelot (Ioan Gruffudd), Galahad (Hugh Dancy), Bors (Ray Winstone), Tristan (Mads Mikkelsen) e Gawain (Joel Edgerton). Nesta missão Arthur toma consciência de que, quando Roma cair, a Bretanha precisará de alguém que guie a ilha aos novos tempos e a defenda das ameaças externas. Com a orientação de Merlin (Stephen Dillane) e o apoio da corajosa Guinevere (Keira Knightley) ao seu lado, Arthur decide permanecer no país para liderá-lo.

Entendendo o filme:
01 – Identifique o personagem principal do texto:
a) Artur.
b) o rei Pendragon.
c) o mago Merlim.
d) os cavaleiros da Távola Redonda.

02 – Artur tornou-se rei porque:
a) “[...] era filho secreto do rei Pendragon.”
b) “[...] foi confiado ao mago Merlim [...]”
c) “[...] o rei morreu sem deixar herdeiro.”
d) “[...] apoderou-se da arma sem a mínima dificuldade.”

03 – Há uma opinião sobre a façanha de Artur em:
a) “[...] uma espada encantada que exibia o nome Excalibur, encravada numa pedra [...]”
b) “[...] Todos os cavaleiros do reino tentaram retirar a espada da pedra. Mas nenhum conseguiu.”
c) “Foi inacreditável.”
d) “Ele foi consagrado rei.”

04 – Segundo o texto, o mágico Merlin aconselhou o rei Artur a reunir os melhores cavaleiros. Formou-se, então, a Távola Redonda. Identifique a missão desses cavaleiros:
      Os cavaleiros da Távola Redonda juraram que “percorreriam todo o reino socorrendo damas em perigo e combatendo os maus.”

05 – Na parte “[...] mas não lhe contou sua verdadeira origem nem o destino que o esperava.”, os termos sublinhados retomam:
a) Artur.
b) o rei Pendragon.
c) o mago Merlim.
d) um dos cavaleiros do reino.

06 – Na passagem “Todos os cavaleiros do reino tentaram retirar a espada da pedra. Mas nenhum conseguiu.”, o termo “mas” indica:
a) a comparação entre dois fatos.
b) a oposição entre dois fatos.
c) a consequência de um fato.
d) a finalidade de um fato.

07 – As aspas foram usadas no texto para:
a) enfatizar a principal parte da narrativa.
b) sinalizar um dizer de autoria alheia.
c) indicar uma frase escrita em linguagem informal.
d) destacar um comentário do autor do texto.

08 – O texto apresenta principalmente:
a) sequências expositivas.
b) sequências descritivas.
c) sequências narrativas.
d) sequências argumentativas.


CRÔNICA: OS RESISTENTES - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

CRÔNICA: Os resistentes
                                         Luís Fernando Veríssimo

        Não sucumbi ao telefone celular. Não tenho e nunca terei um telefone celular. Quando preciso usar um, uso o da minha mulher. Mas segurando-o como se fosse um grande inseto, possivelmente venenoso, desconhecido da minha tribo.
        Eu não saberia escolher a musiquinha que o identifica. Aquela que, quando toca, a pessoa diz “é meu!”, e passa a procurá-lo freneticamente, depois o coloca no ouvido, diz “alô” várias vezes, aperta botões errado, desiste e desliga, para repetir toda a função quando a musiquinha toca outra vez.
        Não sei, a gente escolhe a musiquinha quando compra o celular?
        ─ Tem aí um Beethoven?
        ─ Não. Mas temos as quatro estações de Vivaldi.
        ─ Manda a primavera.
        Porque a musiquinha do seu celular também identifica você. [...]. Você muitas vezes só sabe com quem realmente está quando ouve o seu celular tocar, e o som do seu celular diz mais a seu respeito do que você imagina. Se bem que, na minha experiência, a maioria das pessoas escolhe músicas galopantes [...] apenas para já colocá-la no adequado espírito de urgência, ou pânico controlado, que o celular exige.
        Sei que alguns celulares ronronam e vibram discretamente, em vez de desandarem a chamar seus donos com música. Infelizmente, os donos nem sempre mostram a mesma discrição. Não é raro você ser obrigado a ouvir alguém tratando de detalhes da sua intimidade ou dos furúnculos da tia Djalmira a céu aberto, por assim dizer. É como nos fazem os fumantes, só que em vez do nosso espaço aéreo ser invadido por fumaça indesejada, é invadido pela vida alheia. Que também pode ser tóxica.
        Não dá para negar que o celular é útil, mas no caso a própria utilidade é angustiante. O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão. Onde você se encontra tornou-se irrelevante, o que significa que em breve ninguém mais vai se encontrar. E a palavra “incomunicável” perdeu o sentido. Estar longe de qualquer telefone não é mais um sonho realizável de sossego e privacidade ─ o telefone foi atrás.
        Não tenho a menor ideia de como funciona o besouro maldito. E chega um momento em que cada nova perplexidade com ele torna-se uma ofensa pessoal, ainda mais para quem não entendeu bem como funciona torneira.
        Ouvi dizer que o celular destrói o cérebro aos poucos. Nos vejo ─ os que não sucumbiram, os últimos resistentes ─ como os únicos sãos num mundo imbecilizado pelo micro-ondas de ouvido, com os quais as pessoas trocarão grunhidos pré-históricos, incapazes de um raciocínio ou de uma frase completa, mais ainda conectados. Seremos poucos mas nos manteremos unidos, e trocaremos informações. Usando sinais de fumaça.

O Globo, 3 de maio de 2012.
Entendendo o texto
01 – Qual o significado de sucumbir, no primeiro parágrafo?
      Não resistir ao telefone celular.  
 
02 – No trecho “Quando preciso usar um, uso o da minha mulher.”, no primeiro parágrafo, a que se refere o termo destacado?
      Refere-se ao telefone celular.

03 – Retire do 1º e do 3º parágrafos do texto trechos que revelam a pouca intimidade do cronista com o celular.
      “Mas segurando-o como se fosse um grande inseto, possivelmente venenoso, desconhecido da minha tribo.”
      “Não sei, a gente escolhe a musiquinha quando compra o celular?”

04 – A que se referem os termos destacados em “É como nos fazem os fumantes, só que em vez do nosso espaço aéreo ser invadido por fumaça indesejada, é invadido pela vida alheia. Que também pode ser tóxica.” (8º parágrafo) 
      Refere-se as conversas da vida alheia.

05 – Retire do texto um trecho que revela uma opinião e um que contém um fato.
      Fato: Não dá para negar que o celular é útil.
      Opinião: O celular reduziu as pessoas a apenas extremos opostos de uma conexão, pontos soltos no ar, sem contato com o chão.

06 – Cite uma consequência do uso do celular, segundo o 9º parágrafo do texto.
      O que significa que em breve ninguém mais vai se encontrar.

07 – A quem se refere o termo destacado em “Nos vejo”, no último parágrafo?
      Refere-se à aqueles que não aceitaram a modernidade do telefone celular.

08 – Qual a crítica aos usuários do telefone celular presente no último parágrafo?
      Que as pessoas embora conectadas, são incapazes de um raciocínio ou de uma frase completa.



POEMA: FAMÍLIA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: Família
               Carlos Drummond de Andrade

Três meninos e duas meninas,
Sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
O papagaio, o gato, o cachorro,
As galinhas gordas no palmo de horta
E a mulher que trata de tudo.

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
O cigarro, o trabalho, a reza,
A goiabada na sobremesa de domingo,
O palito nos dentes contentes,
O gramofone rouco toda noite
E a mulher que trata de tudo.

O agiota, o leiteiro, o turco,
O médico uma vez por mês,
O bilhete todas as semanas
Branco! Mas a esperança sempre verde.
E a mulher que trata de tudo
E a felicidade.
                                           Carlos Drummond de Andrade.

Entendendo o poema:
01 – Transcreva do texto três exemplos de numerais, classificando-os:
      Três – cardinal / mês – 30 dias / semana – 7 dias.  

02 – Copie do texto três adjetivos, dizendo a que substantivos eles se referem:
      Adjetivo     -     Substantivo
      Preta         -      Cozinheira.
      Gordas      -      Galinhas.
      Mulata       -      Copeira.

03 – Circule no texto dois substantivo derivado, dizendo de que palavra ele derivou:
      Substantivo derivado:
      Espreguiçadeira – preguiça.
      Goiabada         goiaba.      
   
04 – Quem seria "a mulher que trata de tudo", mencionada repetidas vezes no texto? 
      A mãe das crianças, a dona da casa, uma vez que o título é família.

05 – Quem compõe a família descrita por Drummond? Enumere cada um:
      Compõe: três meninos e duas meninas, a cozinheira, a copeira e a dona da casa.

06 – Caracterize, com as dicas oferecidas pelo texto, essa família: 
      É uma família que vive no campo, pelas características apresentadas no poema.

07 – Cada estrofe do poema apresenta uma enumeração e um verso que se repete em todas elas. Esse verso “A mulher que trata de tudo” resume uma concepção de família harmônica. Qual concepção?
      A da família em que tudo gira em torno da mulher, a quem compete a organização da casa e a assistência aos filhos e ao marido.

08 – Compare os dois versos finais de cada estrofe explique a diferença de pontuação e o efeito de sentido que essa diferença provoca na última estrofe.

      O verso “A mulher que trata de tudo” constitui um período, terminado com ponto final, nas duas primeiras estrofes. Na última, constitui-se em parte de um período ao qual se junta uma oração coordenada que, apesar de ser aditiva, estabelece uma relação de causa e efeito entre a mulher e a felicidade.