segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

CRÔNICA: BOTANDO PRA QUEBRAR - FERNANDO SABINO - COM GABARITO


Crônica: Botando pra quebrar 

                 Fernando Sabino

        Dona Neném viu o anúncio na televisão e se entusiasmou: duro na queda, cai sem quebrar. Não era de hoje que esse problema vinha infernizando a sua vida doméstica: pratos trincados, xícaras sem pires, sopeiras sem tampas, peças desfalcadas inutilizando o jogo inteiro. Ela própria sendo a principal desastrada, ao ensinar a nova cozinheira como lavar a louça sem quebrar uma só peça, acabava quebrando duas.
        Agora vinha aquela novidade: a louça inquebrável. Só que desta vez não era pirex, nem plástico: tinha todo o aspecto de louça de verdade.
        — O senhor garante que não quebra mesmo? — perguntou no supermercado, diante da novidade em exibição na prateleira.
        O empregado lhe estendeu um prato com um sorriso superior:
        — Se não acredita, pode experimentar.
        Dona Neném é dessas que pagam para ver: atirou no chão o prato e o prato se espatifou em mil pedaços. O homem tentou recolher o sorriso agora desapontado:
        — É porque bateu de quina.
        — Posso experimentar outro?
        Dona Neném pegou outro prato e jogou no chão, com o mesmo resultado. O homem coçava a cabeça com ar de parvo:
        — Não sei como explicar...
        — Este não bateu de quina.
        — Devia estar com defeito.
        Um senhor gordo, que se detivera para assistir à cena, afastou polidamente o empregado com o braço e se adiantou, ar suficiente:
        — Não quebram mesmo, eu conheço o produto. É que a senhora jogou assim...  — pegou um prato e ergueu-o no ar como se fosse atirá-lo com força: — Ao passo que a senhora devia ter deixado cair assim.
        Deixou delicadamente que o prato se escapasse de suas mãos. Ao bater no chão, o prato se espatifou.
        — Então, está bem, estou satisfeita — disse dona Neném, e foi saindo.
        — Espere! — saltou o homem do supermercado, ferido nos seus brios: — Eu asseguro à senhora que não quebra mesmo, quer ver?
        Deixou cair um prato, que saiu saltitando pelo chão, sem se quebrar.
        — Eu não disse? — tornou ele, mostrando os dentes, vitorioso: — É uma questão de jeito. Uma simples questão de jeito.
        — Uma simples questão de jeito — repetiu ela: — Quer dizer que para quebrar é preciso deixar cair com jeito.
        — É isso mesmo! — desafiou uma mulherzinha que se detivera junto a eles, interessada: — Com ele não quebra, mas com a gente quebra.
        — Então experimente a senhora — e o homem lhe estendeu o prato.
        — Prefiro a sopeira, se o senhor não se incomoda.
        Ela tinha cara de uma grande quebradora de louça. Pegou a sopeira e deixou cair: caco para todo lado. Estimulada pelo exemplo, uma menina desgarrou-se da mãe; passou a mão numas xícaras e atirou ao chão. Quebraram-se todas. O senhor gordo chamou-lhe a atenção:
        — Assim não, minha filha. Tem de deixar cair.
        Pegou uma pilha de pires e deixou cair. O chão se cobria de cacos de louça. A menina, entusiasmada, se servia na prateleira, atirando ao chão tudo que suas mãos alcançavam. A mulherzinha completou a obra largando no ar, delicadamente como queria o outro, a tampa da sopeira que lhe ficara nas mãos.
        — Parem! Parem! — pedia o homem, desesperado: — Assim vocês me quebram a louça inteira! Alguém vai ter que pagar por isso.
        Voltou-se para dona Neném, ameaçador:
         — A senhora vai ter que pagar. Foi quem começou.
         — Pagar, eu? Tinha graça! Devagar com a louça! Não é inquebrável? — e dona Neném botou pra quebrar, reduzindo a pedaços as últimas peças que restavam em exibição.
        A essa altura a confusão já se generalizava e o gerente acorria, mobilizando os guardas de segurança da casa:
        — Que está acontecendo? Que loucura é essa?
        O empregado tentava se explicar, nervoso, até que o gerente o fez calar-se, botando também pra quebrar:
        — Seu idiota! Cretino! Imbecil! — e apontou outra prateleira de louças: — A inquebrável é aquela! Quem vai ter que pagar é você. E está despedido.
        Voltou-se para os fregueses, procurando se conter:
        — Desculpem, ele é novo na casa... A louça não é esta, é aquela ali. São realmente inquebráveis, venham ver.
        Dona Neném se adiantou, interessada:
        — Posso experimentar?
        Sem esperar resposta, pegou um dos pratos realmente inquebráveis e deixou cair. O prato esfarelou-se no chão.
          Fernando Sabino. Revista Ícaro, n. 54.
                        Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 230-3.
Entendendo a crônica:

01 – Você conhece a expressão “duro na queda”? Ela já serviu até como título de filme de aventura. Qual o significado dessa expressão no texto?
      No texto, refere-se a pratos difíceis de quebrar, em alusão ao seu significado original, ou seja, refere-se a tudo o que é resistente.

02 – “Dona Neném é dessas que pagam para ver”. A expressão pagar para ver tem origem em jogos de pôquer. Um jogador literalmente paga para ver as cartas do outro. Assim pode saber se seu oponente tem cartas melhores do que as suas. Qual o significado da expressão pagar para ver no texto?
      Querer comprovação dos fatos.

03 – “O vendedor coçava a cabeça com ar de parvo”.
a)   Qual o significado de parvo?
Indivíduo tolo, pouco inteligente.

b)   Por que o vendedor ficou com ar de parvo?
Porque não fazia sentido para ele os pratos quebrarem.

04 – A confiança do vendedor vai sendo quebrada lentamente, à medida que os pratos vão se espatifando. De que maneira identificamos, no texto, essa mudança na atitude do vendedor?
      O vendedor primeiro exibe um sorriso, depois recolhe o sorriso, desapontado, fica com ar de parvo, e, finalmente, fica desesperado.

05 – O texto é uma narração em terceira pessoa. Identifique:
a)   A situação inicial.
Dona Neném vai ao supermercado comprar pratos inquebráveis.

b)   O conflito ou a crise.
O teste dos pratos não dá certo.

c)   O clímax, ponto mais grave do conflito.
As duas mulheres e a menina quebram a louça.

d)   Solução do conflito.
A louça quebrada não era a oferecida como inquebrável.

e)   Início de uma nova situação.
A louça oferecida na propaganda foi localizada e começou a ser testada.

06 – De acordo com as respostas do exercício 5, responda: a solução do conflito foi a solução do problema de Dona Neném?
      Não, pois o problema de Dona Neném era adquirir pratos inquebráveis e a solução do conflito foi a descoberta de que os pratos testados não eram os da propaganda.

07 – No texto, a propaganda parece ter iludido os consumidores.
a)   Você acha que propaganda enganosa é crime? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal do aluno.

b)   Você acredita em tudo o que as propagandas prometem? Por quê?
Resposta pessoal do aluno.


TEXTO: O PATO CANTOR - MARCUS CARELÍQUIO - COM GABARITO

Texto: O pato cantor
          
  Marcus Carelíquio

        -- Quá quari quá quá! Quá quari quá quá!
        Foi a maior confusão. Todos acordaram e perceberam que ainda era noite. Valdomiro, Doralice e toda a vizinhança foram até o terreiro ver o que estava acontecendo.
        -- Mas o que é isso?! – gritou Valdomiro – Esse pato está louco? Cantando a esta hora da madrugada!
        -- Ah, ah, ah! Um pato cantor! Essa é boa! – gargalha seu Zé das Bananas.
        Só, então eles repararam: realmente, um pato metido a cantor era muito engraçado!
        O pato, muito envergonhado, ficou parado no terreiro enquanto todos voltaram para suas camas.
        Deolindo, assistindo à cena, pensou preocupado: “Aquele pato cantando fora de hora... não vai dar certo! Adeus aposentadoria!”
        E o pato ficou lá, sozinho, pensando: “Sou mesmo um fracasso. Mas não vou desistir. Afinal, para cantar, a gente precisa ter ritmo...”, e cantou baixinho: -- Quá, quá, quá... “Preciso ter afinação”, e cantou um pouco mais alto: -- Quá, quari, quá! “Preciso ter voz potente!”, e, empolgando-se, recomeçou a cantar muito alto, sem perceber que acordava todo mundo outra vez: -- Quá quari quá quá! Quá quari quá quá!
                                         O pato cantor. Marcus Carelíquio.
                              Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série - Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 208-9.
Entendendo o texto:
01 – “Mas o que é isso?!” O que indica a associação entre o ponto de interrogação e o ponto de exclamação?
      Indica espanto.

02 – “Cantando a essa hora da madrugada?” O que o termo essa, um pronome, indica?
      Indica que era muito tarde, período em que normalmente havia silêncio.

03 – “Ah, ah, ah!” A qual verbo é possível associar o texto em destaque?
      Ao verbo gargalhar.

04 – “... um pato metido a cantor era muito engraçado!”
a)   O que é um pato metido a cantor?
Um pato que quer se fazer passar por cantor.

b)   O fato de ele ser apresentado dessa forma indica que os outros habitantes do terreiro o consideravam um bom ou mal cantor?
Um mal cantor.

05 – “Aquele pato cantando fora de hora... não vai dar certo! Adeus aposentadoria!”
a)   A cantoria do pato parece atrapalhar a aposentadoria de Deolindo. Qual deveria ser então o trabalho de Deolindo?
Deolindo deveria ser o galo e, por isso, a cantoria do pato poderia atrapalhar sua aposentadoria.

b)   Todos os personagens da história têm nomes de pessoas, assim como Deolindo. O contexto nos faz pensar que são mesmo pessoas ou animais?
Animais.

c)   O que as reticências indicam?
Indicam uma pausa no pensamento.

06 – Vá ao dicionário e, a partir da leitura informativa, no início da unidade, responda:
a)   O que é ter ritmo?
É saber obedecer à marcação própria de cada tipo de música.

b)   O que é cantar afinado?
Cantar com perfeição as notas de uma melodia ou variações propositais (improvisações) dentro de seus acordes.

c)   O que é ter uma voz potente?
Significa ter a capacidade de emitir a voz com grande intensidade.

07 – Qual o efeito das gargalhadas e da atitude de Zé das Bananas sobre as outras personagens?
      As gargalhadas de Zé das Bananas despertaram nos demais a atenção para o inusitado da existência de um pato cantor, já que o pato é conhecido por produzir sons pouco melódicos.

08 – Observe que no texto há aspas e travessões.
a)   O que as aspas indicam?
Os pensamentos das personagens.

b)   O que indicam os travessões?
As falas das personagens.


quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

POEMA: PERDI MALETA CHEIA DE NUVENS - ROSEANA MURRAY - COM GABARITO

Poema: Perdi maleta cheia de nuvens
              Roseana Murray             


Perdi maleta cheia de nuvens
e de flores,
maleta onde eu carregava
todos os meus amores embrulhados
em neblina.

Perdi essa maleta em alguma esquina
de algum sonho
e desde então eu ando tristonho
sem saber onde pôr as mãos.

Se andando pelas ruas
você encontrar a tal maleta,
por favor, me avise em pensamento
que eu largo tudo e vou correndo...

Roseana Murray. Classificados Poéticos. Belo Horizonte, Minguilim, 1988. 
Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 94.

Entendendo o poema:

01 – Esses versos foram tirados de um livro chamado Classificados poéticos. É nos jornais que costuma haver uma seção de anúncios classificados. Na sua opinião, um jornal publicaria um anúncio como esse? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – As palavras que foram destacadas são pronomes. Copie-os no caderno e classifique-os em pessoais (reto, oblíquos, de tratamento), possessivos, indefinidos, demonstrativos.
      Eu: pessoal reto; Meus: possessivo; Essa: demonstrativo; Alguma, algum, todos, tudo: indefinidos; Você: pessoal de tratamento; Me: pessoal oblíquo.

03 – Lendo os versos, temos a impressão de que a poeta se dirige a alguém. Quais pronomes permitem ao leitor essa impressão?
      Eu (a pessoa que fala); você (a pessoa com quem se fala).

04 – Quais pronomes reforçam a ideia de incerteza quanto ao lugar onde a maleta foi perdida?
      Alguma, algum.

05 – Por que foi usado o pronome essa no sexto verso?
      Porque a poeta se refere a uma maleta já mencionada anteriormente.

06 – Que expressão a poeta usou mais adiante para não repetir o pronome demonstrativo essa?
      A tal.

07 – Releia estes versos: "Perdi maleta cheia de nuvens / e de flores".
a)   Quantos verbos há nesses versos? Quais são?
Possui um verbo, “Perder”.

b)   Esses versos são formados por um período simples ou composto?
Período simples.

c)   Classifique o verbo PERDER quanto à transitividade.
O verbo é transitivo direto.

d)   Qual é o complemento desse verbo? Como se chama esse tipo de complemento?
O complemento verbal, também chamado de objeto direto, é: cheia de nuvens e de flores.


DIÁLOGO: A AMEAÇA DO RIO -(FRAGMENTO) - MARCELO C. CUNHA - COM GABARITO

Diálogo: A ameaça do Rio – Fragmento.
            
  Marcelo Carneiro Cunha

        [...]
        -- Patrícia, é que eu quero me desculpar mesmo, entende?
        -- Você já falou, já pediu. Tá tudo bem.
        -- Não tá tudo bem. A gente quando faz besteira, a gente tem que corrigi a besteira que fez. O meu pai sempre diz isso.
        -- E então?
        -- Então que eu faço o que tu quiser. [...]
        -- Então eu posso pedir qualquer coisa e você faz?
        [...]
        -- Bom, então eu já sei o que quero.
        [...]
        Ela me disse. Puxa, a gente às vezes se mete em cada fria!
        -- Mas, Patrícia.
        -- Hum?
        -- Nada. Tudo bem, eu faço.
        -- Ótimo.
        -- Só uma coisa.
        -- Hum?
        -- Isso tudo é pra ti. Eu continuo achando o teu irmão um cara muito chato.
        -- Daniel.
        -- O que foi?
        -- Eu também acho.
        A gente até riu.
        [...].
                    Diálogo tirado do Livro A ameaça do Rio. São Paulo, Ática, 2001.
Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p.79-80.

Entendendo o diálogo:

01 – O que esse diálogo sugere sobre as personagens Patrícia e Daniel: Eles são jovens ou adultos? A conversa entre eles é formal ou informal? Copie no caderno palavras e expressões que justifiquem sua resposta.
      Trata-se de dois jovens despreocupados com a formalidade. “Tá”, “a gente”, “tu quiser”, “tu me desculpa”, “puxa”, “se mete”, “cada fria”, “hum”.

02 – Copie os pronomes possessivos e identifique a pessoa gramatical a que eles se referem.
      Meu: refere-se à 1ª pessoa do singular, aquele que fala; Teu: refere-se à 2ª pessoa gramatical, aquele com quem se fala.

03 – Se Daniel tratasse Patrícia por você, como deveria ser escrito o trecho “Isso tudo é pra ti. Eu continuo achando o teu irmão um cara muito chato”?
      Isso tudo é pra você. Eu continuo achando o seu irmão um cara muito chato.

04 – A expressão a gente equivale a um pronome pessoal. Como ficaria a última frase, se você substituísse essa expressão pelo pronome pessoal equivalente?
      Nós até rimos.

05 – Considerando sua resposta a questão 01, de que maneira a última frase fica mais adequada ao contexto: como foi escrita pelo autor ou como você a escreveu?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: No contexto do diálogo, a frase “A gente até riu” é mais adequada que “Nós até rimos”.


CRÔNICA: A CASA DE MADRINHA - (FRAGMENTO) - LYGIA BOJUNGA NUNES - COM GABARITO


Crônica: A casa de madrinha – Fragmento
          
                 Lygia Bojunga Nunes

        [...]
        -- Onde você mora?
        -- No Rio, e você?
        -- De Janeiro?!
        -- É. Moro em Copacabana. Mas fim de semana eu passo em Ipanema.
        Vera ficou olhando espantada para ele. É claro que ela tinha visto que ele não era do lugar, mas nunca tinha imaginado que ele era garoto de Copacabana. Alexandre olhou pra ela:
        -- Conhece Copacabana?
        -- Não. Mas minha prima foi pra lá. Ela morava aqui na roça, o pai dela também plantava flor que nem o meu.
        -- Que flor ele planta?
        -- Cravo, zínia, agapanto e margarida, conhece?
        -- Não.
        -- Depois eu mostro. Mas aí o pai dela vendeu o sítio e foi pra lá. Mora na rua Siqueira Campos, perto de um túnel, conhece?
        -- Conheço.
        -- Pois é. E aí ela me escreveu dizendo que tudo quanto é colega da escola dela nunca viu nem coelho, nem tatu e muito menos uma paca, já pensou? Disse que o garoto que senta do lado dela nunca viu nem uma galinha. Só assada na mesa já pronta para comer. E que ele nunca tinha pensado que antes a galinha andava e voava. E porco também nunca viram.
        -- Lá onde eu moro tem porco.
        -- Em Copacabana?
        -- É.
        -- Mas tem?
        -- Tem uns lugares que tem, sim.
        -- E tatu, coelho e paca, também tem?
        -- Isso eu nunca vi. Aqui tem?
        -- Assim. Depois eu mostro.
        -- E você onde é que mora?
        Vera apontou uma plantação de flor.
        -- A casa é no fundo. Tem um quintal superlegal: vai até o rio.
        -- E o rio também é teu?
        -- Não, é dele mesmo.
        Alexandre riu. Vera não tinha falado pra fazer graça: encabulou; ficou olhando uma formiga no chão. “Será que esse pessoal que nunca viu tatu nem coelho nem galinha viva é assim que nem eu? pensa igual a mim?” Espiou Alexandre de rabo de olho. Ele era mais queimado do que ela, mais alto, falava mais gostoso, tinha roupa velha e pé no chão. Mas o resto não estava parecendo assim tão diferente, não. “Bom, mas ele não é que nem os colegas da minha prima: tem um porco lá onde ele mora”.
        [...].
                                A casa da madrinha. Lygia Bojunga Nunes.
                             Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série - Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p.137-9.
Entendendo a crônica:

01 – Alexandre mora em Copacabana. E Vera, onde parece morar? Justifique sua resposta.
      O texto indica que Vera mora no interior, pois mora perto de um rio, de flores e em um local em que há vários animais.

02 – “De Janeiro?!” O que indica a associação entre um ponto de interrogação e um ponto de exclamação?
      Indica espanto.

03 – “E aí ela me escreveu dizendo que tudo quanto é colega da escola dela nunca viu nem coelho, nem tatu e muito menos uma paca, já pensou?”.
a)   O que indica a expressão grifada?
Indica espanto.

b)   A partir da expressão grifada, podemos concluir que Vera achou comum ou raro o fato de as crianças não conhecerem os animais?
Achou incomum.

c)   Por que Vera teve essa reação em relação ao comportamento dos colegas de sua prima?
Porque, para ela, a convivência com os animais é parte da vida.

04 – “Alexandre riu”.
a)   Por que Alexandre riu?
Porque achou que Vera estivesse fazendo piada ao afirmar que o rio pertencia a ele mesmo.

b)   Por que Vera ficou encabulada?
Porque não tinha tentado ser engraçada.

c)   Por que Alexandre achou engraçado o comentário que Vera fez a sério?
Porque os dois têm maneiras diferentes de ver a vida.

05 – “Será que esse pessoal que nunca viu tatu nem coelho nem galinha viva é assim que nem eu?”
a)   O que provocou a reflexão de Vera?
O fato de Alexandre ter rido de sua observação sobre o rio.

b)   Por que Vera achou que ele não era diferente quanto os amigos de sua prima?
Porque havia um porco onde Alexandre morava.

c)   A vida na cidade e a vida no campo são diferentes? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As diferenças de hábitos, costumes, maiores ou menores facilidades para a sobrevivência, diferentes tipos de laser, níveis de violência, poluição, acesso à informação.

06 – A experiência da prima de Vera era diferente da experiência de seus colegas. Assim como eles não conheciam os animais, certamente havia coisas que ela não conhecia.
a)   O conhecimento da prima de Vera podia ser importante para os seus colegas?
Sim, pois ela estava oferecendo novas informações e mostrando a eles a existência de um mundo que não conheciam.

b)   O conhecimento dos colegas da prima de Vera podia ser importante para ela?
Sim, pois poderiam ajudá-la a viver melhor na cidade.

c)   Alexandre mostrou ter uma experiência diferente da experiência de Vera, da experiência de sua prima e também da experiência das crianças da escola. Por quê?
Porque ele tinha visto um porco, um animal que as crianças na escola não tinham jamais visto de perto.

07 – Por ter uma experiência de vida diferente, Alexandre achou a frase de Vera engraçada. Reflita: a interpretação de um texto, assim como a interpretação da vida, pode variar de acordo com a experiência de cada pessoa? Por quê?
      Porque as pessoas diferentes veem de maneira diferente o mundo e que por isso mesmo o texto nunca tem uma só interpretação possível.

TEXTO: AZUL E LINDO PLANETA TERRA NOSSA CASA - RUTH ROCHA - COM GABARITO

Texto: Azul e lindo planeta Terra nossa casa

   Ruth Rocha

        Mas para que a Terra continue a nos dar tudo aquilo de que precisamos para viver, temos que cuidar dela como cuidamos de nossa própria casa.
        E melhor ainda. Pois da nossa casa nós podemos nos mudar. Da Terra não.
        E nós sabemos que não estamos tratando da Terra como devíamos.
        Por isso os membros da Organização das Nações Unidas (ONU) preocupam-se com o meio ambiente.

        Várias reuniões já foram feitas para discutir esse problema.
        E destas reuniões têm saído declarações, manifestos e planos de ação que tentam estabelecer o que pode ser feito para evitar que a Terra – a nossa Terra – a nossa casa – venha a se transformar num ambiente hostil, com muitos desertos, águas envenenadas, florestas devastadas, onde seria impossível viver.
        Essas declarações, manifestos, planos de ação dizem mais ou menos o seguinte:
        Todos os homens são iguais e portanto têm o direito de viver bem, num ambiente saudável.
        Todos têm o dever de proteger e respeitar o meio ambiente e a vida em todas as suas formas.
            Azul e lindo planeta Terra, nossa casa. Ruth Rocha e Otávio Roth.
                        Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p.154-5.
Entendendo o texto:

01 – Relendo o texto, responda: O que os autores querem dizer com “... da nossa casa podemos mudar. Da Terra não.”?
      Destruir a natureza significa ficar sem lugar onde viver.

02 – O texto é dissertativo: Ele está em 1ª ou em 3ª pessoa?
      Está em 3ª pessoa.

03 – A linguagem utilizada no texto é mais formal? Por quê?
      Sim, porque eles pretendem transmitir informações e, portanto, deve ser compreendido por todas as pessoas.

04 – Leia as duas declarações relacionadas ao meio ambiente. Responda:
a)   Que igualdade é essa que o texto afirma haver entre os homens?
A igualdade de direitos.

b)   O que significa, no seu modo de ver, viver bem?
Resposta pessoal do aluno.