domingo, 10 de março de 2019

CONTO: UMA HISTÓRIA DO SACI-PERERÊ QUE NINGUÉM TE CONTOU - EVELYN HEINE - COM GABARITO

Conto: Uma história do saci-pererê que ninguém te contou
           Evelyn Heine

        Todo o pessoal da floresta tem bronca do saci que vive aprontando com os outros, como a gente sabe. É levado mesmo.
        Um dia deu um nó no rabo da onça. Outro dia passou batom vermelho na bocona do jacaré. E pra tirar foi um sufoco danado! só dava aquela bocarra vermelha, com tanto dente branco dentro.
        Na mesma semana, o danado do saci passou cola num galho de árvore e uma coruja ficou lá grudada!
        Parece que ele já acordava com uma ideia de aprontar na cabeça.
        Mas, um belo dia, chegou a hora do troco. O saci-pererê recebeu uma carta.
         Era um convite para ser entrevistado no programa do Jô Soares, em São Paulo.
        Ele ficou todo orgulhoso, claro!
        Seria o representante do folclore brasileiro, falando para o país inteiro, via satélite.
        Então, ele pensou em colocar uma roupa bem bonita e também um sapato chique de verniz preto. Até comprou um gorro vermelho novo.
        No grande dia, ele se vestiu, passou perfume… mas aí chegou a hora de colocar sapato! não tinha jeito.
        Todo mundo coloca o sapato ficando em pé na outra perna.
        Mas o saci só tem uma perna, ora!
        Daí, pediu ajuda para a onça. Ela, é claro, deu a maior gargalhada!
        – Agora você vai ver que onça é pior que amigo da onça, seu bobão! – disse a pintada.
        Então o saci foi pedir uma mãozinha para o jacaré.
        – Quiá, quiá, quiá! – riu o bicho com seu bocão cheio de dentes.
        – Se depender de mim, você vai descalço mesmo!
        E o saci tentou de novo:
        – Ô dona coruja, me ajuda a calçar este sapato, vai! É só unzinho.
        A coruja pensou e respondeu que só ia ajudar se o saci prometesse não aprontar mais com ninguém. Ele já estava ficando atrasado pra sair. Desse jeito ia atrasar mais ainda o programa que já é atrasado sempre!
        – Olha aqui, dona coruja, eu vou dizer uma coisa pra senhora. Se eu ficar bonzinho e comportado, ninguém vai me reconhecer. A senhora vai acabar com o folclore, sabia?
        E era verdade.
        Saci-pererê é saci-pererê!
        Então a coruja, muito sábia, ajudou e, de sapato e cheiroso, o saci se mandou.
        Mas a verdade é que com a coruja, ele nunca mais aprontou!

 Heine, Evelyn. Uma história do saci-pererê que ninguém contou em
Acesso em 30 de nov. 2005
Entendendo o conto:
01 – Qual é o título do texto?
      Uma história do Saci-Pererê que ninguém te contou.

02 – Quem é o autor?
      Evelyn Heine.

03 – Qual é o personagem principal?
      O Saci-Pererê.

04 – Onde se passa a história?
      Na floresta.

05 – Quais são os personagens da história?
      O Saci-Pererê; a Onça; o Jacaré e a Coruja.

06 – O que sentiam os animais da floresta pelo saci?
      Eles tinham bronca do Saci. Pelas travessuras que aprontava.

07 – Por que o saci ficou feliz?
      Porque recebeu uma carta para participar de um programa de televisão.

08 – Qual foi a dificuldade do saci?
      Foi de calçar o sapato.

09 – Quem o ajudou?
      Foi a Coruja.

10 – O Saci a partir deste dia deixou de aprontar com quem?
a)   Onça.
b)   Coruja.
c)   Jacaré.



CRÔNICA: TINA ESPERA A PRIMAVERA - CAMILA PEREIRA DE FARIAS - COM GABARITO

Crônica: Tina espera a primavera


        Tina morava em um país no qual o inverno é longo e há muita neve. Ela se aborrecia com isso, e a cada manhã achatava seu nariz contra a vidraça para ver se a neve já havia derretido. Mas a neve, simplesmente, não queria desaparecer.
        – Quando começará finalmente a primavera? – ela perguntava, descontente, à sua mãe. – Quero brincar de novo no gramado e colher flores. A mãe pensou e então disse:
        – Os mensageiros da primavera são os sininhos-de-neve. Que tal você procurar por eles todo dia, no jardim? 
        Tina achou a ideia ótima. Colocou seu casaco e correu para fora em busca das flores. Infelizmente, não teve sucesso no início. Mas um dia encontrou, realmente, embaixo de um arbusto, os primeiros sininhos-de-neve. Cuidadosamente, colheu uma flor e correu para junto da sua mãe.
        – Mamãe! – chamou ela alegremente – Os mensageiros da primavera chegaram, o inverno logo acabará.
        Sua mãe a abraçou e ficou contente com ela. Certa manhã, a neve desapareceu e deu lugar ao sol, que passou a brilhar. Não importava que a terra ainda estivesse encharcada. Feliz da vida, Tina olhou pela janela e disse:
        – Bom dia, primavera!
                                                                       Camila Pereira de Farias
Entendendo a crônica:
01 – Qual o título do texto?
      Tina espera a primavera.

02 – Quem é o personagem principal do texto?
      É a Tina.

03 – Com o que Tina se aborrecia?
      Com a neve, porque ela queria brincar no gramado.

04 – O que Tina procurava todos os dias no jardim?
      Os sininhos-de-neve.

05 – Certo dia, a neve desapareceu e deu lugar ao Sol. Como Tina ficou?
      Ela ficou feliz da vida.

06 – Quem era os sininhos-de-neve?
      Eram as flores que iriam aparecer após a neve.

07 – Para você o que representa a frase: “- Bom dia primavera!”
      Resposta pessoal do aluno.



TEXTO: O ATO DE ESTUDAR - PAULO FREIRE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: O ato de estudar
         Paulo Freire

        Tinha chovido muito toda noite. Havia enormes poças de água molhada nas partes baixas do terreno. Em certos lugares, a terra, de tão molhada, tinha virado lama. Às vezes, os pés apenas escorregavam nela. Às vezes, mais do que escorregar, os pés se atolavam na lama até acima dos tornozelos. Era difícil andar. Pedro e Antônio estavam transportando numa caminhoneta cestos cheios de cacau para o sitio onde deveriam secar. Em certa altura, perceberam que a caminhoneta não atravessaria o atoleiro que tinha pela frente. Passaram. Desceram da caminhoneta. Olharam o atoleiro, que era um problema para eles. Atravessaram os dois metros de lama, defendidos por suas botas de cano longo. Sentiram a espessura do lamaçal. Pensaram. Discutiram como resolver o problema. Depois, com a ajuda de algumas pedras e de galhos secos de árvores deram ao terreno a consistência mínima para que as rodas da caminhoneta passassem sem atolar. Pedro e Antônio estudaram. Procuraram resolver e, em seguida, encontraram uma resposta precisa.
        Não se estuda apenas na escola.
        Pedro e Antônio estudaram enquanto trabalhavam.
        Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema.
        Esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos caracteriza o ato de estudar. Não importa que o estudo seja feito no momento e no lugar do nosso trabalho, como no caso de Pedro e Antônio, que acabamos de ver. Não importa que o estudo seja feito noutro local e noutro momento, como o estudo que fazemos no Círculo de Cultura. Em qualquer caso, o estudo exige sempre esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos que observamos. Um texto para ser lido é um texto para ser estudado. Um texto para ser estudado é um texto para ser interpretado. Não podemos interpretar um texto se o lemos sem atenção, sem curiosidade; se desistimos da leitura quando encontramos a primeira dificuldade. Que seria da produção de cacau naquela roça se Pedro e Antônio tivessem desistido de prosseguir o trabalho por causa do lamaçal?
        Se um texto às vezes é difícil, insiste em compreendê-lo. Trabalha sobre ele como Antônio e Pedro trabalharam em relação ao problema do lamaçal. Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil porque estudar é criar e recriar e não repetir o que os outros dizem. Estudar é um dever revolucionário!

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler.  São Paulo: Cortez, 2001. p.57-58.
Entendendo o texto:

01 – Identifique a finalidade do texto lido:
      O texto de Paulo Freire trata da importância do ato de estudar, tomando como ponto de partida uma situação de trabalho. Ele ressalta que o referido ato é desafiador, visto que pressupõe a disciplina e o olhar diferenciado. Em outras palavras, é criar e recriar.  

02 – Registra-se uma opinião na passagem:
a) “Tinha chovido muito toda noite.”
b) “Era difícil andar.”
c) “Procuraram resolver e, em seguida, encontraram uma resposta precisa.”
d) “Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema.”

03 – “Se um texto às vezes é difícil, insiste em compreendê-lo. Trabalha sobre ele como Antônio e Pedro trabalharam em relação ao problema do lamaçal.”. Nesse segmento, os verbos sublinhados expressam:
a) uma ordem
b) um desejo
c) uma orientação
d) uma advertência

04 – “Havia enormes poças de água molhada nas partes baixas do terreno.”. Por que o verbo “havia” foi empregado no singular nesse trecho?
      Porque o verbo “haver”, quando sinônimo de “existir” (como é o caso dessa oração) ou “acontecer” é impessoal, isto é, não tem sujeito e, por isso, sempre se flexiona no singular.

05 – Em “Estudar não é fácil porque estudar é criar e recriar e não repetir o que os outros dizem.”, o termo destacado introduz:
a) uma comparação
b) uma explicação
c) uma oposição
d) uma conclusão

06 – Em todas as alternativas, os termos grifados indicam a ideia de tempo, exceto em:
a) “Às vezes, os pés apenas escorregavam nela.”.
b) “Depois, com a ajuda de algumas pedras e de galhos secos de árvores deram ao terreno […]”
c) “Pedro e Antônio estudaram enquanto
d) “Esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos caracteriza […]”


sexta-feira, 8 de março de 2019

POEMA: A FOCINHEIRA - TRILUSSA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: A focinheira
    
                        Trilussa

-- Sabe que sou fiel e afeiçoado,
Dizia o Cão ao Homem, e disposto
A tudo, mesmo a ser sacrificado
Cumprindo as suas ordens. Isto posto,
Quero falar agora, com franqueza:
A focinheira põe-me deprimido;
Por que não dá-la ao Gato, que é fingido,
Apático e traidor por natureza?

O Homem responde: – Mas a focinheira
Lembra sempre a existência de um patrão
Que te protege e, de qualquer maneira,
É quem te ampara e te garante o pão.

Já que assim é, o dito por não dito!
Corrige o Cão, desculpe-me a besteira.
E, desde aí, com ar convicto,
Passou a falar bem da focinheira!
           Trilussa, in Versos de Trilussa. Tradução de Paulo Duarte
Entendendo o poema:

01 – O que significa focinheira?
      É um acessório usado nos animais para evitar que venha a morder pessoas ou outros animais.

02 – Por que o cão não queria usar a focinheira?
      Porque o deixava deprimido e porque ele se achava fiel e afeiçoado.

03 – A quem o cão queria que desse a focinheira? Por quê?
      Ao gato. Porque ele é fingido, apático e traidor por natureza.

04 – De acordo com o poema, qual foi a alegação feita ao cão, para que ele usasse a focinheira?
      A focinheira lembra que o cão tem um dono, que ampara e sustenta.

05 – Qual foi a atitude do cão depois da resposta dada pelo homem?
      Ele aceitou e concordou, e passou a falar bem da focinheira.

06 – Quem é o autor do poema?
      Trilussa.

07 – Quem são as personagens do poema?
      O homem e o cão.



CRÔNICA: CRIANÇA DIZ CADA UMA - MÁRIO PRATA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: Criança diz cada uma

        Aninha já estava com dois anos. Loira, linda. Nunca tinha cortado os cabelos. Eram amarelos-ouro e cacheados. “Parecia um anjinho barroco”, diz a mãe coruja.
        Lá um dia, a mãe pega uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabeça da criança, pois as melenas já estavam nos ombros. Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a cintilante tesoura.

        – Mamãe vai cortar o cabelinho da Aninha.
        – Aninha olha para a tesoura, se apavora.
        – Não quero, não quero, não quero!!!
        – Não dói nada…
        – Não quero! Já disse.
       E sai correndo. A mãe sai correndo atrás. Com a tesoura na mão. A muito custo, consegue tirar a filha que estava debaixo da cama, chorando temendo o pior. Consola a filha. Sentam-se na cama. Dá um tempo. A menina para de chorar. Mas, não tira o olho da tesoura.
        – Olha, meu amor, a mamãe promete cortar só dois dedinhos.
     Aninha abre as duas mãos, já submissa, desata o choro, perguntando, olhando para a enorme tesoura e para a própria mãozinha:
        – Quais deles, mãe?

Mário Prata. “100 crônicas de Mário Prata”. São Paulo: Cartaz editorial, 1997.

Entendendo a crônica:
01 – O objetivo de quem escreveu o texto é:
a) informar sobre um fato ocorrido.
b) expor uma opinião.
c) criticar um comportamento infantil.
d) contar uma história.

02 – A mãe de Aninha resolveu cortar os cabelos da filha porque:
a) Aninha já estava com dois anos.
b) nunca tinha cortado os cabelos da filha.
c) os cabelos da menina eram amarelos-ouro e cacheados.
d) as melenas de Aninha já estavam nos ombros.

03 – Por que Aninha não quer cortar os cabelos?
      Porque Aninha apavorou-se com o tamanho da tesoura.

04 – “Criança diz cada uma”. A que o autor do texto se refere?
      A mãe de Aninha lhe disse que cortaria só dois dedinhos (do cabelo da filha). Mas, a menina achou que a mãe estava se referindo aos dedos das mãos e perguntou “Quais deles, mãe?”.

05 – Grife os termos que retomam o referente Aninha nas frases a seguir:
a) “[…] e resolve dar um trato na cabeça da criança […]”
b) “Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a cintilante tesoura.”
c) “A muito custo, consegue tirar a filha que estava debaixo da cama […]”
d) “A menina para de chorar.”

06 – “A menina para de chorar. Mas, não tira o olho da tesoura.”. Essa frase pode ser reescrita da seguinte forma:
a) “A menina para de chorar. Porém, não tira o olho da tesoura.”
b) “A menina para de chorar. Portanto, não tira o olho da tesoura.”
c) “A menina para de chorar. Porquanto, não tira o olho da tesoura.”
d) “A menina para de chorar. Afinal, não tira o olho da tesoura.”

07 – No trecho “Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a cintilante tesoura.”, a palavra destacada poderia ser substituída por:
a) preocupada
b) desconfiada
c) aflita
d) impaciente

08 – A maior parte dos verbos no texto está no tempo:
(  ) passado.
(X) presente.
(  ) futuro.

09 – Em “Mamãe vai cortar o cabelinho […].”, a locução grifada tem o sentido do verbo:
a) cortaria
b) cortou
c) cortará
d) cortava.

10 – A ação da narrativa começa quando:
(a) Aninha sai correndo.
(b) Aninha abre as duas mãos.
(c) a mãe promete cortar só dois dedinhos.
(d) a mãe pega uma enorme tesoura.

11 – As palavras "menina", "que" e "filha" referem-se a Aninha e são utilizadas com a intenção de:
(a) dar continuidade ao texto, evitando a repetição do nome de Aninha.
(b) reforçar a ideia de que a mãe é a personagem principal do texto.
(c) fazer substituições desnecessárias para o entendimento do texto.
(d) tornar o texto incoerente.

12 – A história ganha ritmo mais acelerado pelo uso das seguintes palavras:
(a) nunca, atrás, debaixo.
(b) correndo, chorando, temendo.
(c) loira, cabelo, enorme.
(d) tempo, tesoura, própria.

13 – “A mãe pega uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabeça da criança, pois as melenas já estavam nos ombros.” Desse trecho compreende-se que:
(a) para a mãe, os cabelos já estavam compridos e era hora de cortá-los.
(b) para a menina, os cabelos estavam compridos, mas não precisavam ser cortados.
(c) tanto para a mãe quanto para a menina os cabelos precisavam de um corte.
(d) os cabelos já não eram mais amarelos-ouro, por isso precisavam ser cortados.

14 – “-- Não quero, não quero, não quero!!!.” A repetição de não quero e as três exclamações seguidas indicam que:
(A) a mãe perdeu a paciência com a menina.
(B) Aninha vai cortar o cabelo.
(C) Aninha está falando calmamente.
(D) Aninha está praticamente gritando.
  Atividade retirada do Saresp 2007, disponível na internet




POEMA: VIA LÁCTEA - SONETO XIII - OLAVO BILAC - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: VIA LÁCTEA - Soneto XIII
     
                          Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto


A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”

Entendendo a poema:
01 – O eu lírico do poema dirige-se em versos:
a) ao leitor       
b) as estrelas       
c) a um amigo        
d) a Via Láctea

02 – “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/ Perdeste o senso!” os versos em destaque expressam:
a) uma censura        
b) uma sugestão        
c) uma proibição       
d) uma indagação

03 – De acordo com o eu lírico, para comunicar-se com as estrelas é necessário:
a) perder o senso
b) abrir as janelas
c) acordar durante a noite
d) estar amando.

04 – O verso “Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,” revela:
a) uma postura racional do eu lírico.
b) o predomínio da emoção sobre a razão do eu lírico.
c) uma contenção de sentimentos por parte do eu lírico.
d) um comportamento desprendido por parte do eu lírico.

05 – “... Pois só quem ama pode ter ouvido/Capaz de ouvir e de entender estrelas.” os versos destacados apresentam:
a) uma consequência     
b) um conselho           
c) uma explicação       
d) uma crítica

06 – “Tresloucado amigo! / Que conversas com elas? Que sentido / Tem o que dizem, quando estão contigo?” O uso de aspas nesses versos indica:
a) reprodução de uma fala.
b) presença de gíria.
c) existência de uma crítica.
d) utilização de ironia.


MENSAGEM ESPÍRITA: ESFORÇO INDIVIDUAL - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - TERCEIRA ORDEM - ESPÍRITOS IMPERFEITOS - PARA REFLEXÃO

Mensagem: Esforço individual


   Você já pensou no valor do esforço individual?
        Uma demonstração desse valor foi realizada numa noite escura, sem estrelas, durante um comício patriótico no Coliseu de Los Ângeles.
        Havia cerca de cem mil pessoas reunidas no local, quando o Presidente avisou que todas as luzes seriam apagadas.
        Disse que, embora ficassem na mais completa escuridão, não havia motivo para receio.
        Quando as luzes se apagaram e as trevas tomaram conta do ambiente, ele riscou um fósforo e perguntou à multidão:
        Quem estiver vendo esta pequenina luz queira exclamar: “Sim!”
        Um vozerio ensurdecedor partiu da assistência. Todos percebiam aquela minúscula chama.
        O silêncio se fez novamente e o homem falou:
        Assim também fulgura um ato de bondade num mundo de maldade.
        E insistindo em suas ideias, lançou um desafio: Vejamos agora o que acontece se cada um de nós acender um palito de fósforo.
        Num instante, quase cem mil minúsculas chamas banharam de luz a imensa arena, fruto da colaboração de cem mil indivíduos, cada um fazendo a parte que lhe tocava.
*   *   *
        Essa foi a maneira singela que um homem utilizou para despertar nos indivíduos o valor do esforço pessoal.
        Geralmente, na busca de soluções para os problemas, imaginamos que somente grandes feitos poderão ter um resultado eficiente.
        Quando olhamos uma imensa montanha, por exemplo, concluímos que muito trabalho foi preciso para que ela tomasse as dimensões que possui, mas nos esquecemos de que ela é formada de pequenos grãos.
        Olhando o mundo sob esse ponto de vista e fazendo a parte que nos cabe, em pouco tempo teríamos um mundo melhor.
        Mas se pensarmos que somos incapazes de mudar o mundo, o mundo permanecerá como está por muito tempo.
        Todos temos valores íntimos a explorar. Todos temos condições de contribuir com uma parcela para a melhoria do mundo em que vivemos.
        Como pudemos perceber, um palito de fósforo aceso é capaz de derrotar as trevas.
        Pode ser uma pequena chama, mas a sua claridade é percebida à grande distância.
        Jesus falou das possibilidades individuais de cada um com a recomendação: Brilhe a vossa luz.
        Assim, quando a situação se apresentar nublada em derredor, podemos acender a nossa pequena chama e romper com a escuridão.
        Não importa a situação em que estamos colocados, sempre poderemos fazer algo de bom em benefício de todos.
*   *   *
        Cada indivíduo é uma engrenagem inteligente agindo no contexto da máquina social.
        E a máquina somente funcionará em harmonia e atingirá seus objetivos se todas as peças cumprirem a parte que lhes cabe.

Redação do Momento Espírita, com base em artigo de Seleções
Reader´s Digest, de julho de 1949.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. FEP.
Em 18.11.2013.
Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS
TERCEIRA ORDEM – ESPÍRITOS IMPERFEITOS

101 – Características gerais – Predominância da matéria sobre o espírito. Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões que lhes são consequentes.
        Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem.
        Nem todos os Espíritos imperfeitos são essencialmente maus; em alguns, há mais leviandade, inconsequência e malícia do que maldade propriamente dita. Uns não fazem nem o bem nem o mal, mas só por não fazerem o bem denotam sua inferioridade. Outros, ao contrário, comprazem-se com o mal, e ficam satisfeitos quando têm oportunidade de praticá-lo.
        Podem aliar a inteligência à maldade ou à malícia; porém, seja qual for seu desenvolvimento intelectual, suas ideias são pouco elevadas e seus sentimentos mais ou menos vis.
        Seus conhecimentos sobre as coisas do mundo espírita são limitados, e o pouco que sabem se confunde com as ideias e os preconceitos da vida corporal. Só nos podem dar noções falsas e incompletas sobre esse mundo, mas o observador atento quase sempre encontra, mesmo em suas comunicações imperfeitas, a confirmação de grandes verdades ensinadas pelos Espíritos superiores.
        Seu caráter se revela por sua linguagem. Todo Espírito que em suas comunicações deixa escapar um mau pensamento pode ser classificado na terceira ordem; por consequência, todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito dessa ordem.
        Eles veem a felicidade dos bons, e essa visão é um incessante tormento para eles, pois experimentam todas as angústias que a inveja e o ciúme podem causar.
        Conservam a lembrança e a percepção dos sofrimentos da vida corporal, e muitas vezes essa impressão é mais penosa que a realidade. Portanto, eles realmente sofrem, tanto pelos males que suportaram quanto pelos que causaram aos outros; e como sofrem por um longo tempo, acreditam sofrer para sempre. Para puni-los, Deus quer que pensem dessa forma.

        Pode-se dividi-los em cinco classes principais.

102 – Décima classe. ESPÍRITOS IMPUROS – têm propensão ao mal e fazem dele objeto de suas preocupações. Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, insuflam a discórdia e a desconfiança, valendo-se de todos os disfarces para melhor enganar. Apegam-se àqueles que possuem caracteres frágeis o bastante para ceder às suas sugestões, a fim de impedi-los à perdição, satisfeitos por poderem retardar seu adiantamento, fazendo-os sucumbir às provações que sofrem.
        Nas manifestações, eles são reconhecidos por sua linguagem. A trivialidade e a grosseria das expressões, tanto entre os Espíritos como entre os homens, é sempre um indício de inferioridade moral, senão intelectual. Suas comunicações evidenciam a baixeza de suas inclinações, e se eles querem enganar falando de uma maneira sensata, não conseguem sustentar por muito tempo esse papel, e acabam sempre por trair a sua origem.
        Alguns povos fazem deles divindades malfeitoras, outros os designam pelos nomes de demônios, gênios maus, Espíritos do mal.
        Quando encarnados, os seres vivos que eles constituem são propensos a todos os vícios que as paixões vis e degradantes produzem: a sensualidade, a crueldade, a trapaça, a hipocrisia, a cobiça, a avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo, na maioria das vezes sem motivos, e, por odiarem o bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas. São flagelos para a humanidade, seja qual for a classe a que pertençam na sociedade, e o verniz da civilização não lhes impede o opróbrio e a ignomínia.

103 – Nona classe. ESPÍRITOS LEVIANOS – São ignorantes, malignos, inconsequentes e zombeteiros. Metem-se em tudo e a tudo respondem, sem se preocupar com a verdade. Comprazem-se em causar pequenos sofrimentos e ligeiros contentamentos, em fazer intrigas, induzir maliciosamente ao erro através de mistificações e espertezas. A essa classe pertencem os Espíritos comumente chamados de trasgos, duendes, gnomos, diabretes. Estão sob a dependência dos Espíritos superiores, que, muitas vezes, deles se servem, como fazemos com os criados.
        Em suas comunicações com os homens, sua linguagem às vezes é espiritual e divertida, mas quase sempre sem profundidade. Apreendem as imperfeições e o ridículo dos homens, e expressam isso de forma mordaz e satírica. Se usam nomes falsos, é, na maioria das vezes, mais por malícia que por maldade.

104 – Oitava classe. ESPÍRITOS PSEUDO-SÁBIOS – Seus conhecimentos são bastante amplos, mas eles julgam saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos em diversos pontos de vista, sua linguagem possui um caráter sério que pode enganar quanto às suas capacidades e às suas luzes; mas isso muitas vezes é apenas um reflexo dos preconceitos e ideias sistemáticas da vida terrena. Sua linguagem é uma mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, entre os quais despontam a presunção, o orgulho, a inveja e a teimosia, dos quais não puderam livrar-se.

105 – Sétima Classe. ESPÍRITOS NEUTROS – Não são suficientemente bons para fazer o bem, nem maus o bastante para fazer o mal; perdem tanto para um quanto para outro lado e não se elevam acima da condição vulgar da humanidade, tanto pela moral quanto pela inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, sentindo saudades das suas alegrias grosseiras.

106 – Sexta classe. ESPÍRITOS BATEDORES E PERTURBADORES – Quanto às suas qualidades pessoais, esses Espíritos não formam uma classe distinta, propriamente falando; podem pertencer a qualquer classe da terceira ordem. Muitas vezes manifestam sua presença por efeitos sensíveis e físicos, tais como golpes, movimento e deslocamento anormal de corpos sólidos, agitação do ar etc. Em relação aos outros Espíritos, mostram-se mais apegados à matéria; parecem ser os agentes principais das vicissitudes dos elementos do globo, seja por agirem sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros, ou nas entranhas da Terra. Reconhece-se que esses fenômenos não se devem a uma causa fortuita e física quando têm um caráter intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos, mas, em geral, os Espíritos elevados deixam isso por conta dos Espíritos subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as inteligentes. Quando julgam que manifestações desse gênero são úteis, servem-se desses Espíritos como auxiliares.