quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

CONTO: O PAR DE SAPATOS - PIERRE GRIPARI - COM GABARITO

Conto: O par de sapatos          

               Pierre Gripari

    Era uma vez dois sapatos casados, que formavam um par. O sapato direito, que era homem, chamava-se Nicolau; o esquerdo, que era mulher, chamava-se Tina.
        Os dois moravam numa caixa de papelão muito bonita, enrolados em papel de seda. Sentiam-se muito felizes e tinha a esperança de que aquilo durasse para sempre.
      Mas certa manhã uma vendedora tirou o par de sapatos da caixa, para uma senhora experimentar.

     A mulher os calçou, deu alguns passos, achou que estavam ótimos e disse:
        -- Vou levar esses.
        -- Quer que eu embrulhe? Perguntou a vendedora.
        -- Não precisa – disse a mulher – vou calçada com eles.
        Ela pagou e saiu, com os sapatos novos no pé. Foi assim que Nicolau e Tina andaram um dia inteiro sem se verem. Só foram se encontrar à noite, dentro de um armário escuro.
        -- É você Tina?
        -- Sou eu, sim, Nicolau.
        -- Ah, que felicidades! Pensei que tivesse perdido você!
        -- Eu também. Mas onde você estava?
        -- Eu? No pé direito.
        -- Agora eu estou entendendo. Sempre que você estava na frente, eu estava atrás, e quando você estava atrás eu estava na frente. Por isso a gente não conseguia se ver.
        -- E vai ser essa vida todos os dias? – Perguntou Tina.
        -- Acho que sim!
        -- Mas que horrível! Ficar o dia inteiro sem você, meu amor! Não vou me acostumar nunca, Nicolau!
        -- Tive uma ideia – Disse Nicolau. – Já que eu estou sempre à direita e você sempre à esquerda, quando eu for para frente vou me desviar um pouquinho para seu lado. Assim a gente se vê. Combinado?
        -- Combinado!
        E assim fez Nicolau. No dia seguinte a dona dos sapatos não conseguia dar três passos sem que o pé direito se enrolasse, e plaf! Lá ia ela para o chão.
        Naquele mesmo dia ela foi consultar o médico, muito preocupada.
        -- Doutor, não sei o que tenho. Fico toda hora tropeçando em mim mesma.
        -- Tropeçando na senhora mesma?
        -- Isso mesmo doutor! A cada passo, meu pé direito se enrosca no me salto esquerdo e eu tombo!
        -- Isso é muito grave – disse o médico. – Se continuar assim, vamos ter que cortar seu pé direito. Aqui está a receita: são dez mil francos de remédio. A senhora me deve dois mil francos de consulta, e volte amanhã.
        Aquela noite, dentro do armário, a Tina perguntou ao Nicolau:
        -- Você ouviu o que o médico disse?
        -- Ouvi, sim.
        -- Que horror! Se cortarem o pé direito da mulher, ela vai jogar você no lixo e nós vamos ficar separados para sempre! Temos que fazer alguma coisa!
        -- Mas o quê?
        -- Tive uma ideia: já que eu fico à esquerda, amanhã sou eu que vou desviar um pouco para a direita cada vez que der um passo à frente. Combinado?
        E assim fez a Tina. Então durante todo o segundo dia, o pé esquerdo é que se enroscava toda hora no salto direito e plaf! A coitada da mulher ia para o chão. Cada vez mais preocupada, ela voltou ao médico.
        -- Doutor, estou cada vez pior. Agora é o pé esquerdo que se enrosca no salto direito.
        -- Cada vez mais grave – disse o médico. – Se continuar assim, vamos ter que cortar os dois pés! Aqui está mais uma receita. São vinte francos de remédio. A senhora me deve mil francos de consulta, e não se esqueça de voltar amanhã.
        Aquela noite Nicolau perguntou a Tina:
        -- Você ouviu?
        -- Ouvi.
        -- E se cortaremos dois pés da mulher, o que será de nós?
        -- Não quero nem pensa!
        -- Mas eu te amo, Tina!
        -- Eu também te amo, Nicolau!
        -- Não quero me separar de você, nunca!
        -- Eu também não, nunca!
        Estavam ali, conversando no escuro, sem saber que a dona deles estava andando no corredor de lá para cá, de chinelo, sem conseguir dormir, por causa do que o médico tinha dito. Ao passar pela porta do armário ela ouviu tudo e, como era muito inteligente, entendeu tudo.
        -- Então é isso – pensou a mulher. – Não estou doente. Meus sapatos é que se amam! Que coisa linda!
        Ela jogou no lixo os trinta mil francos de remédio que tinha comprado e, no dia seguinte, disse a faxineira:
        -- Está vendo este par de sapatos? Não vou mais usá-los, mas quero que fique com ele. Quero que os dois pés estejam sempre bem limpos, engraxados e lustrosos. E lembre-se de uma coisa: nunca separe um do outro!
        Assim que ficou sozinha, a faxineira pensou:
        -- A patroa está louca! Guardar esses sapatos sem usar! Daqui uns quinze dias, quando ela tiver esquecido, vou pegá-los pra mim!
        Quinze dias depois, ela pegou os sapatos e os calço, mas logo começou a tropeçar. Um dia, na escada, quando ela estava descendo com a lata de lixo, Nicolau e Tina resolveram se beijar e badabum! Vlang! Bong! A faxineira caiu sentada, com um monte de lixo na cabeça e uma casca de batata pendurada na testa, como se fosse um cacho de cabelo.
        -- Esses sapatos são mágicos – ela pensou. – Não vou mais calçá-los. Vou dá-los para minha sobrinha, que é manca!
        E foi o que ela fez. A sobrinha, que era manca mesma, passava o dia todo sentada, com os pés juntos. Quando por acaso andava um pouco, era devagar que nem dava pra tropeçar. Os sapatos estavam felizes porque, mesmo durante o dia, ficam quase sempre um ao lado do outro.
        Essa situação durou um bom tempo. Infelizmente, como a sobrinha era manca, gastava mais um pé de sapato o que o outro.
        Uma noite, a Tina disse ao Nicolau:
        -- Estou sentindo que a minha sola está ficando fininha, logo vou furar!
        -- Não faça isso! – disse Nicolau. – Se jogarem a gente fora, vamos ficar separados outra vez!
        -- Eu sei. – disse Tina.  – Mas o que você quer que eu faça? Não posso impedir de envelhecer!
        De fato, oito dias depois a sola de Tina furou. A manca comprou um par de sapatos novos e jogou Tina e Nicolau na lata de lixo.
        -- O que vai ser de nós? – perguntou Nicolau.
        -- Não sei. – disse Tina. – Eu só queria ter certeza de que nunca vou ficar sem você!
        -- Chegue mais perto – falou Nicolau – e segure o meu cordão com o seu. Assim a gente fica junto.
        Assim foi. Foram juntos para a lata de lixo, foram juntos para o caminhão de lixo e foram juntos, até o dia em que foram encontrados por um menino e uma menina.
        -- Olha só! Esses sapatos! Estão de braço dado!
        -- É que eles são casados – disse a menina.
        -- Bom, já que eles são casados, vão fazer a viagem e lua de mel!
        O menino pegou os sapatos e pregou um ao lado do outro, numa tábua. Depois pôs a tábua no rio e ela foi descendo, carregada pela natureza. Enquanto ela ia se afastando, a menina acenava com o lenço e gritava:
        -- Adeus, sapatos, e boa viagem!
        Foi assim que Nicolau e Tina, que não esperava mais nada da vida. Tiveram uma viagem linda de lua de mel.

                              Contos da Rua Brocá – Editora Martins Fontes.

Entendendo o conto:

01 – “O par de sapatos”, é um conto que narra uma história de amor. O que os protagonistas queriam?
      Queriam ficar juntos, pois eram casados e formavam um par.

02 – Geralmente um conto apresenta poucos personagens.
a)   Quem são as personagens principal?
Nicolau e Tina.

b)   Como é descrita fisicamente?
·        O sapato direito, que era homem.
·        O sapato esquerdo, que era mulher.

c)   Como ela se sente ao longo da história?
Se sentia triste, porque ficava o dia inteiro sem seu amor.

03 – O conto retrata um único conflito.
a)   Qual é esse conflito?
O fato de Nicolau e Tina andarem um dia inteiro sem se verem. Só se viam à noite, dentro de um armário escuro.

b)   Em que espaços ocorreram os fatos narrados?
Numa caixa de papelão, num armário escuro, na lata de lixo e no rio.

04 – No conto os fatos narrados ocorrem num curto espaço de tempo.
a)   Copie do texto os trechos que indicam tempo.
“... Mas certa manhã” / “No dia seguinte / No segundo dia / Quinze dias depois / ... oito dias depois”.

b)   Quem narra a história?
É um narrador observador.

05 – Que gênero textual costuma ter início com a expressão era uma vez?
(   ) Novela.
(   ) Romance.
(X) Conto.

06 – Nos contos maravilhosos utiliza-se os verbos no passado. Por quê?
      Indica um acontecimento que se prolongou ao longo do tempo com início e fim no passado.

07 – Aponte ou copie do texto alguns exemplos de emprego de verbos no pretérito imperfeito do indicativo, que são formas terminadas em –ava ou –ia.
      Formavam / moravam / estavam / sentiam.

08 – Qual o desfecho do conto?
      Um menino e uma menina, o encontraram na lata de lixo e perceberam que eram casados, porque estavam amarrados. Então, o menino teve a ideia de pregá-los um do lado do outro numa tábua e soltou rio abaixo. E foi assim que Nicolau e Tina não se separaram nunca mais.



TEXTO: ADOLESCER - MARIA MARIANA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Adolescer
            
                    Maria Mariana

        Adolescer é coisa tão complicada que a própria palavra vem de doer, de adoecer. Exagero dos romanos, que criaram no seu latim a palavra adolescentia com essa ambiguidade? Nem tanto. Toda a literatura sobre o tema (que só nos últimos 50 anos deve pesar toneladas) converge em certas questões, destacadas pela psicologia, pela sociologia e por todas as outras ciências que estudam o comportamento humano.
        Questões sobre a transição, a aventura de cada descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças corporais e o imenso salto intelecto com o acúmulo de informações sobre o mundo que marca essa etapa. Mas questões também sobre as responsabilidades crescentes e a luta pela autonomia, os conflitos domésticos e entre gerações, os conflitos com o outro e consigo mesmo.
        E isso não é tudo: a inserção nas regras do jogo do mundo adulto (e a inevitável contestação a essas regras) vem acompanhada pela perda das facilidades da infância e a perplexidade diante da vida que se entreabre, com suas promessas de delícias e ameaças.
        Daí a chamada crise da adolescência, cheia de inseguranças e de espinhas na cara. Por tudo isso, os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos (na maior parte das vezes, diga-se de passagem, com toda razão) e adotam comportamentos legítimos no interior da “turma”, onde cada passo é compartilhado e a confiança é incondicional.
        O adolescente é um bicho ético, que detesta a hipocrisia: está procurando, em cada experiência nova, um fundamento da arte de viver. Para isso, a verdade é essencial. Cada experiência é decisiva porque ele sabe que em cada escolha está se construindo como pessoa. Tudo tem que ser falado, dissecado em miúdos. Afinal, a vida é uma festa, mas uma festa cheia de mistérios.

MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992. p. 5 -6. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000014237.pdf

Entendendo o texto:
01 – Segundo a autora:
a) os romanos exageraram ao associar adolescência com doença.
b) é pela quantidade de estudos que se comprova a importância de adolescer.
c) os estudos baseados na psicologia demonstram que adolescência significa mistério.
d) adolescência é um período de grandes mudanças.

02 – Pela leitura do texto, é possível afirmar que a palavra que melhor sintetiza o significado de adolescência é:
a) crise.
b) ética.
c) responsabilidade.
d) incompreensão.

03 – De acordo com o texto, as ciências que estudam as questões voltadas para a adolescência têm como foco:
a) as relações sociais.
b) a globalização.
c) as questões éticas.
d) o comportamento humano.

04 – No terceiro parágrafo, a palavra isso:
a) retoma o segundo parágrafo.
b) refere-se ao que está no terceiro parágrafo.
c) refere-se a conflitos.
d) refere-se a tudo.

05 – Na frase: Daí a chamada crise da adolescência, a palavra chamada apresenta sentido equivalente àquele utilizado no texto em:
a) O professor fez a chamada no início da aula.
b) A assembleia iniciou após a segunda chamada.
c) Ela sempre foi chamada pelo seu apelido.
d) Todos gostariam de passar no vestibular em primeira chamada.

06 – Na frase: os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos, a expressão mais velhos significa:
a) as pessoas idosas.
b) as pessoas mais velhas do que os adolescentes.
c) pais acima dos 50 anos.
d) irmãos mais velhos

07 – Na frase: adotam comportamentos legítimos a palavra adotam refere-se:
a) aos mais velhos.
b) aos comportamentos.
c) à turma.
d) aos adolescentes.

08 – Dissecar em miúdos significa:
a) traduzir.
b) resumir.
c) detalhar.
d) generalizar.

09 – A palavra ético segue a mesma regra de acentuação da palavra:
a) violência.
b) árvore.
c) automóvel.
d) horário.

10 – Na palavra hipocrisia, a letra s, na sílaba final, apresenta o mesmo som que a palavra:
a) visitar.
b) falsidade.
c) simular.
d) assimilar.

11 – O que o título do texto lhe sugere?
      Entrar na fase da adolescência; ser adolescente.

12 – Cite algumas das características do adolescente que são apresentados no texto.
·        Revoltam-se às vezes contra os mais velhos;
·        Independência e liberdade são a sua constante exigência;
·        Crescente consciência e conhecimento do “eu”.
·        São irrequietos. Barulhentos e agitados.
·        São pressionados pelo grupo a prática de determinadas atitudes.

13 – Por que na fase de adolescência é comum os questionamentos sobre amor, religião, beleza e prazer?
      Faz-se necessário levar em consideração as crenças, experiências e visões diferenciadas sobre a sexualidade, e que essas formas de pensar advém de sua família, de sua religião e de sua cultura, por isso os questionamentos e devem ser respeitados os diferentes pontos de vista, valores e crenças, levando a reflexão sempre.

14 – Você concorda com as informações do texto, a respeito do adolescente? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

FILME(ATIVIDADES): DIVÃ - JOSÉ ALVARENGA JR. - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): DIVÃ

Data de lançamento 17 de abril de 2009 (1h 33min)
Criador(es): José Alvarenga Jr.
Gêneros DramaComédia
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Mercedes (Lília Cabral) é uma mulher casada e com dois filhos que, aos 40 anos, tem a vida estabilizada. Um dia ela resolve, por curiosidade, procurar um analista. Aos poucos ela descobre facetas que desconhecia, tendo que contar com o marido Gustavo (José Mayer) e a amiga Mônica (Alexandra Richter) para ajudá-la.

Entendendo o filme:
01 – Que tema é abordado no filme?
      A busca pelo autoconhecimento.

02 – Por que o título é Divã?
      A personagem Mercedes decide procurar um psicanalista, ela no Divã e ele permanece como ouvinte o tempo todo.

03 – Mercedes busca a ajuda do psicanalista por qual motivo?
      Ela achava que sua vida era muita perfeita, segundo sua própria análise e queria descobrir o motivo de sua vida ser assim.

04 – Mercedes sente que sua vida está sem emoção, não se sente segura de si, feliz, quer viver emoções que até então não experimentou. Que faz?
      Ela quer se sentir jovem e por esse motivo passa a envolver-se com homens mais jovens.

05 – Como finalizar o filme?
      Mercedes se dá alta terapêutica, acha que já atingiu o seu autoconhecimento e que, portanto já pode seguir sua vida sem seu terapeuta, sendo capaz de enfrentar os problemas que aparecerem em sua vida.

     


HISTÓRIA: O HERÓI DO BANHEIRO - DILÉA FRATE - COM GABARITO

História: O herói do banheiro
            Diléa Frate
         
                              
        Era Dia da Criança no Japão. No metrô de Tóquio, um faxineiro entrou no banheiro e sentiu um cheiro esquisito de produto químico: cianeto de hidrogênio, suficiente para matar dez mil pessoas. Uau! Em segundos, aquele faxineiro japonês salvou milhares de vidas: era Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói! Tomiko San passou a agir em todos os banheiros do metrô de Tóquio. Em todos, vestido com seu uniforme de faxineiro japonês, ele atacava de super-herói, evitando tragédias e salvando milhares de vidas. Os meninos ficaram vidrados em Tomiko San: logo milhares de bonecos invadiram as lojas e quando vinha a pergunta: “O que você quer ser quando crescer?”, os japonesinhos falavam, sem hesitar: “Faxinelo”. Foi uma febre que durou meses. Quando ficou velhinho, Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói, ganhou uma estátua de guerreiro bem em frente ao banheiro.

                                          DILÈA, Frate. Histórias para acordar. 
Entendendo a história: 
01 – O texto fala sobre uma pessoa muito especial. 
a)   Qual o nome dessa pessoa? 
Tomiko Sam.

b)   Qual sua profissão?
Faxineiro. 

c)   O que essa pessoa fez para que se tornasse alguém especial? 
Ele descobriu uma bomba de cianeto de hidrogênio.

02 – O nome do personagem é escrito com letra maiúscula ou minúscula? E o nome da profissão? Por que ocorre essa diferença? 
      O nome é escrito com letra maiúscula e o da profissão com letra minúscula. Isso ocorre porque nome de pessoas é substantivo próprio e de profissão é substantivo comum.

03 – Observe a frase “Em segundos, aquele faxineiro japonês salvou milhares de vidas: era Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói!” Que intenção a palavra faxineiro passou a ser escrita com letra maiúscula? 
      Porque o faxineiro transformou num herói, por isso para destacar escreveu com as iniciais maiúsculas.

04 – Na frase: “... os japonesinhos falavam sem hesitar: “Faxinelo”. Como seria “correto” de escrever a palavra faxinelo? Seria faxineiro. 
a)   Por que essa palavra foi escrita desse modo? 
Porque quem falavam eram crianças bem pequenas.

05 – No texto aparecem outros substantivos próprios. Há também vários substantivos comuns. Faça uma lista com:
·        SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Japão – Tóquio – Tomiko Sam – Faxineiro Super-Herói.

·    SUBSTANTIVOS COMUNS: metrô – faxineiro – pessoas – vida – banheiro – vestido – uniforme – meninos – lojas – velhinhos.

06 – No trecho: “Foi uma febre que durou meses”. A palavra em negrito significa:
( ) uma doença.
( ) todos esquentaram.
(X) foi uma epidemia.

07 – Classifique as palavras quanto a sílaba tônica: 
Metrô: oxítona.
Químico: proparoxítona.
Japonês: oxítona.
Tóquio: paroxítona.
Produto: paroxítona.

08 – Complete as palavras com X ou CH:
Chinelo
Xale
Chique
Choque
Faxina. 


MENSAGEM ESPÍRITA: DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL - DIVALDO FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - SOBRE OS ESPÍRITOS PERISPÍRITO - PARA REFLEXÃO

Mensagem: DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL


        O fisiológico, mui propriamente denominado como "um estado de morte", por propiciar o torpor das faculdades pensantes e fazer desaparsono ecer a parente realidade do mundo objetivo, faculta ao Espírito um parcial desdobramento, no qual se movimenta além dos limites corporais. 
        Conforme as suas inclinações, desejos e hábitos, tão logo sente afrouxarem-se os liames perispirituais, o Espírito desloca-se para os lugares onde encontra respostas para as necessidades cultivadas. 
        Mediante automatismo de sintonia da faixa vibratória na qual se localiza durante o estado de lucidez física, transfere-se sem qualquer esforço para outra equivalente, graças ao clima psíquico no qual se compraz. 
        Normalmente, nesse estado, encontra-se com Entidades que fazem parte do seu conúbio habitual, com elas se comprazendo, ou temendo-as, de acordo com o estado evolutivo que lhes seja peculiar. 
        Da mesma forma, vai conduzido por esses comensais da sua simpatia às regiões nas quais se homiziam com outras semelhantes, ou agem no bem, afeiçoadas ao programa da solidariedade e do progresso da Humanidade, conforme a evolução das mesmas. 
        Ao retornar ao corpo, nos neurônios cerebrais, na área da memória, são impressas as cenas vividas ou vistas, decorrentes dos pesadelos, sonhos e fenômenos mediúnicos transcendentes, podendo ou não recordar-se, de acordo com o estado de desprendimento em que vive. 
        Sem qualquer dúvida, durante o sono fisiológico, natural ou provocado, especialmente na ocorrência do primeiro, o ser espiritual participa da vida estuante e causal, de onde todos procedemos e para a qual todos retornamos.
         A vivência diária, geradora da psicosfera própria a cada um, faculta a sintonia equivalente, graças à qual o desprendimento ocorre com naturalidade, submisso ao mecanismo das ocorrências afins. 
        O apóstolo Paulo, em decorrência dos seus extraordinários sacrifícios pela causa do Cristo, não poucas vezes foi arrebatado ao terceiro céu, região superior de onde hauria a inspiração e as forças para o ministério e apostolado. 
        Maomé, em parcial desprendimento, foi conduzido a uma Esfera Superior, a fim de confirmar a imortalidade da alma, de onde retornou, transformado. 
        Afonso de Liguori, enquanto dormia, em Arienzo, deslocou-se em espírito até Roma, assistindo à desencarnação do Papa Clemente XIV. 
        Dante Alighiere conheceu regiões inferiores conduzido por Virgílio e vislumbrou as paisagens célicas sob o amparo de Beatriz.
Voltaire, em momento de lúcido desdobramento pelo sono fisiológico, compôs todo um canto de sua obra Henriade. 
        Tartini, igualmente desdobramento parcial do corpo, escreveu a emocionante Sinfonia do diabo. 
        Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo sacramentano, deslocando-se com facilidade enquanto o organismo repousava, socorria doentes, gestantes e necessitados... 
        É expressivo o número dos médiuns que, em desdobramento espiritual, atuam conscientemente, participando de experiências extracorpóreas, ou cooperando com os Mentores em tarefas socorristas, ou aprendendo comportamento, ou iluminando-se pelo conhecimento, de cujas experiências volvem com plena lucidez.
Não é indispensável que a consciência do fenômeno permaneça, como condição essencial para a ocorrência. 
        O conhecimento dos mecanismos da vida espiritual, o exercício do desapego às paixões mais grosseiras, a preparação mental antes do repouso através da oração, a irrestritas confiança no amor de Deus e a entrega tranquila aos próprios Guias Espirituais, permitem que as horas do sono se transformem em realizações edificantes para si mesmo e para o seu próximo.
        Cultivada, mediante os recursos da moral salutar, da dedicação ao bem, esta faculdade psíquica enseja abençoado intercâmbio mediúnico, graças ao qual se ampliam os horizontes da vida, embora a permanência na roupagem carnal. 

(Obra: Momentos de Esperança - Divaldo Franco/Joanna de Ângelis)

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS PERISPÍRITO

93 – O Espírito propriamente dito encontra-se descoberto ou, como pretendem alguns, circundado por uma substância qualquer?
      -- O Espírito é envolto por uma substância que, para ti, é vaporosa, mas ainda bastante grosseira para nós; no entanto, vaporosa o suficiente para que possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser.
      Assim como o germe de um fruto é revestido pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é circundado por um envoltório que, por comparação, pode-se chamar de períspirito.

94 – De onde o Espírito tira seu envoltório semimaterial?
      -- Do fluido universal de cada planeta. Por isso ele não é o mesmo em todos os mundos; ao passar de um mundo para outro o Espírito troca de envoltório, assim como vós trocais de roupa.

94 a) Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm até nós, eles tomam um períspirito mais grosseiro?
      -- É preciso, como já dissemos, que se revistam da vossa matéria.

95 – O envoltório semimatrial do Espírito assume formas determinadas, podendo ser perceptível?
      -- Sim, a forma que seja do gosto do Espírito, e é assim que ele vos aparece algumas vezes, seja nos sonhos, seja no estado de vigília, podendo assumir uma forma visível e mesmo palpável.

CONTO: UMA ILHA CHEIA DE ENCANTOS - JOSTEIN GAARDER - COM GABARITO

Conto: Uma ilha cheia de encantos
                          
                    Jostein Gaarder

        Sentia-me aliviado por ter encontrado um lugar de terra firme, que não se resumia a rochedos estéreis no meio do mar. Mas isso ainda não era tudo: aquela ilha parecia ocultar um segredo muito além da minha compreensão, pois eu era capaz de jurar que ela aumentava de tamanho, à medida que eu avançava para o seu interior. Era como se cada um de meus pequenos passos seu tamanho se multiplicasse em todas as direções; como se ela fosse se expandindo espontaneamente, a partir de não sei o quê.
        Continuei a avançar por aquela trilha estreita, que logo se dividiu em duas, e tive de escolher uma direção a seguir. Tomei o rumo da esquerda, que mais à frente também se bifurcou. E novamente escolhi o caminho da esquerda.
        Logo a trilha desapareceu num vale profundo entre duas montanhas. Ali, tartarugas gigantescas arrastavam-se por entre arbustos. As maiores tinham mais de dois metros de comprimento. Já ouvira falar de tartarugas assim tão grandes, mas era a primeira vez que as via com meus próprios olhos. Uma delas esticou a cabeça fora de sua carapaça e olhou para mim, como se quisesse me dar as boas-vindas à ilha.
        Durante todo o dia continuei a caminhada. Vi outras florestas, vales, planaltos, mas nada de ver o mar. Tive a sensação de estar perdido numa paisagem mágica, uma espécie de labirinto às avessas, dentro do qual os caminhos nunca chegaram a uma parede.
        Já no fim da tarde cheguei a um campo aberto, uma paisagem plana e vasta com um grande lago, cujas águas cintilavam intensamente à luz do sol da tarde. Deixei-me cair à margem e saciei minha sede. Pela primeira vez em semanas bebia uma água diferente da água do navio.
        Há muito tempo também não tomava banho. Resolvi, então, arrancar aquela apertada roupa de marujo e saí nadando. Depois de toda a tarde andando sob o sol escaldante dos trópicos, experimentei uma indescritível sensação de frescor. Só então percebi o quanto meu rosto e meu couro cabeludo tinham sido queimados pelo sol durante todos aqueles dias sem proteção no bote salva-vidas.
        Mergulhei algumas vezes e quando abria os olhos dentro da água via enormes cardumes de peixes que tinham todas as cores do arco-íris. Alguns eram verdes como as folhagens da margem, outros azuis como pedras preciosas e outros ainda tinham um brilho dourado em suas escamas vermelhas, amarelas e alaranjadas. Ao mesmo tempo, cada um deles tinha uma faixa de todas as cores.
        Nadei de volta até a margem e me deitei ao sol do fim da tarde para me secar. Só então senti como estava faminto. Olhei à minha volta e descobri um arbusto carregado com pesadas pencas de umas frutinhas amarelas do tamanho de morangos. Nunca tinha visto aquelas frutinhas, mas supus que fossem comestíveis. Tinham o gosto de uma mistura de nozes e de bananas. Depois de ter me fartado de comer, vesti de novo minhas roupas e acabei adormecendo, exausto, à margem do grande lago.
        Na manhã seguinte, antes mesmo de o sol nascer, acordei daquele sono profundo e me senti desperto na mesma hora. Tinha sobrevivido a um naufrágio! Pensei. Só agora me dava conta disso. Era como se tivesse nascido de novo.
        À esquerda do lago erguia-se um paredão rochoso absolutamente intransponível. Era coberto por gramíneas amarelas e flores vermelhas em forma de sinos, que se moviam com leveza à brisa fresca da manhã. Antes de o sol aparecer no céu, eu já tinha chegado ao ponto mais elevado de uma colina. E mesmo ali de cima não conseguia ver o mar. O que via na minha frente era uma vasta paisagem de dimensões continentais. Já tinha estado na América do Norte e do Sul, mas não era possível que estivesse lá. E em parte alguma via um vestígio sequer de gente.
        Fiquei lá em cima da colina até que o sol apareceu no Leste: vermelho como um tomate, mas trêmulo como uma miragem. E com a linha do horizonte tão distante, aquele era o sol maior e mais vermelho que já tinha visto em toda minha vida, inclusive durante os tempos que passei no mar.
        Seria aquele sol o mesmo que estaria iluminando meus pais lá em Lubeck?
        Durante toda a manhã, continuei caminhando de paisagem em paisagem. Quando o sol estava a pino, cheguei a um vale cheio de roseiras amarelas. Borboletas gigantes voavam de roseira em roseira; as maiores tinham asas tão grandes quanto as de uma gralha, mas eram infinitamente mais bonitas. Eram de um azul-profundo e tinham nas asas duas grandes estrelas vermelha-sangue. Para mim era como se fossem flores vivas; era como se de repente algumas flores da ilha tivessem se libertado do chão, ganhando o ar e aprendido a arte de voo. O mais curioso, porém, era que o ruído das borboletas era como música. Elas sibilavam em diferentes tonalidades e espalhavam por todo o vale o som suave de suas flautas. Parecia que os flautistas de uma grande orquestra estavam afinando seus instrumentos. Às vezes, quando passavam por mim, suas asas macias roçavam minha pele. Percebi que elas tinham um perfume mais forte e mais doce do que o mais caro perfume.
        Um rio de águas agitadas cortava o vale. Decidi seguir o seu curso para não ficar errando sem direção por aquela imensa ilha. Além disso, estava certo de que mais cedo ou mais tarde encontraria o mar. Pelo menos era o que eu achava. Só que isso era mais difícil do que eu pensava, pois a uma certa hora da tarde aquele extenso vale chegou ao fim. Primeiramente ele foi ficando estreito como um funil e então, de repente, vi-me bem na frente de um rochedo maciço.
        A princípio não entendi nada. Afinal, um rio não pode simplesmente dar meia-volta e correr em sentido contrário sobre o leito de onde tinha vindo. Foi então que percebi que o rio entrava por uma caverna. Fui até a entrada da caverna no rochedo e olhei par dentro. No interior da caverna, a água corria mais calma e formava um canal subterrâneo.
        Diante da entrada da caverna no rochedo alguns sapos enormes saltavam na margem do rio. Eram do tamanho de coelhos, coaxavam sem parar numa confusão de ruídos e provocavam um barulho infernal. Para mim era novidade que existissem na natureza sapos daquele tamanho. Pela relva úmida das margens também se arrastavam gordos lagartos e iguanas maiores ainda. Já estava habituado a ver animais como esses nas muitas cidades portuárias por onde tinha passado. Mas não daquele tamanho e nem naquelas cores: na ilha, os répteis eram vermelhos e amarelos e azuis.
        Descobri que era possível adentrar a caverna seguindo pela margem do rio. Decidi entrar para ver até onde eu chegava.
        [...]
        Continuei minha jornada vale adentro. E ali descobri os milucos...
        Já tinha ficado espantado com as abelhas e as borboletas da ilha; mas embora elas fossem mais belas e maiores do que seus parentes na Alemanha, ainda assim continuavam sendo abelhas e borboletas. E o mesmo valia para os sapos e répteis. Agora, porém, o que eu via eram animais brancos, de grande porte, tão diferentes de tudo o que eu já tinha visto ou ouvido falar na minha vida de esfregar os olhos várias vezes para acreditar no que via.
        Era um rebanho de uns doze ou quinze animais. Eles eram do tamanho de cavalos e vacas, mas tinham uma pele grossa e branca, que lembrava a pele dos porcos. E todos tinham seis patas! Suas cabeças eram enormes e mais pontiagudas que as do cavalos e vacas. E de vez em quando erguiam o pescoço para o céu e emitiam um som mais ou menos assim: Brasch, brasch!
        Não tive medo: os animais de seis patas pareciam tão tolos e amigáveis quanto as vacas que eu conhecia na Alemanha. A sua aparição só me deixava clara uma coisa: eu estava num lugar que não existia no mapa. Literalmente! E a sensação que tive ao constatar isso foi comparável, talvez, à sensação de encontrar uma pessoa sem rosto.

                          GAARDER, Jostein. O dia do Curinga. São Paulo,
Companhia das Letras, 1996. p. 97-103. (Título nosso).
Entendendo o conto:
01 – Embora não haja uma descrição do narrador-personagem, é possível ao leitor conhecer algumas características dele. Escreva o que o texto permite saber do narrador.
      É um marujo alemão que sofreu um naufrágio. Ao chegar à ilha, ele está cansado, com sede, faminto e queimado de sol. É um homem curioso.

02 – Como ele chegou à ilha?
      Num bote salva-vidas.

03 – O que, inicialmente, fez com que o narrador achasse que aquela ilha escondia um mistério?
      O fato de a ilha parecer aumentar à medida que ele caminhava por ela.

04 – Cite pelo menos quatro elementos vistos pelo narrador durante sua caminhada que permitem afirmar que a ilha possuía uma natureza exuberante.
      As tartarugas gigantes; os peixes multicoloridos; as frutas exóticas; as borboletas gigantes.

05 – Um recurso frequente em textos descritivos é o uso de comparações. Com o que o narrador compara:
a)   O sol?
Com um tomate e com uma miragem.

b)   As borboletas?
Com flores que aprenderam a voar.

c)   O som das borboletas?
Com os flautistas de uma orquestra afinando seus instrumentos.

d)   A sensação que ele tem depois de encontrar os milucos?
Com a sensação de encontrar uma pessoa sem rosto.

06 – Ao se deparar com as borboletas gigantes, o narrador as descreve através de vários sentidos. Como ele as descreve através:
a)   Da visão?
Eram gigantes, muito bonitas, coloridas (de um azul-profundo e com estrelas vermelho-sangue nas asas), pareciam flores vivas.

b)   Da audição?
Seu ruído era como uma música, sibilavam em diferentes tonalidades, espalhavam um som de flautas.

c)   Do olfato?
Tinham um perfume mais forte e mais doce do que o mais caro perfume.

07 – Ao chegar ao vale, o narrador tem a maior surpresa desde que chegara à ilha. O que ele viu?
      Os milucos.

08 – Por que essa foi sua maior surpresa?
      Porque ele sabia que aqueles seres só existiam ali.

09 – A que conclusão o narrador chegou após encontrar aqueles animais tão estranhos?
      Que aquela ilha não existia no mapa.

10 – Como você interpreta a “sensação de encontrar uma pessoa sem rosto” tida pelo narrador?
      Resposta pessoal do aluno.