terça-feira, 16 de janeiro de 2018

CRÔNICA: LIBERDADE - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

CRÔNICA: LIBERDADE
                Cecília Meireles

        Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.

        Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade! / abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.
        Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
        Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)
        Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
        Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir.
(Ás vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
        Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora! ...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!
        Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
        E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!
        São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
        Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...

MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho: crônicas Editora Record Rio de Janeiro, 2002, pág. 07.

ENTENDENDO O TEXTO:
Após ler atentamente o texto, responda as questões de 1 a 11:
01 – De qual livro foi retirado o texto Liberdade?
      Do livro: Escolha seu sonho. (O aluno deve saber encontrar as informações sobre o texto, ver que estão logo abaixo e que o sobrenome na bibliografia vem primeiro, que o nome do livro geralmente aparece em itálico...)

02 – De quem é a autoria?
      Cecília Meirelles.

(Nas questões 3 a 8, assinale a alternativa correta)
03 – O texto afirma que
(A) a escravidão depende das escolhas das pessoas.
(B) a liberdade de um acaba onde começa a liberdade de outrem.
(C) as criaturas combatem a liberdade com entusiasmo juvenil.
(D) os sentimentos sombrios deslumbram a liberdade.

04 – O resultado de ser livre é
(A) ampliar a órbita da vida.
(B) cantar a liberdade como nossos avós.
(C) viver sem sonhar.
(D) viver sem qualquer obrigação.

05 – A liberdade é tão fundamental ao homem que
(A) certamente se prefere a morte à liberdade.
(B) com liberdade tudo se consegue na vida.
(C) onde não há liberdade não há pátria.
(D) sem liberdade não se constrói coisa alguma.

06 – Em “Ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado (...)"os termos destacados se referem a pessoas que:
(A) comportam-se de forma imprevisível.
(B) desobedecem às regras e às convenções.
(C) fazem só o que os outros lhes determinam.
(D) sabem muito bem o que devem realizar.

07 – No segundo parágrafo do texto, entende-se que a Liberdade é:
(A) a inspiração para cantos antigos e modernos.
(B) o bem mais precioso do homem.
(C) um bem esquecido por nossos parentes.
(D) uma luta que, às vezes, vale a pena travar.

08 – A questão central tratada no texto é
(A) a emoção dos antepassados.
(B) a felicidade das pessoas
(C) a liberdade humana.
(D)o combate à escravidão.

09 – Qual o significado da palavra liberdade para você?
      Resposta Pessoal.

10 – Você acha que o Brasil, atualmente, é uma nação livre? Justifique sua resposta?
      Resposta Pessoal.

11 – Releia: “Ser livre é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho” (4º parágrafo). Como você compreende esse trecho?
      Resposta Pessoal.







TEXTO: A DANÇA - VOLTAIRE - COM GABARITO

Texto: A dança
                       Voltaire

        Sétoc precisava fazer uma viagem de negócios à ilha de Serendib; mas, estando no primeiro mês de seu casamento, que, como se sabe, é a lua-de-mel, não podia deixar sua mulher, nem sequer pensar que pudesse fazê-lo um dia: ele pediu a seu amigo Zadig que fizesse a viagem em seu lugar.
        — Pobre de mim! — lamentava-se Zadig. — Será preciso que eu aumente ainda mais a distância que há entre mim e minha bela Astartéia? Mas eu tenho de servir aos meus benfeitores. 
        Disse, chorou e partiu.
        Não precisou passar muito tempo em Serendib para ser visto como um homem extraordinário. Tornou-se o árbitro de todas as disputas entre os negociantes, o amigo dos sábios, o conselheiro daquele pequeno número de pessoas que querem conselhos. O rei quis vê-lo e ouvi-lo. Percebeu logo todo o valor de Zadig; confiou em sua sabedoria e fê-lo seu amigo. A familiaridade e a
estima do rei assustaram Zadig. Dia e noite ele pensava nos infortúnios que lhe tinham causado as atenções que recebera de Moabdar. “O rei gosta de mim”, pensava ele. “Não estarei perdido?” Contudo, não se podia furtar às amabilidades de Sua Majestade: porque, verdade seja dita, Nabussan, rei de Serendib, filho de Nussanab, filho de Nabassun, filho de Sanbusná, era um dos melhores príncipes da Ásia e, quando se falava com ele, era difícil não amá-lo.
        Esse bom príncipe era sempre louvado, enganado e roubado; era como se houvesse uma disputa para ver quem mais lhe pilhava os tesouros. O recebedor-geral da ilha de Serendib era o primeiro a fazer isso, sendo fielmente seguido pelos outros. O rei sabia disso: várias vezes já mudara o recebedor; mas não pudera mudar o modo já estabelecido de dividir as rendas do rei em duas partes desiguais, ficando sempre a menor para Sua Majestade e a maior para seus administradores.
        O rei Nabussan confiou seu problema ao sábio Zadig.
        — Vós, que conheceis tantas e tão belas coisas, por acaso não saberíeis me dizer como encontrar um tesoureiro que não me roube? — perguntou ele.
        — Certamente. Conheço uma forma infalível de encontrar um homem que tenha as mãos limpas — respondeu Zadig.
       O rei, encantado, abraçando-o, perguntou-lhe o que devia fazer para conseguir isso. 
        — Basta — disse Zadig — mandar que dancem todos aqueles que se candidatarem ao cargo de tesoureiro. Aquele que dançar com mais leveza será com toda certeza o homem mais honesto. 
        — Estais a zombar de mim — disse o rei. — Eis uma maneira muito estranha de escolher alguém para cuidar de minha fortuna. Ora! Quereis dizer que quem fizer o melhor entrechat será o tesoureiro mais íntegro e mais capaz? — perguntou o rei.
         — Eu não vos disse que será o mais capaz — retorquiu Zadig. — Mas vos asseguro que, sem sombra de dúvida, será o homem mais honesto.
        Zadig falava com tanta segurança que o rei supôs que ele tivesse algum dom sobrenatural para conhecer administradores de finanças.
       — Não gosto de coisas sobrenaturais — disse Zadig. — Sempre me desagradaram pessoas e livros ligados a milagres e prodígios; se Vossa Majestade permitir que eu faça a prova que proponho, haverá de se convencer de que meu segredo é a coisa mais simples e sem mistérios.
       Nabussan, rei de Serendib, espantou-se muito mais em ouvir que o segredo era simples do que se lhe tivessem apresentado como um milagre. 
        — Pois bem — disse ele. — Podeis fazer como vos aprouver.
        — Deixai que o faça — disse Zadig. — Vossa Majestade haverá de ganhar muito mais do que imagina.
        No mesmo dia, Zadig fez publicar, em nome do rei, que todos os que aspirassem ao cargo de recebedor-geral de Sua Graciosa Majestade Nabussan, filho de Nussanab, fossem, em trajes de seda leve, na primeira noite da lua do crocodilo, à antecâmara do rei. Lá compareceram sessenta e quatro pessoas. Trouxeram-se violinos para a sala contígua; estava tudo pronto para o baile; mas a porta do salão estava fechada e, para entrar lá, era preciso passar por uma pequena galeria, bastante escura. Um porteiro ficou encarregado de acompanhar cada candidato a essa passagem, onde eram deixados alguns instantes a sós.
        O rei, que já estava bem avisado, expusera todos os seus tesouros na galeria. Quando todos os candidatos haviam chegado ao salão, Sua Majestade ordenou que dançassem. Jamais se dançou de forma tão pesada e tão desajeitada. Todos mantinham a cabeça baixa, as costas curvadas, as mãos coladas ao corpo. 
        — Que gatunos! — dizia baixinho Zadig. Apenas um entre eles dançava com leveza, a cabeça levantada, o olhar seguro, os braços estendidos, o corpo ereto, os jarretes firmes. — Ah, que
homem honesto! Que homem bom! — dizia Zadig.
        O rei abraçou aquele bom dançarino, nomeou-o tesoureiro e todos os outros foram acusados e punidos com toda justiça: porque todos eles, no momento em que se encontravam sozinhos
no corredor, haviam enchido os bolsos e mal conseguiam andar. O rei se tomou de desgosto pela natureza humana, pelo fato de haver sessenta e três gatunos entre os sessenta e quatro dançarinos. A galeria escura foi chamada Corredor da Tentação. Se o caso se tivesse dado na Pérsia, esses sessenta e três senhores teriam sido empalados; em outros países, eles seriam submetidos a um processo cujo custo se elevaria ao triplo do valor roubado, que não haveria de voltar aos cofres do soberano; em um outro reino, eles teriam provado sua completa inocência, fazendo com que o dançarino mais lépido caísse em desgraça; em Serendib, foram condenados apenas a aumentar o tesouro público, porque Nabussan era muito complacente. 
        Era também muito reconhecido; ele deu a Zadig uma soma em dinheiro muito maior do que jamais um tesoureiro foi capaz de roubar ao rei, seu senhor. Zadig a usou para enviar mensageiros à Babilônia, que deviam se informar sobre o destino de Astartéia. A voz lhe tremeu ao dar essa ordem, o sangue refluiu ao coração, os olhos se turvaram, sua alma por pouco não o abandonou. O mensageiro partiu, Zadig viu-o embarcar; ele voltou para o palácio do rei sem enxergar ninguém, como se estivesse em seu quarto, pronunciando a palavra “amor”. 
        — Ah! O amor — disse o rei. — É justamente disso que se trata. Vós adivinhais o meu tormento. Sois um grande homem! Espero que me ensineis a conhecer uma mulher de suma virtude, como me fizestes encontrar um tesoureiro desinteressado.
       Zadig, caindo em si, prometeu ajudá-lo no amor como o fizera nas finanças, embora isso lhe parecesse uma coisa ainda mais difícil. 

Entendendo o texto:

01 – A ética é um conceito abstrato. Voltaire utilizou-se dessa história para falar a respeito desse conceito. O que seria um comportamento ético?
      Ser honesto, não roubar.

02 – Entre sessenta e quatro ladrões, havia um homem honesto. Esse fato indica a opinião de Voltaire a respeito do ser humano em relação à ética. Qual é a opinião indireta de Voltaire sobre isso?
      A maioria das pessoas não agem de acordo com a ética.

03 – Segundo o texto, a personagem Sétoc deveria fazer uma viagem de negócios à ilha de Serendib, mas pediu ao amigo Zadig para substituí-lo. A forma que Sétoc agiu foi de forma ética?
      Não, pois ele pediu algo que não seria capaz de fazer.

04 – Zadig logo foi reconhecido coo um homem sábio e honesto e ganhou a confiança das pessoas. Por que Zadig conquistou esse prestígio tão rapidamente?
      As pessoas só pensavam nelas, agindo de forma não ética, enquanto que ele agiu em favor dos outros.

05 – A fama de Zadig chegou até os ouvidos do rei, que logo quis conhecê-lo. Como se pode caracterizar a sociedade de Serendib, já que o próprio rei parecia admirado com a conduta de Zadig?

      Ele era uma pessoa incomum na sociedade, pois tinha qualidades diferenciadas.

CRÔNICA: TATUAGEM - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

CRÔNICA: TATUAGEM

  Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca. Mundo Online, 4.fev.2003

 Ela não era enfermeira (era secretária), não era inglesa (era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42: bela mulher, muito conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia. O homem não comentou: perguntou apenas o que era para ser tatuado.
      - É bom você anotar -disse ela- porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
       Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
         - "Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca" -ditou ela-, "favor não proceder à ressuscitação".
         Uma pausa, e ela continuou:
         - "E não procedam à ressuscitação, porque não vale a pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos."
      Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais coisas tatuasse, mais ganharia.
      Ela continuou falando. Agora voltava à sua infância pobre; falava no sacrifício que fora para ela estudar. Contava do rapaz que conhecera num baile de subúrbio, tão pobre quanto ela, tão esperançoso quanto ela. Descrevia os tempos de namoro, o noivado, o casamento, o nascimento dos dois filhos, agora grandes e morando em outra cidade. Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história: sem dúvida ela fora abandonada pelo marido, que a trocara por alguma mulher mais jovem e mais bonita. E antes que ela contasse sua tragédia resolveu interrompê-la. Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres.
     Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
       Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão muito bem. Ela sente um pouco de ciúmes quando ele é procurado por belas garotas, mas sabe que isso é, afinal, o seu trabalho. Além disso, ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu próprio peito. Nada de muito artístico, o clássico coração atravessado por uma flecha, com os nomes de ambos. Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se sente reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se estivesse vivendo uma nova, e muito melhor, existência.
Moacyr Scliar – Folha de São Paulo – 10/03/2003

Entendendo o texto:

01 – O cronista se inspirou em um fato real.
a)   Qual é o fato?
    Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca.

b)   De onde foi retirado?
    Publicado em: Mundo Online, 4.fev.2003.

02 – O fato gerador do conflito que constrói a crônica é a secretária:
(  ) ser mais jovem que a mulher  da notícia.  
(X) concluir que a vida não vale a pena.
(  ) achar romântica a história da enfermeira    
(  ) ter se envolvido com o tatuador.

03 – Quais as diferenças apontadas pelo narrador entre a mulher da notícia e a mulher da crônica?
      Mulher da notícia tinha 78 anos e era uma enfermeira inglesa e a mulher da crônica tinha 42 anos, era secretária e bela.

04 – Transcreva o trecho que mostra como o tatuador imaginava o final da história que a mulher lhe contava.
      Imaginava que ela fora abandonada pelo marido, que trocara por alguma mulher mais jovem e mais bonita.

05 – Qual foi a tatuagem especial que o tatuador fez em seu próprio peito para a secretária?
      O clássico coração atravessado por uma flecha, com o nome de ambos.

06 – Relacione:
(1) Situação inicial             
(2) Conflito
(3) Desenvolvimento 
(4) Clímax                     
(5) Desfecho

5 ) Os dois vivem juntos, ele fez uma tatuagem no peito e cada vez que ela  vê, se sente ressuscitada.
1 ) Uma mulher procura um tatuador após ler uma notícia de uma enfermeira que tatuou uma frase inusitada.
2) A mulher acha que a vida não vale a pena e quer uma tatuagem semelhante a da enfermeira "Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca" -ditou ela-, "favor não proceder à ressuscitação".
3 )  A secretária começa a contar sua história infeliz para o tatuador. Ele a interrompe pois já sabia como terminaria.
) Ela chora, ele a conforta como pôde e convida-a para tomar alguma coisa.

07 – O trecho da crônica que mostra que o cronista inspirou-se em um fato real é:
a)   A notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.
b)   As manobras de ressuscitação praticadas pelos médicos.
c)   A reprodução da conversa entre a secretária e o tatuador.
d)   A história de amor entre a secretária e o tatuador.

08 – O fato gerador do conflito que constrói a crônica é a secretária:
a)     Ser mais jovem que a enfermeira da notícia.
b)     Concluir que a vida não vale a pena.
c)     Achar romântica a história da enfermeira.
d)     Ter se envolvido com o tatuador.

09 – Um trecho do texto que expressa uma opinião é:
a)   “Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa.”
b)   “O homem não comentou; perguntou apenas o que era para ser tatuado.”
c)   “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
d)   “Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde.”

10 – O trecho do texto que retrata a consequência após o encontro da secretária com o tatuador é:
a)   “Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia”.
b)   “Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
c)   “E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
d)   “Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.

11 – Qual a pessoa do discurso empregada para narrar a crônica? Ela participa da história?
      O narrador é de 3ª pessoa do discurso e não participa da história. Ele é um narrador-observador.

12 – Qual a importância da sequência descritiva para a crônica?
      A sequência descritiva concretiza a descrição da personagem, é importante para que o leitor entenda melhor o tema.

13 – Observe esse trecho da crônica: “Era pago para tatuar, e quanto mais tatuasse mais ganharia”.

a)   Em que tempo e modo estão flexionados os verbos sublinhados?
Tatuasse: pretérito imperfeito do subjuntivo.
Ganharia: futuro do pretérito do indicativo.

b)   Se alterássemos o verbo tatuasse para tatuar, o verbo ganharia seria alterado, segundo a linguagem formal? Caso seja, qual seria a nova forma verbal?
“... quanto mais tatuar mais ganhará”.




TEXTO: O LENHADOR HONESTO - WILLIAN J.BENNETT - COM GABARITO

Texto: O lenhador honesto

    Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família. Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar todo o pão que a família precisava.
        Um dia, estava ele cortando um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava na floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores trabalhando.
        Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco. Recostou o machado na árvore e virou-se para sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado caiu pela ribanceira abaixo, indo parar no rio!
        O pobre lenhador esquadrinhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais. O rio continuava correndo com a mesma tranquilidade de sempre, ocultando o tesouro perdido.
        --- O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? - gritou o lenhador.
        Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho uma bela mulher.
        Era a fada do rio que viera até a superfície ao ouvir o lamento.
        --- Por que você está sofrendo tanto? - perguntou, em tom amável. O lenhador contou o que acontecera e ela mergulhou em seguida, tornando a aparecer na superfície segundos depois com um machado de prata.
        --- É este o machado que você perdeu?
        O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquele prata! Mas o machado não era dele, então balançou a cabeça dizendo:
        --- Meu machado era de aço.
        A fada das águas colocou o machado de prata sobre a barranco do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
        --- Talvez este machado seja o seu?
        --- Não é, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu.
        A fada das águas colocou o machado de ouro sobre a barranca do rio. Mergulhou mais uma vez. Tornou a subir à tona. Desta vez, trouxe o machado perdido.
        --- Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!
        --- É o seu - disse a fada das águas, - e agora também são seus os outros dois. São um presente do rio, por você ter dito a verdade.
        E à noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer para sua família.


Extraído do Livro das Virtudes de Willian J. Bennett - Editora Nova Fronteira.
Entendendo o texto:
01 – O lenhador levava uma vida difícil, mas trabalhava com alegria porque podia sustentar sua família. O que representa o macho para o lenhador?
      Ele tirava seu sustento e o da família através dele. É um tesouro.

02 – Cansado, o lenhador interrompeu seu trabalho por um instante. Nesse momento, ele tropeçou na raiz e esbarrou no machado que, colocado junto a uma árvore, caiu no rio. O que se pode observar quanto à reação do lenhador, ao perder o machado?
      Ele ficou preocupado com a perda do machado porque era o sustento da família, sendo um pai responsável.

03 – Antes de trazer à realidade o machado de aço do lenhador, a fada do rio mostrou-lhe um machado de prata. Por que ela agiu dessa forma?
      Ela queria provar a honestidade do lenhador.

04 – Na segunda vez que mergulhou no rio, a fada trouxe um machado de ouro, indagando ao lenhador se seria aquele o machado perdido. Por quê?
      Ela queria provar novamente a honestidade do lenhador, porque seria um machado de ouro, sendo mais valioso.

05 – O lenhador sabia que poderia ficar rico se mentisse para a fada dizendo que o machado de prata ou o de ouro era o que ele perdera. Por que ele disse a verdade?
      Porque ele era honesto, não queria mentir e preferia uma vida humilde, honrada e em paz com sua consciência.

06 – A alegria do lenhador ao rever seu próprio machado só se torna maior quando ele recebe de presente os machados de prata e de ouro. Qual é o ensinamento/moral que essa narrativa transmite?
     A verdade é uma virtude que deve ser praticada e assim será recompensada.

07 – Na história que você leu, não há moral, mas há algumas 'pistas' no texto que permitem identificar a construção de um ensinamento moral. Qual é a pista de um ensinamento moral que pode ser identificada nesse texto?
      O título já diz que o lenhador era honesto, ou seja, a moral da pessoa.

08 – Quando se passou essa história?
      Não há um tempo preciso. O texto informa que foi “há muito tempo”.

09 – Em que lugar se passam os acontecimentos da história?
      Em uma floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes.

10 – Que informações sobre o lenhador o texto traz?
      O lenhador era pobre, trabalhava muito para sustentar a família e era honesto.



CRÔNICA: A VERDADEIRA AMIZADE - COM GABARITO


CRÔNICA: A VERDADEIRA AMIZADE   
           
     Um homem, seu cavalo e seu cão caminhavam por uma estrada. Depois de muito andar esse homem se deu conta de que ele, seu cavalo e seu cão haviam morrido num acidente. Muitas vezes os mortos levam tempo para se dar conta de sua nova condição. A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com sede. Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro havia uma fonte de onde jorrava água cristalina. O caminhante dirigiu-se ao homem que numa guarita, guardava a entrada.
        - Bom dia, ele disse.
        - Bom dia, respondeu o homem.
        - Que lugar é este, tão lindo? Ele perguntou.
        - Isto aqui é o céu, foi a resposta.
        - Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede, disse o homem.
      - O senhor pode entrar e beber água à vontade, disse o guarda, indicando-lhe a fonte.
        - Meu cavalo e meu cachorro também estão com sede.
        - Lamento muito, disse o guarda.
        - Aqui não se permite a entrada de animais.
      O homem ficou muito desapontado porque sua sede era grande. Mas ele não quis beber e deixar seus amigos com sede. Assim, prosseguiu seu caminho. Depois de muito caminho acima, com sede e cansaço multiplicados, ele chegou a um sítio, cuja entrada era uma velha porteira velha semiaberta. A porteira se abria por um caminho de terra, com árvores dos dois lados que faziam sombra.
     À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um pano, parecia que estava dormindo.
       - Bom dia, disse o caminhante. -Bom dia disse o homem.
       - Estamos com muita sede, eu, meu cavalo e meu cachorro.
     - Há uma fonte naquelas pedras, disse o homem indicando o lugar.
     - Podem beber a vontade. O homem, o cavalo e o cachorro foram até a fonte e mataram a sede.
       - Muito obrigado, ele disse ao sair.
       - Voltem quando quiserem, respondeu o homem.
       - A propósito, disse o caminhante, qual é o nome desse lugar?
       - Céu, respondeu o homem.
      - Céu? Mas o homem da guarita ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
    - Aquilo não é o céu, aquilo é o inferno. O caminhante ficou perplexo. -Mas então, disse ele, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
     - De forma alguma, respondeu o homem. Na verdade, eles nos fazem um grande favor.
     - Porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos...

Entendendo o texto:

01 – Numere os parágrafos do texto depois complete:
      O texto possui três parágrafos.

02 – Quantos personagens o texto possui? Quais são eles?
      Cinco personagens. São eles: o homem, o cavalo, o cão, o guarda e o homem que estava deitado à sombra.

03 – Onde se passa a história e como os personagens foram parar lá?
      No inferno e no céu. Eles morreram em um acidente.

04 – Qual foi o desapontamento que o homem teve ao passar pelo portão de mármore?
      O guarda disse que não entrava animais.

05 – Por que foi que o homem conseguiu chegar realmente no céu?
      Porque lá ficam aqueles que não são capazes de abandonar seus melhores amigos.

06 – Dê a sua opinião sobre o texto.
      Resposta Pessoal.


segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

TEXTO: OLHA QUE BOTO LEGAL - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO - OLHA QUE BOTO LEGAL

  Regina exibe com frequência os seus 60 quilos distribuídos por 1,80 m. Quando quer chamar a atenção de um “pretendente” ou simplesmente está feliz, ela salta com desenvoltura. Mantém dieta à base de peixe fresco. Corvina, tainha e pescada são seus preferidos. Atenciosa, anda para cima e para baixo na companhia dos dois filhos, Laranjinha, de 3 anos e meio, e Acerola, de 7 meses. Regina, 14 anos, é a matriarca de uma das famílias de golfinhos remanescentes da Baía de Guanabara. 
      Nas últimas três décadas, a população de ”sotalia guianensis”, nome científico do boto-cinza, espécie de golfinho que reside na baía, sofreu uma baixa de 90%. Em 1985, eram 400. Segundo levantamento do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua), da Faculdade de Oceanografia da UERJ, atualmente 38 (sobre)vivem . Nas águas sujas da Guanabara – a cada segundo, 18.400 litros de esgoto doméstico sem tratamento são lançados na baía. A contaminação química e biológica, a pesca e o barulho causado pelos navios fundeados nos arredores da Ponte Rio-Niterói são as principais causas do desaparecimento dos cetáceos. 
        Inteligentes – assim como os chimpanzés, são animais capazes de se reconhecerem no espelho – os golfinhos até que tentam se virar. Quando se deparam com um saco de plástico no meio do caminho, por exemplo, não o ingerem: preferem fazer do lixo um brinquedo. E, embora circulem de norte a sul, sabiamente têm ficado mais concentrados na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, atrás da Ilha de Paquetá. Mas, às vésperas dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e com o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) completando 21 anos sem resultados efetivos, se nada for feito, em 2035 pode não haver mais golfinhos saltando com o Dedo de Deus ou o Pão de Açúcar ao fundo. 
      — Caso a situação não seja revertida, em 20 anos, teremos uma população de raríssimos indivíduos ou não restarão mais botos-cinza. A espécie entrou, ano passado, na lista vermelha do Ministério do Meio Ambiente por causa da situação crítica da baía – lamenta o oceanógrafo Alexandre Azevedo, do Maqua. 
         Desde 1992, equipes da UERJ monitoram os golfinhos na baía. Em 1995, os oceanógrafos passaram a utilizar a técnica de foto identificação. Os botos-cinza nascem com a nadadeira dorsal lisa, mas, por conta da interação com o ambiente e, principalmente, entre eles (se mordem tanto nas brigas quanto nos cortejos), ganham marcas, que viram uma espécie de impressão digital. Passaram, então a ser chamados por números e, em casos especiais, apelidos. 
       — Os golfinhos da Baía de Guanabara não são passantes, eles escolheram esse lugar como residência fixa – diz o oceanógrafo José Lailson Brito, a bordo da lancha Falsa Orca. – Aquela é a Titia. Está ao lado do filhote da Guapi. Ela cuida dos filhotes de várias fêmeas. 
            A fêmea foi carinhosamente batizada de Titia recentemente. Desde 1999, pesquisadores acreditavam que ela era ele, pois nunca tinha engravidado. Em janeiro do ano passado, enfim, Titia deu à luz, deixando todos confusos e contentes. A festa, porém, durou pouco: o filhote morreu dois meses após o nascimento. E não foi um caso isolado. 
            — Mais da metade dos filhotes não chega à idade adulta. Como todo mamífero, eles nascem com imunidade baixa e ainda são alimentados com leite contaminado das mães. Os elementos contaminantes não matam diretamente os animais, mas deixam a imunidade ainda mais baixa. E os filhotes acabam afetados por doenças.

                                           (Revista do Jornal O Globo – 10/5/2015).

Após a leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

1ª QUESTÃO: Os golfinhos, durante sua vida, passam a ter uma identificação particular. Como eles a adquirem?

       A – ( ) É uma modificação normal do crescimento deles.
       B – ( ) Faz parte da genética de cada um.
       C – ( ) Os machos possuem marcas diferentes da fêmeas.
       D – (X) Com a convivência entre eles e o meio ambiente.
       E – ( ) Através dos apelidos que são dados a eles.

2ª QUESTÃO: De acordo com o texto, “Titia” recebeu este nome, porque:
       A – ( ) é a mais velha de todas.
       B – (X) cuida de vários filhotes que não são dela.
       C – ( ) os pesquisadores achavam que ela fosse fêmea.
       D – ( ) se parece com uma “titia”.
       E – ( ) cuida de seu filhote muito bem.




TEXTO: RIO 450 - IMPÉRIO: SEGREDOS DE UM TRIÂNGULO AMOROSO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO- RIO 450 – IMPÉRIO: SEGREDOS DE UM TRIÂNGULO AMOROSO

        Baronesa de Sorocaba 

      Em 1827, a nobre Maria Benedita de Canto e Melo passava em sua carruagem na Ladeira da Glória quando foi atacada a tiros. A baronesa de Sorocaba escapou ilesa, mas por toda a corte espalhou-se a história de que a mandante do atentado seria a irmã da vítima, Domitila de Canto e Melo, a marquesa de Santos, amante oficial de D. Pedro I. O motivo? Ciúme. 
          Este caso extraconjugal era tratado com um pouco mais de discrição por D. Pedro, que costumava dar algumas “escapadelas” para encontrar Maria Benedita. 
         Um dos truques do galanteador, dizem, era aproveitar as idas constantes ao Outeiro da Glória como desculpa para visitar Benedita, que vivia num casarão próximo à igreja. Arqueólogas que trabalhavam nas escavações de um terreno no entorno da Villa Aymoré encontraram, entre os achados do passado, um trecho do antigo caminho privativo que ligava o casarão da baronesa ao outeiro. Feito de calçamento pé de moleque, ele ainda guardava alguns dos furos usados para apoiar as tochas e estava em ótimo estado de conservação. 
         — Fizemos vários achados, num volume de cerca de 30 mil peças, com vestígios do século XVIII ao século XX. E um dos que mais nos surpreenderam foi este caminho, que estava atrás de onde estão as casas da Villa Aymoré. É um sítio arqueológico constituído por uma estrutura de caminho de pedra de mão, com cerca de cem metros, que . Estava muito bem preservado, apesar dos anos de abandono. Era o caminho privativo que a baronesa fazia para ir à igreja. Dizem que D. Pedro vinha frequentemente à igreja da Glória e depois passava para visitar a baronesa usando o atalho – diz a arqueóloga Jackeline de Macedo, que desde 2010 trabalha no monitoramento da área junto com a arqueóloga Ana Cristina de Oliveira Sampaio.
                               (Jornal O Globo – 24/5/2015 – Simone Cândida).

Após a leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

1ª QUESTÃO: A baronesa de Sorocaba foi atacada a tiros. Marque a opção que melhor explica o fato acima:
       A – ( ) Porque ela foi vítima de um assalto.
       B – ( ) Porque ela passou por um lugar que não era permitido.
       C – (X) Porque ela foi vítima de ciúmes.
       D – ( ) Porque queimaram o seu título de nobreza “baronesa”.
      E – ( ) Porque, naquela época, era comum as carruagens serem atacadas. 

2ª QUESTÃO: “Era o caminho privativo que a baronesa fazia para ir à igreja.” A palavra destacada na frase acima pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
       A – ( ) público.
       B – ( ) coletivo.
       C – ( ) próximo.
       D – ( ) longe.
       E – (X) exclusivo.