terça-feira, 5 de dezembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): SEM TRÂNSITO, SEM AVIÃO - VICTOR E LÉO- COM GABARITO

Música(Atividades): Sem Trânsito, Sem Avião

                                                          Victor e Léo
Saia desse asfalto e vem
Pra nossa estrada que é de chão
Tem poeira e barro, tem
Tem cavalo e boi
Preste atenção

Você não vai se arrepender
Pois a paisagem, pode crer
É demais
É de babar

Descalço, sem se preocupar
Se solte e venha pro sertão
O céu no chão parece estar
Sem trânsito, sem avião (x2).

Entendendo a música:
01 – Que tema é abordado na música?
      Um convite para fugir dos centros urbanos.

02 – O eu poético nos fala de um paisagem que todos nós conhecemos? Explique.
      Não. Porque a vida nas grandes cidades tem poluição, muita correria e violência.

03 – Na letra da canção podemos perceber se a linguagem é formal ou informal? Cite um verso.
      Informal. “Pra nossa estrada que é de chão”.

04 – Nos versos: “É demais / É de babar”, o que o eu poético quis dizer?
      Significa ficar admirado / encantado / ter-lhe muito amor.

05 – Que figura de linguagem existe no verso: “O céu no chão parece estar?”
      Existe uma metáfora.

06 – Você já andou descalço no campo, sem se preocupar?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – A canção nos convida a pensar o nosso estilo de vida: por que precisamos de tantas coisas para sermos felizes?
      Resposta pessoal do aluno.

      

ARTIGO DE OPINIÃO: PIRATAS DO CARIBE É UM HAMBURGÃO DE FANTASIA - LUÍS ANTÔNIO GIRON - COM GABARITO

Artigo de Opinião: Piratas do Caribe é um hamburgão de fantasia
           Luís Antônio Giron


   No fim do mundo, terceiro filme da trilogia, estreia hoje apostando no excesso e efeitos e no talento de Johnny Depp.
  Se há uma palavra para designar a terceira parte da trilogia Piratas do Caribe esta palavra é excesso. Piratas do Caribe 3: no fim do mundo abusa dos efeitos visuais, das reviravoltas, traições sem sentido e das lutas. O diretor Gore Verbinski e o produtor Jerry Bruckheimer trabalharam com o excesso da imagem e da ação – e, claro, com um olho fixo na bilheteria.
        O filme, que estreia mundialmente hoje [25 de maio de 2007] – e em 769 salas de cinema só no Brasil –, é todo ele um acúmulo de elementos. Os dois longas anteriores já arrecadaram 1,8 bilhão de dólares – e este No fim do mundo pode bater o recorde do anterior, O baú da morte, que amealhou nada menos que 100 milhões de dólares em apenas dois dias de exibição. [...]
        No fim do mundo dura 165 minutos. Vem carregado de enredos, que correm paralelos sobre os trilhos do tema da morte. O roteiro compreende quatro linhas de trama. A primeira é o resgate que os piratas têm de fazer de dois mortos: o do pai do mocinho Will Turner (Orlando Bloom), preso no navio Holandês Voador, e o resgate do pirata rebelde Jack Sparrow (Johnny Depp), desgarrado em uma geleira ártica. A segunda linha está na fronteira entre o mundo dos vivos, dos mortos e da imaginação. Há, em terceiro lugar, o amor entre os piratas bonitinhos Will e Elisabeth (Keira Knightley). E trata, por fim, do confronto entre o Mercantilismo, o Romantismo e a Natureza. É a melhor linha do longa-metragem.
        O capital é encarnado pelo lorde Cutler Beckett (Tom Hollander), exterminador de piratas a serviço da Companhia das Índias. Ele diz, com um jeito cândido de Mozart, uma frase emblemática, quando tenta assassinar Sparrow: “Nada pessoal, Jack Sparrow. É apenas um bom negócio.” O Romantismo tem duas frentes: Jack Sparrow, o pirata impenitente e niilista, e a Corte da Irmandade, uma entidade globalizada de bucaneiros, que se reúne para defender o mar sem fronteiras contra os avanços da Companhia das Índias.
        A Natureza é representada pelo amor doentio do comandante Davy Jones (Bill Nighy), do Holandês Voador, pela deusa Calipso (Naomie Harris): o coração de Jones está aprisionado a um baú, ao passo que ele aprisiona Calipso na masmorra do navio.
        Não há profundidade nesse entrelaçamento de linhas, nem mesmo na mais forte delas. O fato de uma liga internacional de piratas ser a detentora dos princípios da liberdade, em contraposição aos negócios (aparentemente legais) da Companhia das Índias, não é convincente. Nem por que a morte pode ser mais divertida que a vida, como Sparrow tenta mostrar o tempo todo. Os valores são relativos neste filme, como em muitos outros produzidos por Hollywood.
        Tudo isso leva o espectador que não acompanhou os outros dois episódios a se perder no maremoto de fantasia de No fim do mundo. Mas ele é recompensado em pelo menos duas cenas. Pode descansar na sequência da solidão de Jack Spassow, que contracena com um exército de caranguejos camuflados de pedra e com o navio Pérola Negra. Aqui prevalece o talento de clown de Johnny Depp, uma espécie de Carlitos do século XXI. A cena é despida de efeitos: o pirata sobre o vazio, tentando puxar seu navio por uma corda. Outra cena que vale o filme é a da baralha entre os piratas e os lordes durante uma tempestade. Os efeitos especiais são fenomenais e bonitos, numa sequência que deve durar mais de 20 minutos, com direito a tons cinzentos, movimentos vertiginosos das naves e uma luta tão brutal quanto fantasiosa. No olho de todo esse furação, Elisabeth e Will encontram tempo para serem casados pelo rival de Sparrow, o capitão Barbossa (Geoffrey Rush). Imagem de Zeitgeist: enquanto o casal se beija (numa temperatura) altíssima para os padrões Disney), eles decapitam monstros marinhos e matam oficiais ingleses.
        Muita rapidez, muito efeito e muitas histórias compõem No fim do Mundo. É um hamburgão de fantasia. É preciso reconhecer que o excesso pega bem neste fim de década de 2000. A audiência contemporânea sente fome de filmes carregados de efeitos e referências. Certamente o público se excede nas calorias do espírito para compensar a dieta magra da vida real.
                             Giron, Luís Antônio. Época online. Disponível em:
                                                                        Acesso em: 27 maio 2007. (Fragmento adaptado).

01 – Qual é a finalidade do texto?
      Apresentar uma avaliação sobre um filme lançado nos cinemas do mundo inteiro: Piratas do Caribe 3; no fim do mundo.

a)   Que informações objetivas o leitor pode obter a partir da leitura do texto?
O texto informa que o filme é o terceiro em uma trilogia denominada Piratas do Caribe; que foi lançado mundialmente no dia 25 de maio de 2007 e em 769 salas de cinema só no Brasil; que dura 165 minutos; que desenvolve quatro linhas de trama: o resgate de dois mortos, a fronteira entre o mundo dos vivos, dos mortos e da imaginação, o amor entre Will e Elisabeth, e o confronto entre o Mercantilismo, o Romantismo e a Natureza.

b)   Em um dos parágrafos iniciais, o autor faz um breve resumo da obra para os leitores. Que parágrafo é esse?
O breve resumo é apresentado no 3° parágrafo.

02 – Observa-se que os parágrafos de 2 a 4 caracterizam-se por sua natureza mais informativa. Os demais parágrafos apresentam uma característica diferente. Qual é ela?
      Os demais parágrafos (1-5-7) são claramente avaliativos, porque revelam a opinião do autor do texto sobre o filme.

a)   No 1º parágrafo que marcas linguísticas explicitam essa característica?
Os trechos “Se há uma palavra para designar a terceira parte da trilogia Piratas do Caribe, esta palavra é excesso”; “Piratas do Caribe 3 [...] abusa dos efeitos visuais, das reviravoltas, traições sem sentidos [...]”; “O diretor [...] e o produtor [...] trabalham com o excesso da imagem e da ação explicitam a opinião geral de Luís Antônio Giron sobre Piratas do Caribe 3.

03 – Como o leitor do texto deve lidar com cada uma dessas sequências de parágrafos? Explique.
      Os parágrafos que apresentam uma avaliação do filme podem ser questionados pelo leitor, pois representam o ponto de vista do autor do texto. Tal avaliação é, portanto, subjetiva. Os parágrafos mais informativos são objetivos, porque apresentam fatos. Por esse motivo, não devem ser objeto do questionamento do leitor.

04 – Embora o 4º parágrafo tenha natureza informativa, em alguns trechos a opinião do autor do texto começa a se manifestar. No caderno, transcreva esses trechos.
      “Ele diz, com um jeito cândido de Mozart”; “Jack Sparrow, o pirata impenitente e niilista [...]”; “A Natureza é representada pelo amor doentio do comandante Davy Jones [...] pela deusa Calipso.”

a)   Por que esses trechos revelam a opinião do autor do texto?
Em todos eles, o que se vê é a explicitação de um julgamento feito por Luís Antônio Giron sobre personagens do filme e seus comportamentos. Nessas passagens, o leitor encontra imagens criadas por Giron, que não correspondem ao que se vê no filme, mas às associações criadas pelo crítico quando o viu. Um exemplo claro é a comparação entre o lorde inglês Cutler Beckett e o compositor Wolfgang Amadeus Mozart, provavelmente desencadeada pela vestimenta característica do século XVIII. Podemos supor que pouquíssimas pessoas fariam a mesma comparação, o que evidencia seu caráter subjetivo, pessoal.

05 – Segundo Luís Antônio Giron, quais são os pontos negativos de Piratas do Caribe 3? E os positivos?
      Giron critica a falta de profundidade na articulação das quatro linhas da trama, que tornam pouco convincentes duas das principais ideias defendidas no filme. Também considera negativa a dificuldade que alguém que não tenha assistido aos dois filmes anteriores da trilogia terá para acompanhar o enredo de No fim do mundo.
      Giron elogia algumas cenas do filme, que podem divertir a audiência. A primeira ocorre quando Jack Sparrow contracena com um exército de caranguejos camuflados de pedra e merece destaque pela atuação de Johnny Depp, caracterizado pelo autor como “uma espécie de Carlitos do século XXI”. A outra cena é a da batalha final entre os piratas e os lordes ingleses, na qual se destacam efeitos especiais qualificados por Giron como “fenomenais e bonitos”. A conclusão final sobre o filme também é positiva: “é preciso reconhecer que o excesso pega bem neste fim de década de 2000.

06 – No último parágrafo, o autor recorre a algumas imagens para resumir a sua avaliação sobre o filme. Que imagens são essas?
      As imagens apresentadas pertencem a um mesmo campo semântico: fome de filmes, calorias do espirito, dieta magra da vida real.

a)   As imagens permitem concluir que a avaliação do autor a respeito do filme é negativa ou positiva? Por quê?
A avaliação é positiva. O autor afirma que o “excesso pega bem neste fim de década de 2000”. E explora a ideia de excesso por meio da imagem de um hamburgão, do filme “carregado” de efeitos e referências e do excesso de “calorias do espírito”.

b)   Por que, no contexto em que foram usadas, tais imagens têm um valor argumentativo?
Porque são usadas para convencer os leitores de que o filme é bom por meio da analogia com um sanduíche que costuma ser apreciado por muitas pessoas.

07 – Como pode ser interpretação o título do texto?
      Quando chega ao fim do texto, o leitor entende por que Luís Antônio Giron apresenta Piratas do Caribe 3 como um “hamburgão de fantasia”. A avaliação que faz do filme é a de que ele exagera em alguns pontos, mas esse exagero encontra eco na audiência carente de diversão descompromissada. Nesse sentido, a imagem do título – um hamburgão da fantasia – resume o aspecto central da opinião do autor sobre Piratas: é uma diversão altamente “calórica” porque sacia a fome provocada por uma realidade carente de emoções e de fantasia.






ARTIGO DE OPINIÃO: UM PLANETA CHAMADO ISLÂNDIA - JOSÉ RAMALHO - COM GABARITO


Texto: Um planeta chamado Islândia

        Não há nada igual a esta ilha do Ártico, tomada por geleiras, vulcões, gêiseres e uma colossal falha tectônica.
        Isolada no Atlântico Norte, na altura do Círculo Polar Ártico, a Islândia passa despercebida do resto do mundo. É um lugar do qual só costumamos nos lembrar quando é sacudido por alguma erupção vulcânica mais violenta – o que costuma acontecer a cada cinco anos, em média –, ou então quando a cantora Bjork, sua habitante mais ilustre, comete alguma excentricidade. Os fãs de Júlio Verne também já ouviram falar desta ilha, embora a descrição que o escritor faz de sua paisagem tão peculiar leve alguns a achar que ela só existe na ficção.
        O ponto de partida de Viagem ao centro da Terra, um dos livros de aventura mais fascinantes escritos por Júlio Verne, é uma frase dedicada à Islândia: “Desça até a cratera do Yocul de Sneffels, que a sombra do Scartari vem acariciar antes das calendas de julho, e atingirás, ó viajante audaz, o centro da Terra. O que eu fiz. Arne Saknussemm”. Esta era a imagem que eu fazia deste estranho país desde a juventude – um lugar cuja estranha topografia escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta.
        Em seu livro, Júlio Verne descreve uma ilha árida e inóspita, embora repleta de belezas e fenômenos naturais. De fato, nenhum outro lugar reúne tantas e tão diversas manifestações da natureza como a Islândia. É possível encontrar, ao cabo de apenas um dia de viagem, gêiseres, cataratas, vulcões, geleiras, fiordes, cavernas, lagos de águas turquesas e fontes termais. Entre setembro e fevereiro, quando a noite polar é mais densa, dá até para fechar esse roteiro com a visão da magnífica aurora boreal. Seria preciso percorrer o mundo inteiro para encontrar um pouco de tudo o que existe aqui. Mas tantos fenômenos naturais assim tão próximos, espremidos num território de pouco mais de 100 mil quilômetros quadrados, área equivalente à de Pernambuco, só mesmo na Islândia. Ou em outro planeta.
        A Islândia é o país mais novo da Terra, não em termos geopolíticos, mas geológico. Tão novo que ainda está em formação. Não é exagero chamar a Islândia de um parque temático de fazer inveja ao Jurassic Park. A fauna é quase inexistente nestas latitudes, mas o viajante pode passear no tempo e ter uma aula ao vivo de como era o mundo há alguns milhões de anos.
        Islândia, ou Iceland, em inglês, significa “terra do gelo”, o que parece bem apropriado para um país gélido como este, em que as geleiras cobrem 12% da superfície. Mas ele também poderia se chamar Fireland “terra do fogo”, considerando que está dividido ao meio por uma falha geológica e abriga 40 vulcões ativos e mais mil inativos (assim classificados os que não entram em erupção no último milênio). Essa constante atividade faz com que o país, com quase um terço do território tomado por campos de lava, não pare de crescer. Ao largo da costa sul islandesa há diversas ilhotas que nasceram nas últimas décadas. O mais ativo dos vulcões, o Monte Hekla, entrou em erupção pela última vez em 2000.
        Geiserland também seria um nome pertinente. A Islândia é a nação com a maior quantidade de gêiseres, os esguichos de água quente que brotam da terra quando a água das geleiras escorre para o subsolo e encontra o magma, a massa rochosa em permanente fusão abaixo da crosta terrestre. [...] As fontes térmicas também são abundantes por aqui. “Para ter uma piscina aquecida no jardim, basta cavoucar a terra”, me disse um amigo islandês, meio brincando, meio a sério.
        A Islândia existe devido à persistência humana. Não é todo mundo que se adapta à vida com apenas duas horas de sol no inverno, ou com meras duas horas de noite no verão. Nove meses do ano são consumidos por essa dualidade. Nos meses mais quentes, um toque de verde cobre parte do país com musgos ervas e liquens, mas árvores robustas [...] não existem. Uma piada local diz que se você estiver perdido dentro de uma floresta islandesa, basta se levantar e ficar de pé para achar a saída.
        A capital, Reykjavik, uma cidade bastante agradável e de vida noturna surpreendentemente animada, acomoda cerca de metade dos 300 mil islandeses. Mas não é isso que atrai os visitantes à Islândia. Aqui a natureza é o show e vale a pena reservar pelo menos três dias para poder sentir um pouco de tudo o que o país pode oferecer.
        Os vulcões da ilha são uma atração assustadora e maravilhosa. O Hekla e o Katla são os mais ativos nesse momento, liberando lava e fumaça para o deleite de cientistas e visitantes. Mesmo sobre espessas camadas de gelo, como as do Glaciar Vatnajokull, com mais de um quilômetro de espessura, surgem impressionantes crateras de fogo. Nesse embate entre forças da natureza, a cor da terra ganha os tons mais diversos. O cinza-escuro da lava endurecida é apenas uma das mais de dez cores diferentes que encontramos nas regiões com atividades vulcânicas e geotérmicas. [...]
        Todas as incursões por esta terra estranha começam e terminam na capital. A primeira que fiz foi à Geleira Vatnajokull, num veículo 4x4 com pneus bem maiores do que os habituais, para poder vencer a neve. É uma viagem de aproximadamente duas horas, com muitas atrações também pelo caminho. [...]
        Meu segundo dia na Islândia foi dedicado ao que se intitulou Golden Circle, um roteiro que visita num único dia a falha geológica, a Catarata Gullfoss e a região dos gêiseres e fontes termais. A falha geológica corta a ilha de norte a sul e passa a poucos metros de Thingvellir, vilarejo a 60 quilômetros de Reykjavik onde funciona o parlamento irlandês, reconhecidamente o mais antigo do mundo – fundado no ano 930 pelos Vikings que chegaram à ilha a partir de 874, fugindo da tirania do rei Harald. Ao caminhar por dentro da fenda, é difícil não imaginar o que aconteceria se um tremor acontecesse naquele momento.
        Geysir, o gêiser original que deu nome ao fenômeno, já se aposentou, mas o Strokkur, descendente direto dele, entretém os turistas manifestando-se a cada cinco minutos, a 100 metros do jorro antigo. Nesse local, apesar de vários avisos sobre a temperatura da água, é comum ver alguns turistas queimarem as mãos em poças d’água absolutamente transparentes. Perto dali, a Catarata Gullfoss é composta por dois saltos seguidos, como dois degraus com desnível de mais de 32 metros no Rio Hvitá. Lá é possível ficar a poucos metros da vertente e sentir a incontrolável força da natureza.
        Igualmente impressionante é o sobrevoo dessa mesma região num teco-teco – duas horas saboreando os contrastes islandeses lá do alto, por 170 dólares. As geleiras Tindfjallajokull e Eyjafjallajokull, campos de lava, o vulcão Hekla, com suas fumarolas, tudo isso fica ao alcance das câmeras fotográficas a bordo do aviãozinho. [...] O retorno do voo é feito próximo ao litoral, onde a paisagem fica plana e podemos contemplar rios e estuários, onde icebergs costumam encalhar nas praias na primavera, época do degelo. [...]
                              Ramalho, José. Terra. São Paulo: Peixes, n. 178.
                           p. 44-45 e 52-57, fev. 2007. (Fragmento adaptado).
Interpretação do texto:

01 – A finalidade do texto fica clara logo no primeiro parágrafo. Qual é ela?
      Apresentar um país pouco conhecido pela maioria das pessoas: a Islândia.
a)   Que elementos do primeiro parágrafo permitem identificar o objetivo do autor?
O autor começa por apresentar uma descrição que informa a localização da Islândia, algo desnecessário em relação a países mais conhecidos. Aliás, a primeira palavra utilizada no texto destaca a singularidade desse país.

02 – Dado o objetivo do texto, ele deve trazer um certo tipo de informações. Que informações são essas? Exemplifique.
      Espera-se que o texto traga informações sobre as características da Islândia. Isso realmente é feito pelo autor em diversos momentos. Alguns deles são os seguintes: “...nenhum outro lugar reúne tantas e tão diversas manifestações da natureza como a Islândia. É possível encontrar ao cabo de apenas um dia de viagem, gêiseres, cataratas, vulcões, geleiras, fiordes, cavernas, lagos de águas turquesas e fonte termais [...] espremidos num território de pouco mais de 100 mil quilômetros quadrados...”; “A Islândia é o país mais novo da Terra, não em termos geopolíticos, mas geológico”; “... as galeiras cobrem 12% da superfície”; “... está dividido ao meio por uma falha geológica e abriga 40 vulcões ativos e mais de mil inativos...”; “A Islândia é a nação com a maior quantidade de gêiseres, os esguichos de água quente que brotam da terra quando a água das geleiras escorre para o subsolo e encontra o magma, a massa rochosa em permanente fusão abaixo da crosta terrestre.”

03 – Uma das estratégias utilizadas pelo autor para destacar características da Islândia é propor diferentes nomes para o país. Explique por quê.
      O autor parte do significado do nome do país para destacar um dos aspectos definidores da Islândia: é um lugar gelado. Como lá também há um grande número de vulcões e gêiseres, José Ramalho comenta que também seria possível denominar o país Fireland ou Geiserland. Esse recurso destaca, para os leitores do texto, características definidoras da natureza do país apresentado.

04 – Na revista em que o texto foi publicado originalmente, a reportagem é introduzida por uma fotografia que ocupa duas páginas. Observe:
        Foto Terra. São Paulo: Peixes, n. 178, fev. 2007. p. 44-45.
a)   Essa fotografia “traduz” de modo adequado algum aspecto definidor do país apresentado? Por quê?
Sim. A Islândia, como o nome indica, é a “terra do gelo”.

b)   A presença de um homem que caminha em meio ao gelo estabelece uma relação direta com uma passagem do texto da reportagem. Que passagem é essa?
A relação é estabelecida com o 2° parágrafo do texto, que vai de “O ponto de partida de Viagem ao centro da Terra...” até “... escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta”.

c)   Qual e a relação entre a imagem e o texto?
A imagem mostra um homem caminhando em direção ao que parece ser o “centro” da geleira. Evoca, portanto, o parágrafo inicial da obra de Júlio Verne, referida pelo repórter. Na verdade, pelos comentários feitos no 2° parágrafo, José Ramalho deixa clara a influência do romance Viagem ao centro da Terra na imagem que fazia da Islândia.

05 – Em diferentes passagem, percebe-se a preocupação do autor do texto em trazer para o leitor, aspectos pitorescos do país que está sendo apresentado. Transcreva algumas dessas passagens no caderno.
      “Para ter uma piscina aquecida no jardim, basta cavoucar a terra, me disse um amigo islandês, meio brincando, meio a sério”; “Uma piada local diz que se você estiver perdido dentro de uma floresta islandesa, basta se levantar e ficar de pé para achar a saída.”

a)   Que finalidade elas têm no texto?
Essas passagens introduzem um toque de humor no texto, que poderia ser composto, essencialmente, por informações objetivas sobre o país que está sendo caracterizado. Informações como essas introduzem uma espécie de “cor local”, tornando mais viva a descrição da Islândia.

06 – Em reportagem dessa natureza, o autor frequentemente explicita sua visão pessoal sobre aquilo que descreve. No caderno, copie do texto as passagens em que José Ramalho se manifesta sobre a Islândia.
      “Esta era a imagem que eu fazia deste estranho país desde a juventude – um lugar cuja estranha topografia escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta”; “Aqui a natureza é o show e vale a pena reservar pelo menos três dias para poder sentir um pouco de tudo o que o país pode oferecer”; “Os vulcões da ilha são uma atração assustadora e maravilhosa”; “Mesmo sobre espessas camadas de gelo [...] surgem impressionantes crateras de fogo”; “Igualmente impressionante é o sobrevoo dessa mesma região num teco-teco...”.

a)   Que efeito essas opiniões podem ter sobre o leitor do texto? Explique.

O testemunho entusiasmado do autor sobre a Islândia contribui para formar, junto ao leitor, uma imagem positiva do país que está sendo descrito. O leitor, influenciado pela opinião do repórter, pode concluir que a Islândia é um país que merece ser visitado.

NOTÍCIA: A LUA NO BOLSO - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

Texto: A lua no bolso

        Noticiário elaborado com telegramas da AP, UPI e AFP.
        Exatamente às 23 horas, 56 minutos e 31 segundos (hora de Brasília), o comandante Neil A. Armstrong tocou o solo da Lua, descendo pela cabine do módulo lunar, 6h 38 depois de ter pousado na superfície do satélite natural da Terra. “A porta está se abrindo”, disse Armstrong às 23h 39. Um minuto depois o astronauta vislumbrava diretamente a superfície da Lua. Lentamente, com movimentos extremamente seguros, começou a descer a escadinha do módulo, pisando sempre com o pé esquerdo. Quando alcançou o segundo degrau a televisão começou a transmitir diretamente da Lua para a Terra, focalizando perfeitamente o astronauta. Já sobre o solo lunar, Armstrong afastou-se do módulo e começou a executar suas primeiras tarefas, tornando realidade um sonho milenar do homem. [...]
      Durante a descida, puxando um anel na fuselagem do módulo, Armstrong ligou uma câmera de televisão que transmitiu seu primeiro passo na Lua para a Terra.
        Armstrong disse ainda que “a superfície da Lua é fina e poeirenta, como carvão em pó sob meus pés. Posso ver as pegadas que minhas botas deixam nas finas partículas”. Comunicou que recolheu a primeira amostra e disse: “Agora vou tentar pegar uma pedra. Isso é muito interessante. A primeira impressão é de uma superfície muito branda. Mas agora parece ter muita consistência. Tentarei agora obter outra amostra”.
        Os médicos do Centro de Controle disseram que “a informação é boa e a tripulação lunar parece que vai bem”.
        Nas imagens vindas da Lua podia-se ver como pano de fundo o escuro do espaço e luminosamente branca – em contraste – a superfície da Lua sobre a qual a imagem de Armstrong parecia um tanto difusa em branco e preto.
        Caminhava como alguém que carrega um grande peso às costas.
        “É algo parecido com o deserto no Oeste dos Estados Unidos. Mas é muito bonito aqui fora”, acrescentou Armstrong.
        Disse que “estou achando difícil inclinar-me”, referindo-se aos movimentos que precisava fazer para apanhar as amostras, as quais começou a descrever.
        “Olhando para cima, para o módulo, eu estou diretamente na sombra. Agora estou vendo Buzz (Aldrin) nas janelas. Posso ver tudo muito claro”, disse Armstrong ao primeiro minuto do dia 21, hora de Brasília.
        Depois à zero e 16 minutos, Edwin Aldrin também desceu à superfície lunar.
        Antes de Aldrin descer, Armastrong fez uma rápida revisão visual no módulo, declarando que estava dando para ver tudo com clareza.
        “Ok, Buzz, você está pronto para descer?” perguntou Armstrong. Aldrin, em resposta, começou a descer vagarosamente a escada. “Precisamos tomar cuidado e inclinar-nos na direção em que queremos ir”, disse um dos astronautas para o outro. “Principalmente se você quer cruzar os pés.” Às vezes eles pareciam estar realizando exercícios físicos, especialmente com os braços. “Não se afunda mais que poucos centímetros quando se caminha”, acrescentou Aldrin. Os dois se comunicavam pelo rádio, pois com seus capacetes e trajes espaciais selados não poderiam conversar doutra forma. Houve problemas de falta de foco com a câmara e certas interrupções.

                                    Folha de São Paulo. São Paulo, 21 jul. 1969.
      In: Kauffmann, Carlos; Mota, Vinícius. Primeira página: Folha de São Paulo.
                                                                         São Paulo: Publifolha, 2006. p. 113. (Fragmento).
Interpretação do texto:
01 – O texto acima foi escrito para cumprir uma finalidade específica. Qual é ela?
      Informar como se deu a chegada do primeiro homem à Lua.

a)   Como essa finalidade é alcançada?
O texto informa, de modo detalhado, como o astronauta americano Neil Armstrong, primeiro, e depois seu companheiro Edwin “Buzz” Aldrin saem do módulo lunar e tocam a superfície da Lua. Traz também uma série de impressões de Neil Armstrong sobre a cobertura do solo lunar e o grau de dificuldade para se movimentar colher amostras, etc.
02 – O título do texto – “A Lua no bolso” – pode ser interpretado literalmente? Explique.
      Não. Porque não é possível colocar um satélite do tamanho da Lua no bolso, como também é absurda a ideia de que ela poderia ser “retirada” do espaço. O título precisa, portanto, ser interpretado de modo figurado. No contexto, a expressão pôr “a Lua no bolso” ganha uma conotação metafórica e significa conquistar a Lua.
a)   Que relação de sentido pode ser identificada entre o título e o texto?
Como o texto informa detalhadamente a “conquista” da Lua pelo homem, descrevendo o sucesso da primeira missão tripulada a aterrissar no satélite da Terra, o título antecipa, com uma metáfora, o resultado da missão. Como os homens conquistaram a Lua, estavam com ela “no bolso”.

03 – Releia o trecho abaixo para responder à questão.
        “Exatamente às 23 horas, 56 minutos e 31 segundos (hora de Brasília), o Comandante Neil A. Amstrong tocou o solo da Lua, descendo pela cabine do módulo lunar, 6h38 depois de ter pousado na superfície do satélite natural da Terra. “A porta está se abrindo”, disse Armstrong às 23h39. Um minuto depois o astronauta vislumbrava diretamente a superfície da Lua. Lentamente, com movimentos extremamente seguros, começou a descer a escadinha do módulo, pisando sempre com o pé esquerdo. Quando alcançou o segundo degrau a televisão começou a transmitir diretamente da Lua para a Terra, localizando perfeitamente o astronauta. Já sobre o solo lunar, Armstrong afastou-se do módulo e começou a executar suas primeiras tarefas, tornando realidade um sonho milenar do homem.”

a)   O autor do texto tomou o cuidado de oferecer, no primeiro parágrafo, uma série de informações que permitissem ao leitor responder a algumas perguntas: o quê? quem? quando? como? por quê? No caderno, transcreva do texto as respostas para tais perguntas.
O quê? A chegada do homem à Lua.
Quem? O astronauta americano Neil Armstrong.
Quando? Exatamente às 23 horas, 56 minutos e 31 segundos do dia 20 de julho de 1969.
Como? Descendo a escadinha do módulo lunar, depois de ter pousado na superfície do satélite natural da Terra.
Por quê? Para tornar realidade um sonho milenar do homem: a conquista da Lua.

04 – Agora, compare as informações apresentadas no primeiro parágrafo ao tipo de informação que consta das parágrafos seguintes. Podemos afirmar que elas cumprem funções diferentes. Por quê?
      As informações oferecidas no primeiro parágrafo ajudam o leitor a se situar diante do fato relatado. Nesse sentido, trazem dados precisos para responder às perguntas: “o quê? Quem? Quando? Como? Por quê? .
      Nos parágrafos seguintes, o texto traz informações mais ampliadas e detalhadas sobre o acontecimento relatado no parágrafo inicial. Os demais parágrafos do texto trazem novas informações que ajudam o leitor a compreender melhor as circunstâncias em que o fato noticiado ocorreu, mas não modificam o foco do texto, estabelecido no primeiro parágrafo.

05 – As aspas foram utilizadas com frequência ao longo do texto. Observe as seguintes passagens:
        “A porta está se abrindo”, disse Armstrong às 23h39.
        Armstrong disse ainda que “a superfície à Lua é fina e poeirenta, como carvão em pó sob meus pés. Posso ver as pegadas que minhas botas deixam nas finas partículas”.
        “É algo parecido como o deserto no Oeste dos Estados Unidos. Mas é muito bonito aqui fora”, acrescentou Armstrong.
a)   Analise o uso das aspas nas passagens acima. Pode se afirmar que, em todos os casos, elas foram utilizadas para atribuir a autoria de uma opinião ao astronauta Neil Armstrong? Explique.
NÃO. Na primeira passagem, as aspas foram utilizadas somente para indicar que foi Armstrong quem disse que a porta se abria. Suas duas falas seguintes, porém, refletem opiniões particulares sobre a sensação provocada pelos primeiros passos no solo lunar, algo que somente quem pisou naquela superfície poderia descrever; e sobre a impressão provocada pela paisagem lunar. Armstrong usa o recurso da comparação com algo terrestre conhecido para descrever o que vê a seus interlocutores. É interessante observar a preocupação do astronauta em afirmar a beleza do que via, como se temesse ser mal interpretado pela comparação feita.

06 – Em alguns momentos, podemos identificar passagens descritivas no texto. A primeira delas aparece já no primeiro parágrafo. Qual a importância da descrição em uma notícia como esta?
      A descrição é essencial em uma notícia como essa, porque o fato relatado é algo inimaginável para os leitores. Trata-se da primeira vez que um homem pisa na Lua. Tudo o que acontece, portanto, é novo. Ao recorrer à descrição, o autor do texto oferece imagens que auxiliam os leitores a reconstituírem, mentalmente, os movimentos dos astronautas e, assim, a criarem representações visuais para o que aconteceu naquele histórico momento.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): DEUS E EU NO SERTÃO - VICTOR E LÉO - COM GABARITO

Música(Atividades): Deus e Eu No Sertão

                                        Victor e Léo
Nunca vi ninguém
Viver tão feliz
Como eu no sertão
Perto de uma mata
E de um ribeirão
Deus e eu no sertão

Casa simplesinha
Rede pra dormir
De noite um show no céu
Deito pra assistir
Deus e eu no sertão

Das horas não sei
Mas vejo o clarão
Lá vou eu cuidar do chão

Trabalho cantando
A terra é a inspiração
Deus e eu no sertão
Não há solidão

Tem festa lá na vila
Depois da missa vou
Ver minha menina

De volta pra casa
Queima a lenha no fogão
E junto ao som da mata
Vou eu e um violão
Deus e eu no sertão.

Entendendo a canção:
01 – Qual a temática apresentada pela música?
      Trata da felicidade que é viver no sertão.

02 – Em algum momento da história a vida no campo foi como a música diz?
      Sim. Até as décadas de 1960 à 1970.

03 – Ocorreram transformações no campo? Qual?
      Sim. A mecanização do campo.

04 – Que tipo de sentimentos a música despertou em você?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Você vê a vida no campo, conforme relata a música?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Como você vê a relação do eu lírico com Deus na letra?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Observe o trecho da música “Deus e eu no sertão”:
      “Das horas não sei
       Mas vejo o clarão
       Lá vou eu cuidar do chão.”
a)   No verso: “Das horas não sei”, a frase se encontra em que ordem?
Ordem indireta.

b)   Reescreva o verso acima na ordem direta.
Não sei das horas.

c)   A ordem indireta é mais ou menos sonora do que a direta?
A ordem indireta é mais sonora.

08 – Releia a seguinte estrofe, e explique com suas palavras o que você entendeu do verso destacado:
      “Casa simplesinha
       Rede pra dormir
       De noite um show no céu
       Deito pra assistir.”
      Resposta pessoal do aluno.

a)   No verso: “casa simplesinha”, o diminutivo negritado, significa que se trata de uma casa suja, desorganizada, mal cuidada? Explique.
Não. Significa uma casa pobre, simples e não tem nada a ver com mal cuidada.

09 – Como se caracteriza o eu lírico da música “Deus e eu no sertão?”
      Ele se caracteriza como uma pessoa feliz, pois no sertão ele encontra a paz, vive com humildade, admirando a natureza, sendo que o trabalho no campo é prazeroso e diante desta calmaria ele sente a presença divina “Deus”, por isso não sente solidão.

10 – A música faz descrições de lugares:
a)   Como são caracterizados os lugares na música?
São caracterizados poeticamente, pois vive perto da mata; do ribeirão; dorme na rede; a terra é sua inspiração; vai à missa e tem um violão.

b)   Como se sente o eu lírico diante desse quadro?
Se sente feliz com a calmaria no sertão, onde sente a presença Deus, por isso nunca está sozinho.

11 – Apesar da canção “Deus e eu no sertão” não ser um texto árcade ela possui características bem próximas do Movimento Literário Arcadismo. Identifique na música versos que ilustrem as seguintes características árcades:
a)   Valorização da vida no campo (fugere urbem) - Fugir da cidade.
A música fala de uma vida simples, longe da correria das grandes metrópoles.

b)   Simplicidade (aurea mediocritas).
Uma casa simplesinha, uma rede pra dormir e um fogão de lenha.

c)   Proximidade com a natureza.
Mostra os elementos da natureza como: o sol a lua e as estrelas e o contínuo contato do homem com a natureza.