sexta-feira, 8 de julho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): A FELICIDADE - VINÍCIUS DE MORAES/ANTÔNIO CARLOS JOBIM - COM GABARITO

 Música(Atividades): A FELICIDADE

                 Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor.

                            MORAES, Vinícius de. Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 113-115.

Entendendo a música:

01 – O que você entendeu do texto? Do que a “voz que fala” está tratando?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A voz fala sobre como entender a felicidade.

02 – No texto, a felicidade é comparada a quê?

      É comparada à gota de orvalho (1ª estrofe), à ilusão do carnaval; à pluma (3ª estrofe); e também a “esta noite” que passa em busca da madrugada.

03 – Há presença de rimas, na canção?

      Sim, apresenta a rima como recurso. Não há um esquema regular, em cada estrofe temos esquemas diferentes.

04 – Quanto ao uso de linguagem figurada que produz novos sentidos.

      Sim, usa a linguagem figurada: o texto faz uso de metáforas e comparações.

05 – Depois de ter conversado sobre alguns aspecto do texto, você diria que o texto é poético? Por quê?

      Sim. Porque o texto trabalha com o jogo de palavras, além da presença de rimas e organização em versos. Tratando-se de um texto poético.

06 – Você saberia dizer qual é a diferença entre a letra da canção e um poema? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É difícil dizer, porque muitas vezes foi escrito próprio para a música e outra vez foi feito como poema, podendo ser transformado em música.

 

NOTÍCIA: POLÊMICA COM EXPOSIÇÃO DE MURAKAMI - CLÁUDIA LIMA CARVALHO - COM GABARITO

 Notícia: Polêmica com exposição de Murakami

          Salões do Palácio de Versalhes fechados à arte contemporânea

Cláudia Lima Carvalho – 4 de Outubro de 2010, 13:44

O director do Palácio de Versalhes anunciou que a exposição do artista japonês Takashi Murakami, que gerou polémica em França, será a última do género a ser exposta naquele espaço.

        Murakami e as suas criações têm provocado polémica desde o dia da inauguração da exposição. Para as vozes que se levantaram contra a exposição de Takashi Murakami, a intrusão da arte contemporânea num monumento histórico é uma profanação.

      No dia da inauguração da exposição de Murakami houve mesmo uma manifestação de protesto à porta do palácio e desde então mais de 12 mil pessoas já assinaram duas petições anti-Murakami. Segundo o The Art Newspaper, os contestatários defendem que este tipo de exposições modernas chocam com a obra de arte que é o próprio palácio.

      Jean-Jacques Aillagon, director do Palácio de Versalhes, declarou ao mesmo jornal que a decisão de terminar com as exposições de arte contemporânea naquele espaço não é uma cedência às exigências dos grupos de protesto, mas apenas uma medida de precaução para que o mesmo não volte a acontecer no futuro. Assim, as próximas exposições de arte contemporânea passarão a ser expostas noutras áreas distintas e exteriores ao Palácio.

        Esta não é a primeira vez que uma exposição no Palácio Real causa controvérsia. Em 2008, uma exposição do artista americano Jeff Koons no local provocou também muitas críticas. A exposição “Murakami Versailles” estará no Palácio de Versalhes até 12 de dezembro.

Disponível em: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/saloes-do-palacio-de-versalhes-fechados-a-arte-contemporanea-1459394. Acesso em: 20 abr. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 97-8.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Profanação: má utilização de algo respeitável.

·        Contestatários: pessoas que se opõem a algo ou alguém.

·        Cedência: ato de ceder, renunciar.

02 – Que acontecimento ou fato virou notícia?

      A decisão, tomada pelo diretor do museu de Versalhes, de não realizar outras exposições com artistas contemporâneos, em razão da polêmica causada pela exposição de Murakami.

03 – O fato já aconteceu, está em processo ou ainda acontecerá? Explique.

      A decisão já foi tomada (já aconteceu), embora se refira a eventos futuros (ao que não mais acontecerá).

04 – Releia a informação que aparece como olho da notícia:

        O director do Palácio de Versalhes anunciou que a exposição do artista japonês Takashi Murakami, que gerou polémica em França, será a última do género a ser exposta naquele espaço.”

I – Que informações da notícia aparecem nesse trecho?

      As informações relativas a o que, quem e onde.

II – Em que parte do texto esse trecho aparece?

      Logo após o título da notícia, antes do corpo.

III – O que há de diferente nele, se comparado ao corpo da notícia?

      É destacado pelo tamanho e o tipo de fonte diferenciados, além do espaço que o separa do restante do corpo.

IV – Por que essa parte recebe o nome de olho?

      Recebe esse nome, pelo fato de o trecho se destacar do restante do texto e nos possibilitar “olhar”, “antever” dados relevantes sobre a notícia.

05 – Observe o título da notícia.

        Polémica com exposição de Murakami

      Salões do Palácio de Versalhes fechados à arte contemporânea”.

I – Que informações sobre o fato aparecem nele?

      Informações que se referem ao quem, o que e onde.

II – O que há de diferente nesse título em relação ao título da primeira notícia?

      Este título é composto de duas frases.

06 – Por que a expressão causou tanta polêmica?

      Porque alguns grupos mais conservadores acharam um absurdo expor obras como as de Murakami (pop, contemporâneas) em ambiente tão requintado. Para eles, exposições como essa são um desrespeito ao museu.

07 – Você é a favor ou contra exposições como essa em lugares como esse museu? Justifique a sua resposta, apoiando-se nas leituras e discussões feitas até o momento.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

NOTÍCIA: REI DO MANGÁ CAUSA POLÊMICA EM VERSALHES - FRANCE PRESSE - COM GABARITO

 Notícia: Rei do mangá causa polêmica em Versalhes

Publicidade de France Presse, em Versalhes

       Os salões e jardins de Versalhes, o dourado palácio de Luís XIV, o Rei Sol, exibem a partir desta semana as esculturas pop do artista japonês Takashi Murakami, chamado de "Rei do Mangá", o que desatou polêmica na França.

        Um buda de mais de cinco metros de altura, bonecos e bonecas com orelhas de coelho, sapos, flores: as 22 peças criadas por Murakami, que se inspira nos desenhos animados e nos pintores japoneses do século XVIII, invadiram os elegantes salões do palácio de Luís XVI e Maria Antonieta, provocando um curioso contraste.

        Desde sua abertura, na terça-feira, a exibição em Versalhes deu muito o que falar aos jornais e às emissoras de rádio francesas. "A batalha de Murakami", resumiu o jornal Le Monde, enquanto o Le Figaro publicou o título: "A Controvérsia".

        "Nos meios artísticos de Paris, apenas se escuta uma pergunta: você é a favor ou contra a exposição Murakami-Versalhes?", escreveu o Le Monde.

        Mas a controvérsia começou antes, quando foi anunciado que 22 obras de Murakami, uma das maiores estrelas da arte contemporânea mundial e o número seis na lista dos artistas com maior cachê, seriam instaladas no Palácio de Versalhes, até 12 de dezembro.

        Os membros do coletivo "Versalhes mi amor", opostos à exposição, recolheram milhares de assinaturas na Internet, e no dia da abertura da exposição, dezenas de manifestantes expressaram sua hostilidade à mostra.

        No entanto, na quinta-feira à tarde, o cenário não era de batalha nem de protestos: os jardins e o palácio tinham um cenário alegre, onde as coloridas esculturas provocavam curiosidade e admiração de muitos visitantes franceses, e em outros forte indignação, expressada apenas com caretas e risadas irônicas.

        – “Não gosto. Não sei por que eles têm que exibir esses bonecos aqui", declarou Jean Yves Morboeuf, 48 anos, que vive na próspera cidade de Versalhes, a 15 minutos do castelo, mas nega ter participado dos protestos. -- "Creio que os que se manifestaram na terça-feira eram alguns poucos nostálgicos da monarquia", completou.

        Um estudante de 20 anos, que quis ser identificado apenas como Marc, reconheceu ter gostado de ver em Versalhes uma boneca loira, "Miss Ko2", enquanto sua amiga Marjorie ficava intrigada pelo imenso buda instalado na entrada dos jardins.

        Alguns turistas mostravam, por sua vez, uma grande surpresa, já que não sabiam o que lhes aguardava em Versalhes nem tinham se interado das polêmicas.

        – “Vim ver a Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes, como presente de meu marido para nosso aniversário de 20 anos de casamento, e encontro isto", – declarou Helen Atkinson, inglesa, apontando uma esfera colorida de grandes margaridas expostas nas luxuosas lâmpadas do bonito salão.

Zero Hora, Porto Alegre, 16 set. 2010. Segundo Caderno.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 93-7.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Mangá: história em quadrinhos de estilo japonês.

·        Pop: abreviação de popular.

·        Buda: referência à estátua do fundador da filosofia budista Siddharta Gautama (563-483 a.C.). A forma mais comum é a representação do Buda sentado.

·        Contraste: grau marcante de diferença ou oposição entre coisas da mesma natureza, que podem ser comparadas.

·        Controvérsia: polêmica referente a ação, proposta ou questão sobre a qual muitos não concordam.

·        Arte contemporânea: termo referente à produção artística da metade do século XX até os dias de hoje.

·        Hostilidade: relativo a inimizade, pouca disposição, agressividade.

·        Próspera: rica, bem-sucedida.

·        Nostálgicos: aqueles que sentem saudade, que querem voltar ao passado.

·        Intrigada: curiosa, surpresa.

02 – O texto que você acabou de ler é uma notícia.

a)   Que acontecimento ou fato virou notícia?

A exposição de obras de um artista pop no Palácio de Versalhes, na França, que causou polêmica.

b)   Em que parte do texto o fato ou acontecimento é destacado? Que informações aparecem sobre ele?

No primeiro parágrafo, em que parecem os dados sobre o quê, quem, onde e quando.

c)   Por que, no título, o jornalista se refere ao artista como “Rei do mangá”?

Porque, como é dito no texto, o artista é muito conhecido por esse apelido (em razão da influência que as histórias em quadrinhos de estilo japonês têm em sua obra.

d)   Agora que já leu o texto, como leitor, você achou o título informativo, claro e atraente? Teve dificuldade de antecipar o conteúdo da notícia?

Resposta pessoal do aluno.

03 – O que há de relevante nesse fato ou acontecimento para merecer virar notícia?

      O fato virou notícia, porque ter obras pop e contemporâneas expostas em um museu de obras de arte mais clássicas, eruditas, provocou polêmica: muitas pessoas não aceitaram a mistura de estilos tão diferentes.

04 – Em que o artista pop se inspira para fazer as suas obras?

      Em desenhos animados e nos pintores japoneses do século XVIII.

05 – Leia, a seguir, trechos de um texto de divulgação científica que procura discutir a histórica oposição entre cultura erudita e cultura popular.

                          Popular x erudito

        [...] a cultura popular é pensada sempre em relação à cultura erudita, à alta cultura, a qual é de perto associada tanto no passado como no presente às classes dominantes. De fato, ao longo da história, a cultura dominante desenvolveu um universo de legitimidade própria, expresso pela filosofia, pela ciência e pelo saber produzido e controlado em instituições da sociedade nacional, tais como a universidade, as academias, as ordens profissionais (de médicos, advogados, engenheiros e outras). Devido à própria natureza da sociedade de classes em que vivemos, essas instituições estão fora do controle das classes dominadas. Entende-se então por cultura popular as manifestações culturais dessas classes, manifestações diferentes da cultura dominante, que estão fora de suas instituições, que existem independentemente delas, mesmo sendo suas contemporâneas.

SANTOS, José Luís dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 44-45. (Coleção Primeiros Passos). Fragmento.

a)   De acordo com o trecho acima, a cultura erudita (também chamada de alta cultura) está ligada a que classes sociais?

De acordo com o texto, a cultura erudita sempre esteve ligada às classes dominantes.

b)   Qual o perfil das pessoas ligadas a essas classes sociais? O que elas apreciariam ou consumiriam como cultura? (Considere o significado de “cultura” no glossário).

Essas pessoas estariam ligadas a certas mais ricas e poderosas. Elas apreciariam filosofia, ciência e quaisquer outros saberes produzidos pelas academias.

c)   E quanto à cultura popular: ela estaria ligada a que classes sociais?

Às classes mais baixas. São os trabalhadores, aqueles que não detêm os meios de produção nem grande fortuna.

d)   E qual seria o perfil das pessoas ligadas a essas classes: o que elas apreciariam ou consumiriam como cultura? (Considere também o significado de “cultura” no glossário.)

Essas pessoas, por não terem muito acesso aos mesmos produtos da cultura dominante, têm seus próprios produtos ou suas próprias manifestações culturais.

e)   Os mangás e desenhos animados aos quais se refere a notícia seriam considerados produtos de consumo de que classe social? Por quê?

Seriam consideradas manifestações de cultura veiculadas em massa e mais distantes das instituições acadêmicas.

f)    E as obras dos pintores japoneses do século XVIII, seriam produtos de consumo de que classe social, na atualidade?

Seriam produtos de consumo das classes dominantes.

06 – Considerando o que foi discutido sobre cultura popular e erudita, além das informações que você tem sobre Takashi Murakami e sua obra e da definição de arte pop que aparece no boxe “Clipe” (ao lado da notícia), como explicar o fato de o artista ser chamado de “pop”? afinal, ele não seria um artista com perfil erudito?

      Ele é considerado pop pelo fato de o artista se apropriado de elementos do universo cultural popular (mangás e anime) e isso afastou a sua obra do estilo de arte considerado mais erudito. Por esse motivo, ganhou o título de pop. Em razão da proximidade com os produtos culturais mais populares, sua obra tornou-se mais acessível à população em geral, e é mais facilmente veiculada em meios de comunicação de massa.

07 – Depois de toda essa discussão, em sua opinião, as pessoas de perfil social mais alto só apreciam produtos culturais eruditos e as de perfil social mais baixo só gostam de produtos culturais populares? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Nem sempre pessoas de classes menos privilegiadas farão necessariamente a opção por algo popular e vice-versa. Muitas vezes, tudo depende do acesso que todos nós temos aos diferentes produtos culturais.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): NEGRO GATO - ROBERTO CARLOS - COM GABARITO

 Música(Atividades): Negro Gato

                Roberto Carlos

Eu sou um Negro Gato de arrepiar
E essa minha vida
É mesmo de amargar
Só mesmo de um telhado
Aos outros desacato
Eu sou um Negro Gato!
Eu sou um Negro Gato!...

Minha triste história
Vou lhes contar
E depois de ouvi-la
Sei que vão chorar
Há tempos eu não sei
O que é um bom prato
Eu sou um Negro Gato!
Eu sou um Negro Gato!...

Sete vidas tenho para viver
Sete chances tenho para vencer
Mas se não comer
Acabo num buraco
Eu sou um Negro Gato!
Eu sou um Negro Gato!...

Um dia lá no morro pobre de mim
Queriam minha pele para tamborim
Apavorado desapareci no mato
Eu sou um Negro Gato!
Eu sou um Negro Gato!...

[...]

Composição: Getúlio Cortes. Negro Gato. In: Roberto Carlos. Eu te darei o céu. Rio de Janeiro: Sony BMG, 1966. 1 CD. Faixa 7.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 88-9.

Entendendo a música:

01 – Do que se fala nessa letra de canção?

      A letra da canção fala das dificuldades da vida de um gato de pelos pretos.

02 – De quem é a voz que fala na letra de canção?

      É a do gato.

03 – Explique o que você entendeu das duplas de versos a seguir.

a)   “Eu sou um Negro Gato de arrepiar”

Esse primeiro verso pode ser relacionado ao medo “folclórico” que se tem dos gatos pretos (muitas pessoas se arrepiam quando veem um gato preto).

b)   “Só mesmo de um telhado / aos outros desacato”

Nesses versos, o gato se refere à sua coragem, que se limita ao momento em que está longe das pessoas: ele só desrespeitaria alguém estando longe, em um telhado, onde não pudesse ser alcançado.

04 – Considerando a letra, levante uma hipótese sobre o ritmo da canção: ele é mais lento ou mais agitado? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Mais agitado – quando a letra for engraçada e Mais lenta – quando fala do sofrimento do gato.

05 – Depois de analisar essa canção, você diria que as canções são feitas do quê? Que elementos ajudam a dar sentido a uma canção?

      É feita de letra. Os elementos que dão sentido a canção:  o ritmo, o arranjo instrumental, a interpretação vocal e os movimentos corporais.

06 – Em uma entrevista com Getúlio Cortes, autor da versão brasileira de “Negro Gato”, um jornalista afirmou que esta seria uma música sobre racismo. Veja a pergunta e. logo abaixo, a resposta dada pelo letrista.

        [...]

        Mas “Negro Gato” é interpretada por muita gente como uma música sobre racismo.

        Getúlio – Um dia o Erasmo chegou pra mim e disse que a música tinha duas conotações, que falava da história do negro na sociedade brasileira. Instintivamente, ela pode até ser baseada no esquema social, na discriminação. Mas não tem nada a ver. Eu escrevi por causa de um gato que me perturbava! Aí vi que o gato daria um bom tema, gato sofre pra caramba, dizem que dá azar... Eu nunca pertenci a movimento contestador nenhum. Aliás, quem discriminou mais a gente foram esses caras da MPB, que fizeram um monte de gracinha. Mas é problema deles. Nós continuamos nosso caminho e estamos aí há 40 anos. Isso que é bom! [...].

                                  Disponível em: http://www.freakium.com/edicao2_getulioentrevista.htm. Acesso em: 22 dez. 2011.

a)   Na sua opinião, o que há na letra da canção que teria levado Erasmo Carlos e tantos outros leitores ou ouvintes a essa interpretação?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Eles consideraram a letra uma metáfora das condições do negro no Brasil.

b)   Você acha que a explicação do compositor invalida a possibilidade de se considerar a música como sendo sobre o racismo, como muita gente pensou? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não. Porque o autor não pode “controlar” todos os sentidos que eles vão construir sobre o texto.

 

REPORTAGEM: ATÉ ONDE A MÍDIA INFLUENCIA NA ESCOLHA DO GOSTO MUSICAL? LEILANE ANDRADE - COM GABARITO

 Reportagem: Até onde a mídia influencia na escolha do gosto musical?

Leilane Andrade

  Uma hora da tarde. Um grupo de dez estudantes discute um tema em comum: a preferência musical. “Eu gosto de escutar forró porque é bom pra dançar”, diz P., 15. “Eu sei a letra também, mas aquelas que têm muito palavrão eu não canto não”, completa. “Essas músicas com palavrão nem deveriam ser tocadas nas rádios. Eu gosto de pop-rock, mas não vejo muito na mídia. Queria que tivesse mais espaço”, afirma E., 15. “Ah!, mas eles tocam mais forró porque dá mais audiência”, rebate Y., 15. “Nem gosto de tudo que passa na TV, era para ter um programa só de música”, fala outro participante. E assim, a discussão continua...

        É com a ideia de mostrar e identificar a influência da mídia na escolha dos gostos musicais nos jovens entre 13 e 18 anos, que os estudantes do curso de Comunicação Social, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Patrícia Paz e Higo Lima, estão desenvolvendo o projeto “Grupo de Pesquisa e Extensão em Mídia e Música Popular Massiva” em escolas de Mossoró.

        “Queremos aferir até que ponto a mídia interfere na construção do gosto musical dos jovens. Acreditamos que o consumo de música pelos adolescentes reflete estratégias da indústria fonográfica, cuja principal fonte de êxito é a divulgação nos meios de comunicação de massa”, explica Patrícia Paz.

        A mídia costuma ditar regras e também tem a mania de incentivar determinadas escolhas pessoais. Seguir modas ou tipos são atitudes comuns entre os jovens de hoje. Diariamente a população recebe uma grande quantidade de informações sobre o que comprar e a tendência a ser seguida. Roupas, celulares, carros, artigos de beleza, bebidas, e por que não dizer, a música? Sim, a música é vista também como um produto a ser vendido para a grande massa. Raras são as vezes em que os jovens buscam formas alternativas de estilo musical diferente daquele costumeiramente veiculado.

        Geralmente, a mídia consegue impor um consentimento acrítico para artistas que não se destacam no cenário musical pela qualidade, mas sim pela demasiada exposição em esfera pública. A ideia principal do projeto é ampliar o referencial de cultura musical de um grupo de estudantes para minimizar a influência da mídia em suas escolhas.

        [...]

        “Erroneamente, eles pensam que a mídia é boazinha e só toca o que pedem. Eles não percebem que por trás há vários interesses financeiros e econômicos”, destaca Patrícia.

        Segundo o aluno D., 15, o projeto trará bons resultados. “Vai ser bom porque a gente vai poder pensar e discutir sobre todos os estilos musicais. Podemos até começar a gostar de outras músicas depois que conhecer”, ressalta.

        [...]

        “A principal contribuição do projeto é possibilitar uma mudança de atitude do nosso público-alvo em relação às estratégias de sedução da mídia, provocando discussões e assim, fazer com que o grupo ofereça resistência às imposições da mídia”, finaliza Patrícia Paz.

O Mossoroense. Disponível em: http://www2.uol.com.br/omossoroense/301107/conteudo/cotidiano.htm.  Acesso em: 3 mar. 2015. (Fragmento).

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 78-80.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Mídia: meios de comunicação social de massas como o rádio, o cinema, a televisão, a internet, a escrita imprensa em livros, revistas, boletins, jornais, etc.

·        Aferir: examinar, medir.

·        Indústria fonográfica: o conjunto das empresas especializadas em gravação e distribuição de mídia sonora (como CD, vinil e mp3).

·        Êxito: sucesso.

·        Meios de comunicação de massa: todos os suportes de divulgação e distribuição da informação como rádio, cinema, televisão, imprensa, etc.

·        Grande massa: grande quantidade de pessoas; multidão de pessoas.

·        Impor um consentimento acrílico [...]: obrigar que as pessoas aceitem artistas sem avaliar sua qualidade.

·        Demasiada: excessiva, exagerada.

02 – Qual foi o fato ou acontecimento que gerou essa reportagem?

      O desenvolvimento do projeto “Grupo de Pesquisa e Extensão em Mídia e Música Popular Massiva” em escolas de Mossoro, pela UERN.

03 – De acordo com a reportagem, qual era o estilo musical que mais tocava na mídia em 2007, data em que a reportagem foi produzida, na cidade de Mossoró?

      O estilo musical mais tocado era o forró.

04 – Que explicação um dos entrevistados dá para esse fato?

      O jovem Y. disse que o forró era o ritmo mais tocado porque era o que dava mais audiência.

05 – De acordo com o quarto parágrafo, o que levaria os jovens a ouvir mais certo estilo de música?

      O fato de eles costumarem ouvir apenas o que está mais na mídia.

06 – Qual é o objetivo do projeto?

      Medir até que ponto a mídia interfere no gosto musical dos jovens.

07 – Você costuma ouvir só o que circula na mídia (rádio, TV, inclusive na internet) ou descobre novos cantores por outros meios? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Descobrem novos cantores por outros meios, amigos, familiares e buscas em rádios de diferentes estilos musicais.

REPORTAGEM: DEPOIS DE SP, O BOL FOI A BH PARA CONHECER A MUSICALIDADE MINEIRA. O QUE SE OUVE NA CAPITAL? DANIEL SANTOS E FERNANDA FADEL - COM GABARITO

 Reportagem: Depois de SP, o BOL foi a BH para conhecer a musicalidade mineira. O que se ouve na capital?


Daniel Santos e Fernanda Fadel

Do BOL, em Belo Horizonte 19/12/2014 06h00

        Minas Gerais é terra de grandes nomes da música brasileira. Clara Nunes (1942-1983), Milton Nascimento e João Bosco são exemplos de talentos revelados no estado mineiro para o mundo. Entre os mais novos destacam-se Paula Fernandes, Lucas Lucco e Eduardo Costa.

        De olho na musicalidade mineira, o BOL saiu de São Paulo – onde realizou duas ações com o público nos meses de setembro e novembro – e foi às ruas de Belo Horizonte para conhecer um pouco do estilo musical que embala os arredores de alguns dos endereços mais badalados da região.

        A preferência musical da capital mineira foi marcada pelo rock nacional, sertanejo, pagode, rap e indie. Mas também mostrou traços de música clássica e influências de ritmos jamaicanos.

        Entre os dias 8 e 10 de dezembro, a reportagem do BOL entrevistou 86 pessoas que usavam fones de ouvido durante passagem pela lagoa da Pampulha, rodoviária de Belo Horizonte, Mercado Central, praças da Liberdade e Sete de Setembro, e Barreiro – bairro que é considerado a segunda região mais movimentada de BH, após o centro comercial da capital.

        Em um bate-papo descontraído, os entrevistados responderam o que estavam ouvindo, qual era o estilo musical de que mais gostavam e elegeram um cantor ou uma banda favorita. [...]

        A partir dos depoimentos das pessoas abordadas, o BOL fez um mapa do estilo musical de cada local, porém lembra que a divisão não tem valor de amostragem científica, pois não se trata de uma pesquisa, e sim de uma ação editorial que identificou pontos em comum entre os entrevistados, de acordo com o local em que estavam no momento da abordagem.

        Feriado santo com rock na Lagoa da Pampulha

        O BOL esteve na Lagoa da Pampulha no dia do feriado da Imaculada Conceição, também conhecida como "Virgem sem Pecado Concebida", e encontrou mineiros de outras cidades e também outros turistas pelo local. O rock nacional era a trilha que animava o passeio da maioria dos entrevistados. Legião Urbana, Charlie Brown Jr. e CPM 22 foram algumas das bandas citadas. William Santos de Oliveira, 38, que mora em São Paulo e estava em Minas Gerais a trabalho, corria ao redor da lagoa ao som de “Pais e Filhos”, clássico eternizado na voz de Renato Russo (1960-1996). Outras vertentes do rock’n’roll, como o indie, também tocavam nos fones das pessoas abordadas.

        Henrique e Juliano lideram os hits sertanejos da rodoviária de BH

        Henrique e Juliano, dupla sertaneja mais citada pelos entrevistados na Rodoviária de BH, disputaram os fones com outros ídolos do gênero, como Jorge e Mateus, Zezé Di Camargo e Luciano e Victor e Leo.  A agente de saúde Vanessa Neves de Sousa, 35, contou ao BOL que ouvia "Cuida Bem Dela", hit de maior sucesso da dupla Henrique e Juliano, oriunda de Palmeirópolis, no Estado do Tocantins. De passagem pelo local, a telefonista Lisliê Dias, 51, estava ouvindo "De Lá Pra Cá", dos irmãos Chico Rey e Paraná. Ela contou que gosta mais de representantes de raiz, mas também aprecia sucessos do chamado “Sertanejo universitário”.

        No Mercado Central tem pagode e sertanejo

        O passeio do BOL pelos arredores do Mercado Central de Belo Horizonte foi animado por dois estilos musicais: pagode e sertanejo. Os entrevistados citaram de Marcos e Belutti ao grupo Revelação. Em um bate-papo com a reportagem na Praça Raul Soares, que fica em frente à famosa região comercial de BH, o percussionista Pedro Gonçalves Machado, 21, contou que estava ouvindo "Chega Pra Sambar", do Fundo de Quintal, grupo que elegeu como favorito do gênero. Já a atendente Franciele Coelho, 21, escolheu "Domingo de Manhã", de Marcos e Belutti, para curtir o horário de almoço no local.

        O rap e o indie fazem o som da Praça da Liberdade

        A Praça da Liberdade, que fica na região do bairro Savassi, é um dos cartões postais de Belo Horizonte. O local reúne belezas arquitetônicas, como o Edifício Niemeyer - também conhecido como "Copanzinho" por ser uma réplica do Copan, prédio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) em São Paulo. O complexo paisagístico chama atenção de todos os públicos, que se juntam no final da tarde, principalmente, para aproveitar o clima de natureza e também para ouvir música. De passagem pela praça, a estudante Letícia Lauar Hollerbach Furtado, 18, ouvia "The Canals Of Our City", da banda norte-americana de indie Beirut, a sua favorita do gênero musical que mais aprecia. Já Isabelli Cristina F. Santos, 20, disse ao BOL que está curtindo "muito" o novo álbum do rapper Criolo, "Convoque seu Buda".  A música "Casa de Papelão", segundo a assistente administrativa, é a sua favorita do disco.

        A Praça Sete de Setembro é o reduto do rap

        A noite da Praça Sete de Setembro é uma das mais badaladas e agitadas de Belo Horizonte. Além dos bares com música ao vivo, o local reúne grupos de skatistas que se aventuram em manobras acompanhados também de seus fones de ouvido. O rap foi o gênero mais citado pelos entrevistados. Hugo Blender, 18, contou que estava ouvindo "Finado Neguin", do disco "Cores & Valores", lançamento dos Racionais Mc's. Fã do estilo musical, o skatista elegeu o grupo liderado por Mano Brown como seu favorito do gênero. Outros ritmos influenciados pelo rap, como street jazz, reggae e trap, também tocavam nos fones das pessoas abordadas.

        A música sertaneja é hit no bairro Barreiro

        A música sertaneja embala o bairro Barreiro, que é marcado pela diversidade comercial na capital de Minas Gerais. Durante passagem pela avenida Afonso Vaz de Melo, o BOL conversou com o público que não dispensa sucessos de cantores como Marcos e Belutti, Cristiano Araújo e outros astros do gênero. A babá Ana Paula Soares contou que estava ouvindo "Duas Metades", de Jorge e Mateus. Amante do estilo musical, a jovem elencou a dupla como a mais querida dentre os representantes sertanejos. Dos 15 entrevistados na região, apenas dois citaram preferências musicais diferentes, como ragga (música jamaicana) e hardcore.

        Top 5 dos fones

        Henrique e Juliano

        Nascidos na cidade de Palmeirópolis, em Tocantins, os irmãos cantam desde criança – com incentivo do pai e influenciados pela dupla João Paulo e Daniel. Ficaram conhecidos pelo grande público em 2012, quando gravaram o álbum "Ao Vivo em Palmas". De lá pra cá, emplacaram sucessos como "Vem, novinha", "Recaídas" e "Até Você Voltar".

        Jorge e Mateus

        A dupla goiana formada por Jorge Alves Barcelos e Mateus Pedro Liduário Oliveira é uma das mais tocadas nas rádios. Os sertanejos cantam boa parte dos grandes sucessos do chamado "sertanejo universitário". Músicas como "Voa, Beija-flor", "Pode Chorar", "Flor" e "Duas Metades" são os principais hits dos cantores.

        Revelação

        O grupo de pagode que surgiu no Rio de Janeiro no início da década de 90, mas ganhou notoriedade nos anos 2000, foi um dos mais citados pelo público de BH. Liderados por Xande de Pilares – que se desligou da banda recentemente –, os pagodeiros emplacaram hits como "Deixa Acontecer", "Coração Radiante" e outros.

        Criolo

        O rapper é conhecido por ser o criador da Rinha dos MC's – competição em que os cantores de rap improvisam rimas – e ganhou destaque com "Nó da Orelha" (2011), seu segundo álbum de estúdio. Depois de cativar fãs com músicas como "Não Existe Amor em SP", o cantor lançou, neste ano, o disco "Convoque Seu Buda”.

        Capital Inicial

        A famosa banda de rock nacional surgiu em Brasília em 1982 e é liderada pelo vocalista Dinho Ouro Preto. Sucessos como "Primeiros Erros", "Fogo", "Natasha" e "Tudo que Vai" ficaram marcados no imaginário popular.

Disponível em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2014/12/19/depois-de-sp-bol-vai--bh-para-conhecer-a-musicalidade-mineira.htm. Acesso em: 5 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 67-71.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Indie: termo inglês que se refere a um estilo cultural baseado no culto a artistas que atuam de forma independente (inde é abreviação de independente), que não se “enquadram”.

·        Amostra científica: método utilizado em pesquisas estatísticas que permite reconhecer padrões e opiniões compartilhadas por uma parcela da população.

02 – Esse texto é uma reportagem. Qual e a finalidade dele?

      A reportagem tem a finalidade de divulgar os resultados da pesquisa feita sobre o tipo de música que tem sido ouvida em diferentes regiões movimentadas de Belo Horizonte.

03 – Você conhece algumas das personalidades citadas no primeiro parágrafo da reportagem? Conhece os estilos musicais delas?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O objetivo dessa questão é mapear o conhecimento dos alunos sobre cantores de samba e MPB.

04 – Você conhece todos os estilos musicais citados na reportagem? Algum deles é o seu estilo? Se si, qual(is)?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Releia o trecho a seguir.

        De passagem pelo local, a telefonista Lisliê Dias, 51, estava ouvindo "De Lá Pra Cá", dos irmãos Chico Rey e Paraná. Ela contou que gosta mais de representantes de raiz, mas também aprecia sucessos do chamado “Sertanejo universitário”. Você sabe dizer qual a diferença entre sertanejo de raiz e sertanejo universitário?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Considerando as informações que aparecem no boxe final da reportagem e nos infográficos, que estilo parece ser mais ouvido?

      O estilo sertanejo.