terça-feira, 8 de janeiro de 2019

TEXTO: BRIGAS ENTRE MENINOS E MENINAS - ANNA FLORA - COM GABARITO

Texto: Brigas entre meninos e meninas

        Cheguei no campinho. Alguns não disseram nada, outros tentaram me impedir.
        — Menina não entra!
        — Não entra pra competir! — disse olhando firme.
        — Mas pra assistir ninguém me falou nada.
        Eles pareciam meio sem saber o que fazer e resolveram me deixar ficar. Eu prestava muita atenção no jeito do Zé Miguel jogar: ele era canhoto e tinha uma esquerda incrível! O estilingue ficava meio torto, parecia que não ia acertar, mas a mamona voava... ziiiimmmm!! Batia em cheio no alvo.
        — Ele é bom pra burro!! Comentei baixinho.
        As regras eram assim: os dois concorrentes ficavam atirando durante meia hora. Quem acertasse mais, vencia. Faltava só dez minutos pra acabar a partida final e o Zé Miguel estava invicto, com cinco alvos na frente do Luiz Guilherme. É claro que ele venceu.
        Atravessei o campinho, cumprimentei Zé Miguel e falei:
        — Você quer competir comigo?
        — Com você? — e ele deu uma gargalhada.
        — Era só o que me faltava! Você é menina!
        — Menina não pode participar, mas o campeonato já acabou e eu estou propondo um desafio entre nós dois. Ele me olhou de alto a baixo com cara de deboche:
        — Eu estou meio cansado, mas mesmo assim eu topo. Dê dez minutos de descanso. Ficou um disse-que-disse imenso:
        — Mas como ela é cara de pau!
        — Tô pagando pra ver ...
        — Ela ganhou o ano passado, mas daquela vez o Zé estava viajando.
        Passou um tempinho. Fomos os dois, para o meio de campo. A turma fez um semicírculo. Todos na maior expectativa.
        — As regras são as mesmas: par ou ímpar para ver quem começa. Par!
        — Ímpar! — falou Zé Miguel.
        Ele começou. A mamona voou feito uma flecha no lugar exato.
        Fiz minha mira, mas estava tão nervosa que errei. Nos quinze primeiros minutos ele já estava três pontos na minha frente. Eu ouvia os comentários:
        — Ela vai se dar mal... bem que eu disse...
        — Bem feito! Quem manda enfrentar o mais forte!
        Foi aí que me deu um estalo: para que eu estava preocupada em vencer? — E falando pra mim mesma — o que eu quero é continuar na turma, não é ganhar do Zé Miguel!
        Por incrível que pareça ao perceber isso, fui ficando calma, relaxei o braço, dei uma esticada boa no estilingue e... Tooooiiimmmm!!!! Acertei em cheio.
        Depois de cinco minutos eu já estava empatada. Mais um pouco eu vencia de cinco a três. Todo mundo estava mudo.
        Quando faltava só um pouquinho pra acabar, eu já estava com sete na frente, cheguei pro Zé Miguel e falei:
        — Não quero mais!
        Depois desse dia, nenhum menino mais teve coragem de me dizer: “isso não é coisa pra mulher!”.

                                                Anna Flora — O louco do meu bairro
Entendendo o texto:

01 – A respeito do texto que você acabou de ler, pode-se dizer que se trata de:
a) uma biografia.
b) um conto.
c) uma lenda.
d) uma notícia.

02 – De acordo com a história, complete as lacunas. A história se passa em um campinho e quem narra é a menina.

03 – De acordo com o texto lido, pinte as características que se adequam à menina.
        Maldosa   Brava    Inteligente    Triste    Calma    Mentirosa    Corajosa    Chorona.

04 – Marque a alternativa que mostra qual era a intenção da menina ao propor o desafio.
a) Exibir-se para as outras meninas.
b) Continuar na turma do Zé Miguel.
c) Brigar com a turma.
d) Fazer uma competição.

05 – Os meninos da turma implantaram uma regra: menina não entra mais na brincadeira dos meninos. Esta é uma regra preconceituosa? Por quê?
      Sim. Porque eles achavam que aquela brincadeira era só pra meninos.

06 – Quem é o narrador da história? Como você descobriu?
      A menina. “Cheguei no campinho. Alguns não disseram nada, outros tentaram me impedir.”

07 – Leia o trecho abaixo e circule a resposta correta.
“... cheguei no campinho. Alguns não disseram nada, outros tentaram me impedir.”
Antes da palavra cheguei, qual pronome poderia ser utilizado?
        Ele      Eu      Tu.

08 – “Ele começou. A mamona voou feito uma flecha no lugar exato.”
No trecho acima, as palavras em destaque estão:
a) no tempo presente.
b) no passado.
c) no futuro e no passado.
d) nenhuma das alternativas anteriores.

09 – Leia o trecho abaixo com muita atenção:
        “— não entra pra competir! — disse olhando firme — mas pra assistir ninguém me falou nada.”

Escreva nas linhas abaixo.
a) Verbos que aparecem no trecho acima.
      Competir – assistir – entra – olhando – falou.

b) Pronomes.
      Ninguém – nada.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

MÚSICA: NINGUÉM = NINGUÉM - ENGENHEIROS DO HAWAII - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música: Ninguém = Ninguém

                                Engenheiros do Hawaii

Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém é igual a ninguém
Me espanta que tanta gente sinta
(Se é que sente) A mesma indiferença

Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém é igual a ninguém
Me espanta que tanta gente minta
(Descaradamente) a mesma mentira

Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais

Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid
(A vida seca, os olhos úmidos)

Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Tudo fica claro
Ninguém fica indiferente
Ninguém é igual a ninguém
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora

Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais, mas uns mais iguais, mas uns mais iguais
Que os outros

O que me encanta é que tanta gente
Sinta (se é que sente) ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma

Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Todos iguais, todos iguais

Tão desiguais, tão desiguais
Tão desiguais, tão desiguais

Todos iguais, todos iguais.
                                            Composição: Humberto Gessinger
Entendendo a canção:
01 – Leia a estrofe com atenção:
“Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém é igual a ninguém.”

        O eu lírico do poema afirma que nada precisa ser igual, no entanto podemos perceber que quando algo ou alguém é diferente sofre com o preconceito e com a discriminação. Na sua opinião, o que realmente é importante em uma pessoa?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Explique os versos: “Me encanta que tanta gente sinta / (se é que sente) a mesma indiferença.”
      Ele diz que a indiferença perturba, incomoda, já que provavelmente as pessoas nem sintam mesmo.

03 – Nos versos: “São tão iguais / E tão desiguais / Uns mais iguais que os outros”, percebe-se uma ironia. Qual é esta ironia?
      A ironia é dizer que uns são mais iguais a outros, pois se uns são mais, outros são menos iguais – ou mais diferentes.

04 – Nos versos: “Há pouca água e muita sede” / “(a vida seca os olhos úmidos)”, quais as figuras de linguagem que aparecem?
      “Há pouca água e muita sede” – Antítese.
      “... a vida seca os olhos úmidos” – Metáfora.

05 – No 2° verso da 4ª estrofe, o eu lírico faz uma referência ao romance “Vidas secas” de Graciliano Ramos, e um jogo de palavra entre represa e apartheid (separação). O que ele quis dizer?
      Quer dizer que tanto a represa quanto o apartheid servem para SEPARAR – água ou pessoas. E já que se fala da represa, nada como citar o romance de Graciliano Ramos (Vidas Secas) como fonte de tristeza, que umedece os olhos – o que umedece os olhos numa vida seca.

06 – Em que estrofe o eu lírico ironiza o comportamento dissimulado do ser humano, em relação ao preconceito e a discriminação?
      Na 9ª estrofe: “Tão desiguais, tão desiguais / Tão desiguais, tão desiguais”.

MENSAGEM ESPÍRITA: CONVITE À PACIÊNCIA - JOANNA DE ÂNGELIS- O LIVRO DOS ESPÍRITOS - SOBRE OS ESPÍRITOS MUNDO NORMAL PRIMITIVO - PARA REFLEXÃO

Mensagem: Convite à Paciência


                                               Joanna de Ângelis
         “... Em muita paciência, em aflições, em necessidades, em angústias.” (2ª Epístola aos Coríntios: capítulo 6º, versículo 4).

        Antiga lenda nórdica narra que alguém perguntou a um sábio como poderia ele explicar a eternidade do tempo e do espaço.
        O missionário meditou, e apontando colossal montanha de granito que desafiava as alturas, respondeu com simplicidade: 
        “Suponhamos que uma avezita se proponha a desbastar a rocha imponente, paulatina, insistentemente, atritando o bico de encontro à pedra. 
           Quando houver destruído tudo, estará apenas iniciando a eternidade...”
      A paciência é o fator que representa, de maneira mais eficiente, o equilíbrio do homem que se candidata a qualquer mister.
        Fácil é o entusiasmo do primeiro impulso, comum é o desencanto da terceira hora.
        A paciência é a medida metódica e eficaz que ensina a produzir no momento exato a tarefa correta.
      Diante do que devemos fazer, não poucas vezes somos acionados pelos implementos da precipitação.
    Frente às tarefas acumuladas e aos problemas, indispensável façamos demorado exame e cuidada reflexão antes de apressar atitudes.
   Precipitação traduz desarmonia, perturbação, com agravante desconsideração ao tempo.
        A paciência significa autoconfiança.
        A pirâmide se ergueu bloco a bloco.
       As construções grandiosas resultaram da colocação de peça sobre peça.
        As gigantescas sequoias se desenvolveram célula a célula.
      O que hoje não consigas, perseverando com dignidade e paciência, lograrás amanhã.
     Paciência não quer dizer amolentamento, mas dinâmica eficiente e nobre de produzir diante dos deveres que nos competem desdobrar.
        Ao lado de alguém que nos subestima — paciência.
        Entre as dores que nos chegam — paciência.
        Ante o rebelde que nos atormenta — paciência.
      O tempo é mestre eficiente que a todos ensina, no momento próprio, com a lição exata plasmando o de que cada um necessita a benefício de si mesmo.
   Jesus, acompanhando e inspirando o progresso da Terra, pacientemente espera que o homem se volte para Ele, a fim de que, encarregado da nossa felicidade, possa dirigir-nos pelo caminho que leva a Deus. 
        Em qualquer circunstância, pois, paz e paciência para o êxito do empreendimento encetado.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Convites da vida, Cap. 34, p .29-30, 1972.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS
MUNDO NORMAL PRIMITIVO

84 – Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
      -- Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.

85 – Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corporal, é o principal na ordem das coisas?
      -- O mundo espírita; ele é preexistente e sobrevivente a tudo.

86 – O mundo corporal poderia deixar de existir, ou jamais ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita?
      -- Sim, eles são independentes e, no entanto, sua correlação é incessante, pois reagem incessantemente um sobre o outro.

87 – Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço?
      -- Os Espíritos estão em toda parte; povoam infinitamente os espaços infinitos. Há aqueles que estão continuamente ao vosso lado, observando-vos e agindo sobre vós, sem que o saibais, pois os Espíritos são uma das forças da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para o cumprimento de Seus desígnios providenciais. Mas nem todos vão a toda parte, pois há regiões interditadas aos menos avançados.

DIÁRIO: O PRIMEIRO BEIJO - EDSON GABRIEL GARCIA - COM QUESTÕES GABARITADAS

DIÁRIO: O primeiro beijo

        Querido diário

        Ontem fui à festa de aniversário da Adriana, um barato. Uma delícia. Mas por pouco eu não vou. Sabe por quê? Te conto logo: minha mãe disse que não tinha grana para comprar presente. Eu bati o pé, sem presente jamais. Já pensou eu chegando, todo mundo olhando a minha cara limpa e as mãos abanando, mais limpas ainda!? Não e não. Por fim ela deu um jeito e comprou um presente. Mixuruquinha, é verdade, mas comprou. Bem, sabe quem estava por lá? Sabe quem? Ele mesmo, o Fabi. Mas não foi surpresa, não. Eu sabia que ele iria, pois, afinal, a Adriana é amiga dele. Ele sabia, também, que eu iria. Assim que eu cheguei, ele já estava lá, sentado num banco de madeira na frente da casa, e logo veio conversar comigo. Primeiro conversamos sobre roupa. O Fabi elogiou meu vestido amarelo, pobre vestido. Parecia novo mas não era e, ainda por cima, era reformado. Eu queria mesmo é que ele reparasse no meu rosto e na minha boca. No rosto tinha um pó suave que minha irmã disse que veio de contrabando e nos lábios um batom delicado emprestado da minha mãe. O batom era enfeite para esperar o beijo. Mas o Fabi parece que não entende dessas coisas e do vestido ele pulou para a escola, da escola mudou para cinema, daí para a praia e não parou mais. Nós dançamos tudo que tivemos direito: música nova, pesada, música romântica, antiga, trilha de novela, o diabo. Mas o beijo não veio, estava cheinho de gente e gente que bota reparo em tudo. A certa hora, a festa quase acabando, muita gente tinha ido embora, a Adriana chamou nós dois pra ver os presentes dela. Fomos até o quarto para ver o que ela ia mostrando, apontando, manuseando. Uns dois minutos depois, a mãe chamou-a para resolver qualquer coisa e lá foi ela. Ficamos só nós dois. Eu senti que era chegado o momento, a hora do beijo. Olhei pro Fabi e ele pra mim. O tempo era pequeno, mas a vontade era muito grande, quase não cabia ali no quarto. Só nós dois, as duas mãos dadas, os corpos um de frente para o outro. Eu fechei os olhos e esperei, de batom novo, um primeiro e gostoso beijo...Mas, querido diário, amigo solitário, em vez do beijo eu senti e ouvi a voz ranzinza da mãe da Adriana: “Na minha casa não! Se vocês querem aprontar, por favor, façam isso lá fora, fora da minha casa...ou melhor, façam na casa de vocês!” Onde já se viu! Ela quase nos expulsou da casa dela. Tem cada adulto neste mundo que eu vou te contar. Será que ela nunca beijou? Depois dessa, ela não desgrudou da gente, não saiu mais de perto, e lá se foi meu beijo pro espaço. Pouco depois, meu pai passou por lá e me levou embora. Quando ele perguntou se eu tinha gostado da festa, na mesma hora eu respondi: “Quase!”. Ele não entendeu como é que uma pessoa pode “quase” gostar de uma festa, mas eu não tinha jeito nem coragem para explicar, e a conversa sobre a festa acabou por aí mesmo. E eu acabo por aqui, agora.
                        Beijos.
Biloca
Entendendo o texto:
01 – Onde se passa a situação narrada por Biloca?
      Na festa de aniversário na casa de Adriana, amiga de Biloca.

02 – Por que Biloca fazia questão de levar um presente, ainda que “mixuruquinha”?
      Ela achava que todo mundo iria notar que ela estava sem o presente, e se sentiria mal com isso.

03 – O que Biloca esperava que acontecesse na festa?
      Ela esperava que o Fabi lhe desse um beijo.

04 – Usando o foco narrativo em 1ª pessoa, o personagem-narrador fica livre para expor os seus pensamentos. O que Biloca comenta a respeito do fato de Fabi parecer não ter reparado na sua maquilagem?
      Comenta que ele parecia não entender nada dessas coisas.

05 – Biloca achou que enquanto dançava com Fabi o beijo viria, mas frustrou-se. Que trecho do texto demonstra isso? Como ela justifica o fato de o beijo não acontecer?
      O trecho é: “Nós dançamos tudo que tivemos direito... Mas o beijo não veio...”. A justificativa que ela dá é que havia muita gente que ficava observando tudo.

06 – Em que outro momento surgiu a oportunidade de o beijo acontecer?
      No quarto, quando Adriana convidou Biloca e Fabi para ver os presentes: a mãe de Adriana chamou-a e os dois ficaram sozinhos.

07 – Como seria de esperar, no texto do diário de uma jovem, o autor recorre a expressões da linguagem coloquial. Procure exemplos dessas expressões.
      “Um barato”; “Te conto”; “não tinha grana”; “gente que bota reparo”; “Olhei pro Fabi”; “Tem cada adulto”; “não desgrudou da gente”; “lá se foi meu beijo pro espaço”; etc.


POEMA: O ASSASSINO ERA O ESCRIBA - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO


Poema: O ASSASSINO ERA O ESCRIBA
   
                                
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

                                                                  Paulo Leminski
Entendendo o poema:

01 – Sobre o poema todas as alternativas estão corretas, EXCETO.
a)   A terminologia sintática e morfológica, que em um primeiro momento é motivo de estranhamento, concede o efeito de humor ao poema.
b)   O eu lírico demonstra por meio da composição de texto pessoal e confessional o seu desconhecimento gramatical.
c)   Nos primeiros sete versos o eu lírico apresenta seu professor, que, por meio de suas ações e funções, é caracterizado como um torturador.
d)   Entre os versos 8 e 16 o leitor toma consciência de todos os fracassos que compuseram a vida do professor.
e)   O texto é estruturado em forma de narrativa policial, mas em função de sua organização gráfica, métrica e rítmica é considerado um poema.

02 – Nos versos: “Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente”. O que eu lírico quis dizer?
      Aquele professor que não aparece, não é necessário, a oração existe sem ele.

03 – Em que versos, o eu lírico diz que o professor é repetitivo, chato e sem mudanças era o que se dizia desse sujeito?
      “Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida, / Regular como um paradigma da 1ª conjunção”.

04 – Na frase: “Matei-o com um objeto direto na cabeça”, a respeito do emprego da palavra “direto”, é possível afirmar que:
a)   É um emprego regular da palavra, servindo de sua expressividade para conferir um único sentido ao texto: o modo como o objeto foi lançado.
b)   Está funcionando em duplo sentido, fazendo referência de classificação sintática e também ao modo como foi o objeto, o que confere ironia e expressividade ao texto
c)   Funciona somente como referência à classificação sintática “objeto direto”, que significa “complemento sem necessidade de preposição”.
d)   A palavra “direto” faz referência a “reto, direto, correto”, o que nos faz certamente relacionar com as características do sujeito descrito no texto.

05 – Por que ele não conseguiu ir aos EUA?
      Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.

06 – Na frase: “Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial”, o autor faz referência à oração subordinada. Assinale a alternativa que NÃO corresponde corretamente à compreensão da relação entre orações:

a)   Oração subordinada é o nome que se dá ao tipo de oração que é indispensável para a compreensão da oração principal.

b)   Diferentemente da coordenada, a oração subordinada é a que complementa o sentido da oração principal, não sendo possível compreender individualmente nenhuma das orações, pois há uma relação de dependência do sentido.

c)   Subordinação refere-se a “estar ordenado sob”, sendo indiferente a classificação de uma oração coordenada ou subordinada, pois as duas têm a mesma validade.

d)   A oração principal é aquela rege a oração subordinada, não sendo possível seu entendimento sem o complemento.



TEXTO: GRAFFITI - UMA FORMA DE ARTE URBANA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Graffiti - Uma Forma de Arte Urbana


        O Graffiti é “um meio de expressão social e de comunicação específica, geralmente realizado por jovens, num determinado suporte. É realizado com várias cores e com traços que o identificam, diferenciando-o de outras expressões visuais.” Durante muito tempo visto como um tema irrelevante ou simples contravenção, atualmente o graffiti já adquiriu outro estatuto.  É visto como uma forma de expressão inserida no campo das artes visuais, em particular, da street art ou arte urbana. Todavia ainda há quem não concorde e confunda o graffiti com pichação.
        “O mundo do graffiti é uma dimensão à parte. Para mim as paredes têm uma dimensão espacial própria. Este país ainda tem uma mentalidade muito fechado em relação à arte de grafitar”, diz Doc, um writer. O graffiti encontra­-se entre duas visões: a da sociedade, que o denomina como um ato de vandalismo e/ou um atentado ao patrimônio, e a dos graffiters, que o defendem como uma expressão de arte alternativa, como uma contracultura, onde se manifesta a criatividade, estimulada por vezes, pela crítica à realidade social ou, simplesmente, pela vontade de "dar mais vida" aos espaços urbanos.
        Numa fase inicial, as cidades eram invadidas por uma profusão de caligrafias indecifráveis, feitas a marcador – as tags, que não significam senão “eu passei por aqui. Eu existo”. A pouco e pouco os writers foram introduzindo cores, novos estilos e procuraram adotar novas técnicas para a sua concretização do graffiti. Nos anos seguintes, motivados pela competição, os writers procuram novas soluções para ter o seu tag o mais presente possível: agruparam-se em crews para conseguirem pintar melhor e em áreas com mais visibilidade urbana. Rapidamente, esta nova forma de expressão desenvolveu-se na direção de trabalhos artísticos com uma componente expressiva cada vez mais definida. Assim, o graffiti contemporâneo pode ser visto como uma forma arrojada de revelação da criatividade do graffiter. Por ser uma manifestação artística, o graffiti está associado a diversos movimentos musicais como o Hip Hop, onde os desenhos refletem a realidade das ruas. É de salientar que o graffite necessita da autorização do proprietário do muro ou do espaço, ao passo que, a pichação que é realizada sem legalidade e com o intuito de vandalizar. Todavia, como refere Biz, "nós apropriamo-nos do spot e a imaginação faz a obra".
        Desde 2008 há uma maior intervenção dos jovens no espaço público do que no passado. Por duas razões: em primeiro lugar, o agudizar dos problemas econômicos e sociais faz com que as pessoas sintam mais necessidade de se expressar no espaço público; e, em segundo lugar, porque existe um clima de maior tolerância em relação à intervenção em espaço público, que deixou de ser um fenômeno circunscrito a uma certa cultura juvenil.
        Street Art como Arte Pública
        O graffiti, como antecessor e percursor da street art então é também ele uma forma primitiva de Arte Pública. "O facto de trabalhar com pseudônimos dá-nos uma liberdade sem limites", salienta Biz. Estas formas de comunicação efémeras têm que serem lidas, processadas e apreciadas rapidamente pois a qualquer instante podem ser limpas da parede. Estamos perante um movimento em constante mutação e energia criativa imparável num fluxo global de conexão e comunicação.
        Se Arte Pública é considerada aquela que é praticada no exterior, em oposição à que se desenvolve em gabinetes e ateliers e para contemplada em museus e galerias. Então, o graffiti e a street art são Arte Pública porque são manifestações de atividades artísticas que utilizam o público como a gênese e o assunto para analisar.  "Nós procuramos comunicar com o público na cidade, retramos os seus anseios e as suas preocupações", diz Doc. A street art analisa temas atuais, polêmicos, sociais, culturais e políticos; outras vezes assume somente um carácter lúdico.
        A Arte Urbana faz parte da cultura visual contemporânea, tendo evoluído e alastrado por todo o mundo, muito graças às novas tecnologias de informação. "Mas nós writers preferimos as paredes pois as mensagens chegam a mais pessoas", diz Rame.  Artistas como Fairey e Banksy têm contribuído para elevar a Arte Urbana, tentando mudar a percepção do público sobre esta forma de arte, de vandalismo para um movimento artístico que vale a pena preservar.

                                    Blog de Jornalismo Especializado, Universidade Lusófona Porto
Entendendo o texto: 
01 – Diferencie Graffiti de pichação.
      O grafite é arte, onde se expõe opiniões. A pichação é vandalismo. É contra lei.

02 – Por que os jovens pichadores arriscam a vida para vandalizar bens?
      Porque eles se acham muito radicais fazendo isso. 

03 – Escreva 3 características da arte graffiti.
      I – Se expressa a opinião popular. II – É uma arte que alegra a cidade. III – Tira aquela cara de muros urbanos chatos.

04 – O que é simetria?
      Algo simétrico é algo igual a outro.

05 – Qual é a diferença entre figura e fundo?
     Pelo o meu entendimento é quando temos um fundo e colocamos uma figura por cima, assim formando uma nova paisagem.

06 – O que é cultura afro?
      Denomina-se cultura afro um conjunto de manifestações culturais.

07 – Quais aspectos da cultura afro podemos identificar na cultura brasileira.
      Em várias: religião, dança, comida, etc.

08 – Podemos definir graffiti como:
a)   Arte que surgiu na década de 70, que só se preocupa com a beleza ou com a forma.
b)   Estilo artístico que utiliza somente letras nas paredes das cidades.
c)   Arte feita em muros e paredes, principalmente na periferia das zonas rurais.
d)   Uma forma de manifestação artística em espaços públicos. Um tipo de inscrição feita em paredes.

09 – O graffiti vem causando polêmica na sociedade, mas existe uma diferença entre o graffiti e a pichação. Baseado nesta afirmação assinale a alternativa correta.
a)   Pichação é sempre uma arte de rua, sem nenhum valor.
b)   O graffiti e a pichação são a mesma coisa, por isso ambos são proibidos nas cidades.
c)   O graffiti é respeitado por se tratar de uma arte, mas deve ter autorização para não ser considerado como vandalismo.
d)   A pichação é um movimento independente das arte plásticas e seu objetivo é chamar a atenção da sociedade e não destruir as paredes.

10 – Assinale a alternativa que complete as frases corretamente.
      A .......... é a assinatura do grafiteiro. O ............ é um dos 4 elementos do hip hop, possui vários estilos como a ............., Wilistyle, grapicho, etc. Podemos definir como ......... o ato de destruir, depredar, rabiscar qualquer tipo de patrimônio, como a ............ que surgiu nos guetos dos Estados Unidos, e é utilizada para marcar territórios.
a)   Graffiti – stencil – bomb – vandalismo – tag.
b)   Tag – graffiti – bomb – vandalismo – pichação.
c)   Bomb – graffiti – tag – pichação – stencil.
d)   Tag – stencil – bomb – vandalismo – graffiti.

11 – O Hip Hop possui 4 elementos, misturando assim a dança, o desenho e a música. São componentes desse movimento, Exceto:
a)   Graffiti.
b)   Rap.
c)   Breaking.
d)   Música eletrônica.

12 – Marque a alternativa que nos mostra o nome da Arte que surgiu no século XX, e que consiste em desenhar ou escrever com tinta em locais públicos, principalmente em muros dos espaços urbanos:
a)   Aquarela.
b)   Graffiti.
c)   Pontilhismo.
d)   História em quadrinhos.