sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

MUSICA(ATIVIDADES): DIÁSPORA(DRAMA DOS REFUGIADOS) - TRIBALISTAS - COM GABARITO

Música(Atividades): Diáspora
              Tribalistas

Acalmou a tormenta
Pereceram
Os que a estes mares ontem se arriscaram
E vivem os que por um amor tremeram
E dos céus os destinos esperaram

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Como os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu...

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Deus Ó Deus onde estás
Que não respondes
Em que mundo em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus

Há dois mil anos te mandei meu grito
Que embalde desde então corre o infinito
Onde estás senhor Deus

Atravessamos o mar Egeu
O barco cheio de fariseus
Com os cubanos, sírios, ciganos
Como romanos sem Coliseu

Atravessamos pro outro lado
No rio vermelho do mar sagrado
Os center shoppings
Superlotados
De retirantes refugiados

You, where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?

Onde está
Meu irmão
Sem irmã
O meu filho sem pai

Minha mãe
Sem avó
Dando a mão pra ninguém

Sem lugar
Pra ficar
Os meninos sem paz

Onde estás
Meu senhor
Onde estás?
Onde estás?

Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
Where are you?
                 Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte

Entendendo a canção:
01 – Que tema é abordado nesta canção?
      O drama dos refugiados, que atravessam a história, ou seja, a questão das migrações no mundo.

02 – Nos versos:
      “Atravessamos o mar Egeu
       O barco cheio de fariseus
       Como os cubanos, sírios, ciganos
       Como romanos sem Coliseu...

       Atravessamos pro outro lado
       No rio vermelho do mar sagrado
       Os center shoppings
       Superlotados
       De retirantes refugiados.”

Aqui fica nítida que preocupação?
      Preocupação com um dos maiores dramas do mundo contemporâneo: a diáspora moderna. Os casos citados são exemplos polêmicos.

03 – No entanto, a canção não se trata de uma comparação simplista entre Cuba (rio vermelho / center shoppings) e Síria (mar sagrado / superlotados), pois a ação se centra em que?
      Nos desencontros e na separação de pessoas promovida por forças externas aos que sentem a necessidade de fugir.

04 – Que análise podemos fazer da segunda estrofe?
      Que vivemos num mundo onde o indivíduo é abandonado a própria sorte, a conexão com o universo (Deus) é a forma de busca de conforto existencial em uma situação limite.

05 – Antunes cita um trecho de vozes d’África de Castro Alves na canção com que intensão?
      “Deus Ó Deus onde estás
       Que não respondes
       Em que mundo em qu'estrela tu t'escondes
       Embuçado nos céus


       Há dois mil anos te mandei meu grito
       Que embalde desde então corre o infinito
       Onde estás senhor Deus.”
      De dar maior historicidade para o drama dos refugiados ao trazer a própria realidade brasileira para este contexto.

06 – Como é sintetizado o significado de diáspora?
      Como a dispersão de povos, por motivos políticos ou religiosos, mostrando um mundo com fronteiras.

07 – Análise geograficamente a letra da canção.
      Os trechos se referem ao atual estado que estão países com problemas políticos e religiosos, e que para sair desse territórios conflituosos, principalmente aos asiáticos partindo para Europa (Mar Egeu), e consequentemente perdendo membros da família em busca de oportunidades num outro lugar para um novo recomeço.





TEXTO: O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO - JOSTEIN GAARDER- COM GABARITO


Texto: O mito da caverna de Platão

    Platão nos conta uma parábola [...]. Nós a conhecemos por alegoria da caverna. Vou contá-la com minhas próprias palavras.
    Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxeleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.
Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido à abundância de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores. Ele vê o Sol brilhando no céu e entende que o Sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.
Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.

                                                                             Jostein Gaarder

                                          Texto extraído do livro O Mundo de Sofia.

Entendendo o texto:
01 – O que significaria o grupo de pessoas presas dentro da caverna subterrânea?
      As pessoas que não questionam seus próprios limites e aceitam as coisas como definitivas e imutáveis.

02 – Como estão agrilhoadas (com grilhões, algemas), as pessoas da caverna se habituam com a ideia de que fora da caverna há apenas um 'teatro de sombras'. Que sentindo amplo, figurado, pode estar sendo representado pelos 'grilhões' que impedem as pessoas da caverna de se moverem?
      Esses grilhões são as barreiras da mente das pessoas que não deixam ela questionar ou raciocinar.

03 – Um dos habitantes da caverna, movido pela curiosidade ou pelo desejo de encontrar uma explicação para o que via, consegue sair desse mundo de sombras. Como se definiria esse tipo de pessoa que sai das sombras em busca da luz?
      Uma pessoa que não é passiva, porque busca conhecimento e liberdade.

04 – No início, a realidade confunde o habitante que sai da caverna e ele não consegue distinguir nem entender o que representam as figuras além do muro. O que pode representar a luz forte depois do muro alto e que parece, em primeiro momento, obscurecer a visão do habitante da caverna? 
      O conhecimento que existe fora da caverna.

05 – Qual é o significado das 'sombras' que dominam os habitantes que continuam dentro da caverna?
      A ignorância pela falta do conhecimento.

06 – O caminho para atingir a luz está repleto de desafios, mesmo assim o habitante avança em direção a ela. O que acontece, então, quando a sua visão se torna completa?
      Ele passa a conhecer o mundo e tudo o que nele existe, questionando as coisas e buscando explicação.

07 – No último parágrafo, o habitante é descrito não somente como um indivíduo livre, mas também feliz. Por que isso acontece?
      Porque ele se torna verdadeiramente livre por entender o mundo e sua realidade.

08 – O 'feliz habitante' se lembra então das pessoas que ainda estão presas dentro da caverna, isso o incomoda e ele volta ao mundo das sombras. Como se pode analisar essa atitude ou modo de agir, tendo em vista que ele já havia conseguido sua liberdade?
      Ele demonstra preocupação com os outros, além de generosidade.

09 – Que mensagem a reação das pessoas da caverna, que matam o 'feliz habitante', transmite?
      O novo sempre assusta as pessoas, por ser desconhecido, daí ninguém quer sair de sua zona de conforto.


POEMA: TECENDO A MANHÃ - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

POEMA: TECENDO A MANHÃ
                 João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã;
Ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
E o lance a outro; de um outro galo
Que apanhe o grito que um galo antes
E o lance a outro; e de outros galos
Que com muitos outros galos se cruzem
Os fios de sol de seus gritos de galo,
Para que a manhã, desde uma teia tênue,
Se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
Se erguendo tenda, onde entrem todos,
Se entretendendo para todos, no toldo
(A manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si: luz balão.

                          MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. In:_______.
       Poesias completas. 2. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. p. 19-20.

Entendendo o texto:

01 – Qual é o assunto do poema?
       É o tecido da manhã, feito por gritos de galos.

02 – Transcreva do poema todas as expressões que designam a manhã.
       Teia tênue, tela, tenda, toldo, toldo de um tecido tão aéreo, luz balão.

03 – Ocorrem no poema várias aliterações em t e d. O que elas podem significar?
       O entrechocar dos fios de um tecido que está sendo feito: a manhã, tecido aéreo.

04 – Quais as conotações possíveis para galo, manhã e o ato de tecer.
       Galo = homem; manhã = futuro. Note que se pode ler no poema “a manhã” = “amanhã”; ato de tecer = a solidariedade, a união entre os homens, de cuja ação (gritos) resulta o futuro.


POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
                 Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
Vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
É doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
Este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
Este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
Este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

             ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do itabirano.
                                In:_____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro,
                                                                       Aguilar, 1967. p. 101-2.


Porosidade: caráter do que é poroso; a qualidade de ter poros; permeabilidade.

Entendendo o poema:

 

01 – Como o autor caracteriza Itabira, sua terra natal

       Como uma tranquila e monótona cidade interiorana.

 

02 – Em que verso o poeta manifesta o orgulho de ser itabirano? Transcreva-o.

       “Principalmente nasci em Itabira.”

 

03 – O que o poeta herdou de Itabira?

       Sua tristeza, seu orgulho, sua vontade de amar e seu hábito de sofrer.

 

04 – Houve uma mudança na vida profissional do poeta. Transcreva o verso que comprova essa afirmativa.

       “Hoje sou funcionário público.”

 

05 – “Mas como dói!”. Qual é a causa dessa dor?

 

       O fato de Itabira só existir na lembrança do poeta e ser apenas um retrato na parede.

06 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

 

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

 

07 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

08 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

     b) “Funcionário público”.

         c) “Apenas”.

         d) “Fotografia”.

         e) “Parede”.

09 – Tendo em vista que o poema contém referências a aspectos geográficos e históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I – O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo da região caracterizada pela existência de importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II – O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também de um história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III – A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que é originário.

Está correto o que se afirma em:

a)   I, somente.

b)   III, somente.

c)   I e II, somente.

d)   II e III, somente.

e)   I, II e III.

10 – No poema, o eu lírico:

a)   Considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

b)   Revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

c)   Ironiza a si mesmo e satiriza a rusticidade de seu passado semi -rural mineiro.

d)   Dirige-se diretamente ao leitor, tomando assim patente o caráter confidencial do poema.

e)   Crítica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

11 – Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso: “Mas como dói!” é:

a)   “Hoje”.

b)   “Funcionário público”.

c)   “Apenas”.

d)   “Fotografia”.

e)   “Parede”.

12 – Assinale o verso que melhor o explica o título do poema:

a)   “Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro”.

b)   “Noventa por cento de ferro nas calçadas”.

c)   “Este São Benedito do Velho Santeiro Alfredo Duval”.

d)   “De suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes”.

13 – Assinale a alternativa que melhor expressa uma relação de causa e consequência:

a)   “Alguns anos Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira.”

b)   “Itabira é apenas uma fotografia na parede. / Mas como dói!”

c)   “Oitenta por cento de ferro nas almas. / E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.”

d)   “Tive ouro, tive gado, tive fazendas. / Hoje sou funcionário público.”

14 – Assinale a única alternativa correta:

a)   No poema, delineia-se o impulsivo erótico que é, no entanto, reprimido.

b)   O orgulhoso faz com que o poeta renegue sua terra natal.

c)   O poeta, ao se tornar funcionário público, abandona a postura crítica.

d)   O poeta expressa seu entusiasmo por ser Itabirano.

 

 

 

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

POEMA: TOADA DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: TOADA DO AMOR
                 Carlos Drummond de Andrade

E o amor sempre nessa toada:
Briga perdoa, perdoa briga.
Não se deve xingar a vida,
A gente vive, depois esquece.
Só o amor volta para brigar,
Para perdoar,
Amor cachorro bandido trem.
Mas, se não fosse ele, também
Que graça que a vida tinha?

Mariquita, dá cá o pito,
No teu pito está o infinito.


                                     ANDRADE, Carlos Drummond de. Toada do amor.
      In: _____. Obra completa. 2. ed. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967. p. 55-6.

Toada: qualquer cantiga de melodia simples e monótona.

Entendendo o texto:

01 – Já no título e no primeiro verso, o poeta refere-se à monotonia das relações amorosas por meio do emprego de uma palavra. Que palavra é essa?
        Toada.

02 – Essa ideia da monotonia e da rotina aparece enfatizada pela repetição de alguns verbos. Que verbos são esses?
        Brigar e perdoar.

03 – Apesar dessa rotina, não devemos lamentar a nossa sorte. Por quê?
        Porque esquecemos tudo aquilo que acontece na nossa vida.

04 – O amor aparece caracterizado pelo emprego de três substantivos. Quais são eles?
        Cachorro, bandido, trem.

05 – Apesar d o amor ter uma série de inconvenientes, é ele que dá sentido à vida. Transcreva os versos do poema que comprovam essa afirmativa.
        “Mas, se não fosse ele, também que graça que a vida tinha”.

06 – O amor não só dá sentido à vida como pode ser de uma duração, extensão ou intensidade extremas. Que versos do poema podem ter essa conotação?

        “Mariquita, dá cá o pito, no teu pito está o infinito”.

ARTIGO DE OPINIÃO: A ETIQUETA NAS REDES SOCIAIS - RYANA GONÇALVES - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: A etiqueta nas redes sociais

                            Ryana Gonçalves

        Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
        Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS.
        Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre. 
        Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada.
        Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
        Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
        Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa "dar em cima" e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
        E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!

Entendendo o texto:
01-O texto classifica-se em:
(  ) narrativo.
(X) argumentativo.
(  ) informativo.
(  ) descritivo.

02 – A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
        Ela se refere ao convívio social cibernético.

03 – No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social.
      Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
      Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados, presença, corpo.”

04 – Por que a palavra "respeitados" foi escrita de forma diferente?
      Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.

05 – Qual é o problema apresentado no texto?
      A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento. 

06 – O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
      Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e respeito.

07 – Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
      A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.

08 – Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?
     Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se estender até aos desconhecidos.