quinta-feira, 26 de abril de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): MAMA ÁFRICA - CHICO CÉSAR - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): Mama África
                                               Chico César

Mama África,
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Mama África tem tanto o que fazer
além de cuidar neném
além de fazer denguim
filhinho tem que entender
mama África vai e vem
mas não se afasta de você

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Quando mama sai de casa
seus filhos se olodunzam
rola o maior jazz
mama tem calo nos pés
mama precisa de paz
mama não quer brincar mais
filhinho dá um tempo
é tanto contratempo
no ritmo de vida
de mama

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Deve ser legal
ser negão no Senegal
deve ser legal
ser negão no Senegal
deve ser legal
ser negão no Senegal

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Mama África
a minha mãe é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia

Mama África
a minha mãe
a minha mãe
a minha mãe.

Interpretação do texto:

1 – Escreva uma frase que mostra qual é, na sua opinião, a ideia central da música.
      “Mama África vai e vem, mas não se afasta de você”.

2 – Como é a vida da mãe apresentada na canção?
      É uma vida difícil de muito trabalho, correria e cansaço.

3 – No trecho “Quando Mama saí de casa, / seus filhos se olodunzam/ Rola o maior jazz”, há uma palavra que se refere a um conhecido grupo musical, surgido como um bloco carnavalesco na Bahia. Qual é a palavra e qual é o grupo musical?
      A palavra é olodunzam. E o grupo musical é Olodum.

4 – Como você interpreta esse trecho da letra?
      Resposta pessoal do aluno.

5 – Por que você acha que o autor deu ao personagem o nome de Mama África?
      Por trabalhar muito, e não ter o apoio e ajuda de ninguém, tal como é a África.

6 – Em sua opinião, a vida da mãe descrita na música é comum entre as mães brasileiras? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

7 – Quem é o compositor da música?
      Chico Cesar.

8 – Por que você acha que a África é considerada mãe solteira?
      Porque os países ricos, só vão lá para tirar as suas riquezas existente, e não ajudam no lado social.

9 – O que significa, na música, ter de fazer mamadeira todo dia?
      Significa ter que fazer todos os dias a comida dos filhos.

10 – Explique por que a palavra aparece na letra da música como “denguim” e não como “denguinho”.
      Porque denguim, significa uma comuna francesa onde mora muitas pessoas, ou famílias. E denguinho é um carinho.

11 – Você diria que a canção é uma homenagem à África? Justifique.
      Sim. Apesar de ser um país explorado e abandonado pelos grandes, o povo é alegre e felizes.

12 – Como é o lugar onde vivem as personagens da canção? Ela se mostra acolhedora ao homem?
      Vivem em comunidades de baixa renda, porém, bem acolhedora.

13 – O título da música pode ser entendido de duas maneiras. Explique-as.
      Sim. Mama, seria como uma supermãe acolhedora. E África, um país abandonado pelos países do primeiro mundo.



quarta-feira, 25 de abril de 2018

FILME(ATIVIDADES): O NOME DA ROSA - JEAN-JACQUES ANNAUD - COM ATIVIDADES GABARITADAS

fILME(ATIVIDADES): O NOME DA ROSA

Data de lançamento: desconhecida (2h 11min)
Direção: Jean-Jacques Annaud
Gêneros: AventuraDramaSuspense
Nacionalidades: FrançaItáliaAlemanha

SINOPSE E DETALHES

        Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.

        Estranhas mortes começam a ocorrer num mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa idade média, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos, são cenas de O Nome da Rosa. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos monges tem acesso às publicações sacras e profanas.
        A chegada de um monge franciscano (Sean Conery), incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da santa inquisição.

Entendendo o filme:

01 – Como era a vida no mosteiro? Quais atividades eram desenvolvidas pelos monges?
      A vida lá dentro era sobre regras, onde uma delas era não poder rir e falar só quando fosse questionado.
      Porém viviam como pessoas normais de cozinheiros, o ferreiro.

02 – Qual a função dos monges copistas? Qual sua importância?
      Eles copiavam as obras. Eles faziam reuniões, nelas debatiam sobre a religião católica, dirigiam missas onde aprendiam mais da palavra de Deus.

03 – Qual o papel da Igreja na Idade Média?
      Ela tinha como poder a influência, nas pessoas e cobrança dos impostos.

04 – Por que motivo a Igreja restringia o acesso a alguns livros? Qual o problema de Aristóteles?
      Para não mudar de ideias, pois Aristóteles ele era muito inteligente, então ia despertar inteligência em outros monges (conhecimento), e toda vez que “se alimentava o conhecimento, alimentava também o sofrimento”.

05 – Como viviam os camponeses ao redor do mosteiro?
      Eles recebiam “doações” dos monges. Que davam dízimos. E também viviam na miséria ao ponto de furtarem comida dos monges.

06 – Que maneira os monges interpretavam a série de assassinatos? Compare com a visão / atitude de William de Baskerville.
      Acreditavam que era o demônio, em quanto William ele investigavam os detalhes minunciosamente, sempre achando que foi pessoas.

07 – Qual os métodos utilizados pela Inquisição no filme? Pesquise a respeito de outros métodos.
      Eles eram julgados pelos monges depois torturados e queimados na fogueira (chama do mal).

08 – O que eram as heresias? Procure identificar a heresia que mencionada no filme?
      Eram pessoas que iam contra as regras da Igreja.
      Como adoração ao demo. Com rituais de adoração ao diabo oferecendo galinha preta e gatos pretos.

09 – Explique a polêmica sobre a pobreza de Cristo, discutida no filme.
      Eles achavam que todos deveriam ser pobres e por isso terminavam matando os ricos.

10 – Explique os fatores que beneficiaram as cidades italianas no renascimento comercial.
      Devido as condições geográficas favoráveis e ao fortalecimento de suas ligações comerciais com o Oriente, através da 4ª cruzada, obtiveram a primazia na distribuição de mercadorias orientais por todo continente Europeu.

MÚSICA(ATIVIDADES): MEU BRASIL - GIAN E GIOVANI - COM GABARITO

Música(ATIVIDADES): Meu Brasil

                                             Gian e Giovani
Uma luz brilhou no céu
Sobre as caravelas que vieram do alto mar
E o sinal daquela luz
Deu ao navegante a direção de "Vera Cruz"

Foi assim que começou a nossa história
Há quinhentos anos, dia vinte e dois de abril
O passado está presente na memória
Mas a porta do futuro já se abriu

Meu Brasil, verde de eterna esperança
Branco de paz de criança
Azul e amarelo de céu e de sol
Meu Brasil, você tem um grande destino
Embora ainda seja um menino
Já é no planeta o país do futebol
Meu Brasil, tai o terceiro milênio
Pra nós o seu oxigênio
É mais que um orgulho profundo
Hey Brasil, seu lema é vencer ou vencer
Aposto que você vai ser
A maior nação desse mundo.

Entendendo a canção:
01 – Esta música foi gravada por Gian e Giovane para comemorar os 500 anos do Brasil. Hoje o Brasil tem quantos anos?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – O compositor da música diz: “o passado está presente na memória / mas a porta do futuro já se abriu”. Como você vê o futuro do Brasil?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Na música, as cores da bandeira são comparadas a: verde – branco – azul – amarelo.
             Verde: de eterna esperança
            Branco: de paz de criança.
            Azul e Amarelo: de céu e de sol.

04 – Nos versos:
“Meu Brasil
Você tem um grande destino
Embora ainda seja um menino
Já é no planeta o país do futebol”.

a)   Por que o autor diz que o Brasil ainda é um menino?
    O Brasil, apesar de ser um país industrializado e capitalista, não se apresenta no centro do capitalismo mundial, pois se enquadra como uma economia dependente e periférica. No entanto, o país pode ser classificado como semiperiferia.

b)   Por que o autor fala que o Brasil tem um grande destino?
     Porque as estatísticas mostram que o Brasil vem avançando nos últimos anos, em algumas áreas a passos largos e em outras a passos curtos, mas que o caminho para chegar a ser um país desenvolvido ainda é longo.

05 – Mesmo com a virada para o terceiro milênio, o povo ainda tem orgulho de ser brasileiro. Por quê?
      Nem todos. Infelizmente temos o péssimo hábito de achar que o mundo inteiro presta, menos o Brasil. Nunca pensamos que todo lugar tem algo de bom e de ruim. O problema é que no exterior eles dão mais valor aos pontos positivos e aqui no Brasil exaltamos os negativos.

06 – Por que o autor diz que o lema do Brasil, principalmente do povo é vencer ou vencer?
      Porque desde sua formação o povo brasileiro foi fruto de um processo violento, o que obrigou a ser forte, afinal os africanos a trabalhar como escravos. Daí o lema vencer ou vencer.

07 – O que você, como cidadão, pode fazer para ajudar o Brasil a ser a melhor nação do mundo?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Explique os versos:
“Hey Brasil
tai o terceiro milênio
pra nós o seu oxigênio
é mais que um orgulho profundo”
      Nestes versos o autor mostra seu orgulho de ser brasileiro.

09 – “Hey Brasil” explique a utilização de palavras em inglês no nosso vocabulário.
      O uso de estrangeirismos no Brasil é bastante recorrente. Além da riqueza e complexidade da língua portuguesa, ainda temos que estar ligados as palavras estrangeiras que foram incorporadas ao nosso vocabulário.

10 – Faça uma lista com as palavras mais utilizadas pelo povo brasileiro e que são e origem da língua inglesa.
      Resposta pessoal do aluno.






CONTO: A DESPEDIDA - FANNY ABRAMOVICH - COM GABARITO

Conto: A DESPEDIDA 
             Fanny Abramovich


      Zeca entendeu tudo na hora. Deu um grande abraço no irmão. Trocaram um olhar, e meio que combinaram tudo, sem dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais e chegaram num terreno baldio. Pararam perto duma árvore, cavaram a terra com as pazinhas que tinham trazido. Enterraram o hamster no maior silêncio.
         Cobriram a cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca fez uma cruz com dois paus de madeira que encontrou pelo caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade. Saudades de Edu e Zeca.”
     Voltaram para casa chorando. Edu se apoiava em Zeca, que caminhava devagarinho, sentindo que a ocasião não era pra nenhuma estabanação. Deu o tempo que o Edu precisava. Não disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas rolando.
          Em casa, Edu se trancou no quarto. Não quis saber de mais nada. Nem de jantar, muito menos de conversar ou ver tevê. Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso animou o Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço, porque estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos Vermelhos ia fazer. Chorou até dormir. Dormiu de cansaço.
          Edu sofria, Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas, mas Edu nem se interessava... A mãe insistia pra que ele fosse dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar futebol, apostar corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa. Pensando.
          Resolveu desenhar num caderno grosso tudo o que lembrava as aprontações e da carinha marota de Olhos Vermelhos. Ficava horas nisso... Tinha perdido alguém que adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina. Os pais tinham que entender que perder o melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por enquanto, nesse momento, não tinha nada, nadinha! Só um coração vazio.

ABRAMOVICH, FANNY. IN: OLHOS VERMELHOS.
SÃO PAULO: MODERNA ,1995.

Entendendo o conto:
01 – Qual é a autoria do texto? Em qual livro está publicado?
      Fanny Abramovich – Livro Olhos Vermelhos.

02 – Qual o tema principal de A despedida? Assinale apenas uma alternativa:
(  ) animal de estimação           
(X) lidar com as perdas de algo ou alguém  
(  ) amizade                           
(  ) afeto entre irmãos.

03 – Quem era Olhos Vermelhos?
      O hamster.

04 – Quem eram Edu e Zeca?
      Eram dois irmãos.

05 – Qual dos dois meninos ficou mais triste pela perda? Qual poderia seria o motivo?
      Edu, o hamster era dele e pelo contexto era mais novo que Zeca.

06 – Qual a relação entre o título A despedida e o texto? Explique com suas palavras mais sugestões, a produção e o gabarito:
      A despedida de alguém que era amado pelos meninos e que morrera, no caso, o hamster e como eles lidariam com a perda.

07 – Que outro título você daria, considerando a relação com o texto?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Escreva duas ações que estão no texto comprovando que Zeca se importava com o sofrimento do irmão.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – “E quem perde alguém tão querido assim não sai dando voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando sorvete na esquina.” Você concorda com essa ideia? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Você já sofreu uma grande perda? Se quiser, relate em um parágrafo a sua experiência e como lidou com isso.
      Resposta pessoal do aluno.

SONETO: IMPRECAÇÕES CONTRA UMA INGRATA - BOCAGE - COM GABARITO


Soneto: Imprecações contra uma ingrata
          

                                    (Improviso) Bocage

Vai-te, fera cruel, vai-te, inimiga,
horror do mundo, escândalo da gente,
que um férreo peito, uma alma que não mente,
não merece a paixão, que afadiga:
O céu te falte, a terra te persiga,
negras fúrias o Inferno te apresente,
e da baça tristeza o voraz dente
morda o vil coração, que Amor não liga:
Disfarçados, mortíferos venenos
entre licor suave em áurea taça
mão vingativa te prepare ao menos:
E seja, seja tal tua desgraça,
que ainda por mais leves, mais pequenos
os meus tormentos invejar te faça.

                                   BOCAGE, Manuel Maria B. du. Sonetos completos de Bocage.
                                                                                                 São Paulo: Núcleo, 1995.

 Entendendo o poema:
01 – O sentimento ou estado de alma que teria motivado a criação desse soneto poderia ser:

    a) O ódio invejoso contra uma mulher.
    b) A indignação contra as autoridades do país.
    c) O amor desmedido por uma mulher.
    d) O orgulho ferido.
    e) A raiva da própria mãe.

02 – Que versos podem justificar essa hipótese?
       “Não merece a paixão, que me afadiga”,
       “Morda o vil coração, que Amor não liga”.

03 – O que a pessoa a quem o poema se dirige fez para o eu lírico?
       Não correspondeu a seu amor e despertou nele um estado insuportável de paixão.

ARTIGO DE OPINIÃO: USAR ÁGUA SIM; DESPERDIÇAR NUNCA - ANTONIO ERMÍRIO DE MORAES


ARTIGO DE OPINIÃO: USAR ÁGUA SIM; DESPERDIÇAR NUNCA


     O verão veio bravo. Ninguém aguenta o calor. É tempo de piscina, praia, refrescos, sorvetes e muito desperdício de água.
        Esse mau hábito não é novo. Ao ler uma instrutiva reportagem publicada pelo “Estado” (6/2/2006), fiquei estarrecido ao sabor que o consumo por pessoa em São Paulo é de 200 litros recomendados pela ONU.
        Em 2005, o consumo da água na região da Grande São Paulo aumentou 4% em relação a 2004. Só em dezembro, foram consumidos 128 milhões de metros cúbicos de água – o maior consumo desde 1997.
       É uma soma fantástica e sinalizadora de muito desperdício. Os repórteres responsáveis pela reportagem mencionada “flagraram” muitas pessoas lavando as calçadas com mangueira a jato em lugar de vassoura. Trata-se de um luxo injustificável. No consumo doméstico, cerca de 72% da água são gastos no banheiro e, neste, o chuveiro responde por 47%. Os banhos exageradamente demorados desperdiçam água e energia elétrica.
        É verdade que o asseio é uma das virtudes dos brasileiros e devemos conservá-la. Mas não há necessidade de ficar meia hora debaixo do chuveiro para manter a boa higiene. Quando estudei nos Estados Unidos, há mais de 50 anos, a dona da república onde morava, uma senhora franzina e de cara muito fechada, me fez pagar uma sobretaxa de aluguel porque sabia que, como brasileiro, eu estava acostumado a tomar banho todos os dias e a “gastar” muita água. Na época, garoto novo, achei a mulherzinha um monstro de avareza. Hoje, vejo que todas as nações do mundo precisam economizar água.
        O Brasil é um país abençoado por possuir cerca de 20% da água do mundo. Isso é um privilégio quando se considera que só 3% da água do planeta é aproveitável e que mesmo esses 3% não são imediatamente utilizáveis, porque uma grande parte está nas geleiras longínquas e em aquíferos profundos. Na verdade, a quantidade de água que pode ser usada para alimentar os seres vivos, gerar energia e viabilizar a agricultura é de aproximadamente 0,3%.
        Desse ponto de vista, a água é um bem escasso. Não é porque temos 20% da água do mundo que podemos perde-la irresponsavelmente. O uso da água precisa ser racionalizado, em especial nas grandes aglomerações urbanas, onde os mananciais não dão conta de atender a população.
        O Brasil já possui uma lei das águas, promulgada em 1997, cujo objetivo central é o de “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água”. Recentemente, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos aprovou o plano Nacional de Recursos Hídricos, com vistas a induzir o uso racional da água.
        Tais instrumentos são importantes. Mas o Brasil ganhará muito se as escolas e as famílias ensinarem as crianças a não repetirem os desperdícios praticados pelos adultos. Comece hoje a ensinar seus filhos e netos. E, sobretudo, dê o bom exemplo. Afinal, para mudar hábitos, os exemplos e a educação são peças-chave.

                            Antônio Ermírio de Moraes. Folha de São Paulo, 12 fev. 2006.

Entendendo o texto:
01 – A que assunto o artigo de Antônio Ermírio de Moraes se refere?
      Ao desperdício de água no Brasil.

02 – Qual é a posição apresentada no título a respeito do assunto do artigo? Copie os trechos do texto em que essa posição é reafirmada.
      O autor é contra o desperdício de água, de acordo com o título; “Esse mau hábito não é novo”, “é uma soma fantástica e sinalizadora de muito desperdício”; “trata-se de um luxo injustificável”; entre outros.

03 – Do ponto de vista do articulista, o que deve ser feito a respeito do desperdício de água?
      O consumo de água precisa ser racionalizando e o bom exemplo deve ser dado na escola e nas famílias no sentido de educar as futuras gerações.

04 – Em que parágrafos essas ideias são expressas?
      Essas ideias aparecem no sétimo e no nono parágrafos.
       

TEXTO: AME A SUA SELEÇÃO - CLARA ALBUQUERQUE - COM GABARITO

Texto: AME A SUA SELEÇÃO


         A Seleção Brasileira nasceu pra mim na Copa de 1986. Muitos de vocês já conhecem essa história: eu não tinha completado três anos ainda, mas já adorava a farra do futebol. Na ocasião, uma de minhas avós, ao voltar de uma viagem com presentes para os netos, trouxe para meu irmão uma camisa da Seleção e, para mim, uma boneca. Era dia de jogo do Brasil e eu achei aquilo um absurdo. Do jeito que só uma criança faria, chorei e protestei pelo fato dele ter recebido um presente relacionado à festa da Copa do Mundo e eu não. Felizmente, minha mãe encontrou uma solução: tratou de escrever Brasil com lápis de cera verde numa folha de papel ofício e colou a “obra” numa camiseta amarela que eu já tinha no armário. Estava pronta a camisa da Seleção Brasileira que, pela minha reação de felicidade e satisfação, era tão oficial quanto a que Falcão, Casa grande, Zico, Sócrates e companhia desfilavam nos campos do México.
         Pra minha mãe, a Seleção Brasileira nasceu em 58, quando ela era arremessada pra cima por meu avô a cada gol do Brasil no nosso primeiro título mundial. Pra meu pai, foi na Copa do Mundo seguinte, quando a família toda se reunia em volta do rádio pra ouvir as partidas do time que conquistou o bicampeonato. Sempre tive a certeza que a cada partida, gol de Pelé e de Ronaldo, drible de Garrincha e Neymar, jogada de Sócrates e Ronaldinho, título, goleada ou derrota do Brasil, nascia uma Seleção Brasileira particular pra alguém. Umas mais espetaculares e outras sem muito brilho e com algumas cabeças de bagre dentro de campo, mas todas especiais de alguma forma.
         No meu caso, já que não tive a felicidade de crescer assistindo a genialidade de Pelé e sua turma ou a arte da Seleção de 82, ela sempre teve uma outra característica muito importante: festa, sim, papel picado, sorrisos, fogos de artifício e gols (que você pode substituir por Romário), mas não necessariamente muito futebol. Ou alguém que viu sua primeira taça de título mundial ser levantada por Dunga poderia pensar diferente?
         Pois bem, oficialmente, a Amarelinha nasceu em 1914 e em quase cem anos de existência, como todo mundo já sabe, se transformou não só na seleção mais vitoriosa do mundo, mas também na maior expressão da nossa cultura. Seria normal pensar, então, que na milésima partida oficial da Seleção Brasileira, ela merecia, no mínimo, uma chuva de papel picado, não acham? Pois a CBF acha que não. Na milésima vez que o escudo mais poderoso do futebol mundial entrar em campo, será contra o Gabão, num lugar onde toda vez que eu vou falar, preciso consultar de novo pra lembrar.
         Fico assustada com a quantidade de pessoas que dizem que a Seleção Brasileira morreu para elas. Confesso que isso está bem longe de acontecer pra mim, mas preciso dizer também, que, infelizmente, não é nada difícil entendê-la.

Clara Albuquerque. Disponível em: 
                                                              Acesso em: 10 dez. 2011.

Entendendo o texto:
01 – No início do texto, a cronista conta sua primeira experiência com a Copa do Mundo, assim como a de seus pais. Qual seu objetivo com esses relatos?
        A cronista pretende comprovar que uma Copa do Mundo sempre “faz nascer” uma seleção Brasileira para alguém, ou seja, sempre apresenta uma primeira seleção marcante para alguém.

02 – A cronista menciona três Copas do Mundo que apresentam, respectivamente, uma Seleção Brasileira para ela, para a mãe e para o pai. O que, nos três casos, parece ter ajudado a tornar essa experiência marcante para as três crianças?
        Para as três crianças, a Copa do Mundo envolvia um contato alegre com a família, tinha um caráter de reunião festiva. Isso ajudou a tornar memorável essa experiência com o futebol.

03 – Para a cronista, a noção de “nascimento” de uma Seleção Brasileira para alguém implica que essa seleção tivesse sido bem-sucedida? Comprove sua resposta.
        Não. Quando falou do “nascimento” de uma seleção, a cronista mencionou partida, gol, drible, jogada, título, goleada, mas também mencionou derrota. Em seguida, ela afirmou que algumas seleções eram mais espetaculares, outras não tinham muito brilho (mas algumas cabeças de bagre), mas todas eram especiais.