sexta-feira, 6 de julho de 2018

CONTO: TELECO, O COELHINHO - MURILO RUBIÃO - COM GABARITO

Conto: Teleco, O Coelhinho
                                                       Murilo Rubião

        “Três coisas me são difíceis de entender. E uma quarta eu a ignoro completamente: O caminho da águia no ar. O caminho da cobra sobrea pedra, O caminho da nau no meio do mar, e o caminho do homemna sua mocidade.” Provérbios, XXX, 18 e 19.
        — Moço, me dá um cigarro?
   A voz era sumida, quase um sussurro. Permaneci na mesma posição em que me encontrava, frente ao mar, absorvido com ridículas lembranças. O importuno pedinte insistia:
        — Moço, oh! moço! Moço, me dá um cigarro?
    Ainda com os olhos fixos na praia, resmunguei:
    — Vá embora, moleque. Senão chamo a polícia.
        — Está bem, moço. Não se zangue. E, por favor, saia da minha frente que eu também gosto de ver o mar.
        Exasperou-me a insolência de quem assim me tratava e virei-me, disposto a escorraçá-lo com um pontapé. Fui desarmado, entretanto. Diante de mim estava um coelhinho cinzento, a me interpelar delicadamente:
        — Você não dá é porque não tem, não é, moço?
        O seu jeito polido de dizer as coisas comoveu-me. Dei-lhe o cigarro e afastei-me para o lado, a fim de que melhor ele visse o oceano. Não fez nenhum gesto de agradecimento, mas já então conversávamos como velhos amigos. Ou, para ser mais exato, somente o coelhinho falava. Contava- me acontecimentos extraordinários, aventuras tamanhas que o supus com mais idade do que realmente aparentava.
        Ao fim da tarde, indaguei onde ele morava. Disse não ter morada certa. A rua era o seu pouso habitual. Foi nesse momento que reparei nos seus olhos. Olhos mansos e tristes. Deles me apiedei e convidei-o a residir comigo. A casa era grande e morava sozinho — acrescentei.
        A explicação não o convenceu. Exigiu-me que revelasse minhas reais intenções:
        — Por acaso, o senhor gosta de carne de coelho?
        Não esperou pela resposta:
        — Se gosta, pode procurar outro, porque a versatilidade e o meu fraco,
        Dizendo isto, transformou-se numa girafa.
        — À noite — prosseguiu — serei cobra ou pombo. Não lhe importará a companhia de alguém tão instável?
        Respondi-lhe que não e fomos morar juntos.
        Chamava-se Teleco.
        Depois de uma convivência maior, descobri que a mania de metamorfosear-se em outros bichos era nele simples desejo de agradar ao próximo. Gostava de ser gentil com crianças e velhos, divertindo-os com hábeis malabarismos ou prestando-lhes ajuda. O mesmo cavalo que, pela manhã, galopava com a gurizada, à tardinha, em lento caminhar, conduzia anciãos ou inválidos as suas casas.
        Não simpatizava com alguns vizinhos, entre eles o agiota e suas irmãs, aos quais costumava aparecer sob a pele de leão ou tigre. Assustava-os mais para nos divertir que por maldade. As vítimas assim não entendiam e se queixavam à polícia, que perdia o tempo ouvindo as denúncias. Jamais encontraram em nossa residência, vasculhada de cima a baixo, outro animal além do coelhinho. Os investigadores irritavam-se com os queixosos e ameaçavam prendê-los.
        Apenas uma vez tive medo de que as travessuras do meu irrequieto companheiro nos valessem sérias complicações. Estava recebendo uma das costumeiras visitas do delegado, quando Teleco, movido por imprudente malícia, transformou-se repentinamente em porco do mato. A mudança e o retorno ao primitivo estado foram bastante rápidas para que o homem tivesse tempo de gritar. Mal abrira a boca, horrorizado, novamente tinha diante de si um pacifico coelho:
        — O senhor viu o que eu vi?
        Respondi, forçando uma cara inocente, que nada vira de anormal.
        O homem olhou-me desconfiado, alisou a barba e, sem se despedir, ganhou a porta da rua.
        A mim também pregava-me peças. Se encontrava vazia a casa, já sabia que ele andava escondido em algum canto, dissimulado em algum pequeno animal. Ou mesmo no meu corpo sob a forma de pulga, fugindo-me dos dedos, correndo pelas minhas costas. Quando começava a me impacientar e pedia-lhe que parasse com a brincadeira, não raro levava tremendo susto. Debaixo das minhas pernas crescera um bode que, em disparada me transportava até o quintal. Eu me enraivecia, prometia-lhe uma boa surra. Simulando arrependimento. Teleco dirigia-me palavras afetuosas e logo fazíamos as pazes.
        No mais, era o amigo dócil, que nos encantava com inesperadas mágicas. Amava as cores e muitas vezes surgia transmudado em ave que as possuía todas e de espécie inteiramente desconhecida ou de raça já extinta.
        — Não existe pássaro assim!
        — Sei. Mas seria insípido disfarçar-me somente em animais conhecidos.
        O primeiro atrito grave que tive com Teleco ocorreu um ano após nos conhecermos. Eu regressava da casa da minha cunhada Emi, com quem discutira asperamente sobre negócios de família. Vinha mal-humorado e a cena que deparei, ao abrir a porta da entrada, agravou minha irritação. De mãos dadas, sentados no sofá da sala de visitas, encontravam-se uma jovem mulher e um mofino canguru. As roupas dele eram mal talhadas, seus olhos se escondiam por trás de uns óculos de metal ordinário.
        — O que deseja a senhora com esse horrendo animal? — perguntei, aborrecido por ver minha casa invadida por estranhos.
        — Eu sou o Teleco — antecipou-se, dando uma risadinha.Mirei com desprezo aquele bicho mesquinho, de pelos ralos, a denunciar subserviência e torpeza. Nada nele me fazia lembrar o travesso coelhinho.
        Neguei-me a aceitar como verdadeira a afirmação, pois Teleco não sofria da vista e se quisesse apresentar-se vestido teria o bom gosto de escolher outros trajes que não aqueles.
        Ante a minha incredulidade, transformou-se numa perereca. Saltou por cima dos móveis, pulou no meu colo. Lancei-a longe, cheio de asco.
        Retomando a forma de canguru, inquiriu-me, com um ar extremamente grave:
        — E isso? — apontei para a mulher. — É uma lagartixa ou um filhote de salamandra?
        Ela me olhou com raiva. Quis retrucar, porém ele atalhou:
        — É Tereza. Veio morar conosco. Não é linda?
        Sem dúvida, linda. Durante a noite, na qual me faltou o sono, meus pensamentos giravam em torno dela e da cretinice de Teleco em afirmar-se homem.
        Levantei-me de madrugada e me dirigi à sala, na expectativa de que os fatos do dia anterior não passassem de mais um dos gracejos do meu companheiro.
        Enganava-me. Deitado ao lado da moça, no tapete do assoalho, o canguru ressonava alto. Acordei-o, puxando-o pelos braços:
        — Vamos. Teleco, chega de trapaça.
        Abriu os olhos, assustado, mas, ao reconhecer-me, sorriu:
        − Teleco?! Meu nome é Barbosa. Antônio Barbosa, não é. Tereza? Ela, que acabara de despertar, assentiu, movendo a cabeça. Explodi, encolerizado:
        — Se é Barbosa, rua! E não me ponha mais os pés aqui, filho de um rato!
        Desceram-lhe as lágrimas pelo rosto e, ajoelhado, na minha frente, acariciava minhas pernas, pedindo-me que não o expulsasse de casa, pelo menos enquanto procurava emprego.
        Embora encarasse com ceticismo a possibilidade de empregar-se um canguru, seu pranto me demoveu da decisão anterior, ou, para dizer a verdade toda, fui persuadido pelo olhar súplice de Tereza que, apreensiva, acompanhava o nosso diálogo.
        Barbosa tinha hábitos horríveis. Amiúde cuspia no chão e raramente tomava banho, não obstante a extrema vaidade que o impelia a ficar
        Basta esta prova?Basta. E daí? O que você quer?De hoje em diante serei apenas homem. Homem? — indaguei atônito. Não resisti ao ridículo da situação e dei uma gargalhada: horas e horas diante do espelho. Utilizava-se do meu aparelho de barbear, da minha escova de dentes e pouco serviu comprar-lhe esses objetos, pois continuou a usar os meus e os dele. Se me queixava do abuso, desculpava-se, alegando distração.
        Também a sua figura tosca me repugnava. A pele era gordurosa, os membros curtos, a alma dissimulada. Não media esforços para me agradar, contando-me anedotas sem graça, exagerando nos elogios a minha pessoa.
        Por outro lado, custava tolerar suas mentiras e, às refeições, a sua maneira ruidosa de comer, enchendo a boca de comida com auxílio das mãos.
        Talvez por ter-me abandonado aos encantos de Tereza, ou para não desagradá-la, o certo é que aceitava, sem protesto, a presença incômoda de Barbosa.
        Se afirmava ser tolice de Teleco querer nos impor sua falsa condição humana, ela me respondia com uma convicção desconcertante:
        — Ele se chama Barbosa e é um homem.
        O canguru percebeu o meu interesse pela sua companheira e, confundindo a minha tolerância como possível fraqueza, tornou-se atrevido e zombava de mim quando o recriminava por vestir minhas roupas, fumar dos meus cigarros ou subtrair dinheiro do meu bolso.
        Em diversas ocasiões, apelei para a sua frouxa sensibilidade, pedindo-lhe que voltasse a ser coelho.
        – Voltar a ser coelho? Nunca fui bicho. Nem sei de quem você fala.
        – Falo de um coelhinho cinzento e meigo, que costumava se transformar em outros animais.
        Nesse meio tempo, meu amor por Tereza oscilava por entre pensamentos sombrios, e tinha pouca esperança de ser correspondido. Mesmo na incerteza, decidi propor-lhe casamento.
        Fria, sem rodeios, ela encerrou o assunto:
        — A sua proposta é menos generosa do que você imagina. Ele vale muito mais.
        As palavras usadas para recusar-me convenceram-me de que ela pensava explorar de modo suspeito as habilidades de Teleco.
        Frustrada a tentativa do noivado, não podia vê-los juntos e íntimos, sem assumir uma atitude agressiva.
        O canguru notou a mudança no meu comportamento e evitava os lugares onde me pudesse encontrar.
        Uma tarde, voltando do trabalho, minha atenção foi alertada pelo som ensurdecedor da eletrola, ligada com todo o volume. Logo, ao abrir a porta, senti o sangue afluir-me à cabeça: Tereza e Barbosa, os rostos colados, dançavam um samba indecente.
        Indignado, separei-os. Agarrei o canguru pela gola e, sacudindo-o com violência, apontava-lhe o espelho da sala:
        — É ou não é um animal?— Não, sou um homem! — E soluçava, esperneando, transido de medo pela fúria que via nos meus olhos.À Tereza, que acudira, ouvindo seus gritos, pedia: — Não sou um homem, querida? Fale com ele.
        — Sim, amor, você é um homem.
        Por mais absurdo que me parecesse, havia uma trágica sinceridade na voz deles. Eu me decidira, porém. Joguei Barbosa ao chão e lhe esmurrei a boca. Em seguida, enxotei-os.
        Ainda da rua, muito excitada, ela me advertiu:
        — Farei de Barbosa um homem importante, seu porcaria! Foi a última vez que os vi. Tive, mais tarde, vagas notícias de um mágico chamado Barbosa a fazer sucesso na cidade, À falta de maiores esclarecimentos, acreditei ser mera coincidência de nomes.
        A minha paixão por Tereza se esfumara no tempo e voltara-me o interesse pelos selos. As horas disponíveis eu as ocupava com a coleção. Estava, uma noite, precisamente colando exemplares raros, recebidos na véspera, quando saltou, janela adentro, um cachorro. Refeito do susto, fiz menção de correr o animal. Todavia não cheguei a enxotá-lo.
        — Sou o Teleco, seu amigo — afirmou, com uma voz excessivamente trêmula e triste, transformando-se em uma cotia.
        — E ela? — perguntei com simulada displicência.
        — Sem que concluísse a frase, adquiriu as formas de um pavão.
        — Havia muitas cores… o circo… ela estava linda… foi horrível… — prosseguiu, chocalhando os guizos de uma cascavel. Seguiu-se breve silêncio, antes que voltasse a falar: — O uniforme… muito branco… cinco cordas…amanhã serei homem…— as palavras saíam-lhe espremidas, sem nexo, à medida que Teleco se metamorfoseava em outros animais. Por um momento, ficou a tossir, Uma tosse nervosa. Fraca, a princípio, ela avultava com as mutações dele em bichos maiores, enquanto eu lhe suplicava que se aquietasse. Contudo ele não conseguia controlar-se.
        Debalde tentava exprimir-se. Os períodos saltavam curtos e confusos.
        — Pare com isso e fale mais calmo — insistia eu, impaciente com as suas contínuas transformações.
        — Não posso — tartamudeava, sob a pele de um lagarto.
        Alguns dias transcorridos, perdurava o mesmo caos. Pelos cantos, a tremer. Teleco se lamuriava, transformando-se seguidamente nos mais variados animais. Gaguejava muito e não podia alimentar-se, pois a boca, crescendo e diminuindo, conforme o bicho que encarnava na hora, nem sempre combinava com o tamanho do alimento. Dos seus olhos, então, escorriam lágrimas que, pequenas nos olhos miúdos de um rato, ficavam enormes na face de um hipopótamo.
        Ante a minha impotência em diminuir-lhe o sofrimento, abraçava-me a ele, chorando. O seu corpo, porém, crescia nos meus braços, atirando-me de encontro à parede.
        Não mais falava: mugia, crocitava, zurrava, guinchava, bramia, trissava.
        Por fim, já menos intranquilo, limitava as suas transformações a pequenos animais, até que se fixou na forma de um carneirinho, a balir tristemente. Colhi-o nas mãos e senti que seu corpo ardia em febre, transpirava.
        Na última noite, apenas estremecia de leve e, aos poucos, se aquietou. Cansado pela longa vigília, cerrei os olhos e adormeci. Ao acordar, percebi que uma coisa se transformara nos meus braços. No meu colo estava uma criança encardida, sem dentes. Morta.

Entendendo o conto:                    
01 – Com base na leitura e análise do conto “Teleco, o Coelhinho”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) Teleco e o narrador conheceram-se em um zoológico.
b)  (F) Quando o narrador encontrou Teleco pela primeira vez e levou-o para casa, Ele estava metamorfoseado em mulher.
c) (F) O narrador levou Teleco para casa sem saber que ele se metamorfoseava em outros bichos.
d)   (F) A mania de metamorfosear-se em outros bichos fazia parte do gênio ruim de Teleco e da sua aversão aos humanos.
e)   (V) Antes de ir para a casa do narrador, Teleco avisou que poderia virar cobra, pombo, girafa. Mesmo assim o narrador aceitou-o.

02 – Com base na leitura e análise do conto “Teleco”, o Coelhinho classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (V) Quando o narrador se irritava com as brincadeiras de Teleco, o coelho fingia arrependimento, e os dois faziam as pazes.
b)   (V) Certa vez, Teleco virou uma girafa no quintal, assustando o delegado que revistava a residência.
c)   (V) O primeiro atrito grave entre o narrador e Teleco ocorreu quando o coelho se transformou em cobra.
d)   (F) O coelho transformou-se em homem: chamava-se Barbosa e tinha uma namorada, Tereza.
e)   (F) Quando Teleco virou canguru e arranjou uma namorada (Tereza), o narrador expulsou-o de casa imediatamente.

03 – Com base na leitura e análise do conto “Teleco, o Coelhinho”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) A convivência com Barbosa era tolerável porque o canguru era asseado e gentil.
b)   (F) O narrador, com o tempo, passou a gostar de Barbosa.
c)   (V) O narrador aceitava Barbosa por causa dos encantos de Tereza.
d)   (V) Tereza tinha convicção de que Barbosa era um homem e não um canguru.
e)   (V) Na condição de Barbosa, Teleco negava ter sido bicho algum dia.

04 – Com base na leitura e análise do conto “Teleco, o Coelhinho”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (V) O narrador, mesmo sentindo que seu amor não era correspondido, propôs casamento a Tereza.
b)   (F) Tereza aceitou casar-se com o narrador, desde que continuasse amante de Barbosa.
c)   (V) Os ciúmes do narrador levaram-no a esmurrar Barbosa e expulsá-lo, junto com Tereza, de casa.
d)   (V) O narrador esmurrou Barbosa quando o flagrou dançando indecentemente com Tereza.
e)   (F) Por causa de Tereza, o narrador e o canguru brigaram; este venceu, mas foi expulso de casa.

05 – Com base na leitura e análise do conto Teleco, o Coelhinho, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (V) Depois de ser expulso da casa do narrador, Barbosa fez sucesso como mágico de um circo.
b)   (F) Tereza, meses depois de ser expulsa, abandonou Barbosa e voltou para a casa do narrador.
c)   (V) O narrador ocupava sua horas de folga com filatelia.
d)   (V) Teleco voltou à casa do narrador, mas não soube explicar direito o que aconteceu a Tereza.
e)   (V) No final, com a forma fixa de carneiro, Teleco morreu nos braços do narrador.
f)    (V) A última metamorfose de Teleco foi de carneirinho para criança morta, encardida e sem dentes.



POESIA PARA SÉRIES INICIAIS: UMA TURMA INESQUECÍVEL - DUDA MACHADO - COM GABARITO

Poesia: UMA TURMA INESQUECÍVEL


CONHECI UM GATO
CHAMADO LENCIN.
TODA VEZ QUE MIAVA
ESPIRRAVA ATCHIM.
CONHECI UMA VACA
CHAMADA QUILATE.
DAVA UM LEITE BRANQUINHO
SABOR CHOCOLATE.
CONHECI UM JUMENTO
CHAMADO MERLIM.
COMIA POEIRA.
COMIA CAPIM.
CONHECI UMA GIRAFA
CHAMADA AÍDA.
SÓ OLHAVA PRA CIMA
DE TÃO CONVENCIDA.
CONHECI UM ELEFANTE
CHAMADO FOFÃO
PISAVA DE LEVE
COM PENA DO CHÃO.
CONHECI UMA ONÇA
CHAMADA RONRON
SE PINTAVA TODINHA
USAVA BATOM
CONHECI, CONHECI
NÃO SEI MAIS, ESQUECI.
EI, E VOCÊ TAMBÉM
NÃO CONHECE NINGUÉM?

MACHADO, DUDA. HISTÓRIAS COM POESIA, ALGUNS BICHOS E CIA. 4. ED. SÃO PAULO: EDITORA 34, 1997 P. 10-11.

Entendendo a poesia:
01 – Qual é o título do texto?
      Uma turma inesquecível.

02 – Quem é o autor da poesia?
      Duda Machado.

03 – Quais os animais que aparecem no texto?
      Um gato, uma vaca, um jumento, uma girafa, um elefante e uma onça.

04 – Quais os nomes dos personagens do texto?
      Gato Lencin, vaca Quilate, jumento Merlim, girafa Aída, elefante Fofão e a onça Ronron.

05 – Do que fala o poema?
      O poema fala dos bichos que ela conheceu.

06 – Por que o título diz uma turma inesquecível?
      Porque são os animais que conheceu e serão seus amigos.

07 – Qual o animal que você achou mais interessante? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

TEXTO: COMPRE BEM. E COM ECONOMIA - MARILENA ROCHA - COM GABARITO


Texto: Compre bem. E com economia

 Para economizar e evitar desperdício, consumidor precisa travar uma batalha com a loja, sempre interessada em vender mais e com o maior lucro possível. Para não ser driblado, deve-se estar sempre atento aos preços, quantidades e embalagens.
        É nas compras cotidianas que as pessoas podem conseguir alguma economia para equilibrar o orçamento. Segundo os especialistas, é também nas compras dos chamados gêneros de primeira necessidade que a saúde da família é preservada. Daí a recomendação de uma série de cuidados nessas compras para não se cair na estratégia dos supermercados de induzir o consumidor a compras desnecessárias ou que levem a desperdícios.
        Ausência de relógios e pisos lisos são truques dos mercados para manter o cliente envolvido com todos os artigos dispostos em prateleiras e gôndolas. O tempo passa, ele nem percebe e não apressa o passo nos corredores lisos até para não cair, tendo a atenção chamada aqui e acolá por uma outra promoção. “É por isso que a pessoa já tem de sair de casa com uma lista do que vai levar, mesmo em se tratando de uma compra pequena”, ensina o economista e consultor financeiro Luís Carlos Ewald.
        Além de anotar o que é preciso comprar, deve-se sair de casa com uma ideia do quanto vai gastar. Leve uma calculadora para não passar do limite estipulado e assim não comprometer o orçamento. Outro conselho de Ewald, que é autor de um livro sobre economia doméstica, é estar familiarizado com os preços dos produtos. “Você tem de ter intimidade com os preços, só assim você não será enganada com pseudopromoções”, adverte.
        Ou seja, para comprar bem é preciso conhecer os preços e ficar alerta para ver se o produto mais barato não tem peso inferior ou se já está no fim de seu prazo de validade.
        “Produtos perecíveis em oferta, cuidado! Podem estar para vencer”, avisa.
        Também na luta contra o desperdício, a presidente da Confederação Nacional das Donas de Casa e Consumidores, Lúcia Pacífico, defende o consumo controlado como uma forma de equilibrar o orçamento doméstico. “Pesquisar preços, pechinchar e saber dizer não aos supérfluos é fundamental.”

        Dez dicas para boas compras:
·        Não ir com crianças ou deixe-as na área de recreação do mercado, se houver;
·        Levar lista, mesmo para as pequenas compras;
·        Conferir com muita atenção ofertas/promoções;
·        Verificar sempre o preço da unidade nos casos de leve 3 e pague 2.”;
·        Sempre olhar o peso do produto na hora da comparação com outro;
·        Ficar atento ao prazo de validade, principalmente nas promoções;
·        Não levar produto com embalagem violada ou com defeito;
·        Não comprar produto com lata amassada, estufada ou enferrujada;
·        Caixa de ovos deve ser aberta e verificados todos os ovos;
·        Gelados só devem ser colocados no carrinho no fim da compra.

      Marilena Rocha. Jornal da Tarde, 22 jun. 2004.
Entendendo o texto:
01 – Quando foi publicado a reportagem? Em que periódico?
       Foi publicado no Jornal da Tarde, em 22-06-2004.

02 – Quem escreveu a reportagem?
      Marilena Rocha.

03 – Qual é o lead, isto é, a parte que resume a reportagem?
      Para economizar... quantidades e embalagens.

04 – Qual é o conselho de Ewald, sobre a economia nas compras?
      “Você tem de ter intimidade com os preços, só assim você não será enganada com pseudopromoções”.

05 – O que o autor, diz com relação aos produtos perecíveis em promoção?
              “Produtos perecíveis em oferta, cuidado! Podem estar para vencer”.

06 – Qual a mensagem passada no texto pela presidente Lúcia Pacífico?
      “Pesquisar preços, pechinchar e saber dizer não aos supérfluos é fundamental.”

07 – Cite 05 dicas para a boa compra:
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Que tal você ler o texto junto com sua mãe ou com a pessoa que faz compras em sua casa? Nesse caso, você acrescentaria mais alguma coisa para discutir com elas a respeito?
      Resposta pessoal do aluno.




TEXTO: CIDADÃO CONSUMIDOR - JOÃO B. HERKENHOFF - COM GABARITO


Texto: CIDADÃO CONSUMIDOR

        O consumidor é uma pessoa com carências, necessidades, desejos, sonhos. O consumidor não é uma peça da engrenagem econômica. Não é um fantoche para ser manipulado, enganado, lesado. O consumidor, como pessoa humana, ao lado do trabalhador, produtor da riqueza, formam os agentes principais da Economia.
        Na nossa sociedade injusta, o trabalhador, que produziu os bens, não pode consumir as coisas talhadas por suas mãos. É a situação desenhada pelo belo poema Operário em Construção” de Vinícius de Moraes:

        “O operário o foi tomado
         De uma súbita emoção
         Ao constatar assombrado
         Que tudo naquela mesa
         Garrafa, prato, facão
         Era ele quem os fazia
         Ele, um humilde operário,
         Um operário em construção.”

        A proteção do consumidor pode minorar essa situação de injustiça estrutural. Defender o consumidor (em geral, a parte fraca), em face da empresa, é uma condição para construir a cidadania. Empresas orientadas por padrões de maior respeito ao público já procuram tratar o consumidor com dignidade. Outras empresas, entretanto, têm o consumidor como mero objeto de lucro.
        Daí a necessidade de que cresça, no povo, a consciência de seus direitos, de sua cidadania. Todos somos cidadãos consumidores, e não apenas “consumidores”.
        O Código de Defesa do Consumidor estabelece, como direitos do consumidor, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, bem como a proteção de seus interesses econômicos e a melhoria de sua qualidade de vida.
        É preciso que a população vá atrás, pressione, reclame ou denuncie se as solicitações não estiverem tendo rápida solução, como prevê a lei.
        Cidadania não é outorga, não é presente, dádiva, favor, Cidadania é luta, é conquista, é união, é o povo fazendo a História.

                           João Baptista Herkenhoff é livre-docente da Ufes e
                 Autor do ABC da cidadania. Gazeta (Vitória/ES) 20 mar. 1998.
Entendendo o texto:
01 – Como o autor define “consumidor”?
      É uma pessoa com carências, necessidades, desejos, sonhos.

02 – O autor distingue “cidadão consumidor” e simplesmente “consumidor”. O que marca a diferença entre os dois?
      Consumidor: peça da engrenagem, objeto de lucro.
      Cidadão consumidor: consciente de seus direitos, reclama, denuncia, conquista melhoria de qualidade de vida.

03 – De acordo com o texto, qual é a posição das empresas diante dos consumidores?
      Algumas tratam o consumidor com dignidade, outras, como objeto de lucro.

04 – Como o texto define “cidadania”? Você concorda? Por quê?
      Cidadania é luta, união, participação na história. Resposta pessoal do aluno.

TEXTO: ESCOLAS QUILOMBOLAS - DANIELA YABETA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Escolas quilombolas
             
                            Cultivando raízes 


      Em 1988 - ano da Comemoração dos Cem Anos da Abolição da Escravatura - o governo brasileiro reconheceu os direitos das propriedades quilombolas (terras que foram ocupadas pelos escravos africanos). 
    Atualmente, existem no Brasil cerca de cinco mil quilombos, que é como são chamadas essas propriedades. Neles, os afrodescendentes cultivam a terra, cuidam de animais e estudam. Isso mesmo: estudam! 
        Na grande maioria dos quilombos, escolas são responsáveis por perpetuar a educação quilombola, cujo objetivo, além da alfabetização, é ensinar traços e características da cultura africana, a relação entre o Brasil e a África, a origem dos quilombos, a história dos grandes heróis negros da luta contra a escravidão etc. Essas escolas são mantidas por meio de um programa do Governo Federal, que instituiu também uma série de leis que visam proteger esses territórios contra invasões, desmatamentos e desrespeito à cultura africana e afro- brasileira. 
Fonte: Yabeta, Daniela. Na escola quilombola. 
Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro.

Entendendo o texto:
01 – O que você achou das informações trazidas pelo texto?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Você já tinha ouvido falar em escola quilombola?
      Resposta pessoal do aluno.   

03 – De acordo com o texto, o que são as propriedades quilombolas? 
      São as terras que foram ocupadas pelos escravos africanos. 

04 – O que os afrodescendentes fazem nos quilombos? 
      Cultivam a terra, cuidam de animais e estudam. 

05 – Qual a diferença entre a escola quilombola e as demais escolas?
      Na escola quilombola, além da alfabetização, são ensinados os traços, a cultura e a história africana.  

06 – Em sua opinião, por que o título do texto é "Escolas quilombolas: cultivando raízes"? 
      Resposta pessoal. Ajude os alunos a perceber que as escolas quilombolas auxiliam no cultivo da cultura afro-brasileira, além de resgatar as raízes (origens) dos quilombolas.

 07 – Você considera importante que os quilombolas estudem em uma escola própria? Por quê? 
      Resposta pessoal. Comente com os alunos que, ao estudar em uma escola quilombola, os afrodescendentes aprendem mais sobre sua própria história e cultura. Aceite a opinião dos alunos, mas peça que justifiquem por que pensam de tal forma. 

TEXTO: "NOSSO CHÃO, NOSSA GENTE" - JORNAL MEIO NORTE - COM GABARITO


Texto: Nosso Chão, Nossa Gente”
          Com a mão na massa, pela Solidariedade

        Os adolescentes de Teresina e também do interior do Estado deram exemplo de cidadania ao se engajarem na campanha “Nosso Chão, Nossa Gente”, iniciada pelo Sistema Meio Norte.

             Eu faço a minha parte!
        Não são calango, cacto e farinha os únicos alimentos do povo que passa fome por causa da seca na região Nordeste. Na falta de comida, qualquer que seja, é o próprio organismo que serve de alimento. A situação chega a ficar trágica, pois as reservas energéticas do corpo somem e as pessoas, também. Depois das denúncias dos meios de comunicação, muitas campanhas estão tentando sanar, pelo menos temporariamente, a fome dessa gente. Não só os adultos estão se preocupando. Os adolescentes tomaram consciência do seu dever de ajudar e entraram na luta.
        A maior prova da sensibilidade do jovem foi a sua grande participação na campanha “Nosso Chão, Nossa Gente. O Piauí contra a fome”, idealizada pelo Sistema Meio Norte. De todos os cantos da cidade, centenas de adolescentes resolveram se empenhar e fazer parte da corrente de solidariedade, que também atingiu, de forma marcante, as outras áreas da sociedade.
       Para Saulo Marinho Costa, de 14 anos, a iniciativa de ajudar as pessoas através de campanhas é louvável, mas já deveria ter acontecido há muitos e muitos anos. “Somente agora a gente vê todo o país se mobilizando, mas o problema da seca é bem antigo. Mesmo assim, está sendo uma maravilha ver todos ajudando”, afirma Saulo, acrescentando que fez questão de participar e fazer a sua doação.
        Com apenas 15 anos, o estudante do primeiro ano do 2° grau Bruno Costa é exemplo de adolescente integrado com os problemas sociais. Depois de ver o exemplo do colégio da irmã, o Gradus, que promoveu uma campanha interna para arrecadação de alimentos para doar a “Nosso Chão, Nossa Gente”, ele resolveu discutir com o diretor de sua escola, o Dom Barreto, a possibilidade de também realizar algo parecido.
        Bruno afirma que o apoio para as pessoas que passam fome não está vindo de cima para baixo, ou seja, do governo para a população. Graças a essa falha, ele diz que é papel da sociedade estar totalmente integrada e ajudar cada vez mais. “A população tem que se mobilizar e reagir, já que cobrar no Brasil não adianta nada, não é? Por isso, quem tem que fazer alguma coisa somos nós”, argumenta.
        Para Bruno, é um erro comum dos brasileiros colocar a culpa de todos os seus problemas apenas no governo. Na sua opinião, a sociedade não é representada pelos políticos e sim, pelas próprias pessoas que a integram. “Se no nosso país eles não tomam a iniciativa, somos nós que temos que encabeçar campanhas e tentar ajudar uns aos outros”, diz.
        A participação dos jovens é destacada por Bruno, como sendo da maior importância, não só para tentar solucionar esse, como outros problemas. “O jovem tem que se preocupar e estar consciente porque a fome deve ser ruim. Não posso descrever direito pois nunca senti, mas suponho a sua crueldade. Eu faço questão de sempre colaborar porque sei que os adultos já estão completamente entregues ao capitalismo e não têm muito tempo para se preocupar com as necessidades dos outros”, afirma contundente.

          FLAGA!
        Estudante vestem a camisa da campanha e mobilizam o colégio inteiro para arrecadar alimentos, roupas e medicamentos para os que passam necessidades no interior do Piauí. Durante o dia de solidariedade, no sábado passado, vários carros como esses chegaram ao Auditório Carlos Jansen carregados de donativos conseguidos através da mobilização teen.

                                                          Jornal Meio Norte (Teresina/PI).
                                                     Caderno For Teens, 21 maio 1998.
Entendendo o texto:
01 – Você já ouviu falar no programa do governo federal chamado FOME ZERO? Que relação você percebe entre o texto lido e o Fome Zero?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – O que significa “mobilização teen”?
      Mobilização dos jovens. Teen: terminação, em inglês, dos números entre treze e dezenove.

03 – Qual o sentido do subtítulo “Com a mão na massa”?
      Entrando em ação, participando, agindo.

04 – Reescreva a frase “Eu faço a minha parte”, substituindo o pronome eu por “Cada um” e fazendo as devidas concordâncias.
      Cada uma faz a sua parte.

05 – Qual das opiniões emitidas pelos jovens piauienses mais o impressionou? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Reescreva a frase a seguir, substituindo o sujeito “Os adolescentes” pelo pronome “nós”, fazendo as concordâncias necessárias:
“Os adolescentes de Teresina deram exemplo de cidadania ao se engajarem na campanha.”
      Nós de Teresina demos o exemplo de cidadania ao nos engajarmos na campanha.

07 – Reescreva a frase usando o pretérito perfeito e depois o futuro do indicativo:
“Eu faço a minha parte!”
      Eu fiz a minha parte!
      Eu farei a minha parte!

08 – Reescreva a frase, colocando “comida” no plural e fazendo as concordâncias:
“Na falta de comida, qualquer que seja, é o próprio organismo que serve de alimento.”
      Na falta de comidas, quaisquer que sejam, é o próprio organismo que serve de alimento.

09 – Reescreva a frase, usando o pronome “nós” como sujeito e fazendo as concordâncias:
“Não posso descrever a fome, pois nunca senti, mas suponho a sua crueldade.”
      Não podemos descrever a fome, pois nunca sentimos, mas supomos a sua crueldade.



quinta-feira, 5 de julho de 2018

FILME: ELES NÃO USAM BLAC-TIE - LEON HIRSZMAN - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Filme: ELES NÃO USAM BLACK-TIE

SINOPSE E DETALHES
        Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião (Carlos Alberto Riccelli) e sua namorada Maria (Bete Mendes) decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio (Gianfrancesco Guarnieri), um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.

Entendendo o filme:
01 – O filme reabre feridas e não faz questão alguma de costura-las novamente. É uma obra em ciclos que parece erguer pontes políticas e críticas em 1958, 1981, 2017 e sabe-se lá até quando. Que tema é abordado?
      Seu tema é talvez a grande problemática que permanece insolúvel no horizonte brasileiro: a condição do operariado.

02 – Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, texto encenado pela primeira vez em 1958 e posteriormente adaptado para o cinema, trata da luta de classes no cenário urbano do Rio de Janeiro. Sobre essa obra, é correto afirmar:
a) O emprego da língua portuguesa em seu padrão culto nas falas dos operários atende a uma exigência própria da literatura e do teatro produzidos em meados do século XX.
b) Prevalece na peça uma visão conciliatória já que, influenciados por Tião, no terceiro ato os moradores do morro abandonam suas principais reivindicações.
c) O conflito que está no centro da ação dramática é motivado pelas diferentes opções que as personagens assumem perante uma greve.
d) As personagens femininas não participam das decisões familiares nem têm opinião política, comportamento típico do patriarcalismo vigente naquele período histórico.
e) O sucesso do samba “Nós não usa black-tie” resultou em uma surpreendente ascensão socioeconômica para seu compositor, Juvêncio.

03 – Como seria uma versão atual desse filme? 
      O filme adota uma narrativa realista que situa, em polos antagônicos, a esperança na ação coletiva e a aposta nas saídas individuais, como alternativa de vida para os trabalhadores.
      Podemos citar a greve dos caminhoneiros que durou 11 dias, (21/03 à 30/03/2018), bloqueou estradas, causou desabastecimento e prejuízo em vários setores. Eles tiveram as demandas atendidas.

04 – Como são vistos os movimentos grevistas hoje?
      O Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio Econômicas (DIEESE), indica que é a maior onda grevista dos últimos anos. Agora, ressurgem a tendência recente de fortalecimento do movimento sindical com greves nos setores público.

05 – Quais seriam as reinvindicações da classe operária atual?
      Aumento real de salário e melhores condições de trabalho.

06 – O álcool aparece muitas vezes como alívio para as tensões e o pai de Maria é um alcoólatra. Como esse problema social vem sendo encarado hoje?
      O alcoolismo é considerado como uma doença psiquiátrica, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), “doença com componentes físicos e mentais”. Isso porque a dependência, muitas vezes, é puramente psíquica, mas há também componentes fisiológicos envolvidos.
      Hoje, uma das opções gratuitas é através dos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e droga (CAPS – AD), que tem unidade saúde em todo país.

MÚSICA: CHOPIS CENTIS - MAMONAS ASSASSINAS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Música: Chopis Centis
                             Mamonas Assassinas

Eu di um beijo nela
E chamei pra passear
A gente fomos no shopping
Pra mode a gente lanchar

Comi uns bicho estranho
Com um tal de gergelim
Até que tava gostoso
Mas eu prefiro aipim

Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade
É um crediário
Nas Casas Bahia

Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade
É um crediário
Nas Casas Bahia

P'arriba!
Joinha, joinha, chupetão, vamo lá
Chuchuzinho, vamo embora
Onde é que entra, hein?

Esse tal Chópis Cêntis
É muicho legalzinho
Pra levar as namoradas
E dar uns rolézinhos

Quando eu estou no trabalho
Não vejo a hora de descer dos andaime
Pra pegar um cinema do Schwarzenegger
Tombém o Van Daime

Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade
É um crediário
Nas Casas Bahia
Bem forte, bem forte

Quanta gente
Quanta alegria
A minha felicidade
É um crediário
Nas Casas Bahia.
                                    Composição: Dinho / Júlio Rasec.

Entendendo a canção:

01 – Nessa música, o grupo internacionalmente explora uma variante linguística. Para isso, cria uma personagem que teria determinadas características de fala. No Terceiro verso, temos uma construção que está em desacordo com a norma culta. Identifique-a e reescreva-a na linguagem culta.
      “A gente foi... ou nós fomos ao shopping.”

02 – Pouco sabemos sobre a pessoa que fala nessa música, mas, por algumas pistas do texto, podemos imaginar. Em sua opinião, qual deve ser:
a)   O grau de escolaridade dela?
É uma pessoa de pouca ou nenhuma escolaridade.

b)   A profissão?
É um pedreiro de construção civil; são citados os “andaimes.”

c)   A classe social a que ela pertence?
Provavelmente uma classe social baixa.

d)   Os filmes a que normalmente ela assiste.
Pelo nome dos atores citados, supõe-se que goste de filmes de violência.

03 – No terceiro verso da terceira estrofe, é empregada uma gíria: “uns rolezinhos.” Qual o sentido dessa expressão, a partir do contexto?
      Provavelmente, dar umas voltas.

04 – Está errado quando, em uma conversa informal, os falantes pronunciam gírias? Por quê?
      Não. Como é uma conversa informal não tem essa obrigatoriedade quanto a linguagem.