Mensagem: Esforço individual
Você já pensou no valor do esforço
individual?
Uma demonstração desse valor foi
realizada numa noite escura, sem estrelas, durante um comício patriótico no
Coliseu de Los Ângeles.
Havia cerca de cem mil pessoas reunidas
no local, quando o Presidente avisou que todas as luzes seriam apagadas.
Disse que, embora ficassem na mais
completa escuridão, não havia motivo para receio.
Quando as luzes se apagaram e as trevas
tomaram conta do ambiente, ele riscou um fósforo e perguntou à multidão:
Quem estiver vendo esta pequenina luz
queira exclamar: “Sim!”
Um vozerio ensurdecedor partiu da
assistência. Todos percebiam aquela minúscula chama.
O silêncio se fez novamente e o homem
falou:
Assim também fulgura um ato de bondade
num mundo de maldade.
E insistindo em suas ideias, lançou um
desafio: Vejamos agora o que acontece se cada um de nós acender um palito
de fósforo.
Num instante, quase cem mil minúsculas
chamas banharam de luz a imensa arena, fruto da colaboração de cem mil
indivíduos, cada um fazendo a parte que lhe tocava.
* *
*
Essa foi a maneira singela que um homem
utilizou para despertar nos indivíduos o valor do esforço pessoal.
Geralmente, na busca de soluções para
os problemas, imaginamos que somente grandes feitos poderão ter um resultado
eficiente.
Quando olhamos uma imensa montanha, por
exemplo, concluímos que muito trabalho foi preciso para que ela tomasse as
dimensões que possui, mas nos esquecemos de que ela é formada de pequenos
grãos.
Olhando o mundo sob esse ponto de vista
e fazendo a parte que nos cabe, em pouco tempo teríamos um mundo melhor.
Mas se pensarmos que somos incapazes de
mudar o mundo, o mundo permanecerá como está por muito tempo.
Todos temos valores íntimos a explorar.
Todos temos condições de contribuir com uma parcela para a melhoria do mundo em
que vivemos.
Como pudemos perceber, um palito de
fósforo aceso é capaz de derrotar as trevas.
Pode ser uma pequena chama, mas a sua
claridade é percebida à grande distância.
Jesus falou das possibilidades
individuais de cada um com a recomendação: Brilhe a vossa luz.
Assim, quando a situação se apresentar
nublada em derredor, podemos acender a nossa pequena chama e romper com a
escuridão.
Não importa a situação em que estamos
colocados, sempre poderemos fazer algo de bom em benefício de todos.
* *
*
Cada indivíduo é uma engrenagem inteligente
agindo no contexto da máquina social.
E a máquina somente funcionará em
harmonia e atingirá seus objetivos se todas as peças cumprirem a parte que lhes
cabe.
Redação do Momento
Espírita, com base em artigo de Seleções
Reader´s Digest, de julho de 1949.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. FEP.
Em 18.11.2013.
Mensagens
Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC –
Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas
e respostas
Livro Segundo
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Capítulo I
SOBRE OS ESPÍRITOS
TERCEIRA
ORDEM – ESPÍRITOS IMPERFEITOS
101 – Características gerais – Predominância da matéria sobre o espírito.
Propensão ao mal. Ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões que lhes
são consequentes.
Têm a intuição de Deus, mas não O compreendem.
Nem todos os Espíritos imperfeitos são
essencialmente maus; em alguns, há mais leviandade, inconsequência e malícia do
que maldade propriamente dita. Uns não fazem nem o bem nem o mal, mas só por
não fazerem o bem denotam sua inferioridade. Outros, ao contrário, comprazem-se
com o mal, e ficam satisfeitos quando têm oportunidade de praticá-lo.
Podem aliar a inteligência à maldade ou
à malícia; porém, seja qual for seu desenvolvimento intelectual, suas ideias
são pouco elevadas e seus sentimentos mais ou menos vis.
Seus conhecimentos sobre as coisas do
mundo espírita são limitados, e o pouco que sabem se confunde com as ideias e
os preconceitos da vida corporal. Só nos podem dar noções falsas e incompletas
sobre esse mundo, mas o observador atento quase sempre encontra, mesmo em suas
comunicações imperfeitas, a confirmação de grandes verdades ensinadas pelos
Espíritos superiores.
Seu caráter se revela por sua
linguagem. Todo Espírito que em suas comunicações deixa escapar um mau
pensamento pode ser classificado na terceira ordem; por consequência, todo mau
pensamento que nos é sugerido vem de um Espírito dessa ordem.
Eles veem a felicidade dos bons, e essa
visão é um incessante tormento para eles, pois experimentam todas as angústias
que a inveja e o ciúme podem causar.
Conservam a lembrança e a percepção dos
sofrimentos da vida corporal, e muitas vezes essa impressão é mais penosa que a
realidade. Portanto, eles realmente sofrem, tanto pelos males que suportaram
quanto pelos que causaram aos outros; e como sofrem por um longo tempo,
acreditam sofrer para sempre. Para puni-los, Deus quer que pensem dessa forma.
Pode-se dividi-los em cinco classes
principais.
102 – Décima classe. ESPÍRITOS
IMPUROS – têm propensão ao mal e fazem dele objeto de suas preocupações.
Como Espíritos, dão conselhos pérfidos, insuflam a discórdia e a desconfiança,
valendo-se de todos os disfarces para melhor enganar. Apegam-se àqueles que
possuem caracteres frágeis o bastante para ceder às suas sugestões, a fim de
impedi-los à perdição, satisfeitos por poderem retardar seu adiantamento,
fazendo-os sucumbir às provações que sofrem.
Nas manifestações, eles são
reconhecidos por sua linguagem. A trivialidade e a grosseria das expressões,
tanto entre os Espíritos como entre os homens, é sempre um indício de
inferioridade moral, senão intelectual. Suas comunicações evidenciam a baixeza
de suas inclinações, e se eles querem enganar falando de uma maneira sensata,
não conseguem sustentar por muito tempo esse papel, e acabam sempre por trair a
sua origem.
Alguns povos fazem deles divindades
malfeitoras, outros os designam pelos nomes de demônios, gênios maus, Espíritos
do mal.
Quando encarnados, os seres vivos que eles
constituem são propensos a todos os vícios que as paixões vis e degradantes
produzem: a sensualidade, a crueldade, a trapaça, a hipocrisia, a cobiça, a
avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo, na maioria das vezes sem
motivos, e, por odiarem o bem, quase sempre escolhem suas vítimas entre as
pessoas honestas. São flagelos para a humanidade, seja qual for a classe a que
pertençam na sociedade, e o verniz da civilização não lhes impede o opróbrio e
a ignomínia.
103 – Nona classe. ESPÍRITOS LEVIANOS
– São ignorantes, malignos, inconsequentes e zombeteiros. Metem-se em tudo e a
tudo respondem, sem se preocupar com a verdade. Comprazem-se em causar pequenos
sofrimentos e ligeiros contentamentos, em fazer intrigas, induzir
maliciosamente ao erro através de mistificações e espertezas. A essa classe
pertencem os Espíritos comumente chamados de trasgos, duendes, gnomos,
diabretes. Estão sob a dependência dos Espíritos superiores, que, muitas vezes,
deles se servem, como fazemos com os criados.
Em suas comunicações com os homens, sua
linguagem às vezes é espiritual e divertida, mas quase sempre sem profundidade.
Apreendem as imperfeições e o ridículo dos homens, e expressam isso de forma
mordaz e satírica. Se usam nomes falsos, é, na maioria das vezes, mais por
malícia que por maldade.
104 – Oitava classe. ESPÍRITOS
PSEUDO-SÁBIOS – Seus conhecimentos são bastante amplos, mas eles julgam
saber mais do que realmente sabem. Tendo realizado alguns progressos em
diversos pontos de vista, sua linguagem possui um caráter sério que pode
enganar quanto às suas capacidades e às suas luzes; mas isso muitas vezes é
apenas um reflexo dos preconceitos e ideias sistemáticas da vida terrena. Sua
linguagem é uma mistura de algumas verdades com os erros mais absurdos, entre
os quais despontam a presunção, o orgulho, a inveja e a teimosia, dos quais não
puderam livrar-se.
105 – Sétima Classe. ESPÍRITOS
NEUTROS – Não são suficientemente bons para fazer o bem, nem maus o
bastante para fazer o mal; perdem tanto para um quanto para outro lado e não se
elevam acima da condição vulgar da humanidade, tanto pela moral quanto pela
inteligência. Apegam-se às coisas deste mundo, sentindo saudades das suas
alegrias grosseiras.
106 – Sexta classe. ESPÍRITOS
BATEDORES E PERTURBADORES – Quanto às suas qualidades pessoais, esses
Espíritos não formam uma classe distinta, propriamente falando; podem pertencer
a qualquer classe da terceira ordem. Muitas vezes manifestam sua presença por
efeitos sensíveis e físicos, tais como golpes, movimento e deslocamento anormal
de corpos sólidos, agitação do ar etc. Em relação aos outros Espíritos,
mostram-se mais apegados à matéria; parecem ser os agentes principais das
vicissitudes dos elementos do globo, seja por agirem sobre o ar, a água, o
fogo, os corpos duros, ou nas entranhas da Terra. Reconhece-se que esses
fenômenos não se devem a uma causa fortuita e física quando têm um caráter
intencional e inteligente. Todos os Espíritos podem produzir tais fenômenos,
mas, em geral, os Espíritos elevados deixam isso por conta dos Espíritos
subalternos, mais aptos para as coisas materiais do que para as inteligentes.
Quando julgam que manifestações desse gênero são úteis, servem-se desses
Espíritos como auxiliares.